As Cores Do Outono

Capítulo 4- O triste Céu Cinzento


No Sábado a noite, sentei-me á janela do quarto. Os meus pensamentos pareciam uma tempestade de emoções e o meu coraçao palpitava sempre que a palavra "Syaoran" era principal tema.

Pensei muito no que a tia disse. Estava assustada mas ao mesmo tempo, anciosa e confusa. Não conseguia perceber porque me sentia assim.

"Estás apaixonada!" Não podia, não sabia o que era apaixonar. Acho que devia ser algo mais forte, mais intenso? "Pelo vizinho da casa do lado."

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Corei fortemente. Syaoran era o meu amigo querido, já estavamos juntos quase ha duas semanas e cada dia que passava não via a hora de estar com ele.

Porém, execto nessa semana, com o temporal lá fora, senti uma grande saudade. Uma saudade louca que vibrava no meu corpo.

Oh Deus.

Sorri como uma idiota. Ok, gostava dele. Admitia-o. Mas gostar era amar? Qual a diferença? Ou era só exclusivamente uma paixão? Tinha a minha mente tão confusa que conseguia gritar nos meus ouvidos.

Apaixonada? Confessa-o!

Ah, não. Confessar nem pensar.

Pensei na hipotese dele nem sequer sentir atraído por mim. Talvez fosse unicamente uma amiga para ele. Mas os amigos gostam-se, certo?

"Os amigos amam-se, também." lembrei-me das palavras ditas por Tomoyo uma vez em sua casa. Sim eu amáva Tomoyo, era a minha melhor amiga.

Mas a minha relação com Syaoran seria assim?

"Os teus olhos brilham, Sakura." A tia também o dissera no outro dia. Obviamente que nao brilhavam assim por Tomoyo. Ai que confusão! Afinal qual a diferença entre amar e gostar?

Pensa. Disse a minha mente. Um dia encontra-á-lo-ás.

Deitei-me na cama com um peso na consciencia. Amanhã ia á casa dele e convidá-lo-ia para o lanche. O meu coraçao palpitou e o meu sistema nervoso alterou-se.

Ia vê-lo . Depois de uma longa semana sem ouvir a sua voz, sentir o calor do seu corpo e derreter-me naqueles olhos caramelo. Arrepiei-me só de pensar.

Ah Syaoran...- suspirei e adormeci num sono profundo.

No belo domingo, a chuva orvalhava suavemente sobre os campos e casas. Levantei-me apressada e olhei para a janela.

-Ah, não...- bufei de mau humor. Estava a chover logo naquele dia. Queria tanto lanchar no jardim da tia.

Vesti-me e desci para a cozinha. Maki bebia o seu café sentada na mesa.

-Bom dia!- disse com um doce sorriso.

-Bom dia! Como estas querida?

-Estou bem! Bom, um pouco nervosa.

-Então porque? Não vais à casa dele?- perguntou olhando-me sorrateiramente.

Corei.

-Sim espero ir, mas parece que está a chover.- apontei para a janela.

-Exprimenta lá ir depois do almoço, pode ser que o tempo esteja melhor até lá.- a tia concordou e pôs a mesa para mim.

Mais tarde, as nuvens escuras pousaram por cima da nossa casa e rezei para que elas não chorassem. Ainda era cedo e a tia fazia o almoço. Já não chovia como dissera, no entanto o meu coraçao dizia que era a melhor hora para lá ir.

-Tia, estou saindo!- gritei da sala.

-Sim, leva um guarda chuva, pode chover !- gritou da cozinha.

Olhei para o guarda-chuva castanho e velho. Torci o nariz. Guarda-chuva de velha. Pensei. O meu lá na cidade, era cor de rosa aos laçinhos, tipica caracteristica minha. Tudo rosa e bonito.

O ceu estava escuro e cinzento, mas nao chovia. Ah, que se lixe o guarda chuva velho.

Orgulhosa, vesti o meu casaco e arrumei os meus cabelos lizos e curtos. Olhei-me ao espelho da entrada e parecia bonita. Bonita até demais.

Estremeci.Abri a porta e sai.

Ia vê-lo. Desde uma semana atrás. Pensei enchendo-me de alegria.

Para chegar à casa de gente rica, tinha de atravessar toda a entrada da tia até sair do portão e virar à direita até ao portão do chalé. Estava aberto. Entrei devagar, muito devagar . As flores em cada lado da pequena estrada de pedra pareciam que brilhavam com o orvalho cada passo que dava. Rosas lindas vermelhas carregadas de gotas, rosas brancas e tulipas de todas as cores. Apetecia-me fazer um ramo e meter na mesa da tia.

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Olhei ao fundo para o chalé. Cada vez que mais andava parecia que mais longe estava da casa. Era mesmo enorme.

Ao fundo avisei um carro preto. Uma limusine.

Oh deus!

Dela, saiu uma moça alta de cabelos pretos presos por dois totós. Na porta da casa um mordomo alto de cabelos grisalhos e um bigode escuro cumprimentou-a. Logo de seguida uma pessoa saiu da casa.

Era Syaoran.

O meu coraçao bateu fortemente. Estava lindo outra vez. Polover verde escuro, calças pretas e botas castanhas. O cabelo revoltado.

A jovem repentinamente jogou-se aos seus braços e beijou-lhe a face. Ele, no entanto, apertou-a na cintura para que ambos nao caíssem ao chão. A moça continuava beijando-o.

Aquela cena fez-me congelar. Do meu angulo de visão, estavam-se beijando , a sério.

O meu corpo nao se mexeu. Tudo parou assim que Syaoran levantou a cabeça e olhou em frente, para mim.

Oh não.

Um trovão rebentou no céu e dei um grito assutada. Logo começou a chover fortemente e não sabia o que fazer. Pus o braço por cima da cabeça para evitar me molhar.

A moça olhou para trás, seguindo o olhar de Syaoran e eu vi dois grandes olhos vermelhos cheios de ódio para mim.

Estava ali a mais. Nem sequer tinha pedido permissão para entrar na casa dele.

O choque e o conctato entre os nossos olhares foi tudo para mim. A chuva molhou o meu cabelo, colando-o á minha pele e o meu casaco ficou ensopado.

Syaoran largou a moça inesperadamente e murmurou alguma coisa para ela.

Depois olhou para mim e acenou-me para ir ter com eles.

Os meus pes estavam colados ao chão. As lagrimas quentes caíam-me juntamente com a chuva.

Syaoran tinha namorada. Como podia ser tão estupida?

És uma covarde, Sakura.

O sorriso de Syaoran desapareceu quando reparou que estava completamente encharcada , pálida e congelada ali na entrada da casa dele.

Avançou expondo-se à chuva e ignorando os gritos da jovem de olhos vermelhos.

Assustei-me quando o vi correr na minha direçao. Num impulso tudo aconteceu demasiado rápido. Desatei a correr em sentido contrário de volta à casa da tia.

Os olhos ardiam-me terrivelmente. O meu peito queimava e eu queria gritar e fugir.

Syaoran gritava o meu nome e senti que corria também atrás de mim.

-Sakura, espera!

Passei o portão e entrei na cerca da tia,fechando o portão dela rapidamente antes dele chegar.

O que estás a fazer?

Não. Não queria , nao podia falar com ele. Estava confusa,interminavelmente chocada, aturdida.

Rezei mentalmente que ele nao viesse mais atrás de mim. Corri até ficar debaixo do alpendre e hesitei a olhar para trás. Syaoran estava no outro lado do portão. Sozinho, a ser banhado pela áspera chuva de Outono.

Abri a porta e entrei fechando-a num estrondo e deslizei-me até ao chão.

Chorei silenciosamente. A tia estava na cozinha e fugi para o meu quarto. Ela nao podia perceber o que se tinha passado. Não podia.Não queria que sentissem pena de mim. O meu orgulho era demasiado forte para tal. Cheguei ao meu quarto e fechei-me nele. Joguei-me na cama ainda encharcada, nao me importei sequer com os lençois.

O céu escurecia cada vez mais, estava triste como eu. E a chuva, caía lentamente e chorava comigo,lançando todos os meus sentimentos e mágoas para fora.

Fui burra e miserávelmente idiota este tempo todo para perceber que ele tinha namorada? E era feliz ao lado dela?

A lembrança do abraço caloroso que ele a deu, rasgava-me o peito.

Porque me sentia assim? Porque doía tanto?

Tantas perguntas e poucas respostas.

Tu o amas!

Eu o que?

Encontrá-lo-ias de certeza.

Não. Não amo Syaoran. Se o amasse eu não estaria aqui a chorar patéticamente por tê-lo visto com outra pessoa. Estava com raiva.

Ciumes, da jovem de olhos vermelhos.

Não!Eu não tenho ciumes! O que é este sentimento? Era eu que devia lá estar. Nos braços dele. Era eu. Somente eu.

Levantei-me da cama arregalada.

O.que.eu.acabei.de.pensar?

De repente um flashback de todas as vezes que tivemos juntos surgiu-me na cabeça. Os abraços amorosos, as vezes que ele acaricou-me a face, o jeito somente suave e doce de Syaoran Li apenas para mim. O seu cheiro pessoal e íntimo e os inscriveis e irresistiveis olhos castanhos caramelizados sobre mim. Eram só meus.

Syaoran...

Estava apaixonada. Oh céus, estava apaixonada perdidamente por ele. Pela primeira vez em toda a minha vida, eu queria e desejava um homem.

Não chorava mais.Estava pasmada a olhar para o nada. Sorri idiota.

Descobri o que era se sentir apaixonada, afinal. O desejo tão forte e tão puro de uma pessoa sobre a outra, a terrível saudade da sua companhia, o conctacto corporal. Tudo isso era apaixonante. Era uma necessidade entre duas pessoas. Uma vontade louca e uma explosão se sentimentos.Não podia afastar-me dele. Eu precisava dele.

Apertei o meu peito com ambas as mãos.

Sentes? Sim, sinto. Ele fala por ti. Ele é que manda em tudo o que sentimos.

Amáva-o. Amáva-o perdidamente.

Senti a cabeça andar à roda foi entao que caí em mim e reparei ainda possuir as roupas molhadas . O meu corpo entrou em convulsão, aquecendo-me por dentro e em segundos deixei de ver as luzes e cores do meu quarto.

Fim do Capítulo.