Capítulo 22 - Uma noticia inesperada.

CAPITULO 22

Nii-sama. Nii-sama? Nii-sama! - “Quem é Nii-sama!?” - se questionava mentalmente o pobre ruivo. O fato era que nunca havia ouvido Rukia utilizar esse termo com ninguém, e agora ela estava falando com aquela voz irritante e melosa no celular com esse suposto irmão. A pergunta que não queria calar: Quem era?

- Lhe vejo daqui a a pouco, Nii-sama. - disse Rukia finalizando a ligação. O sorriso ainda era presente em seu rosto, porém, só naquele momento... - Onde é que eu estava? - olhou de canto pra Ichigo e logo tomou a feição irritada – Me lembrei! - deu mais um tapa no ruivo que a pouco tempo estava surpreso.
- Ai! Dá pra para com essa merda Rukia! - rebateu Ichigo; por acaso havia virado saco de pancada?
- Não. Não dá! - retrucou ela – Como você pode fazer isso? Me deixou preocupada sabia!? - começou a andar de um lado para o outro – Só fiquei tranqüila porque a Yoruichi recebia noticias do Urahara... - cruzou os braços e o fitou com o cenho franzido – Por que você fez isso?

Ichigo ficou comovido pelas palavras dela, apesar de serem poucas, dava pra perceber que ela não havia se sentido bem com o seu “sumiço”... Agora porque estava desse jeito? Quem era a culpada era ela.

- Me diz, Ichigo... - a voz dela ficou um pouco suave – Você quis me dá o troco? Quis me mostrar como se sentiu quando eu... Sumi?
- Rukia... - sussurrou ele. Não gostava de vê-la daquele jeito, não suportava aquilo. - Olha eu... - espera! Não poderia dá o braço a torcer – Quero que me explique uma coisa! - franziu o cenho falando em um tom mais alto.
- E o que é? - revidou no mesmo tom, fazendo com que ele se assustasse um pouco.

- Calma. - tentou acalma-la. Rukia era a prova viva de que “tamanho não é documento.” - Só quero que me explique uma coisa...
- Ah! Já sei o que é. - interrompeu a morena levantando o dedo indicador.
- Sabe? - como ela sabia? Por acaso ela o viu lá? Gostaria de se explicar ou então iria dizer um “bem feito” na sua cara. Por um momento, suas mãos ficaram trêmulas; estava nervoso?
- Do jeito que você é observador, quer saber quem é essa pessoa que eu estava falando, não é? - indagou ela, o que fez os olhos do alaranjado se arregalarem. Essa era uma de suas dúvidas, mas não a que queria ouvir agora... - Pois saiba que essa é um das conseqüências do seu sumiço. Se tivesse mantido contato, já saberia quem é... - sorriu – Mas deixa pra lá. Vou lhe falar... - os olhos dela estavam brilhando. Aquilo lhe causava um certo espanto. - Byakuya-sama me adotou na família Kuchiki. Agora ele é meu irmão – disse entusiasmada - Não é demais?

O que? Será que tinha ouvido direito? Byakuya? Irmão? Nii-sama? Que estória é essa? Aquilo não tinha cabimento. Não tinha!

- O que!? - perguntou surpreso – Mas como?
- Como? Adotando oras! - desviou dos olhos dele – Aconteceu... Algo que não deve ser comentado agora, mas tudo foi resolvido e esclarecido – deu um leve sorriso - Então, Byakuya-sama perguntou se eu gostaria de ser adotada por ele, ai eu respondi que sim.
- Mas Rukia, isso não pode ser verdade. Eu vi... - de repente foi interrompido por Nell, que apareceu na porta meio receosa.

- I-Itysugo-sama, o Senhor tem uma reunião agora. - informou ela.
- Agora não Nell. Eu estou... Ai! - colocou a mão na nuca, novamente Rukia havia lhe batido? - Já disse pra parar com isso!
- Você é que tem que parar, idiota! Que estória é essa de “agora não”? - o olhava autoritária – Vá agora mesmo para a reunião. - deu de ombros – Depois terminamos de conversar, vou ter que me encontrar com o Nii-sama agora.
- Você não manda em mim, ouviu?
- Não, não ouvi! - disse ela o olhando brevemente com um ar provocador – No fim do expediente nos falamos, ok?
- Espere Rukia! - o que disse foi em vão. Rukia apenas saiu da sala sem ao menos olhar pra traz. Droga de reunião! Tantas coisas tinha pra perguntar, esclarecer...
- Desculpe incomodar, Itysugo-sama. - falou Nell.
- Não se preocupe com isso. - deu um leve sorriso – Vamos. - deveria se acalmar. Iriam se encontrar mais tarde, não iam? Pelo menos nesse espaço de tempo poderia pensar um pouco...

~o~o~o~

- Ai, que ódio! - resmungava Orihime – Aquele Ulquiorra é insuportável, mal educado, nariz empinado... Não gostei dele!
- Eu não achei isso, Hime. - disse Matsumoto com o seu tão desejado sorvete de chocolate e cenoura em mãos – Pra mim ele pareceu legal. É só um pouquinho sério, mas é bem sexy também, não acha? - deu uma piscadinha pra amiga.
- Eu não acho! - cruzou os braços – Pra mim ele não passa de um emo.
- Vai me dizer que não achou ele sexy, em? - continuou a falar no seu jeito extrovertido – Bem que você poderia sair com ele... - recebeu um olhar gélido da ruivo – Ta, ta. Vou calar minha boca.
- Eu estou tão estressada... - sentou-se na cadeira ao lado de Rangiku – Será que o Kurosaki-kun já chegou?
- Não sei e nem quero saber. - respondeu a mulher virando o rosto – Você sabe o que eu penso sobre isso.

- Ah Rangiku-san, eu não acredito que você está falando desse jeito do Kurosaki-kun. Eu acho que mereço o seu apoio, já que eu aceito o seu namorado esquisito.
- Mas o Gin é diferente, ele... - parou de falar de repente, ficando com uma expressão diferente.
- Rangiku-san, o que aconteceu? - Orihime ficou de pé na frente da amiga, colocando as mãos nos ombros de Matsumoto. - Você está bem?
- Eu não sei Hime, eu estou meio...
- Olá meninas. - Renji apareceu na porta sorridente. Graças a ajuda do novo companheiro de trabalho, pode chegar mais tarde hoje, ou seja, dormir mais... - Acabei de falar com o Ulquiorra, como foi a sessão de fotos Inoue? - olhou a face de Rangiku – O que aconteceu? Porque a Rangiku está pálida?
- Não sei, Abarai-san. Ela ficou assim agora a pouco e... Rangiku-san! - se viu em estado de nervos ao ver a mulher desmaiar em sua frente. - Rangiku-san!
- Minha nossa! - Reni tratou logo de ir acudi-la – Ela bebeu por acaso?
- Não. Ela estava bem lúcida na verdade. - a preocupação era presente nos olhos de Inoue – Vamos leva-la ao hospital, agora! Vamos falar com Yoruichi.

~o~o~o~

Em meio aquela reunião, Ichigo fez questão de só deixar se corpo marcar presença ali; sua mente estava ligada em outro assunto que nada tinha haver com os negócios da empresa. Tantas lacunas que deveriam ser preenchidas...

Primeiro: como Byakuya pode adotar Rukia, já que viu com os seus próprios olhos eles se beijando? Não conseguia entender, já que eles estavam daquele jeito, então eles não se amam como irmãos, mas sim de outro jeito. Aquele maldito Kuchiki! Tinha vontade de pega-lo pela gola da camisa e... Calma, Ichigo! Não era hora pra pensar desse jeito. Tinha que manter a calma e pensar.

Outro fato que não estava facilitando as coisas, foi a reação de Rukia. Claro que ela iria ficar chateada, afinal ele passou duas semanas sem lhe mandar noticia alguma, mas isso não era o mais importante, já que depois ela ficou mais calma e até que iriam se encontrar mais tarde.

A questão era essa: como ela ficou tão feliz em falar que Byakuya era o seu irmão agora? Ela não estava com ele por acaso? Não o estava traindo com o Kuchiki? Então como é que ela poderia ficar tão feliz por serem irmãos... Espera um momento!

“Aconteceu... Algo que não deve ser comentado agora, mas tudo foi resolvido e esclarecido”

Aquelas palavras... Será que ela tinha dito isso por causa do beijo? Será que... Não. Não! Mas fazia sentido... Poderia o Byakuya ter confundido as coisas e depois tentar se redimir com a Rukia adotando ela? Será?

~o~o~o~

- O almoço está do seu agrado, Rukia? - indagou Byakuya sentado em frente a baixinha.
- Está ótimo, Nii-sama. - sorriu – Eu adoro este restaurante.
- Hum.- murmurou ele – Soube que Kurosaki Ichigo retornou hoje de viajem junto com o Kisuke. - comentou enquanto voltava sua atenção para o pequeno palco que havia no restaurante ode ocorria música ao vivo. Com certeza, este era um dos mais caros da cidade, e já estava acostumado a freqüentar lugares desse jeito, na verdade, só gostava de lugares assim.
- Sim, já falei com ele hoje. - cruzou as mãos apoiando o queixo nas mesmas, enquanto olhava o irmão atentamente. Era uma ótima oportunidade para lembra-lo – Quando o senhor irá falar com ele, Nii-sama?
- Falar com ele? - olhou seria para ela – E porque deveria falar com aquele moleque? - franziu o cenho.
- Nii-sama, o senhor prometeu, lembra? - se segurava para não ri naquele momento. Todas as vezes que falava em Ichigo, Byakuya vinha com aquela resposta e logo depois...

- Claro que me lembro. Um Kuchiki jamais esquece as palavras que proferiu. - respondeu fechando os olhos. Exatamente a resposta que Rukia esperava.
- Será que poderia ser essa semana?
- Como quiser. - assentiu ele meio contrariado. Byakuya até se surpreendia com as suas atitudes, quem olha-se poderia pensar que estava com ciume, e não poderia negar que era verdade. Não sabia que era tão difícil ser um irmão mais velho.
- Ótimo. Vou falar com o Ichigo. - sorriu satisfeita. Tudo estava indo tão bem em sua vida, mas ainda tinha um porém... Será que deveria contar a Ichigo sobre o que aconteceu com Byakuya?

~o~o~o~

- E então Gin.... Como está aquela mulher ao qual você estava saindo? Ela é modelo, não é? - indagou Aizen ao sobrinho que estava ao seu lado.
- A Rangiku? - olhou o tio surpreso. Ele nunca havia perguntado sobre ela, porque agora? - Ela está bem. - procurou dá uma resposta curta enquanto o sorriso mascavara a preocupação que sentia.
- Está se divertindo com ela? - sorriu maliciosamente – Se não me engano, ela é muito bonita.

Divertindo. Aquela palavra simplesmente não combinava com o que estava sentido. Este era o seu medo. Divertia-se muito no começo, mas agora... As coisas estavam sendo diferentes, estavam indo além do que planejava.

- Aproveite o quanto pode. - continuou Aizen – Logo ela estará de volta, e então você vai ter que botar a sua coleira de cachorrinho novamente. - ficou sério – Quando você irá despachar essa modelo? Não quero problemas.

- Não se preocupe meu tio. - recompôs o sorriso que por poucos segundos havia desaparecido – Logo farei isso.
- Faça depois de... Você sabe. Como já disse, aproveite.
- Claro. - voltou a atenção para a janela. Enquanto a leve brisa batia em seus cabelos brancos, tentava ganhar forças para fazer o combinado. Não poderia agir de outro jeito, na verdade, não tinha outro jeito. Sempre soube disso...

~o~o~o~o~o~o~o~

Andava em direção a saída da empresa. A pouco tempo, Rukia havia lhe mandado um mensagem dizendo que o estava esperando lá. O coração quase faltava sair pela boca de tão nervoso que estava. O quebra-cabeça estava quase montado, porém, as peças que ainda faltavam para completa-lo eram muito importantes, e o pior, pareciam ir contra ele.

Ao chegar perto de seu destino, pode ver aquela pequena figura feminina parada o esperando.

- Rukia. - a chamou apresando o passo.
- Ichigo. - deu um leve sorriso. - E então? Como foi a reunião?
- Horrível. - cruzou os braços fazendo aquela sua conhecida cara resmungona.
- Sabia que ia dizer isso! - riu – Será que poderíamos ir pra algum lugar? Eu tenho algo pra te contar. - aquilo estava sendo difícil. Ele poderia não aceitar, mas teria que falar. Do mesmo modo que confiava nele, esperava que Ichigo confiasse nela. Aquilo seria uma prova do que desejava. Seria a prova da confiança que a relação deles possuía.
- C-Claro. - assentiu ele. Poderia ela...?

~o~o~o~

Abriu os olhos meio que forçadamente. Estava sentindo uma certa náuseas, ao qual nunca havia sentido antes. Com a vista um pouco embaçada, pode ver que estava em um quarto claro, e conseqüentemente, deitada em uma cama de... Hospital?

Virou levemente a cabeça para o lado e viu quem estava ali. Seus amigos Renji e Inoue, que logo se aproximaram ao ver que ela havia acordado.

- Rangiku-san. - disse Orihime tocando as mão da amiga – Como está se sentindo? - conseguia ser bastante gentil quando deixava de pensar em sua \"obsessão alaranjada\"!
- Estou bem, só um pouco enjoada. - sorriu levemente – O que aconteceu?
- Você nos deu um baita susto em. - Renji sorriu – E eu acho que você engordou um pouquinho, Rangiku. Tive dificuldade em lhe carregar, sabia!?
- Idiota! - murmurou ela.
- Não liga pra ele, Rangiku-san. - a ruiva se sentou na beira da cama – Lhe troucemos aqui para o hospital depois que você desmaiou. Eles fizeram alguns exames em você e logo iram trazer o resultado.
- Eu desmaie? - falou a peituda surpresa – Mas eu não bebi nada.
- Isso que eu achei estranho. - concordou Renji.
- Na verdade, o seu desmaio não aconteceu por razões de bebidas alcoólicas – ecoou a voz doce – Como você esta, Matsumoto-san? - indagou a mulher – Eu sou Unohana, a médica que cuidou de você.

- Ah! Obrigada doutora. - agradeceu Rangiku se endireitando na cama com a a ajuda de Renji – Mas e então... Já que não foi por bebida, qual foi o motivo de eu ter desmaiado?
- Bem, acho que eu tenho uma noticia que a deixara muito feliz. - a mulher sorriu gentilmente.
- Feliz? - a olhou confusa.
- Exatamente. Através dos exames que fizemos em você, Matsumoto-san; chegamos a conclusão de que a senhorita está grávida.

Ficaram em silêncio por uns segundos, enquanto Inoue e Renji arregalaram os olhos surpresos. Porém, aquela \"paz\" foi quebrada pelo susto de Rangiku:

- O QUE!?

Continua...