Em maioria
Eu via todos seguindo suas vidas
Nem um pouco complexas

Na correria
Todos pensavam em suas idas
Nessas vidas, somente anexas

Porque todos parecem pensar tão igualmente
Nesse mundo onde infinitamente
Conseguiremos coisas para criar?
Todos agem como simples robôs
Uma ideia criativa, uma morte sugestiva
Me faz perder a vontade de amar


Tantas, o seu final não consigo ver,
Possibilidades nos dão o que fazer
E na apatia que ressoa nos rostos
Fica o cansaço que soltamos nos encostos
Chamados de limites


Impulsionada pela vontade da maioria
Eu mudo minha face na frente de todos
Como uma simples Maria
Que nas ardências passa os rodos

Minhas vontades que morreram
No meu coração se enraízam
E naquela terra vermelha cresce um carvalho
Maldito seja, irei lhe cortar
Até você me fazer parar de chorar

Eu já me perdi, já me afoguei
Porque sinto coisas estranhas a todo instante?
Minha cabeça voa e dói...
Minha barriga não ronca mais
Fica de enfeite na estante


Onde vejo faces irreconhecíveis
Sempre irá surgir uma luz
Que fará a ardência voltar
Que fará meu coração sangrar
Que fará minha visão, somente a tu voltar.

Não sei porquê
Mas eu quero muito amar.