Aprendendo a Ser Uma Família

Velhos e apaixonados


Como faziam aniversário com duas semanas de diferença, e comemoravam o aniversário de casamento menos de um mês depois, Giane deu a ideia de fazerem uma grande festa para comemorarem seus quarenta anos de idade e quinze de casamento. O que é claro, foi motivo de loucura para Fábio, que não queria aceitar a chegada da idade.

_ Fraldinha, nós estamos envelhecendo, aceite pelo amor de Deus. – suspirou a corintiana, enquanto os dois discutiam isso na cama, antes de dormir – Nós não ficaríamos com 24 anos para sempre, você sabe disso.

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_ Giane, quarenta anos. Quarenta. Sabe o quanto eu estou me sentindo velho? Digo, nossos filhos já são pré-adolescentes, e você ainda quer que eu comemore que estou fazendo quarenta anos? E o mesmo que falar: viva, daqui a pouco vou ter que usar viagra. – ela gargalhava do chilique do marido.

_ Amor, é uma ocasião especial, a chegada dos “enta”. Além de fazer quinze anos que estamos oficialmente amarrados. – ele a fuzilou – Vai Fabinho, por favor... Por mim.

_ É sacanagem me chamar de Fabinho, você sabe que eu fico amolecido. – ela sorriu travessa – Tá bom, tá bom... Mas você vai ter que me dar algo em troca.

_ Eu te dou esse algo há quase dezessete anos, pelo amor de Deus. Você não cansa? – ela riu, enquanto ele a empurrava e ficava por cima dela.

_ Nem quando eu precisar de viagra.

_ Então é melhor começar a cuidar do coração, se não vai enfartar rapidinho.

_ Poha pivete, cê me fode, sabia?

~*~

_ Mãe, você está linda. – elogiou Belle, entrando no quarto dos pais – Esse vestido ficou lindo em você.

_ Parece o seu pai quando quer alguma coisa. – riu a mulher, virando-se para a filha – Muito bem mocinha, o que você quer?

_ Eu convidei uma pessoa para vir hoje, tem problema? – perguntou a menina, abraçando a mãe.

_ E quem seria a pessoa? – Giane arqueou a sobrancelha.

_ O nome dele é Luiz Otávio, ele estuda com o Pedro. Ele é meu, hã... Namorado. – a mais velha arregalou os olhos, surpresa.

_ Belle, você só tem treze anos. Não está meio nova para ter um namorado? – questionou a mãe, e a menina deu de ombros – E ele está no segundo ano? Então ele tem...

_ Dezesseis, isso mesmo mãe. – Giane reprimiu o riso – O que foi?

_ Você escolheu um péssimo dia para matar seu pai do coração, o buffet já está pago. – a mais nova riu – Mas bom... Comporte-se, está bem? E juízo com esse rapaz.

_ Mãe, eu só tenho treze anos, pelo amor de Deus. – Belle corou, enquanto a mãe beijava seu rosto – Eu apresento o Luti como meu namorado?

_ Luti? Não tinha apelido mais criativo? – mãe e filha riram – Mas sim, apresente. Até porque, você apresentar um rapaz como qualquer coisa que não seja seu namorado, não vai enganar ninguém.

_ Enganar o que? – Fábio entrou no quarto, amarrando a gravata – Giane, me dá uma ajuda aqui, pelo amor de Deus.

_ Pai, como você se virava antes de conhecer a mãe? – perguntou Belle, enquanto a fotógrafa arrumava a gravata do marido.

_ Ah filha, agradeça por não ter me conhecido nessa época. – o homem murmurou, assumindo um semblante triste. Giane acariciou o rosto do marido.

_ Você me encontrou e mudou, é só o que importa. – garantiu a mulher, dando um selinho no marido – Só o que importa.

Ele assentiu, a abraçando apertado. Ela piscou para a filha por cima do ombro do marido, vendo que Belle estava confusa com o que estava acontecendo.

_ Qual é, achei que o legal dessa família era não sermos emotivos. – Miguel brincou, entrando no quarto com Catarina saltitando ao seu lado.

_ Vou te dar uns cascudos na cabeça, para aprender a falar comigo direito. – resmungou Fábio, aninhando a esposa a si.

_ Vocês estão muito bonitos. – elogiou Cat, correndo abraçar os pais – Mas eu acho que a mamãe devia usar um vestidão, daqueles de princesa de contos de fada.

_ Você realmente não existe, né Cat? – riu o pai, beijando a cabeça da filha – Mas você está linda com esse vestido de princesinha.

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_ É porque eu sou a princesinha de vocês, né papai? – ela deu um sorriso travesso – Já que a Belle já é mocinha...

_ Vem não pirralha, esse título foi meu bem antes de ser seu. – o casal riu do ciúmes da filha mais velha – Você é genérica.

_ Eu to tranquilo, porque o campeão dessa casa vai ser sempre eu. – riu Miguel, afundando a mão nos bolsos da casa – Podem se matar.

_ Meu Deus, mas são metidos demais. – gargalhou Giane – Realmente são filhos seus.

_ Olha, estamos prestes a renovar os votos de casamento. Se tem algo que você quer me contar, melhor dizer agora, que peço para nem descongelarem o camarão. – garantiu o publicitário, fazendo a família rir – Mas sabe do que eu estou sentindo falta?

_ Acho que eu prefiro não saber. – garantiu Miguel, recebendo um peteleco da gêmea – Ai, isso dói.

_ Eu sei. – sorriu Belle – Prossiga pai, por favor.

_ Nós sempre postávamos fotos fofas e melosas no Instagram, quando vocês eram pequenos. – suspirou o publicitário – Aí vocês fizeram nove anos e ficaram chatos.

_ Essa festa não está te fazendo bem. – Giane gargalhou – Como pode ser tão meloso?

_ Nem vem, que quem começou com isso foi você. – garantiu o homem.

_ Vamos tirar uma foto bem fofa então, já estamos todos lindos. – sorriu Cat – Quer dizer, eu, papai e mamãe estamos lindos. O Miguel e a Belle estão o melhor que dá.

_ Agora sim parece ser filha nossa. – gargalhou Fábio, enquanto caminhavam para o espelho do quarto, mas Belle os parou.

_ Qual é, pai, foto no espelho é ultrapassada. – reclamou ela.

_ Mas é pra combinar com essa daqui. – ele mostrou a foto no celular, tirada na primeira vez que haviam saído os cinco, após Catarina nascer – Vai princesinha, pelo papai.

_ Só porque é aniversário de vocês, velhão. – Miguel caminhou até o espelho, sendo fuzilado pelo publicitário.

_ Velho é teu pai. – os cinco gargalharam – Vem aqui Cat.

Ela correu, pulando no colo do pai (ela era bem baixinha para a idade, e tão magra quanto a mãe quando criança). Fábio segurou-a do lado direito do corpo, abraçando Giane do lado esquerdo. Miguel deixou a mãe abraçá-lo, enquanto Belle ficava em frente ao pai.

_ Muito bem, aquele sorriso bem lindo de família de comercia de margarina, porque é isso que nós somos. – avisou Giane, enquanto Belle posicionava a câmera – E faça uma foto bonita, Isabelle, ou sua mãe fotógrafa te deserda.

A menina riu, ajustando o foco do celular. Os cinco sorriram e ela tirou a foto.

_ Ah, isso é que é uma família bonita. – sorriu Fábio – Aviso que o próximo comercial de margarina da agência, nós estrelaremos.

_ Não seja brega. – resmungou Miguel.

_ Eu vou arrancar a sua orelha se você continuar tirando com a minha cara. – reclamou o homem – Giane, olha o que você ensinou para essas crianças. Eles não me respeitam.

_ Coloca essa foto logo no Instagram, que eu ainda preciso ver alguns detalhes lá embaixo. – riu a mulher – E vocês três... Tem coisas espalhadas na sala. Arrumando, agora.

_ Ah mãe... – reclamaram os três filhos, seguindo ela pelo corredor e deixando Fábio aos risos.

~*~

Como não haviam se casado de maneira religiosa, a ideia da renovação de votos seria um pouco diferente. A “cerimônia” foi toda arquitetada por Belle e Catarina, ansiosas por fazer parte de tudo.

Houve uma entrada, ao som de uma das músicas que Giane mais gostava na época do namoro (N/A: Abraços pra Home, né gente?), e a corintiana entrou de braços dados com o filho, enquanto Fábio entrou com as duas filhas, que estavam praticamente pulando de animação.

_ Agora, o papai e a mamãe vão falar os votos deles, que vai ser basicamente a cerimônia, e depois nós teremos o jantar. – explicou Belle, pegando o microfone – Ah é, e eles vão trocar as alianças de novo, porque isso é fofo.

_ Belle, deixa eles falarem. – mandou Miguel, tirando o microfone da irmã, enquanto os convidados riam – Mãe.

_ Obrigada. – ela agradeceu, pegando o aparelho – Bom, eu não sou muito boa com esse negócio de falar, isso todo mundo sabe, mas... Por você eu dou um jeito de falar. – ela sorriu para o marido, que sorriu para ela – Sabe qual é a primeira lembrança que eu tenho de você? Nós tínhamos três anos, e eu ficava na casa da tia Salma durante o dia, porque meu pai trabalhava. Nós estávamos no quintal dos fundos e eu estava com uma bola de futebol. E eu chutei ela na sua barriga, e você me chamou de “moleque idiota”. – todos riram, enquanto Fábio mordia o lábio inferior – E foi assim dali em diante, basicamente. E com o tempo você acrescentou maloqueira, tranqueira, corintiana, e por último e mais importante, amor. – ela sorriu, acariciando o rosto dele – Você foi a minha melhor escolha, fraldinha, a mais difícil, mas a melhor. Você me deu as coisas mais importantes da nossa vida, e mesmo que eu te agradeça todos os dias, nunca vai ser o bastante. Então... – ela limpou a garganta – Cat, a aliança.

A menina pegou a aliança no bolso do vestido que usava, e estendeu para a mãe. Miguel segurou o microfone, já que Belle tremia de vontade de chorar. Giane suspirou, segurando a mão do marido.

_ Eu prometo aguentar suas crises de meia idade, seus ataques melosismo, suas ideias de viagens de última hora. Prometo te amar incondicionalmente, te respeitar e cuidar de você quando ficar com gripe e não quiser sair da cama por manha, pelos próximos 15, 30, 45 anos. – ela colocou a aliança nele – Te amo, seu fraldinha meloso e manhoso.

O publicitário sorriu, enquanto ela beijava o anel, que era o mesmo que eles haviam usado no casamento há quinze anos atrás, mas com uma listra de ouro branco no meio. Ele pegou o microfone da mão do filho, respirando profundamente, umedecendo os lábios.

_ Pouco antes de descermos para a festa, as crianças entraram no nosso quarto e nós tiramos uma foto... Aquela ali, no telão. – ele apontou a direção, surpreendendo a mulher e os filhos – E isso me fez pensar muita coisa. Eu passei mais da metade da minha vida achando que eu não tinha nada, e metade desse tempo achando que eu não merecia nada. Até o dia em que ela me encontrou. É estranho falar encontrou, porque, graças a algum presente divino, eu tenho o prazer de fazer aniversário perto dela, um dos motivos pelos quais estamos fazendo essa festa.

“Mas como eu dizia, eu era um lixo, até o dia que ela me encontrou e me salvou. E não foi só de morrer fisicamente, foi de morrer de vez para a vida. Maloqueira, você me ensinou a apreciar a lua cheia, uma pelada no fim do dia, ficar deitado do seu lado, enquanto você grita pelo Corinthians. Mas o principal de tudo, você me ensinou que a vida é... É boa. Que mais vale dormir do seu lado, do que estar nas festas mais incríveis do mundo. Que dançar com você na cozinha, enquanto a gente deixa o almoço queimar, é mais incrível do que um jantar no restaurante mais famoso do mundo. Que toda a fama, sucesso e dinheiro, não valem mais do que você e os nossos filhos sorrirem para mim, todos os dias quando eu chego do trabalho. Que...”

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Ele parou, tentando recuperar o folego. Giane chorava sem pudor, enquanto Miguel abraçava as duas irmãs, que choravam copiosamente aos convidados (N/A: alguém me abraça que eu to chorando também).

_Então, obrigado por ter escolhido arriscar tudo para ficar comigo, obrigado por ter me amado todos os dias nos últimos dezessete anos, apesar de todas as brigas e xingos e gritos e noites no sofá. – os dois riram – Obrigado por esses três monstrinhos que estão aqui, e pela estrelinha que está no céu. – Giane soluçou alto, enquanto ele segurava sua mão – Eu já te prometi isso uma vez, e te prometo todos os dias se você quiser: que eu vou estar sempre do seu lado, vou sempre te fazer feliz, cuidar de você até quando você estiver uma velhinha reclamona e rabugenta, que vai dar bengalada na cabeça dos nossos netos e me fazer andar de mãos dadas com você na rua, pra você não cair de cara no chão. Eu prometo te amar por toda a minha vida, e mais ainda se isso for possível. Te amo maloqueira.

Ele pegou o anel que Cat estendia, e deslizou pelo dedo da esposa, beijando logo depois. Ele ergueu os olhos para ela, vendo-a soluçar. Acariciou seu rosto, puxando-a pela cintura e beijando da maneira de sempre: como se fosse o último beijo.

Todos os presentes explodiram em aplausos, principalmente os três filhos, Miguel não mais fingindo não estar emocionado.

_ Eu te tanto, seu imbecil. – sussurrou Giane, quando eles se afastaram.

_ Não tanto quanto eu te amo, sua grossa. – ele sorriu, dando um selinho nela – Você é a mulher da minha vida, cê sabe disso?

_ É claro que eu sei. E cê é o homem da minha, mas não vai ficar metido.

_ Cavalo grosso.

_ Fraldinha.

_ Maloqueira.

_ Cala a boca e me beija.

_ Com todo o prazer...

Mas o beijo não chegou a acontecer, porque foram impedido pelo tranco do corpo dos três filhos os abraçando. Eles sorriram, envolvendo as três crianças no abraço. E foi bem melhor do que um beijo.

~*~

_ Ai meu Deus, acho que nunca chorei tanto na minha vida. – Camila levantou, abraçando Giane, quando o casal foi até a mesa dos amigos para cumprimentá-los – Fábio Campana, seu maldito, você acabou com a minha maquiagem.

_ Qual é modelete, você vem em um evento desses sem maquiagem a prova d’água? – riu o publicitário, enquanto abraçava a irmã.

_ Foi lindo mesmo, padrinho. – garantiu Marcela, abraçando a madrinha – Eu chorei muito com o que você falou.

_ Do jeito que o Miguel parece comigo, pode ficar tranquilo, você ainda vai ouvir o seu. – ela corou, enquanto Caio fuzilava o amigo.

_ Eu não entendi algumas coisas. – Clara tinha cara de choro – Tipo, o que aconteceu antes de vocês namorarem.

_ É uma longa história, tampinha. Quando vocês forem maiores, a gente explica. – prometeu o publicitário – Agora eu quero é saber uma coisa.

_ O que?

_ Quem é aquele ali abraçado com a minha filha? – rosnou o homem, fazendo todos engolirem em seco, exceto Caio.

_ Deve ser um amigo, que nem o Miguel é da Marcela. – Fábio fuzilou o amigo, enquanto via a filha se aproximando com o rapaz.

_ Hã, pai. Esse aqui é o Luiz Otávio, meu, hã, meu namorado. – Belle sorriu amarelo, enquanto via o pai arregalar os olhos.

_ Hora de eu intervir. – Giane saiu do lado das sobrinhas, caminhando até o acontecimento – Luti, certo? Sou a Giane, mãe da Belle.

_ A Belle fala muito de você. – sorriu o rapaz, aliviado com algo além da cara de assassino do sogro – Você é muito bonita, com todo o respeito.

_ Respeito é você tirar a mão da cintura da minha filha e não elogiar a minha mulher. – rosnou Fábio, enquanto Caio gargalhava – Ô maricas, vou dar na sua cara.

_ O badboy voltou? – riu Maurício, observando o rapaz engolir em seco, morrendo de medo.

_ Quantos anos você tem, se me permite perguntar? – perguntou Fábio, com o semblante sério.

_ Fiz dezesseis mês passado. – dessa vez, Caio e Maurício engasgaram junto com o Campana.

_ Você tá maluco? – gritou o padrinho da menina – Isabelle, você só tem treze anos, ele é muito velho para você.

_ Onde você achou esse cara? – perguntou Caio.

_ Ué, o Pedro apresentou ele e mais alguns amigos, mês passado. – quem explicou foi Marcela, fazendo o pai arregalar os olhos – Nós fomos no cinema aquele dia, assistir Velozes e Furiosos 17.

_ Marcela, nós vamos ter uma conversa bem séria quando chegarmos em casa. – avisou o fotógrafo, enquanto Maurício fuzilava Clara.

_ Relaxa aí, papai, eu to bem de boa. – a Vasquez avisou, dando de ombros.

_ Muito bem, sem brigas e discussões hoje, vamos voltar ao clima alegre e emotivo de antes, está bem? – pediu Giane, apertando o braço do marido – Luti, é um prazer conhecê-lo, espero que goste da festa. Não é, amor?

_ É, é. – o publicitário apertou a mão do rapaz – Divirta-se.

Belle sorriu para o pai, saindo de mãos dadas com o namorado. O sorriso do homem sumiu instantaneamente.

_ Maurício, Caio... Os quatro olhos em cima dela, ouviu? Se ele chegar a 30 centímetros da boca dela, que ele perca o bem mais precioso dele. Entendido?

_ Mais claro que o nome da minha filha. – garantiu Maurício, fazendo todos encará-lo – Que foi?

_ Amor, você não é bom com piadas, realmente. – suspirou Malu, abraçando o marido.

~*~

_ Com licença, gente? – Belle pegou o microfone, atraindo a atenção de todos – Agora que todos já comemos e conversamos, vamos abrir a pista de dança. Para isso, eu gostaria de chamar os noivos, para uma dança especial.

_ O que mata é o melosismo dela. – suspirou Fábio, enquanto ele e a esposa iam para o meio da pista de dança – Muito bem, que música você escolheu?

_ É uma música bem bonita, prometo. – sorriu a garota, correndo até o DJ e deixando os pais curiosos.

_ Ai meu Deus. – Giane riu, quando começou a tocar Because You Loved Me – A Malu deve ter contado do show da Palmira Valente.

_ Aquele em que você deixou meu pé cheio de marca de ferradura? – perguntou o homem, abraçando a corintiana pela cintura.

_ Eu? – ela gargalhou – Quem dançou mal para caramba foi você.

_ Mas você gostou, né? De ficar coladinha comigo. – ele perguntou, bem próximo ao ouvido dela.

_ Hum, talvez. – ela sorriu – Você estava fedendo um pouquinho, na verdade.

_ Cala a boca vai. – ele riu, lhe dando um beijo.

_ Olha que fofo. – Giane apontou para o lado, e o marido fechou a cara. Belle estava dançando com o namorado, Catarina estava tendo a companhia do primo Matheus, e Miguel estava dançando com Marcela – Se isso te consola, não acho que esse namoro da Belle vá durar.

_ Me consolar? Giane, eu não quero ninguém relando na minha filha, muito menos vários caras. – ele reclamou, fazendo a corintiana rir – Cadê a época em que ela tinha nojo dos meninos, porque eles viviam suados?

_ Ah amor, eles estão crescendo.

_ E nós envelhecendo. – ele choramingou – Isso me lembra que hoje também é nosso aniversário de quarenta anos

_ Você é o quarentão mais gato do mundo. Mais até que Brad Pitt. – garantiu ela, lhe dando um selinho – E sabe o melhor? É só meu.

_ Só seu. – ele sorriu, enquanto a música terminava – Acabou o momento melação?

_ Pela cara das suas filhas, não. – sorriu a corintiana, enquanto via os filhos dispensarem os acompanhantes – Acho que não vamos nos livrar de duas festas de quinze anos.

_ Não duvido nenhum pouco disso. – garantiu o homem, estendendo as duas mãos – Senhoritas.

As meninas riram, dando as mãos para o pai, que as rodou no lugar, abraçando as duas e começando a dançar. Giane riu, enquanto Miguel estendia a mão para ela.

_ Ora, que galã. – riu a corintiana, começando a dança com o filho – Aprendeu direitinho com o seu pai, não é?

_ Ele me deu uns toques, para agir com a Marcela hoje. – respondeu o garoto – E até que deu certo... A gente ficou.

_ E quando vocês vão assumir esse namoro?

_ Quando ela quiser. – reclamou Miguel, fazendo a mãe rir – Ela é difícil, deve ter aprendido com a madrinha.

_ Você vai apanhar, ouviu menino?

_ Tapa de amor não dói. – ele sorriu maroto, recebendo um beliscão – Mas isso dói.

~*~

_ Hora do parabéns. – avisou Irene, enquanto o bolo era colocado na mesa. Fábio fez careta ao ver a vela com o número 40, mas Giane sorriu, o puxando pela mão.

_ Vamos envelhecer juntos, tá bom? – prometeu ela, beijando o rosto dele. O marido sorriu, a abraçando com carinho, os dois encarando as velas sendo acesas – Cadê as crianças?

_ Chegamos. – Miguel veio puxando Cat, enquanto Belle vinha correndo do lado oposto, com Luti alguns passos atrás.

_ Espero que vocês dois estivessem rezando. – rosnou o mais velho, enquanto a filha ria.

_ Então você e a mamãe são bem religiosos. – o publicitário arregalou os olhos, enquanto a esposa abraçava seus braços e mandava começarem os parabéns.

Quando o coro acabou, o casal assoprou as velas juntos, com os filhos pulando ao seu lado, especialmente a caçulinha super animada.

_ Agora, cortem o bolo e façam um pedido. – mandou Margot, entregando a espátula para os dois – E vocês também, crianças.

_ Venham aqui, monstrinhos. – Fábio chamou os filhos, enquanto ele e a esposa seguravam a espátula. As três crianças seguraram e junta, a família cortou o bolo. Giane tirou o primeiro pedaço, e o marido colocou três garfinhos.

_ O primeiro pedaço é de vocês três. – avisou ela, vendo os filhos sorrirem – Obrigada por terem nos escolhido como seus pais.

_ Ah mãe. – Belle fez bico, enquanto abraçava os pais, seguida pelos irmãos.

_ Ai que família fofa. – o grito de Camila ecoou pela festa toda, fazendo os presentes rirem.

~*~

_ Mãe, pai, temos um presente para vocês. – avisou Cat, correndo até os pais, com os dois irmãos atrás – Toma.

_ O que vocês aprontaram? – perguntou Fábio, enquanto Giane abria o envelope.

_ Passagens para o Caribe? – sorriu a corintiana – Como vocês conseguiram isso?

_ Uma pequena ajuda das avós e avôs. – explicou Belle – Tudo do jeitinho que foi da primeira vez.

_ Mas e vocês? – perguntou o pai.

_ A vó Margot e o vô Silvério vão passar a semana aqui com a gente, podem ir tranquilos. – prometeu Miguel – As meninas fizeram a mala de vocês, o avião parte em duas horas, e nós nos livramos do trauma de ouvir vocês comemorando a lua de mel no quarto no fim do corredor.

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_ Miguel. – Giane corou até a raiz do cabelo, enquanto o filho ria – Obrigada crianças.

_ Muito obrigado monstrinhos. – os pais abraçaram as crianças – E Belle... Sem namorado em casa.

_ Pai, relaxa vai. – riu a menina, enquanto os cinco caminhavam até a garagem – Ah, fizemos uma coisinha com o carro.

_ Vocês são terríveis. – riu Giane, enquanto via “Fabine” escrito no vidro traseiro, além das diversas latas amarradas atrás do carro.

_ E tem mais... – avisou Cat – CHUVA DE ARROZ.

Antes que o casal pensasse em algo, os convidados apareceram de todos os lados, jogando arroz sobre eles. Fábio abraçou a esposa, os dois rindo alto. As três crianças correram e beijaram o rosto dos pais, logo os guiando para a porta do carro.

_ Boa viagem e divirtam-se. – desejou Belle, fechando a porta.

_ Espero que eles tenham pego outro quarto no hotel. – avisou o publicitário, enquanto saia de ré.

_ Hum, e o quarentão aguenta o tranco das paredes? – riu a fotógrafa, recebendo uma fuzilada.

_ Sabe o que mais eu aguento? O banheiro apertado do avião. – ele sorriu sacana.

_ Você não ousaria. – ela fechou os olhos em fenda. O homem riu, pegando a mão dela e beijando.

_ Feliz aniversário de casamento, maloqueira.

_ Para você também, fraldinha. Te amo.

_ Nunca vou cansar de dizer de dizer que eu também.