– Jellal? O que tem ele? – Gray perguntou notando o espanto de Lucy.

– É só que... Não posso te contar isso.

– Agora começou então termina.

– Não Gray, realmente não posso. É problema de uma amiga.

– Da Erza?

– Eu disse de uma amiga! Não quer dizer que seja a Erza!

– Que outra amiga você tem além dela?

A menina se preparou para contestar e então desistiu; ele tinha razão.

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– Enfim! Afinal, vamos aceitar a proposta da Sociere?

– Vamos aceitar a reunião. Lá analisaremos todas as propostas deles e então tomaremos a decisão.


Ficou acertado que Lucy iria falar com Laxus, já que Gray não lhe tinha estima alguma. A jovem presidente preparou alguns discursos e então bateu na sala do recém-chegado:

– Pode entrar.

– Com licença – Lucy entrou timidamente. Laxus largou o que fazia no computador e levantou-se. Ele era o único na empresa que usava ternos claros, como o caqui que ele estava usando neste dia.

– Ah, Lucy! Se soubesse que era você já teria deixado a porta aberta! Você é presidente, pode entrar e sair à hora que quiser.

– Obrigada – Lucy sorriu – Bem, vim falar sobre a proposta de vocês.

– Claro! Sente-se, por favor! Fique a vontade.

– Bem, Gray e eu decidimos analisar melhor se vocês aceitarem realizar uma pequena reunião.

– “Vocês”?

– Sim. Queremos Jellal presente também.

Laxus cruzou as mãos na boca e apoiou os cotovelos na mesa. Embarcou em pensamentos profundos a respeito da ideia:

– Jellal é um cara difícil... Ele mal sai do escritório dele, nem em caso de emergência. Mas verei o que posso fazer.

– Certo então.

– Ah, já que vocês propõem uma reunião, quero propor mais uma coisa.

– O que?

– Um jantar. Vamos sair todos juntos em um jantar amigável para melhorarmos nossa relação, afinal, estamos falando de uma possível união de presidências, então nada mais justo do que nos conhecermos melhor. Se tudo der certo nesse encontro, então poderemos pensar numa reunião de propostas.

– É, eu gostei da ideia...

– Peça ao Gray para levar a noiva dele, e se você puder, traga uma companhia para Jellal. Eu sei melhor do que ninguém o quanto ele está precisando de uma... – e Laxus fez uma careta de paciência. Lucy riu.

– Pode deixar. Conheço a pessoa perfeita para ele.

– Ótimo! E se me der a honra, posso ser sua companhia? – Laxus perguntou cordialmente. Lucy sorriu.

– Claro.

– Ótimo! Então fica marcado para amanhã, às sete horas. Eu busco você em sua casa, às...

– Não, não será preciso. Encontramos vocês lá a esse horário.

– Como quiser.

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– Gray? – Lucy foi entrando na sala do moreno e dando de cara com Juvia.

– Ah Lu-sama!!!

A azulada correu para abraçar a loirinha que ficou assustada.

– Oi Juvia – Lucy sorriu – Vim falar sobre a reunião, Gray.

– Ah claro! Juvia, pode esperar lá fora?

– Não será preciso – Lucy logo disse – Laxus propôs um jantar amanhã à noite para melhorarmos nosso relacionamento como futuros sócios.

– Jantar?! – Gray pareceu aborrecido.

– É Gray, nada muito formal. Apenas um jantar entre amigos.

– Ah Lucy... Você sabe que não gosto dele!

– Por isso mesmo! Gray, sei que vocês não se deram bem quando crianças, mas agora ele mudou! Sei que mudou!

– E como você pode saber isso? – ele perguntou ríspido.

– Pela forma como ele fala. Ele é super gentil! Coisa que você não é... – Lucy falou baixinho.

– Eu ouvi isso, senhorita Heartfilia. Me parece que é vocês dois que estão querendo “se relacionar melhor”.

– Deixa de ser bobo Gray! Você aceitou fazer a reunião! O que tem demais num jantar qualquer?

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– É Gray! – Juvia entrou na conversa – Vai ser divertido!

– Mas você não vai Juvia... É um jantar de negócios.

– Não, é um jantar de amigos! E você vai sim Juvia. Aliás, Laxus faz questão da sua presença!

– Ah! – a azulada comemorou.

– Vou levar a Erza também e Laxus vai tentar levar o Jellal.

Gray pensou por uns segundos e então gritou:

– Está vendo! É um encontro de casais!

– Ah! Cansei de você! – Lucy exclamou irritada – Quando estiver mais calmo você fala comigo. Até lá, trate de leva-lo, Juvia.

– Pode deixar! – a azulada pulava de alegria.


Lucy sentou em sua mesa. Pensou no quanto Erza ficaria feliz. Lembrou-se do dia anterior, no carro. Na mesma hora pensou em Laxus beijando sua mão e se esqueceu de tudo. Ela realmente sentia-se ansiosa pelo jantar.

– Lu? Me chamou? – Erza aparecera.

– Sim. Tenho uma grande notícia para você.

– O que você aprontou agora, danadinha?

– Jellal Fernandes... Este nome lhe soa familiar...?

O sorriso de Erza apagou no mesmo instante, dando lugar a uma expressão fechada.

– O que tem ele?

– Bem, a empresa dele quer fazer negócios com a Fairy Tail e nós marcamos um jantar para nos conhecermos melhor. Isso foi ideia do Laxus, amigo dele. E bem, ele me pediu para levar você porque o Jellal...

– O que?! – Erza pareceu chocada.

– É Erza... Vamos em um jantar como amigos, eu, você, Laxus, Jellal, Gray e Juvia.

– C-como pode fazer isso comigo? – a ruiva perguntou ofendida.

– O que?

– Lucy, eu pensei que você fosse minha amiga...

– O que? Mas eu sou Erza! É por isso que estou fazendo isso!

– Não! Você está sendo egoísta! Está usando meus sentimentos para o benefício da SUA Empresa!

– O que?! Não Erza! Você está entendendo errado!

– Eu não vou servir de isca pra você ganhar mais dinheiro, Heartfilia! Você é um monstro!

A ruiva saiu correndo da sala:

– Erza! Erza!

Lucy correu atrás da amiga e a puxou pelo braço:

– NUNCA MAIS FALE COMIGO, SUA VADIA!!!

Os olhos cor de mel encheram-se d’água. Lucy não acreditava no que ouvia. Ela soltou Erza que desapareceu no elevador e voltou para sua sala. O que fizera de errado? Só tentara fazer sua amiga feliz... Por que isso?!

– Senhorita Heartfilia?

Lucy enxugou os olhos e olhou para a porta: todos os gerentes da Empresa estavam entrando com cara de poucos amigos.

– Algum problema?

– Eu é que pergunto isso! – um homem falou – Como você foi capaz de fazer isso conosco?!

– O que?

– Nós confiamos em você! – um outro disse.

– Esperem! – Lucy gritou – Não estou entendendo do que estão falando!

– Ah, sabe muito bem! Olhe essas fichas! – e o homem entregou um maço de folhas – Baixar nossos salários para cortar gastos extras?!

– E esses gráficos de inflações altíssimas?! Onde estava com a cabeça quando aceitou tais propostas?!

– O que?! Eu não aceitei proposta nenhuma e não baixei salário de ninguém!

– E como explica isso?!

– E-eu não sei!

Todos começaram a falar ao mesmo tempo. Lucy gritava para tentar acalmar a situação. Chegou a um ponto onde ela não aguentou mais e saiu da sala:

– Onde pensa que vai?!

– EU VOU RESOLVER ISSO!!!

E ela bateu a porta com tudo. Gajeel e Lisanna a encaravam na recepção:

– Senhorita Heartfilia? Está tudo bem?

– S-sim, Lisanna... Obrigada...

Lucy sentou-se em um sofá e enterrou o rosto entre as mãos, passou-as pelos cabelos e então cruzou-as na frente da boca.

– Então é isso, Lisanna. Obrigado pela ajuda.

Gajeel acionou o elevador, mas algo fisgou em sua consciência e mesmo relutante ele deu meia volta e se aproximou da presidente:

– Posso ajuda-la em alguma coisa?

Lucy o encarou e então sorriu cansada:

– Não Gajeel... Agradeço, mas está tudo sob controle. É, está – e ela fez esforço para acreditar nisso. Levantou-se do sofá e entrou no elevador.

XxxxXxxxX

– Gray, cara, o que está acontecendo com a Lucy?

– Oi? – o rapaz tirou sua atenção do notebook.

– Cara, ela tá com problemas.

– Ah Gajeel, não me enche. Eu tenho meus problemas, ela tem os dela. Não dá pra ficar ajudando todo mundo.

– Que isso? Tá de TPM?

O rapaz o fuzilou com o olhar:

– Tá, tá... Desculpa. Só achei que vocês estivessem se dando melhor agora... Pelo menos era o que parecia.

– Posso terminar meu trabalho?

– Ok! Não tá mais aqui quem falou... Só não entendo como você pode ficar tão sossegado enquanto sua parceira tá sofrendo por aí.

Gray bateu na mesa:

– Se eu ajuda-la, você me deixa em paz?

– Sim.

Os dois saíram da sala e procuraram pela garota. Chegaram ao restaurante, onde disseram que ela estaria. Procuraram uma mesa escondida num canto e se sentaram. Lucy apareceu saindo do banheiro, os olhos inchados e vermelhos podiam ser vistos de longe. Ela andou até uma mesa no centro, onde um sujeito de óculos estava sentado.

– Quem é ele?

– Nunca o vi...

Os dois cumprimentaram-se e começaram a conversar. Parecia um diálogo entre amigos até ele mostrar uma pasta a ela e seu sorriso desaparecer.

– Gray, vamos fazer o seguinte... – Gajeel começou.

O moreno tentou discordar do plano, mas seu amigo maluco já estava decidido. Gajeel pegou uma taça contendo vinho e passou pela mesa da presidente. Fingiu tropeçar em algo e acabou derramando o liquido na camisa do sujeito de óculos:

– Seu maluco!

– Me desculpe! Eu tropecei! Não foi minha intenção fazer isso...

– Seu desajeitado! Agora terei que dar um jeito nisso!

O sujeito levantou irritado e foi até o banheiro tentar limpar o terno. Gajeel saiu e sentou em outra mesa, bem nos fundos. Foi a vez de Gray ir até a mesa. Lucy estava com a cabeça apoiada numa mão e a outra virando as páginas da pasta; se quer prestava atenção no que acontecia a seu redor.

– Posso me sentar?

Lucy olhou para cima e viu o moreno encarando-a:

– É que estou acompanhada...

– Não vou demorar.

E sentou-se. Ela voltou a olhar a pasta e então Gray tirou suas pequeninas mãos da mesa e segurou-as:

– Lucy, o que está acontecendo?

– O que? Não sei do que está falando... – ela sorriu sem jeito.

– É sério Lucy, não precisa esconder. Todo mundo já sabe que a presidente está com problemas. Me diga o que está havendo e eu vou tentar ajuda-la.

– Gray, não está havendo nada!

– É assim então? Certo.

O rapaz abriu a carteira e largou uma nota de vinte na mesa. Puxou a loira pelo braço e a levou para fora do restaurante. Gajeel, que observava tudo, só viu o casal sair e o sujeito de óculos voltar, procura-la, dar de ombros, guardar a nota e partir com a pasta embaixo do braço.

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– Onde estamos indo? – Lucy perguntava enquanto era arrastada cidade afora. O moreno a ignorava. Ventava muito e seu fino casaco cor de rosa não ajudava em nada contra o frio. Deram uma volta pelo quarteirão até chegarem num grande lago onde havia barzinhos, pessoas caminhando e cachorros passeando – O que viemos fazer aqui?

O moreno ainda a ignorava. Aproximaram-se de uma guarita onde o rapaz pagou uma nota de dez e a arrastou até um cisne gigante. O “barquinho” andou pela água até parar no meio do lago.

– Será que agora dá pra me falar por que estamos aqui?

Gray deu de ombros:

– Hu, você disse que queria ficar calada... eu respeito isso. Mas se vamos ficar calados, que seja num lugar agradável.

Lucy o encarou. Ele estava com a cabeça encostada no banco, de olhos fechados. A menina soltou um muxoxo de impaciência:

– Hunf! Eu não te entendo, sabia?

– Ah, não entende?! Não entende o que, senhorita Heartfilia?!

– Por que você é assim?! Por que uma hora é gentil comigo, outra está me dando patadas?!

– Acredite, você também é assim! – mal perceberam, mas já estavam gritando um com o outro – E mais! Se eu sou assim, a culpa é sua!

– Minha?! Por que a culpa seria minha?!

– Por que você é assim... – e Gray baixou a voz.

– Assim como? – Lucy ficou curiosa.

Gray ficou longos segundos pensando no que dizer. Fechou os olhos para criar coragem de falar e não pensou duas vezes:

– Incrível.

Lucy ruborizou. Sua fala sumiu. Nada passava por sua cabeça. Ela voltou a encostar-se ao assento e ficou encarando o chão.

– N-não sei do que está falando...

– Claro que sabe. Lucy, desde que você chegou minha cabeça anda confusa. Você provoca coisas em mim que nunca havia sentido antes... E toda essa história de casamento, Juvia, empresa, associação... Minha cabeça tá muito carregada!

– Desculpe... Eu não queria lhe causar problemas...

– E eu não queria sentir isso por você... Mas é involuntário! Simplesmente acontece! E eu gosto... Eu... Eu... Lucy... – ele suspirou – Eu acho que te amo.

A garota engoliu seco. Seu coração disparou. Mas estava tudo errado! Não poderia ser assim! Não, ela não queria que fosse assim! Toda essa confusão... Não!

– Gray... – ela começou a falar suavemente – Então acho melhor ficarmos sem nos ver.

O moreno ficou surpreso. Sentiu seu peito inchar e voltar ao normal num segundo:

– O que está dizendo...?

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