Antes do Epílogo

Capítulo 28 - O ombro de Gui


Ron fechou os punhos e somente uma coisa vinha em sua cabeça, ou melhor duas: o nome de Owen e o último olhar do homem para ele antes de desaparatar. Ele virou-se e siau andando apressado, mas foi impedido de continuar além na porta pela mão de seu pai em seu peito.

— Filho, não tem onde você ir.

— Eu não posso é ficar aqui parado. - Ele se virou para os sogros. — Eu vou achá-la e trazê-la de volta.

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Ele voltou a andar e encontrou Harry chegando com Gina.

— Ron, nós vamos achá-la, mas não sabemos onde eles podem estar.

— Pois eu vou descobrir, Harry. Eu não posso deixá-la com aquele cara. - Ele quase gritara. — Vou para o ministério, podemos rastrear lareiras… Harry me ajuda.

Ele estava desesperado e Harry tentava segurar a barra para o amigo apesar de também estar preocupado com a amiga. Hermione estava em uma casa abandonada, era só isso que conseguia saber diante da escuridão e bagunça que havia ali.

Amarrada em um canto, estava sentada, e um homem de cabelos compridos fazia companhia a ela sentado em uma poltrona. Ela tinha acabado de acordar novamente. Todas as vezes que tentava falar, ele a calava fazendo com que ela ficasse temporariamente desmaiada. Não desistiria de tentar entender o que acontecia.

— Por favor, onde estou? Quem é você? - Tentou ser mais educada e calma, pois das outras vezes ela estava alterada.

— Adotar esse tom polido não vai adiantar nada, querida. Mas se quer saber, seu namorado é realmente muito esperto, mas eu sou mais rápido e não tenho medo. Talvez eu te devolva para ele, um pouco diferente do modo como a encontrei, mas você é minha chave para ter Eileen comigo novamente.

— Eileen? Quem é Eileen?

— Não te devo satisfações, e é melhor ficar quieta agora. Ou melhor, vamos trazer seu namorado para nos fazer uma visita, o que acha?

— Como ele poderá trazer Eileen de volta, afinal?

— Se ele realmente te ama saberá como é importante que eu tenha Eileen comigo novamente. Venha vamos preparar um patrono para ele, querida.

Ron havia aceitado tomar um chá e esperar Harry ir até o ministério com seu pai para falar com Kingsley. De repente uma lontra irrompeu pela sala e Gina e Ron se olharam.

Ron... Godric's Hollow. – A voz de Hermione ecoou pela sala e Molly, o Sr. e a sra. Granger correram para se juntar os irmãos.

— Essa era a voz da Hermione? - Perguntou a mãe da menina com a voz carregada de esperança.

Ron apenas levantou e balançou a cabeça, saiu e aparatou sem se importar com os gritos de Gina e Molly.

Ron chegou em frente a um cemitério e olhou ao redor, não sabia onde exatamente Hermione estava, mas não podia ficar parado, correu. Por sorte encontrou um cachecol, sabia que era dela pois foi presente de Molly no natal. O guardou no bolso de seu casaco e ele tinha o perfume dela, seu peito doeu. Correu um pouco mais na mesma direção da peça que acabara de encontrar.

Harry voltou do ministério e novamente Gina correu para abraçá-lo, mas desta vez pela lareira.

— Ron desaparatou, Hermione mandou um patrono e ele foi pra onde ela disse, não ouviu quando mamãe e eu dissemos que te esperasse.

— Calma, Gina. Você ouviu o que Hermione disse?

— Sim, eu estava na sala no momento, Godric's Hollow, Harry, é lá que ela está, pelo menos se não for uma armadilha.

— Eu vou atrás dele, não se preocupem. - Harry beijou a ruiva e dasaparatou também.

Hermione havia recebido uma cruciatos para que mandasse aquele patrono para Ron, por isso estava fraca, se recuperando. Mas Ronan Owen, queria torturar Ron e faria isso usando Hermione.

— Espero que seu namoradinho tenha entendido o recado, assim ele vai ouvir tudo que você passará e vai ficar louco, fará qualquer coisa e eu terei Eileen aqui comigo.

Hermione gritou, gritou como na noite que Belatrix a torturou. Mas já não tinha forças e ficou imóvel logo, apenas sentindo a dor de ter seus ossos torcidos assim como sua carne queimar. Ron estava próximo e suas pernas falharam ao ouvir os gritos da morena.

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— Ron! - Gritou Harry do ponto que parou. Correu até o amigo.

Ron começara a andar de encontro a casa de onde vinham os gritos e Harry atrás dele.

— Ele a está torturando, Harry. - Ron trincou os dentes. — Eu vou matá-lo.

— Ron, não pense assim. Não seja como eles.

O ruivo parecia não ouvir o amigo e avançou abrindo, com um estrondo, a porta da pequena e simples casinha abandonada. Owen apontou a varinha para a porta e Ron congelou ao ver a namorada caída. Harry manteve-se firme. O comensal apontou a varinha novamente para Hermione.

— Talvez eu a deixe em paz, Ronald. Você é um rapaz esperto, conseguiu acabar com feitiços poderosos na mansão dois dias atrás, então eu suponho que não irá me desafiar e pôr em risco a sanidade ou vida dessa linda jovem.

Ron engoliu seco.

— Me deixe levá-la, Owen. Eu faço o que quiser.

— Ron…- Chamou Harry.

— Não, Harry. Eu não posso, eu faço o que ele quiser.

— Ótimo, o que eu quero é muito simples meu rapaz. Quero Eileen de volta. É apenas o que eu peço.

Ron pensou um pouco e tentou achar outra maneira de resolver as coisas.

— Ela será levada até o ministério na segunda, eu posso trazê-la de volta, mas tem que me deixar levar Hermione comigo agora.

— Não. A garota fica até que você me traga Eileen. Não posso arriscar.

— Tem minha palavra, me deixe levá-la. - Ele tentou manter a voz firme, mas era claro seu tom de desespero.

Owen olhou para Hermione caída, mas sua expressão continuou fria. Harry não perdeu tempo e o desarmou em seu segundo de distração.

— Incarcerous! - Harry prendeu Oewn e Ron correu até Hermione.

Ele se ajoelhou ao lado dela e segurou seu rosto e uma de suas mãos. Seus olhos estavam quase fechados e respirava francamente.

— Fala comigo, por favor, fala comigo. - Ele implorava abaixando-se cada vez mais. Hermione mexeu apenas os dedos segurando de leve a mão grande de Ron. Ele olhou para Harry.

— Vá, leve-a para a toca eu vou mandar um patrono para o ministério. - Ele olhou para o homem que se debatia em vão no meio do pequeno cômodo. Ron pegou Hermione nos braços e foi difícil pois ela estava muito frágil.

— Obrigado, Harry.

Ron aparatou e novamente Gina correu, acompanhada por todos da casa.

— Onde está Harry? Ele está bem? Mione. - Ela se aproximou.

— Filho, vamos levá-la até um dos quartos. - Disse Molly.

A Sra. Granger chorava agarrada ao marido, só não sabiam se era de alívio por sua filha estar de volta ou de desespero ao ver seu estado, quase morta nos braços de Ronald.

Ron não soube contar quanto tempo ficou ali, ao lado de Hermione, segurando sua mão e o choro para que não parecesse fraco diante da família, mas a verdade é que estava quebrado por dentro ao vê-la naquele estado. Sua mãe então o chamou para que as mulheres cuidassem um pouco de Hermione e lhe dessem alguma poção. Ele desceu as escadas, mas não quis falar com ninguém e seu pai e Sr. Granger perceberam isso.

Harry voltou e Gina desceu para falar com ele, enquanto contava o que houve tanto na casa quanto no ministério, Ron ouvia tudo em um canto isolado, e os presentes na sala ficaram horrorizados.

Gui chegou com Fleur e as crianças e encontrou todos na casa com as caras tristes, depois que Harry contou-lhes o que ocorrera Fleur quis logo ver a cunhada e Gui foi falar com Ron mesmo que Molly e Harry dissesse que era melhor deixá-lo sozinho por enquanto.

— Ron? - Chamou o irmão colocando uma mão sobre o ombro do ruivo mais novo e o conduzindo até seu quarto muito laranja.

Foi reconfortante ouvir a voz do irmão o chamando para uma suposta conversa, sentia-se muito à vontade para falar sobre tudo com Gui e era dele que precisava naquele momento, não iria ignorá-lo com estava fazendo com os outros, então o acompanhou em silêncio.

— Você foi muito corajoso, meu irmão. Salvou a vida dela outra vez. Estou muito orgulhoso. - Começou Gui.

— Será, Gui? Eu não consegui. - Ron não conseguiu segurar mais suas lágrimas. — Eu não consegui protegê-la, de novo, ela estava lá e eu não pude fazer nada, nada.

— Não diga isso, Ron. - Gui o abraçou como pode pois ele tentava se esconder. — Ela vai ficar bem, mas pode chorar. Vamos, Ron. Isso não é fraqueza. Isso só mostra que você é o homem que Hermione precisa, que fará de tudo para vê-la bem e quando ela estiver sofrendo você sofrerá junto. Lembre-se disso.

Ron sentou-se em sua cama e Gui ao seu lado com a mão ainda em seu ombro. Ron então chorou, soluçou e pediu a Merlin que Hermione ficasse boa.