– O que está acontecendo aqui...? – Onigiri perguntou atônito.

O mordomo ainda estava em estado de choque. Não conseguia se mover e seus olhos estavam grudados na mulher pendurada. O cheiro abafado do ambiente parecia deixar tudo ainda pior.

– Homem, vá atrás de um carro para levar esse corpo!

O velho sacudiu a cabeça, saindo do transe e finalmente obedeceu as ordens.

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– O que acha que houve? – O homem virou-se para encarar o detetive.

Sua expressão simpática havia desaparecido totalmente. No lugar dela havia uma máscara de temor, suspeita e acima de tudo: indecisão. L sabia que ele estava completamente perdido.

– Eu não acho. Tenho certeza do que aconteceu.

O companheiro arregalou os olhos.

– C-Como? Isso parece ter sido suicídio né?

O detetive balançou a cabeça.

– Não saber o motivo de um crime não é desculpa para classificá-lo como suicídio. Não foi isso que aconteceu aqui. Parece que isso não é tão simples...

Onigiri sentia as pernas bambas. Nunca em sua vida se sentiu tão amedrontado. Não sabia o real motivo disso... Mas sua respiração estava irregular. Também não era um homem medroso, pelo contrário, sempre estivera disposto a correr todos os riscos. Mas aquela situação era diferente.

Não parecia muito apropriado tentar se arriscar em uma situação como aquela. Ele não estava mais entendendo nada.

Enquanto ele fraquejava, L havia se afastado dele por uns instantes. Parecia ter ido fazer uma ligação. A dedução foi confirmada quando ele voltou com um celular em mãos.

– E para onde vamos agora? – Tentou reunir coragem para perguntar.

O detetive fez uma pausa antes de responder. Parecia que seu cérebro fervilhava com novas informações e teorias. E era exatamente o que estava acontecendo. Apesar de tudo, acreditava que suas conclusões não estavam erradas.

– Para onde? – Onigiri tornou a repetir a pergunta. A indecisão era quase visível em sua voz.

– Por acaso você tem o telefone de Suwabe-san?

O homem o olhou de cima para baixo.

– Não é hora para essas coisas, Moriyama. E ela é muito velha...

– Céus, o que você tem na cabeça? Não sou você. Preciso lhes dizer algo MUITO importante. Agora trate logo de me passar esse telefone – Disse com impaciência.

– E quem disse que eu tenho...?

– Vi quando você anotou sorrateiramente quando estávamos na casa dela.

Ele corou.

– Não pude evitar, veja bem... – Tentou desculpar-se.

– Certo, certo... Apenas me dê o número.

Onigiri entregou o celular para L, que puxou o puxou com certa veemência. Observou a tela por alguns instantes e pegou o próprio aparelho, discou e pôs no ouvido de um modo bem singular.

– Você é louco... – O assistente observou.

– Quem sabe... Alô? Suwabe-san? Está em casa? – Ele fez uma pausa para escutar – Saia daí imediatamente. Vá para a rua, ou sei lá, só não fique dentro de casa. Vou mandar Watari lhe buscar. Tenho algo para dizer. Não, calma... Não precisa ficar assustada. Saia daí, sim? Até mais.

E desligou.

– Mas pela peruca da minha tia, que diabos você disse a ela?! – Ralhou.

– Estou apenas tentando evitar que cenas como essa que acabamos de presenciar, não sejam repetidas. Apesar de achar que Suwabe-san não seria envenenada.

– Envenenada?! Ela se matou! – Onigiri retrucou.

– Céus, como você é crédulo. Não viu o estado daquela mulher? Aqueles hematomas não foram causados por asfixia. Foi obra de algum veneno barato.

– Por que está dando ênfase em ‘barato’?

– Por que é isso que vai solucionar o caso.

– A pobreza? – Perguntou.

– Não... A falta de habilidade de nosso não tão querido assassino. Ou melhor, de nossos queridos assassinos.

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– Assassinos?! ESTÁ FICANDO MALUCO?! – Onigiri estava mais perdido do que nunca.

Antes que L pudesse responder, o mordomo da família Namikawa entrou sem ânimo na sala.

– O necrotério acabou de chegar... Vão levá-la daqui.

– Posso lhe pedir algo? – O jovem detetive virou-se.

– Sim?

– Peça que executem a autópsia o mais rápido possível. E que mandem uma cópia dos resultados para o Clube Hoshigari.

– Para o Hoshigari?! Quem vai estar lá? – Onigiri perguntou.

– Nós...

– Nós?! – Exclamou.

– Quer parar de me interromper? Nós... E os assassinos.

– Lá vem você com essa história de novo...

Mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa, o celular de L tocou.

– Alô? Ah, ótimo Watari. Estamos indo – E desligou – Vamos Onigiri, temos um assunto pendente.

O detetive não se preocupou em dizer qualquer palavra para o mordomo, por isso quem o fez foi seu assistente.

– Vamos encontrar o culpado, sim?

O velho não respondeu. A sua expressão era de... Medo?

– Yuichi-san! – Onigiri exclamou ao ver a mulher sentada no banco traseiro.

Ela sorriu.

– É ótimo vê-lo novamente.

– Se eu fosse a senhora, tiraria esse sorriso do rosto – L disse quando finalmente entrou no carro.

– O que houve?

– Namikawa Mori foi assassinada.

– O QUE?! – Exclamou atônita.

– Mas foi um suí... – O olhar do detetive fez com que Onigiri se calasse.

– Vou explicar tudo quando chegar a hora. Por tanto, não trate de estragar a “surpresa” antes do final.

– E para onde estamos indo? – Yuichi perguntou.

– Para o Clube Hoshigari. Watari, você fez o que eu lhe pedi?

– Sim, jovem senhor. Ele já foi contatado e aqui estão os papéis que me pediu. Foi dureza conseguir isso com o consulado Norte-americano – E entregou-lhe as folhas.

Então, de repente, uma parada brusca fez com que Onigiri batesse a testa no banco da frente.

– Você deveria usar cinto de segurança... – L observou.

– Haha, engraçadinho né? – Disse enquanto massageava a testa.

– Vamos, chegamos.

Todos desceram do carro com certa apreensão. Seria ali que todos os mistérios seriam finalmente revelados?

Não houve complicação para passar pela segurança como na vez passada. O homem que estava parado em frente ao clube simplesmente assentiu com a cabeça e abriu as portas.

“Que diabos o Moriyama está pensando em fazer?” – Onigiri se indagava.

O lugar estava vazio, com exceção de um homem corpulento sentado sozinho em uma cadeira.

– Mas que tanta gente é essa? Pensei que nos encontraríamos sozinhos! – Wayne repreendeu.

– Sinto muito, Mr. Wayne... Mas essas pessoas também precisam ouvir o que realmente aconteceu quando Namikawa Mori e Shinto foram mortos.

– Mortos?! Mas isso não é possível! – Ele exclamou.

– Ah, é muito possível sim e o senhor sabe... Já que assassinou os dois.

Todos olharam para L com os olhos arregalados.

– I-Isso não é possível! – Yuichi olhou para ele com as mãos tapando a boca, em gesto da surpresa.

Onigiri nada dizia. De repente, Wayne ficou muito vermelho e nervoso.

– Isso é uma calúnia! O senhor não é contador coisa nenhuma! Quem te mandou aqui? Quem é você?! – Gritou.

– É uma pena não podermos prender a outra. Você também a matou não foi? Claro, isso é óbvio.

O homem corpulento riu alto.

– Como pode provar?

– Está tudo aqui – E as folhas que Watari haviam lhe dado no carro estavam em suas mãos.

– O que esses papéis significam?!

– Ah, você logo vai saber... Mas agora, só tenho algumas poucas palavras para você.

– E quais são? – Perguntou num tom desafiador.

Game Over, Mr. Wayne – Disse com uma visível satisfação de ter solucionado o caso.

--------- Continua --------