Anna & Kiba

Capítulo 9


Capítulo Nove

– Até que enfim você saiu daquele hospital – falei enquanto andávamos, eu, Kiba, Tsume, Hana, Akamaru e Zuu, de volta para a casa de Kiba. – A comida de lá me deu dor de barriga.

– Deu em mim também – disse Kiba.

– Não entendo porquê colocar tanta coisa verde no prato.

– Essas coisas verdes são as que mais tem vitaminas – disse Hana, - que é o que as pessoas doentes ou feridas precisam.

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– Mas tem gosto ruim – concluiu Kiba, e continuamos andando para casa.

Quando chegamos em frente à minha casa, Tsume parou, provavelmente para eu entrar, dei um olhar de "droga, minha mãe deve estar em casa e não quero vê-la pois ainda estou com raiva" para Kiba e ele entendeu na hora.

– Mãe – disse Kiba me salvando, - a Anna vai me ajudar a... – ele travou.

– A dar banho no Akamaru – completou Zuu, observando a situação. Acho que ele percebeu a minha cara de bosta ao pensar em entrar em minha casa. Akamaru soltou um rosnado triste daqueles de "banhar de novo?".

– Isso! – Kiba se exaltou um pouco, feliz, ignorando a tristeza do seu cão e acariciando seu pelo.

– Tudo bem então – disse Tsume, com simplicidade. Ela olhou para mim e deu um sorriso, que retribuí.

Chegamos na sua casa e fomos (eu, Zuu, Akamaru e Kiba) direto para o quintal. Kiba ligou logo a torneira na mangueira, como sempre fazia, e jogou água no Akamaru, que abaixou o rabo, triste e assustado com a água gelada.

– Vocês já sabem o que vamos fazer, certo? – Perguntou Kiba para mim e Zuu.

– Sabemos sim – respondi olhando para Zuu e vendo-o confirmar com a cabeça.

Demos o banho mais rápido de todos em Akamaru, que acabou me molhando toda. Pelo menos não fui a única, Kiba estava com sua camisa toda molhada e Zuu estava com o short encharcado. Embora tudo fosse apenas para disfarçar nossos planos, acabamos nos divertindo. Quando terminamos, passamos correndo pelo curto corredor e Kiba falou, rápido e sem esperar resposta, para sua mãe que íamos na casa de um amigo e talvez voltaríamos tarde.

Zuu já sabia todo o plano: encontrar qualquer um que conhecesse minha mãe e sua história na Vila da Areia. Eu contei para ele quando ele estava no saguão esperando o Kiba melhorar. Ele entendeu tudo perfeitamente e concordou na hora em ajudar.

Fomos andando com Akamaru correndo atrás de nós, quando passamos pelo portão lateral da vila, Kiba subiu nele e estendeu a mão para mim.

– Akamaru não consegue carregar nós três... – Falei. Kiba abaixou a cabeça, ele não tinha pensado nisso. – Espere... Posso tentar invocar um dos sapos – falei, tentando cortar meu dedo com os dentes.

– Anna, você nunca consegue fazer isso, né? – Kiba falou puxando meu dedo e mordendo-o com seu canino direito. Doeu, mas ao mesmo tempo, foi prazeroso e depois percebi que foi estranho. Zuu ficou olhando para nós com uma cara estranha.

– O que foi? Não consigo causar dor a mim mesma. – Falei como quem não quer nada. Pensei em um sapo bem grande e coloquei a mão no chão, ao lado de Zuu. – Kuchiyose no jutso!

Um sapo alaranjado e enorme apareceu, eu nunca o havia invocado.

– Quem é você? – Ele me perguntou. Sua voz parecia de jovem, não era aquelas rocas e arrastadas como as vozes das pessoas velhinhas.

– Sou Sabaku no Anna... Desculpe, nunca tinha invocado você – falei olhando para cima para sua cara. – Qual é o seu nome?

– Sabaku? Você é parente do Gaara? Aquele que lutou contra Naruto e Gamabunta?

– Ele é meu primo. – Ou pelo menos espero que ainda seja, pensei, triste, lembrando das dúvidas de quem é meu pai.

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– Ah, ele é muito forte. É o Naruto quem geralmente me invoca, mas se você for tão legal quanto ele, tudo bem para mim. Ah, afinal, sou Gamakichi. – Ele falou, sendo simpático.

– Ah, você deve ser o irmão de Gamatatsu!

– Sou sim, ele me fala muito bem de você!

– Obrigada Gamakichi. Bem... te chamei aqui para algo. Preciso que você nos leve até a Vila da Areia. Na verdade, que leve ele – falei apontando para Zuu. – Eu e Kiba vamos no Akamaru. Preciso ver meu primo e mais algumas pessoas.

– Vila da Areia? Mas é muito longe...

– É, eu sei, nos leve o mais próximo que conseguir de lá, por favor.

– Tudo bem, mas acho que esse cachorro não vai conseguir me acompanhar. Seria melhor se eu levasse todos vocês.

Akamaru latiu para ele e até eu percebi que ele queria dizer "não me subestime". Zuu subiu no Gamakichi e eu também. Vou tentar ajudar Akamaru e deixar menos peso sobre ele para não ter desculpas depois que não conseguir acompanhar o sapo. Fomos, então, rumo à Vila da Areia, correndo e pulando.

Demorou uns 25 minutos até o meu jutso passar o efeito e o sapo sumir em um PUFT! Fazendo eu e Zuu cairmos de bunda no chão. O bom foi que conseguimos chegar até o começo do deserto que fica ao redor da Vila. O ruim foi que sabíamos que o deserto era gigantesco e, bem... minha bunda ficou muito dolorida com a queda.

– Anna - disse Kiba chegando logo atrás de nós, - para que lado fica a Vila?

– Não lembro bem, mas acho que é pra lá. – Falei apontando para uma direção na nossa diagonal esquerda à frente.

– É bom que seja mesmo, não tem como invocar o sapo novamente? Acho que não conseguiremos ir andando até lá e conseguir voltar ainda hoje.

– Tenho que esperar um tempo antes de invocá-lo de novo. Vamos andando, esperamos Akamaru descansar um pouco e depois ele nos leva um tempo e aí eu invoco o sapo de novo. Tudo bem pra vocês? – perguntei para Zuu, Kiba e Akamaru, eles assentiram com a cabeça e Akamaru latiu em concordância.

Fomos andando, quase correndo. Eu fui a guia, mostrando o caminho, Kiba segurava na borda da minha camisa para não se perder, Zuu segurava na sua e Akamaru ia ao meu lado. Como nasci aqui, meus olhos já são preparados para o deserto e para a areia, outros têm alguns problemas e não conseguem abrir muito os olhos.

Conseguimos andar poucos quilômetros, mas foi o tempo suficiente para eu poder fazer um outro Kuchiyose no jutso. Dessa vez foi um sapo que eu já havia invocado antes, era um pouco menor que o Gamakichi, mas servia. Era o Gamatatsu, sempre o invocava, desde pequeno, agora ele está bem grande. Eu adorava ele, me fazia sorrir as vezes, era bem fofinho e ainda é.

– Anna! – Gamatatsu falou, surpreso e feliz, olhando para mim e levantando os braços (acho que, nadadeiras) de exaltação.

– Oi Gamatatsu! – falei na mesma felicidade. – Preciso que você nos leve até a Vila da Areia. Acho que estamos perto, já percorremos bem mais que a metade do caminho. O caminho é para lá, é só ir reto.

– Tudo bem! – Ele se virou e eu e Zuu subimos em suas costas. Ele pegou impulso e foi pulando, Akamaru foi correndo ao lado com Kiba nas costas.

Chegamos nos portões da Vila 15 minutos depois. Os guardas perguntaram o que queríamos lá e falei que queria ver meu primo, o Kazekage da vila. Eles tremeram diante da palavra "primo", dois deles olharam para meus olhos (acho que viram a semelhança com os do seu Kazekage) e abriram os portões.

– Anna! – Gaara veio correndo do fundo do corredor quando me viu na porta do seu "local de trabalho". Nos abraçamos ternamente, a gente se ama secretamente, eu o considero um irmão e ele sente o mesmo por mim. Geralmente não demonstrávamos tanta afetividade em público, mas dessa vez foi inevitável, passamos muito tempo sem nos vermos. Do lado um do outro éramos normais, carinhosos, entendíamos um ao outro e conversávamos sobre tudo, longe um do outro ele era como sempre foi com os outros, temido e rígido, e eu, bem... vocês me conhecem. Ele me acalmava e eu acalmava ele.

Ele se afastou e ficou sério novamente. Meus acompanhantes olhavam para ele, surpresos. Gaara nunca demonstra amor, ele é frio e indiferente com todos, menos comigo. Dois guardas que nos guiaram até Gaara voltaram pelo corredor para os portões.

– O que vieram fazer aqui? – ele perguntou.

– EU vim te ver – falei rindo. – Em parte.

– Certo, já viu – essa doeu, haha. Mas conheço Gaara tão bem que nem ligo mais para isso, é o jeito dele e eu até gosto de sua sinceridade. - E o que mais querem? Posso fazer algo?

– Primo, queremos ver o registro de Yashamaru e da Kunanari.

– Seus pais? Posso saber porquê?

– Claro! Tenho dúvidas de Yashamaru é realmente meu pai e queria ver o registro das pessoas daqui, depois te falo os detalhes dessa história maluca.

– Tudo bem. Os registros ficam perto da minha sala. Me acompanhem. Ah, desculpa, mas Akamaru terá que ficar aqui no corredor, se não tiver problema.

– Tá certo – Kiba falou e virou-se para Akamaru que já estava de cabeça baixa. – Ouviu Akamaru? A gente volta daqui a pouco, espere aqui mesmo.

Akamaru sentou-se no chão e fomos andando pelo corredor até chegarmos em uma sala à esquerda. Era uma biblioteca, fiquei encantada assim que entramos. Gaara foi na frente, passando pelos corredores de livros do nosso lado direito. Chegamos na penúltima fileira de corredores, onde tinha pastas e arquivos, e Gaara pediu para que procurássemos pastas com a letra K e Y.

– Achei os arquivos do Yashamaru – Zuu falou, apontando para uma prateleira acima de sua cabeça, a qual ele não alcançava. Gaara usou a areia do seu "jarro", levantou Zuu até ele pegar as pastas e voltou a procurar por Kunanari.

Eu havia encontrado a letra K e fui passando mais para frente, pois a próxima letra é U e seria mais fácil achá-la no final da prateleira. Continuei procurando até conseguir, finalmente, achar a pasta com o nome dela, peguei o arquivo, até fino, e comecei a folhear as páginas.

– Gente, eu achei. – Falei depois de confirmar o nome da minha mãe olhando uma foto dela mais jovem em uma das páginas.

Kiba, que estava tentando achar algo útil no final da prateleira, veio correndo até mim. Continuei folheando o arquivo. Zuu passava os olhos rapidamente nas páginas sobre meu suposto pai. Quando o arquivo acabou ele olhou para mim e disse:

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– Não tem dizendo aqui que ele teve filhos, Anna. – Levantei o olhar e encarei Zuu, inconformada.

– Como assim não tem nada sobre mim? Esses arquivos não são atualizados anualmente, Gaara?

– São sim, mas não sou eu quem atualiza. Vai ver ele morreu antes da data para atualizar os arquivos. 15 anos atrás eles atualizavam de 2 em 2 anos, acho que foi nesse intervalo.

– Pode ser – falei e voltei para os arquivos da minha mãe. Zuu continuou folheando os arquivos de Yashamaru.

– Anna – Zuu me chamou. – Aqui diz que Yashamaru sempre cuidou de Gaara e fez de tudo para ele sobreviver. Isso é verdade?

– O quê? – Gaara desencostou da prateleira do fundo e fez a areia do seu recipiente pegar o livro e levar até ele. Ele passou os olhos rapidamente e exaltado. E então sua expressão mudou, eu sei que ele ia chorar, mas, óbvio, que ele não ia chorar na frente de todos aqui e então ele forçou uma expressão de raiva. – Como assim? Anna... Desculpa. Eu sempre guardei mágoa do seu pai, mas agora entendo tudo.

– Entende o quê? – perguntei e fui até o seu lado, olhar o documento. Vi tudo da página e entendi. Minha raiva pelo Yashamaru se esvaiu completamente e acabei me sentindo mal por odiá-lo tanto durante toda a minha vida. O arquivo dizia que o pai de Gaara foi quem colocou o Shukaku, o bijuu de uma cauda, dentro de Gaara enquanto ainda na barriga da mãe, fazendo-a morrer ao dar a luz ao seu filho. Dizia também que Yashamaru foi ordenado, pelo Quarto Kazekage, seu cunhado, a fingir que odiava Gaara e tentar mata-lo para testar o controle que o filho devia ter com o Shukaku.

– Que droga! – disse Gaara, virando-se para mim.

– Que droga mesmo! – concordei.

– Ok. Agora vamos ver sua mãe.

Abri novamente a pasta e fomos procurando algo sobre a vida da minha mãe. Kiba e Zuu ficaram encostados na parede do fundo, esperando alguma coisa.

– Droga dupla. – Falei olhando para Kiba, que logo me encarou. – Droga! Droga! Droga!

– O que foi? – Gaara perguntou enquanto Kiba vinha em nossa direção, preocupado.

– Olha isso! – apontei para um parágrafo do texto.

– Droga...

– Pois é. Como vou saber quem é meu pai agora?

– Lamento Anna, mas acho que você vai ter que perguntar pra sua mãe, é o único jeito.

– Como assim? – perguntou Kiba, intrometendo-se.

– A minha mãe é uma prostituta! – falei, angustiada e com raiva.

– Não Anna, não exagera, ela só trabalhava de noite em um lugar, mais frequentado por homens, junto com várias outras mulheres.

– Há há, muito engraçado. Que droga!!

– Relaxa Anna, a gente vai te ajudar a descobrir quem é o seu verdadeiro pai.

– Espero que sim...