Anjo Caído
Heroína
Inês disparou contra Angelus, mas o vampiro pegou a flecha. Ele logo a derrubou, e se colocou de pé sobre ela. Olhou para a flecha em sua mão. Ele riu.
—A caça vampiros? Ouvi boatos sobre você, agora não me parece grande coisa. Atirou a flecha em sua perna. Inês gritou. Ela tentou puxar a flecha, enquanto Angelus a encarava. Balançou a cabeça.
—E você conseguiu parar a Colheita, quem diria. Finalmente Inês puxou a flecha. Mesmo com dor, ela tentou se levantar.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!—Sou mais do que pareço, Angelus. Enfrente-me.
Angelus a fitou com um olhar divertido. A jovem caçadora seria uma refeição fácil, afinal estava ferida. No momento, mal se mantinha de pé e ele sabia o quanto o sangue da caçadora era precioso. Talvez não por pena, mas capricho, decidiu poupá-la. Ao menos esta noite. Deu-lhe as costas, acenou-lhe.
—Seja esperta, garota, e tente ficar fora do meu caminho.
Ele desapareceu entre as sombras. Inês pegou a besta e, mesmo com dificuldade, começou a andar na mesma direção que o vampiro. Não o encontrou, contudo. Abaixou-se e tocou o ferimento. O sangue manchava suas calças e logo atrairia outros vampiros. Contou suas flechas. Apenas três tiros. Inês devia patrulhar esta noite, porém sabia que sua locomoção foi prejudicada. E talvez necessitasse de curativos. Ela apenas não entendia porque o flagelo da Europa, o famoso e temido Angelus, deixou-a viva. Ele não a considerava uma adversária a altura?
Perdida em pensamentos, não ouviu os passos até ser tarde. Foi arremessada contra uma árvore, onde bateu a cabeça e os ombros. Viu Angelus novamente. Ele tinha um sorriso cínico enquanto andava para ela.
—Mudei de ideia. Vou matá-la esta noite. —Disse e seu rosto bonito se transformou no rosto vampiro.—Não deveria ter baixado a guarda.
O grito de Inês cortou o ar. Ela tentou lutar, no entanto Angelus era mais forte e, à medida que ele bebia usa vida, sentia sua força se apagar. Logo Inês sentia-se cada vez mais longe deste mundo, —e da dor— até por fim desaparecer.
Angelus largou o corpo, que caiu com um baque. Ele agora estava entediado, pois foi fácil demais. Observava o corpo da caçadora até ouvir risos atrás dele. Virou-se para encontrar Darla.
—Darla. —O nome saiu como um rosnado.
—E esta era a caçadora que nos venceu tempos atrás? Fácil demais.
O vampiro deu de ombros. Darla observou a figura desdenhosa. Ele cheirava a sangue, e talvez pudesse sentir o gosto da caçadora através dele. Chocaram-se em um beijo violento. O gosto era metálico, mas sem o poder da caçadora. Angelus a afastou, e Darla tropeçou alguns passos para trás. Estava prestes a sair quando ela o chamou.
—E a caçadora? Angelus não se deu ao trabalho de se virar.
—Deixe-a. Em algum momento a encontrarão.
*****
Os monstros vieram sobre ela, e então Buffy acordou, sufocando um grito. Sentou-se no quarto escuro, à procura de ar. Tateou em busca do abajur. A luz invadiu seu quarto e ela se descobriu em sua cama. Buffy estava na segurança de suas cobertas, porém o sonho foi tão real que não conseguia fechar os olhos novamente. Afastou as cobertas de si, levantou-se e foi até a janela.
A rua estava calma àquela hora da noite, e ela ainda se encontrava agitada. Uma volta, talvez, respirando o ar frio da noite, fizesse bem e acalmasse seu coração. Trocou o pijama por uma regata simples e calças. Estava no segundo andar, mas com algum esforço conseguiria pular. Seu corpo queimava, pedindo para sair.
Foi difícil, entretanto ela conseguiu. Buffy observou a janela do quarto, ponderando se deveria estar desprotegida. Afinal, ela sabia dos vampiros e lhe ocorreu que seria uma má ideia. De repente, lembrou-se de Inês. Era bastante provável que a encontrasse em sua caminhada. Entao estaria segura. Ao menos esperava que estivesse.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Andou, andou e andou. E sem sinal de Inês. Estava pensando em ir embora, pois além de não ter se acalmado, sentia a pele formigar. Virou-se e se deparou com três vampiros. Os três a rodearam. Buffy, no entanto, não tinha medo, ou vontade de fugir.
Enchendo-se de coragem, chutou um dos vampiros no estômago quando este rosnou para ela. O vampiro recuou, enquanto os outros dois foram sobre ela. Ela socou um deles no rosto, mas o outro pegou seu braço e a jogou longe. Caiu, mas logo se encontrava de pe. Quebrou um galho de uma árvore, estaqueou o vampiro, como sabia que Inês faria. O segundo vampiro virou poeira diante de seus olhos e buffy reconheceu a figura de Angelus.
O terceiro vampiro tentou correr, mas Angelus também se livrou dele. Sem provas assim de sua traição. Ele alisou a roupa, encarando buffy fixamente.
—Está bem, Buffy?
A garota piscou algumas vezes, até entender sua pergunta.
Ela assentiu e Angelus tocou seu braço. A sensação de formigamento voltou, e algo lhe dizia para lutar contra ele, para fugir. Decidiu, porém, ignorar a sensação.
—Obrigada.—Ela disse quando recuperou a voz.—O que faz aqui?
Ele olhou divertido.
—Sou eu quem pergunta o que faz na rua a esta hora. Não deveria estar sozinha.
Buffy deu de ombros.
—Não conseguia dormir e decidi caminhar um pouco.
—Vá para casa.—Exigiu.
—Estava a caminho de casa quando fui… atacada…
Angelus ergueu a sobrancelha. Buffy não parecia tão surpresa.
—Sabe sobre vampiros?—Indagou.
Ela assentiu.
—Há essa garota, Inês, e ela me salvou uma ou duas vezes.—Fez uma pausa.—E você?
—Um entendido.—Ele ponderou um segundo sobre a caçadora, e agora Buffy. Coincidência? Balançou a cabeça, livrando do pensamento que teimava em surgir.—Sei o bastante para saber que não está segura aqui.
—Vou para casa, não se preocupe.
Para ele, não era o bastante.
—Eu a acompanho.—E para si. —Quero mantê-la segura.
*****
Durante o percurso, Angelus sentia a presença de alguém atrás deles. Pararam abaixo da janela de seu quarto. Era estranho, e Buffy sentia como se devesse se inclinar para ele e beija-lo, mas não o fez. Ficaram em silêncio algumas tempo, até ela decidir que era hora de entrar. Quando Angelus ia embora, ela o chamou.
Ele parou e esperou. Buffy correu o pequeno espaço entre eles e beijou sua bochecha.
—Obrigada por me ajudar novamente.
Quando decidiu ir, ele a manteve no lugar. Mesmo com a garota assustada com sua atitude, empurrou sua boca contra a dela. Dura no início, Buffy abriu passagem para ele, beijando-o de volta.
Oh, era doce. Angelus beijou um incontável número de mulheres, contudo nenhuma tinha a doçura de Buffy. Soube então que ela especial, única.
Embora quisesse mais, teve de solta-la. Buffy sorriu, e ele sorriu de volta. Angelus beijou sua mão, e sumiu pela noite. Do escuro viu sua garota entrar na segurança de seu lar e enfim pode deixá-la. Parou. A presença que o seguia foi embora. Era estranho que Darla o deixasse, mas cuidaria dela depois. Nem mesmo a vampira loira estragaria sua noite.
*****
A campainha de Giles tocava loucamente. Eram três da manhã e o britânico ainda sonolento foi atender. Quem seria aquela hora?
Abriu a porta e não havia ninguém. Entretanto, havia o corpo de uma mulher. Abaixou-se e reconheceu de imediato sua adorada Inês. Sua caçadora. Segurou sua mão e encontrou um papel amassado. As duas palavras escritas fizeram seu sangue ferver. Estava escrito “noite produtiva”.
Amassou novamente o bilhete e o jogou na rua. Gentilmente trouxe o corpo de sua caçadora para dentro. De manhã, providenciaria um enterro digno a ela. Também ligaria para o Conselho. Sobre Inês, ele chorou, jurando vingança para sua caçadora.
*****
Ao por do sol, no dia seguinte, Inês teve seu merecido descanso. Willow, xander, Buffy e Giles se reuniram para homenageá-la.
Ao escurecer, apenas buffy e Giles restaram. Ele enchugou uma lágrima e fitou Buffy. Pôs a mão em seu ombro.
—Agradeço sua companhia, mas está livre para ir quando quiser.
—Tudo bem, Giles. Não me importo de ficar.
Buffy gentilmente abraçou o observador. Ambos fitaram a lápide feita para Inês. Caçadoras tinham uma vida curta, e assim foi Inês. As inscrições em sua lápide indicaram sua profissão e missão neste mundo. Lia-se “Inês Sanchez, Heroína do Mundo”.
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