Era mais uma manhã de aula, Shinji entrou na sala receoso.

“Shinji! Shinji! Venha ver isso!” Kensuke o chamou acenando.

Mas o olhar da terceira criança foi na direção de Kaworu que terminava a limpeza do quadro negro. Seus olhares se cruzaram, mas ele simplesmente virou o rosto e voltou a fazer a tarefa que lhe fora incumbida.

Shinji encolheu os ombros e foi na direção de Kensuke que tinha um ipad em mãos com algum vídeo aberto. Asuka estava sentada sobre a mesa jogando algo no psp, mas observara todo o pequeno ocorrido.

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“Parece que ele está magoado com você”. Asuka disse ao sair de seu lugar e se aproximar dos garotos sem se importar se estava atrapalhando.

Touji e Kensuke olharam na direção de Kaworu que agora sentava em seu lugar parecendo entediado.

“Vocês brigaram?” Touji foi o primeiro a perguntar.

“Não, na verdade não”. Shinji murmurou.

“Mas ele está visivelmente irritado”. Kensuke concluiu.

Shinji pareceu desconfortável. “Eu não fiz nada...”

Asuka riu. “Então nós já sabemos o problema”.

Shinji decidiu se afastar, seus amigos conseguiam ser uns fofoqueiros e a última coisa que ele precisava é que eles começassem a falar alto e chamassem a atenção da quinta criança. Sim, obviamente ele sabia o problema, mas não tinha a menor ideia de como consertar.

Como consertar algo quando o seu amigo... amigo?... colega, companheiro de trabalho... quando alguém do sexo masculino com tendências duvidosas se aproxima de você –no dia dos namorados- e o beija?

“Eu trouxe algo pra você”. Shinji disse tirando da mochila um livro.

Ele estava parado em frente a primeira criança. Rei ergueu os olhos na direção dele e sorriu.

“Espero que não tenha lido esse”. Disse deixando o livro sobre a mesa dela.

“Ikari-kun”. Ayanami o chamou. “Arigatou”.

Shinji sorriu com o rosto ligeiramente corado e voltou para o seu lugar. De onde estava, Kaworu observava tudo de esguelha.

O sinal tocou.

-/-

Kensuke e Touji já tinham saído da sala, a terceira criança caminhava para a cobertura onde costumava lanchar, no meio do corredor no entanto, seu braço fora puxado e ele acabou entrando num laboratório vazio.

“Você está me evitando”. Não era uma pergunta.

Shinji massegou o braço e olhou para a quinta criança que estava de braços cruzados e tinha uma expressão séria.

Era raro vê-lo desse jeito, Kaworu costumava ser só sorrisos para Shinji.

“...Me desculpe”. Murmurou baixando o rosto. Ainda não sabia o que dizer.

Kaworu girou os olhos. “Eu pareço ser o tipo de pessoa que aceita isso como uma resposta?” Grunhiu frustrado.

“Me desculpe”. Repetiu encolhendo os ombros.

“Qual o seu problema comigo?” Suas duas mãos se fecharam nos ombros da terceira criança. “Qual o seu verdadeiro problema comigo?”

Shinji não tinha coragem para encarar aqueles olhos vermelhos. E como resposta apenas balançou a cabeça negativamente.

“Por que todos são dignos na sua amizade menos eu!?” Kaworu gritou.

Era a primeira vez que Shinji o via daquela forma. Expressando algo tão intensamente. Embora Kaworu fosse uma pessoa intensa, era a primeira vez que o via tão humano.

“Amizade não é algo tão simples...” Shinji murmurou lembrando-se de como havia começado, Touji o odiava, Rei era completamente indiferente, Asuka o detestava. De alguma forma, todos começaram de forma negativa, mas Kaworu...

Ele o soltou. “Eu não entendo... você, nem nada disso”. Kaworu disse parecendo mais calmo e também cansado. Havia olheiras.

Shinji se sentiu mais simpático com relação a ele.

“É porque quando se trata de sentimento é algo difícil”. Respondeu com a mão tocando o próprio peito, seu coração batia rápido, ele sempre se sentia dessa forma quando estava perto de Kaworu.

“Mesmo amizade?”

“É porque eu não sei se Kaworu-kun é meu amigo...”

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Seus olhos demostraram surpresa por apenas alguns segundos. Ele riu, gargalhou. Shinji o olhou meio assustado.

“Isso é ótimo! Simplesmente incrível! Você é a única pessoa de quem eu me aproximei e você sequer me considera seu amigo”.

“Eu não sei como... eu não sei como devo me sentir sobre você”. Disse sincero.

“Eu já sabia que você não gostava de mim, quer dizer, pelo menos no começo você parecia deixar isso bem claro, mas eu achei que tínhamos de fato nos tornado amigos”.

Shinji respira fundo. “Eu gosto de você”.

Kaworu só poderia ter ouvido errado. “Hãn? Você acabou de dizer que--”

“Eu... gosto de você”. Confessou mais baixo. “Por isso... por isso, eu acho que não posso somente classifica-lo como meu amigo...” Murmurou sentindo o rosto esquentar.

Não podia acreditar que estava dizendo isso. Se declarando. Era uma declaração, certo?

Dessa vez a expressão de surpresa no rosto de Kaworu não desapareceu em apenas um segundo, ela foi se suavizando até que um sorriso gentil se formou em seus lábios.

“Shinji-kun, você está sempre me surpreendendo”.

“P-por isso... hmm... como pedido de desculpas, eu gostaria de... de.... convidar você paraacamparcomigo”. Murmurou o final rapidamente.

“Parece divertido”. Kaworu continuou com o mesmo sorriso nos lábios. “Quando?”

“H-hoje... senãotiverproblema”. Ele não conseguia olhá-lo nos olhos.

“Não, eu acho que não tem”. A quinta criança se aproximou e passou o braço pelos ombros de Shinji. “Isso é um encontro, certo?”

O rosto de Shinji ficou completamente vermelho.

Continua.