Amour, Silena

Capítulo III


Capítulo III

—Vamos lá, pessoal, vocês já estão atrasados – Silena gritou para alguns filhos de Deméter retardatários, que andavam propositalmente devagar evitando a aula de equitação. – Eu juro que o último a chegar vai ter de limpar todo o estábulo, eu já não estava a fim de estragar meu esmalte mesmo.

Ela tinha de confessar: amava aquilo ali. Ajudar Quíron com as aulas de equitação era ótimo – e poder distribuir essas tarefas nojentas a quem se comportasse mal ou por algum motivo merecesse, era melhor ainda. Mas, mais do que tudo, adorava ver novos campistas em suas primeiras aulas.

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Enquanto, bem, ninguém ainda tinha tido a coragem de estragar toda a magia daquele mundo de possibilidades para lhe contar sobre guerras e eventuais possibilidades de ferimentos, deficiências ou mortes. Eles olhavam para os pégasos como se fossem tão irreais, tão surreais, que seus olhos até mesmo chegavam a brilhar.

Sorriu para um novo garoto que havia chegado no acampamento pela semana, que era prova ao vivo e a cores do que ela pensava, e, assim que o último aluno chegou, ela sorriu (não sem antes dizer um “Parabéns, você tem um estábulo para limpar essa tarde” para Nancy Michaels).

—Bom dia para todos! – ela disse com seu bom humor de sempre, iniciando assim a aula.

Enquanto cuidava dos pegasus do acampamento, passando as mãos delicadamente pelas pelagens de diversas cores, Silena se sentia nos Campos Elísios. Literalmente.

—Bom dia, cher. – ela pronunciou, ao se aproximar de sua Pégaso, Spell.

O relincho que recebeu em resposta, que ela supôs ser um “Bom dia, Silena”, foi alto e acompanhado de batidas de patas.

—Está pronta? – sorriu, acariciando a crina de pelos que de tão brancos pareciam platinados.

Ao sentar sobre o animal, senti-lo abrir as longas asas brancas como as próprias nuvens para ambos os lados e batê-las, alcançando voo, sobretudo no momento em que ele não precisava mais do bater de asas para se manter no céu, bastava o planar, ela se sentia viva.

Com o vento a bater no rosto, os longos cabelos bagunçados voando livres, ela soltava o pescoço de Spell, abrindo os braços e conseguindo alcançar as nuvens. Olhou para os lados, verificando que alguns dos seus alunos também havia conseguido fazer contato com os animais e a acompanhava no voo.

E, ali a sua direita, estava o novo garoto, filho de Deméter (que descobriu se chamar Karl Person) gargalhando enquanto a velocidade do vento movia até mesmo suas bochechas e fazia sua blusa inflar como um balão.

Ali em cima não havia guerra. Não havia deuses, nem mesmo titãs. Não havia segredos. Simplesmente não havia. Ela simplesmente existia.

E ali, na imensidão do céu, não pode deixar de pensar em Charles Beckendorf. Já fazia mais de uma semana desde o 4 de Julho, e depois disso, não haviam trocado mais que alguns olhares no refeitório. Nem uma palavra.

Silena não estava acostumada com isso: normalmente, depois de encontros, os garotos já vinham desesperados a seu encontro, extasiados pela sensação que ela provocava. Mas Charles não. Ele não a havia procurado. E isso deixava-a ainda mais curiosa.

Por que ele não tinha ligado? Quer dizer, havia sido incrível, não? Para ela, com toda certeza, havia; e não via motivos para que não tivesse sido para ele também.

Trincou os dentes, tentando voltar a simplesmente sentir as rajadas de vento enquanto ainda estava montada em Spell.

***

—Desisto – Summer murmurou, irritada, enquanto se sentava ao lado das irmãs no refeitório.

—Desembucha – Natalie comentou enquanto retocava o esmalte cor de rosa de uma unha.

—Como vocês suportam estar no mesmo ambiente que Naomi Rikki? Sinceramente, aquela garota só pode ser uma fúria disfarçada – revirou os olhos.

—Bem, ainda não descartamos totalmente essa oportunidade – a ruiva respondeu.

—Ela teve a audácia de tentar me acertar com aquela espada mal afiada dela. Ai se tivesse encostado em sequer um fio do meu cabelo, eu iria matá-la lenta e dolorosamente.

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—É nessas horas, - Natalie começou, filosoficamente – que realmente acredito em um antigo ensinamento.

—Que seria...?

—“Um inimigo comum constitui um vínculo de amizade muito mais duradouro do que qualquer outro espírito do homem, dinheiro ou mulher [no nosso caso homem, mas...], pode conceber" – e sorriu de lado para a irmã.

—Sabe, devíamos mesmo dar algumas ideias para os Stoll relacionadas a ela, aquela filha de Apolo insuportável. Não acha Silena? – perguntou para a irmã.

Mas, naquele momento, Silena esticava o pescoço por entre o mar de cabeças dos campistas, procurando um certo garoto.

—Silena? – Summer chamou mais uma vez, parecendo desfazer um encanto sobre a garota.

—Hun? – ela perguntou, balançando os cabelos.

—Você não prestou atenção em nenhuma palavra que eu disse, prestou?

—É claro que não – sorriu, voltando novamente a sua busca.

—Você sabe que seria mais fácil você simplesmente ir falar com ele, não sabe? – a loira ainda perguntou, recebendo um simples dar de ombros da ruiva.

—Ela não ouve a voz da razão, está apaixonada.

—Silena Beauregard – Summer a chamou, com os grandes olhos verdes atingindo um tom surpreendentemente acentuado – A senhorita não vai fazer isso, não vai mesmo.

—Fazer o quê, exatamente? – a morena perguntou, não compreendendo.

—Não vai ficar aqui sentada como uma pobre vítima, suspirando e desse jeito. Você é filha da deusa do amor, mulher. Você é linda, e sabe disso, o encontro de vocês foi maravilhoso, e você vai exatamente agora lá conversar com ele.

—Mas...

—Nada de ‘mas’. Onde já se viu? Está na cara que ele está caidinho por você, e não vamos ser tão século passado. Onde está aquela sua determinação de quando foi convencê-lo a te convidar para os fogos? Anda, agora. Pelo amor de Zeus – Summer completou empurrando a menina para fora da mesa, lançando um último olhar amedrontador.

—Quando você for fazer isso de novo, pelo amor dos deuses, me avisa que eu peço pipoca com antecedência. Isso foi in-crí-vel. – ela sorriu, trocando um high-five com a meia-irmã enquanto observavam a morena.

Silena caminhava indignada, e bufou uma vez. Afinal, ela era a irmã mais velha das três, Summer não tinha o mínimo direito de falar assim com ela, mesmo com aquele olhar assustador. E, quer dizer, a loira nem ao menos estava certa. Ela nem estava andando por aí suspirando – só um pouquinho – ou pensando nele – só um tanto.

“Okay”, suspirou, “talvez ela esteja meio certa”. Aproximando da comprida mesa do chalé de Hefesto, procurou na ponta dos pés Charles, avistando-o na ponta da mesa, conversando com alguns dos irmãos.

—Charlie? – ela murmurou, aproximando-se cautelosamente e tocando em seu ombro.

O garoto, que mastigava sua refeição, engasgou e tossiu bastante antes de lhe responder um “Silena” com um sorriso.

—A gente pode, sabe, conversar? – disse apontando para fora do pavilhão.

—Claro. – ele disse apressadamente, embaraçando um pouco as pernas ao se levantar do banco e segui-la.

Andando até uma árvore na margem do rio que passava por ali, a morena esperou que o garoto a alcançasse sentada ali. Ele sentou-se ao seu lado, encarando a água que corria.

—Eu não entendi, Charles. – ela começou, baixinho, sem nenhuma fala planejada ou pensada.

—O que, Silena? – ele franziu a testa.

—Nós fomos aos fogos e, pelo menos pra mim, foi tudo tão maravilhoso. E depois... E depois nada! – ela disse, e olhou para o rapaz.

—Não, não é isso. Também foi ótimo para mim. Eu só não sabia como conversar com você depois. Não sabia se podia, também. As suas irmãs nunca deram muito papo para os meus depois de algum encontro.

—Eu não estava agindo como filha de Afrodite. Eu estava agindo só como eu mesma. – respondeu, voltando a encarar o rio.

—Silena?

—Hun? – olhou para ele.

—Ainda vou descobrir sua cor favorita que não é rosa. – disse com olhos brincalhões.

—Você se lembra – ela sorriu.

—Claro que sim – ele respondeu. – Mas e então... O que você acha de, sabe, uma volta pelos campos de morango hoje?

—Te espero as cinco – respondeu, dando um beijo na bochecha morena do rapaz e se despedindo. – Só vê se não esquece.

Levantou-se, seguindo de volta para o pavilhão em uma correria desenfreada. Viu os cabelos loiros da irmã ao longe e correu para abraça-la.

—Embora eu nunca vá admitir isso, você estava certa. E eu não estou admitindo nada. – brincou, recebendo um riso em resposta.

—Eu sei que você me ama. Fica me devendo essa – piscou um dos olhos verdes, se sentando novamente ao lado de Natalie, trocando um high five com a mesma.

—Mas e aí, conta – Natalie sorriu, batendo palminhas como uma boa amante de romance faria.

***

—Silena? – Charles chamou, batendo na porta do chalé.

—SI – ouviu uma garotinha gritar lá de dentro – Tem alguém te chamando aqui. Acho que é o seu namorado.

—Obrigada, Lizzie. – a voz da morena sussurrou, e a porta foi aberta em seguida – Oi.

—Oi.

Andaram lado a lado até os extensos campos de morango do Acampamento, conversando sobre banalidades. Em algum momento, o tocar proposital de mãos transformou-se em mãos dadas fortemente, sem que os risos e sorrisos se cessassem.

—Eu não consigo passar um só dia sem ouvir músicas. – Silena comentou, distraidamente. – Mas é muito arriscado, por causa dos monstros e tal. Então, eu simplesmente me escondo perto do chalé de Apolo e os ouço tocar suas músicas.

Confessou, rindo baixinho com o cabelo cobrindo-lhe a face. Estavam sentados no meio do campo, um ao lado do outro, e ela simplesmente não entendia porque havia dito isso a ele. Ninguém sabia sobre esse seu hábito.

—E de quais músicas você mais gosta?

—Não tenho exatamente preferidas. Gosto de várias ao mesmo tempo.

—Nenhuma especial?

—Acha mesma que vou te contar tudo assim tão fácil? – riu.

—Já tenho de adivinhar sua cor favorita, você tem de me dizer algo sobre você.

—Bem... Eu realmente me preocupei quando você não conversou comigo essa semana. Normalmente, esse papel é meu.

—Você já foi ao cinema, Silena?

—Meu pai me levou uma vez quando eu era pequena, mas não me lembro muito.

—É uma das coisas que mais sinto falta aqui. Minha mãe me levava todos os finais de semana. Ela dizia que era incrível como as imagens agora se moviam, como magia. Acho que ela ficaria maravilhada com o 3D se pudesse ver.

—Sua mãe, onde ela está agora?

—Espero que nos Elísios – comentou, com um sorriso triste.

—Meus sentimentos. – respondeu, de cabeça baixa. – Tenho certeza que ela era maravilhosa.

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—Ela era. – balançou a cabeça, tentando mudar o assunto – E como foi sua semana, então?

—Nancy Michaels deve estar limpando os estábulos uma hora dessas – e contou o acontecido da manhã.

—Isso é abuso de poder.

—Só se alguém ficar sabendo – ela piscou um dos olhos.

—Bem, agora eu sei. O que ganho em troca do meu silêncio? – ele brincou.

—Isso.

Ela se aproximou do rapaz, selando seus lábios suavemente, sorrindo ainda com os rostos colados em seguida. Contudo, ele não permitiu que ela sorrisse por muito tempo, novamente puxando-a para juntar as bocas e, pela primeira vez, propriamente tiveram seu primeiro beijo.

Só se separaram quando seus pulmões já ardiam, pedindo oxigênio, e, mesmo assim, mantiveram as testas coladas. Começaram a rir, baixinho, para logo depois voltarem a se beijar.

***

—Eu sei, eu sei – Summer disse interceptando Silena na entrada para o chalé – Você vai ter de me emprestar suas roupas sem reclamar por um ano e, mesmo assim, não vai conseguir me pagar.

—Não vamos exagerar – ela se jogou na beliche de Natalie, onde a mesma folheava algumas revistas – Ou vamos!

Os olhos brilharam enquanto narrava cada detalhe para as amigas.

—Acho que você foi contagiada pela melosidade. Atingiu níveis melodramáticos extremos suas falas, estou quase diabética, juro. – Natalie fazia uma trança em seu cabelo enquanto comentava – O que vocês acham? – virou de costas ainda segurando a ponta da trança, mostrando o feito para as duas – Está torta? Ou exagerada demais? Ou sei lá?

—Está linda. Mas por que uma trança agora? Quer dizer, daqui a pouco soa o toque de recolher – Silena franziu a testa.

—Você realmente acha que ela vai vir para o chalé no toque e não ficar se agarrando com o Connor por aí? Quanta ingenuidade, pequena gafanhoto, quanta ingenuidade. – Summer estalou a língua, balançando a cabeça lentamente.

—Como conselheira do chalé, vou simplesmente fingir que não escutei isso. E, caso queiram saber, eu não sei de nada. – levantou os braços em rendição, mas piscou um dos olhos para a ruiva com um sorriso de “aproveita” – Agora, me deem licença, mas tenho de, vocês sabem, não saber o que vocês vão aprontar até vocês terem aprontado. Porque você não me engana com essa cara de santa, Summer. Au revoir.

Balançando os cabelos em suas costas, pode ouvir o riso das irmãs, que continuaram a fofocar baixinho. Sorriu consigo: amava aquelas duas. E, entrando no grande closet, mantendo o foco em deslizar a escola pelas madeixas negras dos longos cabelos, recordou cada momento da tarde que passara.

***

—Ficou sabendo? – Nancy Michaels sussurrou para a amiga, na fila para a oferenda – Beckendorf e Silena estão juntos.

—Silena Beauregard? – Naomi Rikki devolveu o sussurro.

—A própria. – confirmou com a cabeça.

—Não acredito.

—Pois pode acreditar. Ela invadiu nossa aula de esgrima hoje apenas para lhe desejar “boa sorte” e se despediram com um selinho. Quer dizer, quem faz isso se não está junto?

—Só acredito vendo.

—Olhe para trás e veja, querida.

Olhando nada discretamente por sobre o ombro, a menina viu os dois em um canto do pavilhão, conversando muito longe para que pudesse ouvir o quê. Mas, com certeza, estavam juntos. Ou se não, o que seriam aquelas mãos dadas? E aqueles olhares? Pelos deuses, ela estava parecendo uma filha de Afrodite e... Eles se beijaram? Sim, aquilo tinha sido um beijo, bem ali, no meio de todo mundo.

—O que ela tem na cabeça? – ela sussurrou, desesperada, para Nancy – Ela podia estar com qualquer um dos meus irmãos. Quer dizer, ela deu um fora em muitos deles nos últimos meses para ficar com ele? Não quer Beckendorf seja insuportável, mas ele certamente não é a personificação da beleza.

—Exatamente. – a outra concordou com veemência. – Eles totalmente não combinam e...

—Ops! – duas cabeleiras, uma loira e uma ruiva, passaram pelas duas derrubando seus iogurtes em ambas.

—Foi um acidente – Natalie sorriu, angelicamente.

—Ou nem tanto – Summer completou, sorrindo mais ainda.

—Suas vacas – Naomi trincou os dentes, enquanto entregava seu prato para qualquer um dali (naquele momento, já havia uma pequena aglomeração em sua volta, afinal, ninguém queria perder aquilo) e passava as mãos no cabelo tentando remover o líquido cor de rosa.

—O que vocês pensam que estão fazendo? – Nancy, com o rosto vermelho e uma veia saltando na testa, fazia o mesmo com o cabelo.

—Foi um acidente – Natalie repetiu, sendo acompanhada por um dar de ombros da irmã. – Nos desculpe por isso – sorriu mais uma vez, andando calmamente até a sua mesa. – Uma dica: quando forem falar de alguém, vejam quem está perto de vocês.

—Ou só cuidem da sua vida – Summer completou, saboreando um morango de seu prato.

—Vocês acham que vai ficar assim mesmo? – Naomi continuou – Estão enganadas.

Bufou, saindo dali, junto com Nancy. Depois que ambas saíram do pavilhão, as irmãs trocaram um high-five, sorrindo tão marotamente que os filhos de Hermes até mesmo se orgulhariam delas. Bem, mas eles viram.

—Vocês estão definitivamente quase ganhando o título de filhas de Hermes honorárias – Connor e Travis disseram para elas ao passarem ali.

—Até mesmo Katie riu – Travis comentou, com os olhos brilhando – E ela nunca ri das nossas peças.

—O que eu perdi? – Silena disse se sentando na mesa.

—Simplesmente o maior acontecimento do Acampamento nos últimos anos. Suas irmãs são demais – Connor disse, dando um beijo na bochecha de Natalie antes de seguirem para fora do pavilhão, rindo.

—O que eu perdi? – Silena arqueou uma das sobrancelhas.

—Nada demais – Summer deu de ombros.

—Alguns iogurtes caíram em Naomi e Nancy – Natalie completou. – E, coincidentemente, foram os nossos.

—Sério? – Silena ria – E por quê?

Elas se entreolharam.

—Nada demais. Elas só são insuportáveis – deram de ombro novamente.

—Mas e então... – Summer tentou mudar de assunto – Você não contou pra gente que você e Beckendorf estavam juntos – sorriu.

—É que não estamos. Não oficialmente. Acho.

Mon amour, - Natalie disse – quando um casal começa a se beijar em público, eles com certeza estão juntos.

—Ah, não sei – ela deu de ombros, também tentando desviar do assunto. – Quer dizer, faz uma semana desde que saímos pela segunda vez, está tudo acontecendo muito rápido, e realmente não sei.

—Vocês, definitivamente, estão juntos, Silena. – Summer comentou. – Você não estava esperando um pedido de namoro com ele ajoelhado, estava?

Ela encheu a boca com um morango roubado do prato da irmã apenas para não ter de responder.