Amor às Avessas

Gostar de alguém é uma sensação horrivelmente maravilhosa


LUKE DEAN ROACH

"-Realmente, o mundo está cheio de perigos, mas ainda há muita coisa bonita, e, embora atualmente o amor e tristeza estejam misturados em todas as terras, talvez o primeiro ainda crescença com mais força." —A Sociedade do Anel

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Nunca pensei que manter disfarce poderia ser tão difícil. Como os espiões conseguem?

Nós nos tornamos unidos. Bastante, até.

Em alguns dias, eu esperava Rachel no jardim do campus para podermos praticar exercícios, logo após, tomávamos sorvete ou comíamos maça do amor no Parque Central mesmo. Depois, no apartamento, víamos filme ou ficávamos juntos, quando Kate e Emily não estavam.

De qualquer modo, perguntavam-me sempre o que havia acontecido.

-Você está mais bonito, Roach. –Miranda, que com toda certeza sabia sobre a Rachel, comentava piscando um dos olhos.

-Você parece bem, parceiro. –Alef, um dos seguranças do pub pontuou em certa noite.

-Ei, Luke, viu o passarinho azul? –James indagou, tirando onda com minha cara.

Eu fingia de desentendido. E ainda fingia mal e porcamente, aparentemente.

Estávamos todos no apartamento, em frente à TV, assistindo um filme qualquer. Espalhadas no chão, estavam Kate e Emily. No sofá grande, James ocupava todo o espaço. Já no pequeno sofá da lateral, eu e Rachel dividíamos o espaço com Deanzinho, que estava no meu colo ganhando alguns chamegos. Durante o filme, talvez eu tenha dado algumas escapadas e escorregado um braço por cima dos ombros da Rachel e talvez ela tenha aproveitado para se aninhar mais em mim. Talvez. Mas só talvez, para os dois.

-Quando vocês pretendem nos contar? –perguntou Emily, a entrosada.

-Nem precisa dizer com todas as letras. Basta parar de fingir. Está na cara, sério. –Kate, a estressada, emendou.

Rachel riu.

-Obrigada, cabelo de capim. Agora você terminou por nos denunciar!

-Ah, fala sério, Luke. Ninguém passa Kate e Emily para trás não. –a loira justificou-se, ainda rindo.

-Realmente, Homem Fogo. E outra coisa: estamos felizes por vocês. –emendou Emily.

-Só desejo muita boa sorte a você, mana. –Kate levantou-se do sofá e jogou-se nos braços de Rachel, a abraçando.

-Vocês são as melhores. –Rachel disse, sufocada com o abraço.

-Como eu vim parar em uma casa lotada de mulheres, meu Deus?!

✶ ✵ ✴

—Sabe de uma coisa? Quero muito comer uma paleta mexicana. –Rachel mencionou.

A loira estava deitada em cima da toalha de piquenique que havíamos trazido para o Central Park mais cedo. Seus cabelos emparravam em cima do tecido e um dos seus braços protetoramente repousava em cima de seus olhos. Eu estava sentado observando-lhe.

Meus caros, gostar de alguém é uma sensação horrivelmente maravilhosa.

—Nós já não vimos uma moça mexicana, por sinal, vendendo por aqui?

—Sim. O nome dela é Fabi e tem uma filha chamada Gabriela.

—Como você pode guardar essas coisas?

—Fácil. Eu amo o nome “Gabriel”. Logo, a associação é esperada.

—E como você consegue ser tão simpática?

Ela riu gostosamente.

—É um dom. Se você olhasse para as mulheres como se elas fossem seres humanos além de presas você saberia mais sobre elas.

—Opa, opa. A Senhorita Carell pode parar de me testar, okay? Eu não faço essas coisas mais. Além disso, você tem que concordar comigo que mulheres não são nenhum poço de simpatia.

—Não generalize, Luke Dean! –ela aumentou o tom de voz, levemente irritada. Eu adorava isso. Desde que entrei acidentalmente na vida das meninas e consequentemente no apartamento, irritar Rachel era meu passatempo favorito e ela caia todas as vezes. Todas.

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—Relaxa, anjo. Não vou à lugar algum.

Rachel respondeu em um muxoxo. Ela não acreditava em mim. Entretanto, era mais que compreensível, não podíamos culpa-la. Conquistar a confiança de Rachel –pois no lance do afeto me dei muito bem, obrigada– seria uma tarefa árdua que eu estava complemente disposto a dedicar-me.

—Vem, sua chata. Vamos achar sua paleta. Essa sua cara feia deve ser fome.

Ela fulminou-me com o olhar, claro.

Fomos caminhando pela extensão do parque com o propósito de achar a tal Fabi e tirar a carranca de Rachel do jogo.

Algumas horas –sim, horas; achamos a abençoada mulher e Rachel quase saltitou de felicidade.

—Fabi! Olá!

Guapa! Como estás? –a mulher de uns quarenta anos, baixinha e de cabelos bem escuros conversou em espanhol. Eu entendia tudo por conta da vila onde nasci e cresci.

—Estou bem. E você? E Gabi? –Rachel perguntou em inglês mesmo. Eu sabia que o espanhol dela não era lá muito bom, apesar da metade da família dela ser brasileira e os dois idiomas terem muita semelhança.

—Gabi está bem. Está gostando da nova escola, já fez amiguinhos que são do nosso país e os pais encontram-se na mesma situação de tentar uma vida melhor.

Rachel suspirou compadecida da mulher mexicana.

—Ah! Fabi, esse é Luke.

Lucas! Como estás?

Estoy bien, Fabi. Como estás?

El hombre hermoso habla español!

—Morei em um bairro composto basicamente por migrantes latinos.

Donde, guapo?

—Longe daqui. –sorri amarelo e coloquei as mãos dentro dos bolsos do casaco.

Ela sorriu sem graça, quase desculpando-se.

—Quais sabores vão querer hoje?

—Qualquer fruta tropical para mim, por favor. –pedi.

—Morango com nutella! –Rachel escolheu.

—Bom apetite, Lucas. –a mexicana sorriu em minha direção.

Depois, a mulher foi até Rachel e perguntou-lhe baixinho:

—Estão enamorados?

—E-e o que? –indagou Rachel.

—Apaixonados. –expliquei.

—Hm... É, bom... É pouco complicado, na verdade. –Rachel embaraçou-se toda.

—Parecem muy enamorados! Felicidad!—e foi embora.

—O que ela disse exatamente?

—Que estamos apaixonados e que você deveria ser muito grata por um partidão desses como eu estar interessado em você.

Rachel revirou os olhos.

Uma gracinha, de fato.

✶ ✵ ✴

Eu já havia escutado falar que estar apaixonado, principalmente no começo dos relacionamentos – não que eu tivesse um com Rachel – era uma das melhores sensações que alguém poderia sentir.

Bom, era melhor do que algum dia imaginei ser possível.

Em uma certa manhã de domingo, acordei na sala de estar com a série já fora do ar, Rachel deitada em mim numa posição semelhante à um coala carente e Deanzinho aos meus pés.

Eu tinha receio de quanto tempo poderia me manter naquela vibe sem enjoar ou ter o intenso instinto de fugir, mas, naquele exato momento tive a esperança daquilo virar uma rotina.

- Bom dia, Fumaça. – Rachel bocejou, cumprimentando seu (nosso?) gato. – Bom dia, Dean. – e beijou-me no rosto.

Sei lá, eu só queria escutar isso todos os dias.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.