O dia podia ter começado ruim para nossos policiais. A cafeteira da delegacia quebrou, a máquina de refrigerante estava vazia, alguém havia destruído todo o equipamento da academia... Mas nada disso se comparava à vítima do dia.

- Esta aqui é Diana Evans. Ela tinha 16 anos, frequentava uma escola não muito longe daqui. – Lanie relatou. – Sem qualquer tipo de antecedente. Era uma aluna exemplar.

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- E o que poderia ter acontecido para ela acabar assim? – Ryan questionou, analisando a cena.

Diana havia sido encontrada pendurada por uma corda a uma escada de incêndio. Quase como se ela houvesse cometido suicídio... Não fosse pela quantidade excessiva de sangue que encharcava sua camisa.

- Por que tem sangue? – Johnny observou, recebendo alguns olhares confusos. – Se fosse suicídio, seria somente o enforcamento... Ou não?

- Neste caso, sim. – Lanie esclareceu. – Vamos ter que descê-la para descobrir.

Com algumas luvas, os policiais desceram o corpo de Diana para entender o porquê de ter sangue naquela cena. Ao remover a camisa da jovem, eles puderam ler um recado escrito à lâmina.

- Exatamente como no caso 3XK... – Anne murmurou, quebrando o seu silêncio.

- Como? – Kate inquiriu, voltando a atenção para a garota.

- Quem matou Diana deixou um recado para alguém, assim como Tyson fez para nós. – Ryan relembrou. – “A culpa é sua”. Para quem é essa mensagem?

- Precisamos saber mais sobre Diana. – Kate determinou.

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Os policiais estavam observando o quadro branco há algumas horas, em silêncio. Kate e Esposito olhavam de canto para os adolescentes, que estavam anormalmente quietos encarando as evidências adquiridas.

- O que estão pensando? – Espo demandou aos jovens, atormentado com a anormalidade.

A dupla se entreolhou antes de concordar mentalmente em responder.

- Quantas vezes vocês já passaram por isso? – Johnny indagou com o olhar distante.

- Poderia ser mais específico? – Kate pediu.

- Quantas vezes vocês já se depararam com mortes de pessoas da idade de vocês? – Anne completou, fitando a foto de Diana. – Ela poderia estar indo para o Remy’s com os amigos agora.

Espo e Beckett trocaram olhares confusos. A pergunta parecia não fazer sentido, afinal, um em cada quatro casos, pelo menos, havia alguém que regulava de idade com um deles.

- Vocês perceberam que, em todo esse tempo, é o primeiro caso deles em que a vítima poderia ser da mesma turma deles na escola? – Ryan comentou ao se aproximar. – Lanie enviou os resultados da autópsia. Não foi suicídio, e muito menos estrangulamento.

Kevin pegou os arquivos da pasta que carregava e anexou ao quadro branco, onde todos podiam ver a verdadeira causa da morte.

- Intoxicação alimentar? – Kate questionou, ainda mais confusa com a situação. – Detesto casos sem sentido. – Ela bufou, seguindo a leitura do relatório.

- Aparentemente ela ingeriu altas quantidades de restos de alimentos. – Ryan observou. – Agora, o que a levaria a fazer isso?

- Ela não ingeriu espontaneamente. – Anne mencionou, encarando as fotos. – Ela foi forçada. Amarrar ela pelo pescoço foi um meio de despistar. – Ao perceber os olhares perdidos que recebeu, ela tratou de esclarecer. – Basta fitar as marcas nos pulsos dela. É como se ela tivesse sido atada a uma cadeira.

- Verdade. – Espo concordou olhando melhor a imagem. – E como você percebeu isso?

- Atenção. – Ela deu de ombros, tentando desconversar. – Algo mais?

- Sim. – Kate suspirou, se levantando. – Avisar a família.

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Após deixar a residência dos Evans, o trajeto de volta à delegacia foi silencioso. Pelo menos até o carro ser estacionado.

- Kate. Por que você deixou eu dar a notícia? – Anne questionou.

- Porque você quis fazer isso. – Kate alegou confusa com a pergunta. – E você parecia tranquila fazendo isso.

- Sim. Porque eu precisava estar. – Anne assentiu. – Mas você nunca hesita em notificar os parentes. Por quê agora?

- Ok. – Beckett respirou fundo, pensando na resposta. – A última vez que eu peguei um caso com uma vítima desta idade, já faz alguns anos. Minha relação com Castle era um rumo para uma amizade. Eu não conhecia você, Alexis não era tão próxima a mim e Jamie nem era uma possibilidade. Naquele período, era mais fácil. Hoje, eu não conseguiria notificar esta família sem me ver no lugar daqueles pais desolados em saber que sua filha saiu de casa e nunca mais vai voltar. – Ela confessou, e uma lágrima inconsciente escorreu por seu rosto.

- Tudo bem. – Anne assegurou. – Isso é comum. Você é mãe. Ryan também não conseguiria, afinal, podia ser Sarah Grace. Você não precisa ser um robô para ser policial. E, por mim, Gates não precisa saber. Agora, vamos tirar isso daqui... – Ela secou a lágrima do rosto da detetive com um sorriso solidário. – E vamos achar quem quer que seja a pessoa miserável que matou Diana.

- Quando você cresceu tanto? – Kate inquiriu maravilhada com o que acabara de testemunhar.

- Um dia desses aí. – Anne deu de ombros, chamando o elevador.

Logo que chegaram ao seu andar, Anne se prontificou a verificar a cafeteira enquanto Kate foi analisar novamente o relatório em busca de mais pistas.

- Yo Beckett. – Espo chamou a colega. – Um entregador deixou isto para você. – Ele entregou um envelope branco.

- Estranho. – Beckett ponderou. – Quem pod... – Ela se interrompeu conforme leu a correspondência, sem acreditar no que estava escrito.

-... Kate! – A atenção de Beckett foi voltada para a adolescente à sua frente. – Está tudo bem?

- Sim. – Kate assentiu. – Eu... Me distraí. Consertou a cafeteira?

- Consertei. – Anne afirmou levemente desconfiada. – Separei uma caneca para você. Esses policiais são viciados em cafeína. – Ela indicou a fila quase interminável entrando na sala de descanso. – O que você estava lendo?

- Isto? – Kate gesticulou a carta em sua mão. – Uma carta de uma amiga. Eu não esperava receber.

- Certo. – Anne concluiu, fitando o quadro de evidências. – Ah, Lanie mandou uma mensagem para Ryan e Johnny me mandou. Ela encontrou um fio de cabelo que não pertencia à Diana. Ela está testando.

- E eu já consegui o resultado. – Lanie se aproximou, entregando a ficha para Kate. – Eu só espero que não seja exatamente isso.

- O quê? – Anne indagou curiosa. – O que diz aí Kate?

- Era tudo o que eu precisava. – Kate bufou frustrada. – Anne, onde você estava entre as 23h e as 2h da última noite?

- Do que voc... Você sabe que eu estava no loft assistindo filmes, na sala. – Anne afirmou confusa e levemente indignada. – Pode perguntar ao Rick, ele levantou para buscar água em torno de 1h e me viu lá. O quê? Eu sou uma suspeita agora?

- Na verdade sim. – Lanie afirmou levemente perturbada. – O DNA no fio de cabelo bate com o seu.

- Como? – Johnny demandou, saindo do elevador. – Ela nunca faria isso. Ela nem conhece Diana.

- Hey. – Anne chamou a atenção do rapaz. – Todos nós sabemos disso. Mas até provar o contrário... – Ela estendeu a mão, permitindo que Ryan colocasse, à contragosto, as algemas e a guiasse para a cela.

- Kate. Você não pode deixar isso acontecer. – Johnny argumentou enfurecido.

- E eu não vou. – Kate alegou igualmente brava. – Eu só preciso ir atrás de uma coisa.

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Kate seguiu as instruções da carta que recebera mais cedo e rumou até o local, buscando Castle que insistiu em acompanhá-la.

- Eu nunca imaginei que uma pessoa fosse capaz de armar algo assim. – Castle comentou.

- Eu poderia desconfiar. – Beckett murmurou. – Ela não merecia isso. Ser acusada de assassinato.

- Eu sei. – Castle suspirou. – Devíamos ir até lá.

O casal deixou o veículo, caminhando em direção à pessoa que os aguardava em meio às árvores.

- Eu achei que tivesse dito para vir sozinha, Sra. Castle. – Uma voz feminina proferiu.

- Eu achei que tivéssemos dito para deixar Anne em paz. – Kate rebateu.

- Por que toda esta artimanha Sarah? – Castle perguntou.

- Ora, para acabar com quem acabou com minha vida. – Sarah devolveu com um sorriso sádico. – Ela vai aprender o que é ter alguém sugando todos os seus sonhos, toda a sua esperança. E eu vou ensiná-la.

- Você não vai tê-la para sempre. – Beckett garantiu. – Nós vamos até o fim do mundo para evitar que você destrua a vida dela.

- Boa sorte. – Sarah desdenhou. – Eu sou a mãe dela. Nenhum júri vai tirá-la de mim. Ela é minha até meu leito de morte. Se ela não acabar com a própria vida antes. Ela bem que tentou em Los Angeles, mas eu precisava dela viva. Eu os chamei aqui para dar um aviso: Se afastem dela. Vocês não são nada dela. Não precisam sofrer por causa dela.

- Eu acho que não. – Castle interveio. – Ela pode ser insignificante para você, mas ela é o mundo para nós. Ela é tanto nossa filha quanto os nossos filhos biológicos. E se tivermos que brigar por isso, saiba que vamos.

- Eu fiz minha parte. – Sarah ergueu os braços em rendição. – Vocês foram avisados. Não reclamem se um de seus anjinhos se ferir.