De olhos grudados na tela do celular, li a mensagem curta e direta pela sexta vez, tentando me decidir entre o certo e o errado. Acabou que, por adrenalina momentânea ou por excesso mesmo de vaidade, decidi por me vestir, e esperar.

—Vai mesmo a esse encontro?

Ino se encostou a porta, de braços cruzados.

—É só um encontro. – Dei de ombros levando o brinco à orelha. –Estarei em casa antes da meia noite.

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Ela deitou-se na cama, observando o teto enquanto os joelhos dobrados balançavam de um lado para o outro, sem parar.

—Você sabe o que Ele quer, não é? – Fingi não ouvi-la. –Homens como Ele não convidam garotas para dá beijinho de boa noite depois do jantar.

—Você não o conhece, por isso fica aí imaginando o quão playboy ele pode ser. – Calcei as sandálias de salto médio, por que ainda me faltava treino com saltos agudos e altos. –Sasuke é um verdadeiro cavalheiro.

—Todo homem se torna cavalheiro quando está espreitando uma linda jovem. – Olhei-a severamente. –Eu me preocupo com você!

—Muito obrigada por cuidar de mim, mas esse não é o momento. Decidi que quero correr esse risco.

—Você tem noção onde está se metendo? Se seus pais souberem disso...

—Não tem por que eles saberem. – Arrumei o cabelo. –Além do mais, já sou grande o suficiente para tomar minhas próprias decisões.

Ouvi uma buzinada... Sasuke já estava à minha espera. Apressadamente espirrei perfume no pescoço, depois peguei a bolsa.

—Volto em...

—Você não vai voltar hoje. – Interrompeu Ino, certa como um sábio. –Se algo dá errado... Não se esqueça de deixar a chave do quarto perto de você.

—Não vou esquecer. – Pisquei para ela, deixando o quarto com passos céleres.

Capítulo 10

De banho tomado... cabelos limpos e escovados... maquiagem pronta... vesti meu melhor vestido e calcei minha melhor sandália de salto. Já fazia tempo que Eu não me arrumava para sair com Ino, pois, nas tantas vezes que resolvíamos curtir a noite juntas, Eu estava ocupada demais dedicando todo o meu tempo a frustrações amorosas.

—Nossa! Finalmente vejo você focada na sua própria pessoa e não em Sasuke Uchiha.

—Não quero pensar nele, tampouco necessito ouvir o nome dele. – Falei sentindo-me extremamente indignada. –Depois de tudo que fiz por ele... Eu merecia um pouco de admiração, mas, ao invés disso, Sasuke fez um discurso arrogante e... – Olhei-a exasperada. –Ele achou mesmo que fui à Konoha flertar com Sai!

—Eu disse a você que é dor de cotovelo! – Se pôs ao meu lado, usando o mesmo espelho. –Mas, e aí? Você quer voltar com o boy? – Quieta fiquei, imersa na pergunta espontânea. –Ele vai te procurar, agora... não sei se você quer dá uma chance a Ele.

Ino era minha melhor amiga. Eu precisava revelar a ela o que se passava em mente em relação à Sasuke.

—Eu o amo tanto, Ino. – Para ela, não era novidade minha confissão. A Yamanaka sabia que Eu não encararia meu relacionamento com Sasuke como sendo, somente, um caso.

—Diga isso a ele. – Sorriu acariciando meu rosto. –Não esconda mais seus sentimentos de ninguém. Minha intuição diz que o boy quer fazer o mesmo.

—______****_______

Meus planos de ter uma noite de solteirice ao lado da minha amiga não estavam dando certo. Ino, surpreendentemente, trocara nossos diálogos duradouros pelo novo piercing na língua de Gaara. Eu não só tinha de encarar meus problemas pessoais sozinha, como também tinha de me conformar com o termo ‘segurando vela’. Seria uma noite longa e chata.

—Está chupando dedo por que quer. Você poderia ter escolhido qualquer um dos meus amigos para sair.

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Lembrou Gaara, como se os amigos tatuados dele fosse uma excelente escolha para alguém como Eu, longe de ser radical.

—Valeu. Estou muito bem aqui, vendo vocês se agarrarem o tempo todo.

—Desculpa, miga! Eu não sabia que o meu namorado ia vir. – Ino se desculpou, desgrudando um pouco de Gaara.

—Tudo bem. – Peguei minha bolsa. –Estou um pouco cansada... Daqui a três horas o dia amanhece, então... – Levantei, determinada a ir embora.

—Espera um pouco! Aproveita a noite! – Ino me deteve. –E se Eu arrumar um cara maravilhoso para você?

—Nenhum cara bonito vai me animar.

—Nem mesmo o seu chefe?

A princípio, tive a mais pura intenção de reforçar que nem mesmo Sasuke mudaria meu humor, mas, assim que Eu o vi, vindo na minha direção como se estivesse em câmera lenta, senti um misto de felicidade e emoção chacoalhar meu coração. Definitivamente, a presença daquele homem havia devolvido mina auto-estima. Tive certeza que Ele não estava ali por acaso. Era, simplesmente, por nós dois.

—Desculpe a demora.

Pronunciou Ele, parando a menos de um metro de onde Eu estava.

—Chegou bem na hora! Sakura está mesmo precisando de uma carona.

Observei a cara de felicidade de Ino. Em algum momento da minha distração, a loira se encarregou de manter Sasuke informado.

—Não precisa se incomodar. Eu... – Sasuke pareceu decepcionado. Ele estava realmente acreditando que acertaríamos os eixos naquela noite. –Tudo bem. – Sorri desconcertada. –Podemos ir.

Ino piscou para mim e sussurrou boa sorte.

—______****_______

O silêncio definia nossas atitudes. Não era ruim não dizer nada, levando em consideração meu nervosismo, entretanto, Eu, definitivamente, queria pistas do que estava por vim.

—Conheço esse trajeto. – Observei os prédios iluminados. –Por que está me levando para o seu apartamento?

Por uma pequena fração de segundos, Sasuke me olhou profundamente. –É o melhor lugar para uma conversa íntima. – Explicou voltando a encarar a pista. –Ao não ser que você não queira...

—Eu quero! – O interrompi euforicamente. Não estava certo escancarar meu maior desejo com tanto descuido. Mas, naquela altura, o que mais importava?

Para minha surpresa, o carro parou devagar. O semáforo cronometrou sua luz vermelha justamente na nossa passagem.

—Você não precisava ter saído de casa tão tarde.

—Na verdade, Eu estava na balada há algum tempo. – Olhou-me. –Observando você.

Surpreendi-me com sua confissão.

—Esqueci que você adora me espionar. – Falei um tanto irônica. –Por que faz isso?

Ele desviou o olhar. –Por que Eu nunca sei como agir quando... quando as coisas não estão bem entre nós. – Assim que a luz verde brilhou, ele acelerou a Mercedes. –Além do mais, Eu gosto de olhar você. – Sorri maravilhada. Sasuke não era todo tempo tão fofo. –E, a propósito, você está belíssima.

Ele ligeiramente dedicou sua atenção a mim. Pegou-me ainda mais ruborizada e risonha. Eu adorava quando Ele me fazia elogios.

—______****_______

Encarei a taça ser preenchida com vinho. A volta ao apartamento havia roubado minha completa atenção.

—Obrigada. – Agradeci provando do vinho. Gradativamente tornei meu interesse no apartamento mais palpável. –Você mudou a cor das paredes.

Sasuke olhou em volta, sem emoção. –Como não consegui concretizar a venda desse apartamento, resolvi que, ao menos, uma pequena mudança deveria ser feita.

Engoli a seco. Sasuke havia se decidido mesmo a me esquecer.

—Tem notícia de sua ex-mulher?

Perguntei mais que interessada. Eu me importava com o desfecho do divórcio.

—Ela está ótima. – Deu de ombros. –Está fazendo o que sempre fez; só que agora ela tem a ampla liberdade de que precisava. – Afirmou observando-me severamente. –Seus esforços de salvar o meu casamento foram inúteis.

—Não importa. Uma parte de mim viverá com a consciência tranqüila.

—E a outra parte? – De olhar fixo, Sasuke deixou a taça e caminhou na minha direção. Chegara perto o suficiente para nossas respirações se chocarem. –A outra parte ainda sofre por você ter sacrificado nosso relacionamento?

—Não há sacrifício sem perda. – Sussurrei trêmula. –É por amá-lo tanto que arrisquei perdê-lo... para sempre.

—É por amá-la tanto que fiz tudo que pude para mantê-la ao meu lado. – Sussurrou roçando os lábios nos meus. –Diga que nunca mais terminará comigo.

—Nunca mais. – Sussurrei confiante. –Nunca mais...

Fora nos braços dele que tomei consciência da proporção da minha escolha. A dor de perdê-lo fora tão intensa que me deixou anestesiada por vários dias. O sabor da paixão que havia em nossos corpos, nus e entrosados, me trouxe de volta para momentos calmos e significativos. Eu não poderia, jamais, me privar das lembranças de nossos encontros. Seria infiel tentar esquecer o calor ardente que emanava do corpo daquele homem sedutor, que viera a se tornar, indiscutivelmente, Meu.

—______****_______

Irradiada pelo gosto prazeroso da noite anterior, dei início ao meu trabalho pondo em cima da mesa uma maravilhosa orquídea. Cantarolando, como há muito tempo Eu não fazia, chequei as anotações para o dia, – que peguei da pasta de Sasuke durante nosso café.

—Parece está muito cansada, porém muito feliz. – Avaliou Karin devido meu semblante mal dormido. –A balada é um ótimo lugar para conhecer novos amores.

—E quem disse que quero um novo amor na minha vida? – Sorri para ela. –Não está claro que estou satisfeitíssima com o homem que tenho?

Karin sorriu desdenhosa. Ficara escancarada minha audácia. Eu estava dando a cara para ela bater. Obviamente, a ruiva se aproveitaria.

—Embora Eu não me importe mais com sua vida, posso muito bem ficar chateada, e, sem querer, vazar informações preciosas ao seu respeito.

—Isso foi uma ameaça? – Sasuke surpreendeu Karin. –Pode repetir o que você disse a minha namorada? Acho que não ouvi direito.

Karin balbuciou algumas palavras, até se recompor. –Senhor?

Sasuke movimentou-se para perto da secretária de Itachi, deixando-a intimidada. Karin chegou a se encurralar na minha mesa. Ela não escaparia do nosso acerto de contas.

—Sakura e Eu estamos, oficialmente, namorando. Para os pais dela e os meus pais, será como se tivéssemos começado a namorar depois do meu divórcio. – Ele chegou mais perto da ruiva, fazendo Karin recuar. –As pessoas que sabem sobre meu caso com Sakura são de minha inteira confiança, entretanto, você também sabe, e Eu não confio nenhum pouco em você. Mas, para o bem de sua carreira profissional, será melhor que você não se envolva mais na minha relação com Sakura. – Ele chegou mais perto dela. Ambos estavam olho a olho. –Você não gostaria de me ter como o seu inimigo.— Sasuke voltou à postura ereta, com as mãos enfiadas nos bolsos. –Alguma dúvida?

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Karin balançou a cabeça, negativamente. –O senhor não terá aborrecimentos da minha parte. – Curvou-se perante Sasuke, solidando sua palavra. –Nem você, Sakura. – O mesmo fizera comigo.

—Ótimo. Pode voltar ao seu trabalho.

—Obrigada. – Agradeceu por Sasuke está dando a ela a última oportunidade de manter-se no emprego.

Fiquei olhando Karin voltar à sua mesa. Desconfiada, a ruiva também direcionou seus olhos castanhos a mim, mas rapidamente baixou a cabeça.

—É minha culpa as coisas ter chegado a esse ponto.

—A culpa é inteiramente dela por ser enxerida. – Sasuke olhou as horas. –A noite vai demorar uma eternidade para chegar. Você quer ir embora?

—Embora? – Indaguei conferindo as horas. –Para onde?

—Para o nosso apartamento. – Fora inegável não sorrir para ele. Eu estava adorando nossa liberdade. –A gente pode passar no supermercado e comprar umas coisinhas.

—Será maravilhoso, mas... E o trabalho? – Indiquei a papelada na minha mesa.

—Teremos tempo de sobra para pôr tudo em ordem.

Aceitei seu convite. De mãos dadas e sorriso estampado no rosto, desfilamos pela empresa, revelando nossa relação íntima. Os cochichos ficavam cada vez mais notórios em todos os passos que dávamos entre as pessoas, sem medo de sermos flagrados, e, o melhor de tudo, sem culpa.

—_______****________

Dois meses depois...

—Será que você pode me ajudar com a louça, filha?

—Claro, mãe. – Minha mãe aguardou minha ajuda com os pratos. –Pai... – Cochichei. –Não assuste o meu namorado. – Meu pai sorriu para o genro. –Não demoro. –Falei a Sasuke.

Recolhi da mesa a louça usada no almoço de domingo. Minha mãe já me esperava na cozinha, provavelmente desesperada de emoção ou susto.

—Só faltam os copos e...

—Vem! – Minha mãe agarrou o meu braço e arrastou-me para os fundos de nossa casa. –Você deveria ter avisado que correríamos perigo de enfartar! – Olhou para a porta da cozinha, temendo ser ouvida. –O bonitão... O seu chefe! Sakura! Por que não nos contou?

—Eu queria que fosse surpresa.

Minha mãe andou em círculos. –Quando? Quando isso começou?

Juntei as mãos, controlando o nervosismo. Eu estava mais que pronta para aquela pergunta, no entanto, a verdade, verdadeira, tinha de ser ocultada, talvez para sempre. Meus pais nunca saberiam do meu envolvimento com Sasuke enquanto Ele ainda era casado. Doía-me ter que mentir para Eles, mas a verdade não poderia ser dita até que Eu os sentisse adeptos a meu relacionamento. Eu não correria o risco de causar mágoa em meus pais, e pôr meu casamento, que logo aconteceria, em questionamento.

—Nós... Sasuke e Eu nos aproximamos muito depois do divórcio dele. – Pigarreei. –Estamos felizes e... vamos nos casar em alguns meses.

—O quê? – Ela ficara ainda mais pasmada. –Tão rápido?

—A senhora disse que casamento não depende de sorte, mas de sentimentos. Decidimos nos casar por que estamos muito apaixonados e...

Inesperadamente minha mãe enlaçou os braços no meu pescoço, dizendo palavras de felicitação. Não sei se era a vontade de me ver casada que cegou meus pais ou o fato da princesinha deles ter encontrado um verdadeiro príncipe. Eles ficaram extremamente felizes com meu namoro e não viam o momento de me ver de véu e grinalda na porta da igreja.

—______****_______

Da janela do apartamento pequeno e simples, Ino e Eu observávamos a euforia de Gaara dentro da Mercedes de Sasuke, dando voltas e mais voltas pelo bairro, como Ino fizera assim que a chave fora posta em sua palma da mão.

—Tem certeza que você não vai levar mais nada? – Olhei em volta. Tive certeza de que somente alguns pertences pessoais iriam embora comigo. –Tem muitas roupas boas no guarda-roupa. –Disse Ino, meio inquieta.

—São suas.

—Valeu! – Gritou pulando de emoção. –Gaara resolveu se mudar para cá, até juntarmos dinheiro e comprar um AP legal.

—Seria mais rápido se você aceitasse trabalhar com a gente. Você pode trabalhar de dia e estudar de noite. Falta pouco para você terminar a faculdade.

—Eu sei. É uma proposta tentadora, mas... A peste ruiva está lá! Não daria certo nós duas no mesmo lugar, convivendo com olhadinhas e sarcasmos.

—Não te contei? Karin mudou radicalmente depois que Sasuke a encurralou.

—Olha só! – Ino riu cheia de cinismo. –Você deveria dá a ela um pouco do próprio veneno.

Aconselhou Ino, com sede de justiça e uma pitada de maldade.

—É. Eu deveria, mas... não vou perder meu tempo com Karin, já que ela está, drasticamente, sob o olhar espreito de Sasuke.

—______****_______

Dias depois me mudei para o apartamento que Sasuke e Eu já ‘dividíamos’ há algum tempo. Provavelmente, passaríamos uma boa temporada a dois nele. Era um lugar grande, sofisticado... no entanto, o apartamento ainda era inadequado aos planos de Sasuke, que, ouvindo sua crítica, notei um interesse impulsivo nele em construirmos uma família grande. Isso me levou a crer que meu futuro marido logo, logo queria um herdeiro em seus braços.

Ding Dong! Ouvi a campainha tocar. Pulei algumas caixas espalhadas pelo chão e segui rumo à porta, ao abri-la, fui pega de surpresa pela presença inesperada da senhora Mikoto, minha sogra.

—Vejo que cheguei em uma péssima hora. – Comentou observando minha mudança.

—Oh! Desculpe a bagunça. Acabei de me mudar para cá. – Escancarei a porta convidando-a a entrar. –A senhora aceita...

—Não se incomode. Minha visita será breve.

Eu a levei para a sala. De frente para ela, fiquei hipnotizada pelos seus modos refinados.

—Eu não sabia que você e meu filho morariam juntos tão rápido. Aliás, antes do casamento que, por sinal, acontecerá em dois meses. – Salientou deixando-me desnorteada. –É. Sasuke me disse.

Engoli a seco, com um pouco clássico de nervosismo.

—Nós... temos muita afinidade e... – Meu argumento não estava sendo convincente.

—Sakura... – Minha sogra respirou fundo, calmamente. –Meu marido e Eu não somos bobos. Sabemos que você e Sasuke foram amantes por mais de um ano. – Não tive forças para compartilhar com ela tal revelação. Calei-me como uma covarde. –Conheço meu filho. Sei que ele jamais compartilharia sua vida com alguém que acabou de ter ‘afinidade’ com ele.

—Senhora Uchiha...

—Mas, está tomada a decisão dele, e, obviamente, a sua. – Disse em um tom de voz sério. –Eu não a conheço... Não sei quem você é e quais são seus planos para o futuro. Mas, o meu filho a escolheu, então... imagino que você seja uma boa moça. No entanto... – Ela observou-me seriamente. –Você se envolveu com Sasuke quando ele ainda estava casado. Então, me pergunto se minha família poderá mesmo confiar plenamente em você?

Observei aquela mulher com acuação. Ela me intimidara de tal forma que fiquei sem palavras. Claro, a senhora Mikoto estava me testando, além disso, era de sua inteira compreensão usar sua absoluta franqueza comigo. Eu não a odiaria por isso. Mas, como me sentir bem-vinda perante uma avaliação fervorosa?

—Vamos terminar essa conversa daqui a algum tempo, certo? – Indagou preparando-se para sair. –Até lá... – Ela pensou. –Você terá a confiança necessária de que precisa. – Ela gentilmente beijou meu rosto. Sorriu como um anjo e acenou, passando pela porta.

—_____****_______

Em meio à organização das minhas coisas e o efeito apreensivo da conversa com a senhora Mikoto, me calei mais que o normal pelo resto do dia. À noite, durante o jantar, Sasuke percebera minha mudança.

—A mudança mexeu com o seu bom humor. – Comentou ele, arrancando um sorriso vago dos meus lábios secos.

—Estive pensando em sua família. – Falei olhando-o com fixação. –Seus pais foram gentis comigo... me receberam muito bem... mas sinto que ainda sou uma completa estranha para eles.

Sasuke me observou atentamente. –Você terá afinidade com eles. Não precisa se cobrar por isso.

—Não estou me cobrando, é que...

—Meus pais te aceitaram como minha esposa. Você em breve terá meu sobrenome. – Calou-me conscientizando nossos planos bem sucedidos. –Eu te amo e serei feliz com você. – Gentilmente beijou meus lábios. –Tem certeza que algo mais importa?

Muitas coisas carregavam um grande peso de importância e nosso relacionamento, entretanto, elas não eram importantes como minha felicidade. Eu tinha uma vida ao lado do homem que cultivei um amor sincero e paciente. O que mais seria perfeito.

—Nada mais importa. – Beijei-o apaixonadamente. –Eu te amo.

Domado pela paixão e o desejo, Sasuke me pegou em seus braços, e levou-me para a casa. Amamo-nos naquela noite silenciosa e tardia. Fizemos amor como se o dia de amanhã não fosse mais existir. Nas noites e nos dias que se sucederam, abraçamos cada momento como se fosse o último.

Fim

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.