Am I a Nerd?

Capítulo 18 - My Heart is open


PDV SAM

Eu devia ter ficado desmaiada muito tempo, porque eu nunca senti tanta fome. A comida desse hospital não era das melhores, ainda mais essa sopa que parece papinha de bebê. Mas vou reclamar, não da comida, mas sim do Freddie que está se lamentando ao meu lado.

– Às vezes eu me pergunto: 'por que você é tão rude comigo?'- ele falou sentando ao meu lado na poltrona. Por que aquele perfume dele tinha que ser tão provocante?

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Eu terminava de tomar minha sopa e não dava nenhuma atenção para esse sem noção. E continuaria assim se não fosse por ele ter dito algo que me fez soltar a colher:

–Eu te amo Sam! - ele fez uma pausa dramática me vendo encarar a maçã – Desculpa se eu fui egoísta demais te levando um sabre de luz, ignorando o fato de que você ia, com certeza, odiar…

–Eu não…

–Sim Sam, eu sei que você odiou e eu entendo – ele jogou a cabeça para trás suspirando com um misto de confusão em seu olhar – Olha me perdoa, eu não quis que tudo isso acontecesse!

Talvez eu estivesse enlouquecendo, mas meu coração estava parado, eu não respirava, talvez porque o barulho da minha respiração não ia me deixar ouvir direito suas palavras. E eu queria que elas fossem claras o bastante para não me deixar enganar novamente.

Era um silêncio desconfortável naquela sala. Ele parara de falar e eu não tinha controle para uma palavra correta, então preferi ficar calada. Somente a televisão barulhava com aquele noticiário que passava. Até minha vontade de comer passou, joguei a bandeja para um lado e ameacei me virar para Freddie. Mas somente ameacei…

–SAM!? - pois uma morena nervosa apontou na porta – Você vai me explicar...tud...Espera! Tô interrompendo alguma coisa? - ela finalmente caiu na real.

–Está! - Freddie mexeu na cadeira.

–NÃO!...quer dizer...você não viria amanhã? - eu, apesar de comovida, não queria falar sobre aquelas palavras com o Freddie.

–Eu viria, até pensar melhor na situação da minha melhor amiga – Carly parecia incomodada com alguma coisa, pois nos olhava desconfiada- Eu estou interrompendo e eu sei disso! - ela insistiu.

Ela deu dois passos para trás colocando a bolsa nos ombros novamente. Abriu a porta de costas e nos apontou.

–Conversem...Agora!

E fechou a porta.

Fiquei sem jeito, até porque agora não tinha escolha. Freddie voltou a pender a cabeça para trás e suspirou.

–Se não quiser falar… - encarou os próprios dedos – Tudo bem, mas pense...por favor, porque...Sam eu te amo!

Permanecia calada. Eu não conseguia formar palavras na minha cabeça e mais uma vez vi ele brincar com o anel no dedo. Por que ele não tirava aquilo? Não tínhamos mais nada, certo?

Eu comecei um conflito interno. Incrível, nunca pensei que chegaríamos a esse ponto dele estar sentado ao meu lado, em um hospital, brincando com um objeto que um dia representou nossa “União”. Ele me disse naquele maldito verão que sempre estaria comigo. Dá pra acreditar que esse Nerd, que eu sempre disse odiar, estava declarando seu amor por mim? Não existe coisa mais confusa pra mim.

Lembrei do dia que ficamos sozinhos na saída de incêndio para ver o eclipse. Freddie me abraçou por trás e sorriu na minha nuca. “Eu gosto do Eclipse!” - ele disse. Não sei se é natural alguém gostar disso, ou se era do meu interesse, mas lembro de ter soltado um sorriso e o questionado: “Por que?” “Porque ele não aparece sempre, como o Sol e a Lua, ele aparece uma vez ou outra, mas quando ele surge – suspirou apaixonado – Ele surge completo...charmoso, sem nenhum defeito e chama atenção, porque ele não é como os outros” Não fez sentido para mim aquilo tudo, mas acho que ele percebeu e se aproximou ainda mais do meu ouvido e sussurrou: “Você é como ele, charmosa, cheia de si e perfeita; não é como o Sol e a Lua, comum demais, você surpreende e encanta as pessoas...Você é como um Eclipse para mim, não é sempre que dá as caras, mas quando dá é para ser perfeito”. Bastou isto para eu ver que eu não era inútil, como inúmeras vezes minha mãe falou.

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Balancei a cabeça saindo do meu estado de torpor. Eu precisava colocar algumas peças no lugar.

–Ainda me acha parecida com um Eclipse? - ele assustou na cadeira e sorriu.

–O que você quer dizer?

–Charmosa, cheia e...perfeita? - o olhei de canto desconfiada e ele levantou, se sentando na cama e frente para mim.

–Claro Sam! E quer saber, você faz muita falta – ele acariciou meu rosto – Você não faz ideia!

Eu diria que ele também faz falta, mas eu posso estar deitada numa cama de hospital mas ainda sou uma Puckett e os Puckett's não assumem isso.

–Sam...eu posso estar parecendo um imbecil, mas eu preciso de você...Sério mesmo! - seus olhos se umedeceram e pingou uma lágrima na minha bochecha.

If you don't ever say, yeah

Let me hear you say, yeah

Wanna hear you say, yeah, yeah, yeah

Till my heart is open

Now you're gonna say, yeah

Let me hear you say, yeah

Wanna hear you say, yeah, yeah, yeah

Wanna hear you say

Wanna hear you say

Wanna hear you say

Yes, yes, yes, yes, yes, yes

Yes, yes, yes, yes, yes

O que eu estava fazendo com ele, comigo...com nós? Dezenas de vezes ouvi minha mãe falar sobre os inúmeros caras que dormiram com ela e no outro dia sumiram. Nenhum deles ficaram ao lado dela em um hospital e choraram, implorando, para ela os aceitar. Mas o Freddie estava ali, me olhando nos olhos e eu podia ouvir seu coração. Ele criava um ritmo rápido.

It's just a moment going sea-saw

Don't be afraid to give your heart to me

Ele secou a própria lágrima do meu rosto e se desculpou por ter me “molhado”; endireitou as costas e pigarreou. Ele não queria chorar na minha frente, assim como eu não queria estar o olhando querendo chorar também. O que tinha dado em nós dois?

–Desculpa Sam, eu não deveria ter...sei lá...te dado aquele Sabre – ele desviou o olhar – Des-Desculpa!

–Não! A culpa foi minha! - o que eu estava falando? - Eu deveria ter entendido seu lado.

Eu estava deitada e o olhava de um jeito desconfortável, meu pescoço já doía. Mas eu queria acabar com aquilo logo, afinal eu sentia falta daquele Nerd tonto. Levantei, agilmente, e peguei seus lábios num selinho desajeitado.

–Você me compara com um Eclipse e eu te comparo com o sol...porque, assim como ele, se você não aparecer...tudo fica escuro, sem vida e sem sentido – ele sorriu – É você que faz minha vida melhor, Freddie!

–Tá filosofando muito ein Puckett!

–Não! Li isso num site! - ele sorriu me puxando para um beijo mais apressado.

Era bom tê-lo de volta.