Além da vida

Bônus: Nossa querida babá


Pov. Rafael:

–Você só pode ter ficado doida.- disse a minha irmã assim que ela me propôs a ideia maluca de deixar Mirabella tomar conta dos meus filhos.

–Rafa, a Bella é responsável.- Sienna garantiu enquanto me via arrumar minha pasta para mais um dia na gravadora.

–E como. E uma amostra disso foi quando tive que voar até Berlin para tirar as duas da cadeia.- disse sarcástico.

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–Só tínhamos 18 anos, éramos inconsequentes.

–O que não mudou muito.

–Olha mano, você precisa de alguém para cuidar da Mel e do Lucca e quem melhor do que a tia deles e a amiga?! Ou você quer deixá-los com a perua da sua mulher?!

–Ex-mulher. Valentina e eu estamos separados há anos.

–Mas ela ainda diz por ai que é a esposa do “Magnata da música” Rafael De Angeli.- ela disse e suspirei resignado, afinal o que podia fazer?

Não podia levar meus filhos durante a turnê do mais novo sucesso da gravadora, pois os dois estavam no meio do ano letivo.

–Tudo bem Sienna, mas quero conversar com você e Mirabella antes de ir.

–Vou ligar para ela.

–Ótimo.- disse antes de ir para a sala de jantar onde meus filhos estavam tomando café.

–Papai, por que não posso ir com você na turnê? - Lucca questionou sonolento enquanto brincava com sua salada de frutas.

Lucca era um doce de menino e muito apegado a mim, ele tinha 3 anos e quase não se lembrava da mãe, já que nos separamos quando ele era simplesmente um bebê.

–Por que vocês têm escola, e além do mais a tia Sienna e a Mirabella cuidarão de vocês.- disse meio inseguro e Mel me olhou chocada.

Mesmo tendo 6 anos, ela sabia que era mais adulta que a tia maluca.

–Por que a senhor não nos deixa com a mamãe? - ela questionou e suspirei antes de me ajoelhar ao lado da minha filha.

Sabia que Mel sentia falta da mãe, para ela Valentina era um exemplo a ser seguido. O que minha filha não sabia é que a mãe jamais os amou, ela só os teve apenas para garantir seu futuro, quando não pudesse mais desfilar como modelo.

E esse foi um dos motivos, junto com sua traição, que causaram o nosso divórcio.

No qual sai devastado e humilhado, já Valentina estava feliz por estar livre de duas crianças e de um marido que lhe cobrava o que ela não poderia oferecer.

–Por que Valentina está desfilando, e não quero vocês dois nos bastidores de um desfile. Agora me deem um beijo.- pedi e os dois sorriram antes de me darem um beijo em cada bochecha.

Jamais contaria aos meus filhos que a mãe não queria vê-los, seria cruel demais para duas crianças.

Pov. Mirabella:

–Você é doida.- sussurrei para Sienna enquanto esperávamos seu irmão chegar da gravadora.

–Você devia me agradecer, afinal estou lhe ajudando a conquistar o meu irmão.- ela disse e sorri nervosa.

–Do que está falando?

–Você acha que não percebo? Vejo o jeito que você sempre olhou par ao rafa, só que i tapado do meu irmão preferiu a “modelete” sem alma do que você.

–Rafael, jamais vai me enxergar Sienna. Afinal, ele convive com cantoras deslumbrantes todos os dias. Ele jamais vai querer algo com uma artista plástica sem graça.

–Nada disso amiga. Vocês combinam em tudo.- Sienna disse e logo ouvimos Rafael entrar na sala, tão lindo e envolvente quanto o dia que nos conhecemos.

Virei amiga da Sienna durante o último ano do ensino fundamental, ficamos inseparáveis desde então. Éramos praticamente irmãs, pois o seu irmão mais velho vivia viajando em turnê, Rafael era a revelação musical do momento.

Com sua voz doce e letras incríveis ele fez sucesso pelo mundo todo, e entrou para o hall de recordistas do grammy, o maior prêmio voltado para a música.

E olhando para ele ali em minha frente não pode evitar de lembrar dos tempos que ele arrastava multidões de garotas para ouvir a sua voz e ver suas coreografias únicas.

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–Olha só, você tirou as mechas rosas do cabelo e ainda o cortou, está parecendo até mais adulta. Está me fazendo acreditar que posso deixar meus filhos com você.- Rafael disse sorrindo e revirei os olhos.- Espero que uma das duas seja a responsável. Por que não vou admitir que algo aconteça ao Lucca ou a Mel.

–Eles vão ficar bem. Apenas, nos dê um voto de confiança.- pedi olhando em seus olhos castanhos.

–Tudo bem.- ele disse resignado antes de me entregar uma agenda.- Essa agenda contém todos os telefones para me localizarem enquanto estiver fora. Ela também tem os telefones do pediatra das crianças, lista os alimentos dos quais a Mel é alérgica e os horários da natação do Lucca. Se a seguirem à risca não terão problemas.

–Certo. Mas e se a sua “esposa” quiser ver as crianças? - Sienna questionou implicando com o irmão.

–Ex- esposa. E duvido muito que ela queria ver as crianças. E mamãe vai fiar de olho nas duas.

–Não precisamos de babá Rafael, já temos 25 anos. Quando é que você nos verá como adultas? - Sienna questionou seria.

–Acho que depois disso.

–Engraçadinho.- Sienna disse de mau humor e Rafael sorriu da birra dela.

No dia seguinte Rafael embargou e ficamos tomando conta das crianças. No começo Sienna e eu nos atrapalhamos um pouco, mas devagar conseguimos nos adequar a rotina das crianças.

Pov. Rafael:

Nem conseguia acreditar que passei um mês longe dos meus filhos. Apesar de falar com eles todos os dias sentia falta de abraça-los e coloca-los para dormir a noite.

Segundo minha mãe e as crianças, Sienna e Mirabella se saíram excelentes babás o que me fez ver as duas com outros olhos, principalmente Mirabella.

–Tem alguém em casa?- questionei assim que entrei e não vi meus filhos ou as meninas pela casa.

Logo escutei uma zoada vindo da piscina e surpreendi meus filhos brincando com a minha irmã na agua.

–Pai.- Lucca e Mel gritaram assim que me viram e saíram da agua para me abraçar forte.

Beijei os dois matando a saudade que senti antes de conferir se estavam inteiros depois de passarem um mês com as duas malucas.

–Viu pai coruja, seus filhos estão inteiros.- Sienna disse e concordei.

–Cadê a Mirabella? - questionei confuso por não vê-la ali.

–A Bella tem medo de piscina pai, então ela foi lavar as roupas, já que Simone está de folga.- Mel explicou e sorri surpreso.

–Não acredito que ela ainda tem medo de piscina?

–Para você vê como são as coisas. Talvez, ela não tenha ficado por que seu salva-vidas preferido estava fora.- Sienna disse e corei sem graça.

Me lembrava da vez em que Mirabella se afogou na piscina da casa dos meus pais durante um almoço em família, eu a salvei de morrer afogada e ainda fiz respiração boca a boca nela, o que deixou minha esposa na época louca de raiva. Odiava admitir, mas havia gostado da sensação dos lábios de Mirabella nos meus, mas tive que esquecer isso, afinal era casado.

E o melhor jeito de fazer isso foi dizendo a mim mesmo que ela era uma menina irresponsável.

–Do que a tia Sienna está falando pai? - Mel questionou confusa.

–Nada querida, vou ver se a Mirabella está bem. Afinal, do jeito que ela é desastrada deve estar em perigo.- disse e todos sorriram enquanto eu ia até a área de serviço.

Assim que abri a porta a surpreendi cantando e dançando enquanto dobrava algumas roupas.

–Até que você leva jeito para pop star.- disse olhando sua performance e ela gritou assustada ao me ver derrubando algumas roupas no chão em seguida.

–Nossa, nunca pensei que fosse tão feio assim.- disse e ela respirou fundo tentando se recuperar do choque.

–Você não é feio. É uma “tentação ambulante”.- ela sussurrou antes de começar a catar as roupas do chão.

–Então, você me acha uma “tentação ambulante”, Mirabella?- questionei ajudando-a a catar as roupas.

–O que? Claro que não.- ela disse nervosa e sorri.

–Você acabou de dizer isso.

–Não disse nada. Você é que ouviu mal.- ela desconversou e em seguida nossas mãos se tocaram no momento em que íamos pegar a mesma roupa.

E naquele simples gesto senti algo tomar conta de mim. Um sentimento tão forte que me levou as lágrimas assim como ela.

Parecia que era a primeira vez que estávamos nos olhando, em seguida uma força nos impulsionou em direção ao outro e nos beijamos de uma forma carinhosa e apaixonada.

E com aquele simples beijo, Mirabella despertou algo em mim que mulher nenhuma foi capaz de fazer.

Pov. Mirabella:

Já havia se passado 3 anos desde que Rafael e eu nos beijamos na área de serviço, e por mais estranho que seja para mim pensar naquele dia, no qual descobrimos um sentimento tão forte que era impossível ser reprimido, agradecida pelo que havia acontecido, afinal se hoje estávamos casados era graças aquele simples beijo.

Me levantei da cama sonolenta assim que senti o lado de Rafael vazio. Confusa sai do quarto e fui até o escritório de Rafael, de onde podia ouvir sua voz doce e suave sendo acompanhada por um violão.

Toda vez que nossa filha ouvia a voz do pai ela se remexia dentro de mim, o que me fazia sorrir.

Mel e Lucca ficaram eufóricos com a notícia de que iria me casar com o pai deles, mas no dia que souberam que eu estava gravida os dois só faltaram fazer uma festa, pois sempre quiseram ter mais irmãos.

–Perdeu o sono, meu anjo? - Rafael questionou me tirando dos meus pensamentos.

–Sim, senti sua falta.- sussurrei e ele sorriu enquanto colocava seu violão de lado e me chamava para sentar em seu colo.

–Desculpe, mas acorde com essa letra na cabeça e não quis perde-la.- ele disse acariciando meu rosto de leve.

–E fala sobre o que? - questionei curiosa e ele sorriu suave.

–Sobre um grande amor que sobrevive por eras. O qual os destinados sempre se reconhecem com um simples toque.- ele disse e sorri.

–Acho que conheço essa história.- segredei e ele sorriu.

Afinal, Rafael sempre me dizia que sentia algo por mim, mas ele só pode sentir a força de tal sentimento quando nós tocamos. E eu sempre dizia a ele que nosso amor era forte demais para uma vida só.

–Quando ela estiver pronta você toca para mim.- pedi e ele concordou antes de acariciar meu rosto com amor.

–Eu te amo meu anjo.- ele sussurrou doce e sorri suave.

–Eu também te amo meu amor.- sussurrei apaixonada antes de ser beijada por ele.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.