Além da Eternidade - 1° temporada
Convivência complicada
Angel: Poxa, que legal!
Roberta: Maneiro!
Mayane: Que surpresa! – Roberta se levantou.
Thayane: Vai sair?
Roberta: Hãm...Vou pra boate.
Thayane: Mas você disse que ainda não sabia se ia tocar.
Roberta: Acabei de decidir. – Sorriu.
Vitor: Quem sabe vamos todos nós? Gostaria de vê-la tocando!
Roberta: A vontade! – Forçou um sorriso e foi para o quarto.
Thay não sabia se ia atrás ou não e antes que decidisse, Roberta já voltava a sala com uma mochila e seus equipamentos.
Roberta: Eu to indo porque tenho que montar os aparelhos e isso demora, até mais tarde.
Vitor: Até daqui a pouco DJ! – Sorriu. Beta correspondeu ao sorriso e logo retirou-se.
Roberta foi direto para a boate e o pessoal foi logo em seguida.
Assim que chegaram a boate, Vitor começou a se entrosar com os meninos.
Vitor: E vocês dois, veem muito aqui?
Christian: Faz tempo que a gente vem aqui.
Vitor: É uma boate GLS, né?
Diego: É sim, mas a gente frequenta aqui pela Roberta, sem outro tipo de interesse.
Christian: Se é que da pra entender.
Angel: Eles tão querendo dizer que não são gays. – Todos sorriram.
Vitor: Eu entendi.
Christian: Você tem preconceito, Vitor? – Thay fuzilou ele.
Vitor: Eu respeito desde que me respeitem.
Christian: Tem algum caso na família? – Angel e Thay se olharam agora.
Vitor: Não que eu saiba.
Ao ver que Christian estava forçando muito a barra e Vitor poderia desconfiar de algo a qualquer momento, Diego e May puxaram outro assunto, nada vê com sexualidade. Christian ficou observando Roberta de longe e por conhecê-la bem, pode perceber que ela estava bastante irritada, e não era para menos.
Christian: A Beta ta muito puta, cara. – Sussurrou para Angel.
Angel: Também né, depois de saber que a Thay vai morar com Vitor e do Vitor não desgrudar um segundo dela aqui na boate e lá fora, ela tem mais é que ta buzina da vida.
Assim que terminou de montar seus equipamentos, Roberta tomou um gole enorme de caipirinha e totalmente contra sua vontade, mas por pura educação, foi até a mesa aonde estava o pessoal, cumprimentá-los. Ela conversou um pouco com eles, mas evitava falar e olhar Thay a todo o momento, não demorou muito e ela deu uma desculpa qualquer e retirou-se da mesa.
Por mais durona que fosse Thay, ela não gostava de ficar naquele clima ruim com Roberta, então ela deu a desculpa de ir ao banheiro e foi atrás de Beta.
Thayane: Espera Beta, preciso falar com você!
Roberta: Agora eu não posso, preciso tocar. – Continuou andando.
Thayane: Pára de birra comigo! – Segurou ela pelo braço e a fez parar.
Roberta: Fala logo o que você quer, Thay!
Thayane: A gente precisa conversar poxa!
Roberta: Agora que a besteira ta feita você quer conversar, né? Quando nós tínhamos que conversar, você nem tocou no assunto!
Thayane: Eu ia te falar sobre isso, mas eu não sabia como tocar no assunto e resolvi esperar mais um pouco.
Roberta: Claro, é mais preferível que eu saiba pela boca de outros do que pela sua!
Thayane: Eu ia te contar! – Aumentou o tom de voz.
Roberta: Mas demorou demais! – Aumentou o tom de voz também.
Thayane: Desculpa! – Abaixou o tom de sua voz. - Eu imagino como você esta se sentindo e...- Beta a interrompeu.
Roberta: Não Thay. Nem você e nem ninguém sabe o que eu to sentindo aqui dentro agora. Na verdade nem eu mesma sei o que to sentindo ao certo. Acho também que aqui não é o lugar nem a hora certa pra conversamos a respeito disso, depois da boate a gente conversa, ta bom? – Thay engoliu seco.
Thayane: Como você quiser.
Nisso, Roberta deu as costas e com muita dificuldade saiu dali deixando Thay sozinha. Thay estava triste e Beta não suportava ver aquela tristeza nos olhos dela, mas sua dor era maior e só por isso ela conseguiu sair dali sem tentar se acertar logo de uma vez, como sempre fazia.
Roberta começou a tocar e a festa foi rolando. Lá pelas três horas da manhã, ela parou de tocar, agradeceu ao pessoal e foi recolher seus equipamentos para ir embora. A galera que veio com ela também decidiu ir embora e todos se encontraram no lado de fora da boate.
Vitor: Parabéns Roberta, você é uma ótima DJ! – Ofereceu sua mão para parabenizá-la.
Roberta: Obrigada. – Apertou sem vontade sua mão.
Vitor: Se você aceitar, você será a DJ do nosso casamento, né amor? – Todos olharam para a Thay.
Thayane: É...vamos embora, eu to cansada e acho que todos estão.
Vitor: Vamos, claro. Boa noite pessoal. – Ele foi em direção ao carro e Thay foi falar com Beta.
Thayane: É...eu vou pro Hotel com Vitor e...
Roberta: Boa noite, Thay! – Retirou-se e foi para o carro de Christian.
Thay respirou fundo.
Angel: Tenta entender ela amiga.
Thayane: Claro. Boa noite.
Angel: Se cuidem.
Assim que chegaram ao apartamento, Angel foi passar a noite no apê dos meninos, Diego foi para outra balada, e May e Beta ficaram sozinhas no apartamento das meninas.
Mayane: Quer comer algo?
Roberta: Não, quero mesmo é mais uma dose de caipirinha.
Mayane: Você só ta bebendo, vai fazer mal. Vou fazer algo rapidinho pra nós.
Roberta: Não May, é sério. To sem fome.
As duas começaram a beber, beber, beber e logo estavam bêbadas.
Roberta: Essa situação tirou meu sono e minha fome.
Mayane: Como vai ser a partir de agora?
Roberta: Sei não. Eu ia conversar com a tua prima hoje depois da balada, mas o Vitor alugou ela mais uma vez.
Mayane: Você pretende terminar com ela?
Roberta: Eu não sei se vou ter pique pra ver ela com o Vitor. Só de imaginar que agora os dois estão transando me da uma vontade de invadir aquele bosta de hotel, pegar ela pela mão e trazer pra cá comigo!
Mayane: Teria coragem? – May arregalou os olhos.
Roberta: Coragem de sobra, morena! Sabe só porque que eu não faço isso?
Mayane: Por que?
Roberta: Porque eu não sei aonde é esse hotel! – Elas riram. – Se eu soubesse, eu pegava minha moto e vrummmm, ia voando pra lá!
Mayane: Mas sua moto não chegou ainda!
Roberta: O que? Minha moto não chegou ainda?
Mayane: Até onde você me disse não.
Roberta: Puxa vida, até isso pra ajudar. – Coçou a cabeça. – Ah, quer saber? – Levantou-se. – Eu vou dar uma saída.
Mayane: Aonde você vai?
Roberta: Não sei, vou dar uma volta por ali, por ala, por aca, por qualquer lugar. To sem sono e a caipirinha acabou mesmo.
Mayane: Eu vou com você!
Roberta: Não, não precisa.
Mayane: Você ta mais bêbada que eu, vou sim!
Roberta: Ta bom, então vai e não se discute mais. – Elas andaram até a porta. – Você tem certeza que minha moto ainda não chegou?
Mayane: Tenho!
Roberta: Que bom, porque eu não saberia aonde teria a estacionado. – Gargalhou.
As duas saíram e foram direto para a praia, lá elas beberam mais um pouco e sempre que Beta lembrava da situação chata que se encontrava, May dava jeito de fazê-la rir e esquecer temporariamente. O sol já estava querendo sair quando elas resolveram voltar ao apartamento e dormir.
Passava da uma da tarde quando elas acordaram e resolveram pedir comida por telefone, já que a preguiça falava mais alto. Enquanto elas almoçavam, elas conversavam.
Roberta: Eu acho que vou cancelar o restaurante e o motel.
Mayane: Por que? – Pegou o litro de Pepsi e serviu seu copo.
Roberta: Porque o Vitor ta na cidade, vai complicar tudo!
Mayane: Vai nada! É só a Thay dar uma desculpa e vocês duas fogem, damos cobertura a vocês. Quer mais Pepsi?
Roberta: Será que vai dar certo? Quero sim. – Levantou o copo e May o serviu.
Mayane: Claro que vai! Guria você ta me viciando em Pepsi, vou engordar! – Beta sorriu.
Roberta: Em Pepsi e você ta pegando meu sotaque, né?
Mayane: Já deu pra notar? – Elas riram.
Assim que almoçaram, elas arrumaram a louça e May foi ao shopping comprar algumas besteiras. Beta ficou em casa escolhendo a roupa que iria usar, a cor do esmalte, o penteado, os presentes e o que iria falar para Thay, já que o grande dia havia chegado. O tempo passou voando e quando ela deu por conta, já era hora de se arrumar.
Mais alguns bons minutos no banho e na frente do espelho e Beta estava pronta. Pronta e absolutamente linda, talvez fosse o momento e o brilho em seus olhos que davam mais beleza do que ela já possuía. Enquanto ela ensaiava na frente do espelho o que iria falar, o telefone tocou.
Roberta: Merda, quem pode ser justo agora? – Alô.
xXx: Beta?
Roberta: Sim.
xXx: Boa tarde Beta, é a Thay. Tudo bem?
Roberta: Tudo e você amor?
Thayane: Também. E as meninas?
Roberta: Angel ta com o Chris e a May deu um saída.
Thayane: Pra variar, né? – Sorriram. – Amor, eu liguei mesmo pra avisar que eu não vou pra casa hoje, vou ficar até amanhã aqui com o Vitor. – Beta não acreditou no que havia ouvido.
Roberta: Mas...é, não tem como você dar uma saidinha? Mesmo se for rápido?
Thayane: Não amor, é complicado demais. Mas por que?
Roberta: Bem é que como hoje...- Beta calou-se ao perceber que Thay não lembrava de que dia era. -...ah, nada! Tudo bem então, amanhã a gente se fala.
Thayane: Desculpa amor, não era isso que eu queria, mas você sabe como as coisas são.
Roberta: Claro. – Forçou um sorriso.
Thayane: To morrendo de saudade de você, viu?
Roberta: Eu também, bastante! – Thay sorriu.
Thayane: Tchauzinho amor, manda um beijo para as meninas.
Roberta: Ta bom, até mais. – Elas desligaram.
Roberta, mais uma vez se sentiu mal e começou a chorar.
Roberta: Não! Eu não vou mais chorar! – Começou a secar as lágrimas que caiam por seu rosto e estragavam a maquiagem. – Ela ta bem com ele lá, por que eu vou ficar sofrendo aqui? Não mesmo!
Ela falava isso a todo momento tentando se convencer de que não iria ficar chorando já que Thay, com certeza, não estaria fazendo o mesmo, pelo contrário, estaria bem melhor que ela, mas isso não funcionava muito. A raiva tomava conta dela cada vez mais. Logo quem tomava conta dela era o ciúme, depois a tristeza, enfim, vários sentimentos contraditórios. Ela foi até o banheiro, limpou a maquiagem borrada, pegou as chaves de seu carro e foi em direção as escadas, quando May e Angel a avistaram.
Angel: Nossa, mas como ela ta uma gata!
Mayane: Já vai indo Beta? Não é cedo demais? – Beta olhou pra elas.
Roberta: Eu vou cancelar tudo, quanto mais cedo, melhor.
Angel: Como assim, cancelar?
Roberta: A Thay ligou, não vem mais pra casa, vai ficar com Vitor. – May e Angel se olharam sem acreditar.
Mayane: Pega Angel. – Entregou as sacolas a ela. – Eu vou com a Beta.
Angel: Ta bom, é...se cuidem. – May correu até Beta.
Roberta: Não precisa May, eu vou sozinha.
Mayane: Que isso, faço questão de ir junto.
Elas continuaram descendo as escadas e logo entraram no carro, durante o trajeto elas não trocaram uma palavra sequer. May estava morrendo de dó de Beta, já que ela estava tão entusiasmada com a ideia, e Beta estava com vergonha pelo papel que fez durante a semana.
Roberta: Chegamos. – Ela estacionou o carro. – Vai descer ou me esperar no carro?
Mayane: Tem certeza que você quer cancelar tudo? Quer dizer, você vai pagar uma multa caríssima por não ter cancelado com mais antecedência e já que estamos aqui. Eu sei que não sou a companhia que você queria que estivesse aqui, mas eu divido a conta com você. – Beta sorriu.
Roberta: E no motel, você vai comigo também?
Mayane: Motel? – Ela arregalou os olhos e se passaram mil coisas por sua cabeça. – Bem, eu até....- Beta começou a rir.
Roberta: To te zoando guria.
Mayane: Ah vai se catar Beta, quase enfartei aqui.
Roberta: Vou te poupar desse trabalhinho.
Mayane: Muito engraçada! E então?
Roberta: Eu aceito. Espera aí. – Ela desceu do carro e abriu a porta pra May, logo ofereceu sua mão. – Vamos? Namorada por um dia. – Sorriu. May segurou sua mão.
Mayane: Não vem com papinho mole só pra me levar pra cama, ok? – Beta gargalhou.
Roberta: Besta! – Soltou a mão de May e fechou a porta. – Vamos então.
O restaurante era incrivelmente lindo, tocava uma música suave e o ambiente era bastante calmo. Sem demorar muito elas entraram, foram até a sua mesa acompanhadas pelo garçom que as guiou e logo pediram algo pra beber enquanto não decidiam o que ia comer.
Mayane: Até eu me surpreendi com esse restaurante.
Roberta: Isso que você quem o indicou. – Sorriu e bebeu um gole de vinho.
Mayane: E esse vinho ta muito bom!
Elas conversaram mais um pouco e logo pediram a comida. Assim que o garçom trouxe o jantar, elas jantaram e voltaram a conversar logo em seguida. No meio da conversa e de muitos risos, e a surpresa havia chegado.
Garçom: Com licença, pediram pra entregar esse buquê aqui. – May olhou pra Beta.
Roberta: Obrigada. – Sorriu e pegou do garçom. – Era pra Thay. – Largou o buquê no canto da mesa.
Mayane: Entrega pra ela amanhã.
Roberta: Quero apenas uma rosa. Quer o buquê pra você?
Mayane: Se eu não aceitar você vai colocar no lixo?
Roberta: Vou.
Mayane: Então me dá aqui! – Roberta sorriu.
Roberta: Quer mais alguma coisa?
Mayane: Não, to cheia e se eu beber mais uma taça você vai ter que me carregar.
Roberta: Então, vamos?
Mayane: Claro.
Elas compraram uma garrafa de vinho a mais e seguiram para o carro.
Mayane: Pra casa?
Roberta: Não sei. Quer dar mais uma volta?
Mayane: Podíamos dar uma volta na praia, né?
Roberta não gostou muito da ideia, afinal, praia lembrava Thay e isso não seria uma boa ideia depois de algumas taças de vinho que ela havia ingerido, mas como ela não queria ir pra casa, ela aceitou.
Roberta: Vamos. – Ela ligou o carro e logo foram em direção à praia. Alguns poucos minutos, e elas já estavam lá. – Chegamos.
Mayane: Ainda bem que ta calor hoje. – Elas desceram do carro e caminharam pela areia.
Roberta: E aí, você vai abrir esse vinho ou vai esperar ele esquentar mais?
Mayane: Deixa comigo. – Ela começou a abrir o vinho. – Pronto! É...você tem copos aí? – Mais uma vez Beta lembrou de Thay.
Lembrança de Roberta
Roberta: Quer beber?
Thayane: Opa, demorou! – Sorriu. Com um pouco de dificuldade eu abri a garrafa.
Roberta: Você tem copos ou taças aí?
Thayane: Não costumo trazer copos comigo quando venho à praia – Sorriu debochada.
Final da lembrança de Roberta
Roberta: Vai ter que ser no bico mesmo.
Mayane: Não tem problema! – Deu o primeiro gole e logo ofereceu a garrafa a Beta.
Roberta: Nossa, mas que sede! – Sorriu e pegou a garrafa dando um gole também.
Mayane: Vamos sentar ou caminhar?
Roberta: Vamos sentar um pouco.
Mayane: Depois a preguiça sou eu! – Beta riu e elas se sentaram.
Roberta: Gosto de vir a praia e ficar olhando o mar e o horizonte. – Livrou-se do salto.
Mayane: Também gosto, ainda mais com essa lua cheia que ta simplesmente linda. – Livrou-se do salto também e logo pegou a garrafa de vinho.
Enquanto bebiam elas iam conversando, alguns minutos depois e o silêncio tomou conta das duas.
Mayane: Ta pensando nela? – Beta a olhou e logo voltou a olhar o mar.
Fale com o autor