Tudo se passou muito rápido. James deu inicio ao plano, andando de forma a parecer o mais confiante possível, enquanto ao seu lado, Lilly andava firme, a passos rápidos, ditando o caminho que deviam seguir, já que segundo a recepcionista, que havia ficado, de fato, impressionada com o “policial” James, eles deviam seguir sempre em frente, virando apenas uma porta a direita antes da entrada do consultório que eles gostariam de chegar.

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- Já sabe o que fazer. – James sussurrou ainda mantendo o olhar em um ponto fixo não especifico, e pela visão panorâmica, viu Lilly assentir.

- Policial, estou precisando de alguns momentos com as testemunhas. – Ela disse sem olhar realmente nos olhos do homem a sua frente. – O senhor pode se retirar, e buscar um café, caso desejar. O policial Sheffer, estará aqui enquanto isso. – Ela disse a ultima frase se referindo a James, e cada palavra dita, soou como uma ordem de quem realmente sabia do que estava falando.

- Eu não conheço a senhora oficial... – O homem disse incitando a moça a continuar o discurso.

- Oficial Martin, Charlotte Martin, investigadora do 13º batalhão. – Ela disse confiante, e citadas as falsas referências, o policial apenas assentiu, e rapidamente se direcionou para a cantina do hospital. Lilly silenciosamente esperava que o homem não viesse a ter problemas por sua causa e de James, apesar de isso ser quase certo.

- Temos menos de cinco ou dez minutos até que o homem perceba que foi enganado. Precisamos agir rápido. – James disse trancando rapidamente a porta e os prendendo do lado de dentro do pequeno quarto de hospital.

Lilly estava parada de certa forma, que James poderia ter pensado que ela estava congelada.

- Eu não posso acreditar nisso... – Lilly disse secando as lágrimas que teimavam em escapulir dos seus olhos.

- Pare com isso. Pare de chorar. Não podemos dar pistas de que somos envolvidos emocionalmente com as vitimas se lembra? Quer que nos descubram? – James disse e vendo a negativa rápida vinda de Lilly continuou sua fala. – Pare de chorar agora. Temos pouco tempo.

As duas mulheres estavam lado a lado em duas camas. Algumas faixas enfeitavam a cabeça da avó de James, e no rosto da avó de Lilly ainda haviam alguns poucos machucados não cicatrizados. Elas não pareciam apenas adormecidas naturalmente. Estavam sob o efeito de sedativos.

- Peça a Deus para que elas não estejam tão sedadas a ponto de não nos reconhecerem, ou pior, de não acordarem. – James resmungou enquanto desconectava sem muito cuidado as agulhas com o soro das duas senhoras.

- Devagar James, vai machuca-las. – Lilly pediu e ele respirou fundo antes de continuar.

Um a um, ele desconectou os fios, e livres do efeito continuo dos tranquilizantes, ele rapidamente passou a sacudir um pouco uma das senhoras, enquanto Lilly chamava pelo nome da outra.

- Vovó... – Ela sussurrou com emoção quando viu a senhora Carter abrir os olhos por um instante. – Por favor vovó, eu preciso que a senhora acorde um pouco. –Ela pediu, e a mulher voltou a abrir os olhos, os deixando fixos nela por pouco mais de um ou dois segundos.

- Deixe a vovó descansar um pouco mais Lírio... – Patrícia Carter disse com a voz de quem está a muito tempo sem dizer uma palavra sequer e Lilly logo tentava conter as lágrimas outra vez.

- Não, vovó, acorde. Eu e o James estamos em apuros. Temos que falar com você.- Lilly disse e dessa vez, foi Laraine Madison quem abriu os olhos, pesados, ainda sonolentos.

- O que faz aqui Derek? – A mulher perguntou, encarando James como um ponto fixo apenas. – Seu pai não gosta de ter você no nosso quarto meu filho. Volte a dormir. Pesadelos são apenas sonhos ruins, que nos ensinam qual caminho nunca seguir. – Ela disse em uma voz rouca, como se cada palavra já fosse decorada por seu cérebro. Era como se ela estivesse apenas revivendo uma lembrança.

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- Vovó, sou eu o James. Não sou o papai. - James disse e Laraine voltou a fechar e abrir os olhos de vez em quando.

- É claro que você não é p seu pai Derek. E eu bem queria que seu nome fosse James, mas no Brasil não usamos assim. – Ela falou, em inglês ainda, passando depois a usar uma língua que James tinha certeza de já ter visto seus pais usarem quando ele era pequeno, e eles tinham aquelas discussões horríveis antes de se mudar.

- Ela está alucinando James. Ela pensa que você é o seu pai. – Lilly disse e antes que pudesse ter uma resposta de James, uma Patrícia sonolenta sibilando palavras desconexas a fez devotar a ela a sua atenção.

- O que faz aqui Lilly querida? E ainda mais falando como o seu pai. Ele é que diz que estamos sempre alucinando. Não seja assim querida. Se não fosse pelo verde dos seus olhos, eu poderia jurar que você é mesmo filha dele. – A mulher falou, para em seguida, voltar a fechar os olhos, e adormecer, finalmente.

-Lilly, não ligue para ela, ela estava alucinando. – James disse enquanto analisava a expressão de puro terror se formar no rosto sempre bonito da prima. – Veja só, vovó acha que eu sou o papai, e está falando em outra língua comigo. Elas vão ficar bem, e não em nada par anos dizer. Gastamos um tempo precioso à toa, e ainda nos colocamos em perigo. Vamos logo dar o fora daqui. Vovó já voltou a dormir e a droga do sedativo vai deixar ela assim pelo menos, até que águem queira que ela acorde outra vez.

- Ok. – Lilly assentiu ainda com os olhos marejados e sob o toque preciso de James, se afastou do leito de sua avó. Beijando delicadamente a avó e a tia no rosto, eles deixaram a sala, se deparando com o mesmo silêncio de antes no corredor. Para total surpresa de James e Lilly o guarda não estava próximo para notar qualquer coisa estranha no olhar deles. O corredor parecia vazio. Mas não vazio como em um hospital comum. Parecia vazio, como se alguém tivesse tirado todas as pessoas dali no tempo em que eles estiveram La dentro.

- Tem alguma coisa errada aqui. – James disse para Lilly e ela levantou os olhos para encara-lo. Não havia mais olhar confiante o pose superior, apenas havia uma garota assustada, de olhos incrivelmente tristes.

- O que te faz pensar isso? – Lilly inquiriu e ele discretamente apontou para os lados, usando a cabeça.

- Tinha enfermeiros aqui até dez minutos atrás. E aquela porta estava aberta. – Ele disse pontuando cada suspeita que tinha.

- Você está certo. Tem câmeras em todos os lugares. Estamos sendo observados, e se você se concentrar um pouquinho mais no silencio vai ter a certeza de que.. – Lilly começou a frase, mas não terminou já que no momento seguinte, James a puxou para passos rápidos, que logo se tornaram uma corrida, enquanto as palavras bastante desanimadoras saiam da boa dele.

- Estamos sendo seguidos.

James correu pelos corredores brancos, sentindo a adrenalina lhe dominar outra vez. Os passos atrás deles agora eram passos de corrida, não de caminhada. Se esconder em um dos quartos seria suicídio, já que uma hora eles acabariam por encontra-los lá. A saída provavelmente estaria bloqueada, e algo dizia a ele, que aqueles que os seguiam, não eram os policias que poderiam ajudar. Parando bruscamente no corredor, ele fez com que Lilly também parasse. Ofegante, ele tirou da cintura a sua arma, dando a prima o revolver que tinha em mãos.

- Segure isso, e se apoie em mim caso queira atirar. Atire assim que perceber que estão olhando por mais de três segundos para você. – Ele disse já se abaixando para tirar do coturno, a arma que trazia presa na parte mais baixa de sua calça.

- Por questão de curiosidade apenas, por que é que eu devo atirar se me olharem por mais de três segundos, James? - Lilly perguntou e James sorriu antes de responder e rapidamente voltar a correr com ela pelos corredores.

- Se um cara olhar para você por mais de três segundos é por que tem algum interesse em você. Ou ele quer te beijar, ou ele quer te matar, e nem um dos dois é nossa prioridade agora. Então, é só atirar e correr. Sem beijos, sem mortes.