Always With Me

Living Is Easy With Eyes Closed - Parte Final


Pretendendo ajudar sua amiga, Regulus deu um selinho rápido em Grace, que lhe apertou o braço uma última vez em despedida. Parecia ansiosa, e aquilo lhe trouxe uma sensação quente ao peito. Sentia-se muito bem ao perceber que a garota parecia realmente importar-se consigo.

Saiu andando com Latrell, que o levou para a periferia do vilarejo, até um casebre próximo da Casa dos Gritos, que parecia abandonado. Regulus encarava o rosto do rapaz de cabelos entre o castanho e o ruivo, de uma cor marrom e avermelhada simultaneamente, pensando no que poderia estar planejando. Latrell Graeme era arredio, parecido com Cordelia. Era uma pessoa distante, que parecia bastante vaidoso e cuidava muito da própria aparência, inclusive no que refletia-se em seu círculo social. Era do Clube do Slug, assim como Regulus, Rabastan e as meninas do MacTrio, mas carregava consigo uma aura de superioridade que lhe lembrava um pouco do seu irmão.

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Porém, de uma maneira muito desconfortável. Sirius Black era um rapaz arrogante, que chamava atenção por seu charme rebelde e sua beleza prepotente. Tinha os cabelos longos que Regulus inconscientemente percebeu, irritado consigo mesmo, que tentara imitar, e o comportamento desprendido e desafiador que atraía a maior parte das garotas. Como se isso já não bastasse, era inteligentíssimo, dera muitas demonstrações de magia quando mais jovem, sendo o queridinho de seus pais até ter traído a confiança de seus parentes, caindo na Casa Grifinória. Cercado de sangues-ruim, traidores do sangue e mestiços, tipos que concordavam com a repressão dos bruxos em detrimento dos trouxas, partidários de seus inimigos.

A partir daí, Regulus ficara sujeito a ocupar o lugar de preferido da família. Era também inteligente como Sirius, mas sempre se sentira inferior. Era ele que recebia mais olhares, era ele que conquistava a todos sem fazer esforço, e era ele que sempre fora mais amado. Não era fácil ocupar seu lugar, e ele sentia as consequências até hoje.

Até ter sido influenciado a tornar-se um Comensal da Morte.

Ao passarem atrás da pequena e rudimentar construção, o monitor-chefe da Sonserina lhe perguntou:

– Está pronto? – O monitor-chefe de Hogwarts disse, sua voz suave soando irônica. Parecia debochar do rapaz, como se duvidasse dele. Latrell estava tão ou mais arrumado quanto Regulus, seus cabelos também longos, usando vestes tão finas e sofisticadas quanto as do rapaz. Tinha a aparência de um cavalheiro, mas era um grande babaca.

Regulus estendeu o braço para que Latrell o segurasse, em uma muda aquiescência.

Graeme segurou o braço de Regulus, e, enfim, aparatou. Por alguns segundos, Regulus sentiu-se tonto, imaginando que sua cabeça explodiria, como se o mundo girasse em múltiplas voltas descontroladas.

Ao recuperar-se da náusea da aparatação, percebendo que viajara para alguma região um tanto longínqua, sentindo seus joelhos tremerem um pouco, Regulus respirou fundo. À sua frente, uma casa vitoriana, de pedra escura, de diversos andares, erguia-se em um penhasco defronte ao mar. A névoa da maresia envolvia o ambiente, e o céu estava bastante nublado, como se uma tempestade estivesse se formando.

– Bem-vindo à casa de verão dos Lestrange. – Latrell apresentou uma das sedes das reuniões dos Comensais da Morte à Regulus, que o seguiu, tentando não engolir em seco. Segurou firme o bolso do casaco, sentindo o frasco de sangue de unicórnio bem protegido entre seus dedos.

Latrell disse a senha para os portões de ferro já enferrujados pelo sal marinho, que se abriram em um rangido funesto para dar passagem aos rapazes. Seguiram em frente, subindo alguns degraus umedecidos pelo contato com a maresia, e o monitor-chefe de Hogwarts disse uma segunda senha:

– Limpeza do sangue. – Latrell disse, sua voz ainda suave, como se aquele ambiente lhe fosse agradável. Regulus se mantinha em silêncio, tentando controlar seus joelhos que continuavam tremendo. Desta vez, não mais pela viagem que acabara de fazer.

Ao conseguirem adentrar a casa, foram saudados por elfos domésticos de aparência maltratada, o que fez Regulus lembrar-se a contragosto de Monstro, e sentir uma revolta interna que teve de suprimir no mesmo momento. Seguiram por corredores estreitos, até, enfim, estarem em uma sala com algumas poltronas e sofás.

Bellatrix Lestrange, Rodolphus Lestrange, Lucius Malfoy, Walden McNair, Antonin Dolohov, Augustus Rookwood, Evan Rosier, Thorfinn Rowle e alguns Comensais que Regulus não identificou à primeira vista enchiam a sala de reuniões na qual uma lareira crepitante fora acesa. Na mesa, duas taças vazias aguardavam, e velas com chamas bruxuleantes foram dispostas em castiçais estreitos e compridos, de prata limpa e brilhante. Um cheiro salgado corria pela sala, e Regulus, estranhamente, não o ligava com a maresia próxima.

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Em uma poltrona colocada bem a frente da lareira, com uma das mãos segurando um copo do que parecia ser vinho, Reg sabia quem estava.

Podia sentir sua presença, e seu sangue imediatamente gelou.

– Graeme. – A voz de Voldemort sussurrou, tranquila e temível simultaneamente. – Black. – Ele mencionou seu nome, e Reg sentiu um calafrio subir por sua espinha. Era simultaneamente deslumbrante ter a honra de participar do círculo mais íntimo dos seguidores do Lorde das Trevas, e algo que muito o aterrorizava. Qualquer deslize, agora... Seria perigoso demais.

– Nossos meninos-prodígio. – O Lorde das Trevas se voltou para eles, girando a poltrona, um sorriso que poderia tanto ser convidativo quanto debochado em seu rosto. Seus olhos não se movimentavam enquanto sorria, e usava vestes de bruxo negras dos pés a cabeça, com um caimento que favorecia seu corpo esguio, porém ágil e musculoso. Seus cabelos castanhos levemente encaracolados estavam cortados da forma rente, como sempre, e seu rosto de feições masculinas consideradas atraentes pela maioria das mulheres tinha seus olhos fixos nos de Regulus. Os Comensais riram, em favor de seu líder, e Latrell, parecendo não se abalar muito com a presença de Voldemort, aproximou-se dele e beijou um grande anel negro em sua mão. Regulus Black sabia que devia fazer o mesmo, e seguiu o colega.

Fez o maior esforço que pôde para não pensar em nada para não demonstrar seu nervosismo, mas fixou seus pensamentos no frasco de sangue de unicórnio que carregava consigo, enquanto abaixava-se e repetia o gesto no anel de Voldemort.

– Não se preocupe, rapaz. – O Lorde das Trevas disse de uma maneira que parecia branda. – Trouxe o que eu pedi. Por enquanto, será o suficiente. – Ele lhe deu um sorriso maldoso.

Regulus e Latrell sentaram-se nos dois locais livres em um sofá ocupado apenas por um Comensal que Regulus não lembrava o nome, sabendo ser um aluno que se formara ano passado e estudara na Corvinal. Voldemort abriu os braços, levantando-se e encarando os Comensais da Morte, como se fossem sua plateia.

– Meus caros. – Ele lhes sorriu, fingindo alegria. – Hoje é um dia a se comemorar. Regulus nos trouxe um presente que será de muito uso. – Regulus Black imediatamente se levantou, e entregou o frasco nas mãos de Voldemort, que o olhou como se encarasse uma jóia de inestimável valor.

– Para os que possam estar se perguntando, trata-se de sangue de unicórnio. Colhido pelo próprio rapaz na Floresta Proibida dos terrenos de Hogwarts. Um feito admirável, considerando a dificuldade de se capturar um animal tão arisco. E o que se pode produzir com seu sangue. – Voldemort sorriu, ainda encarando o frasco. Alguns Comensais aplaudiram, Walden McNair o parabenizou particularmente, mas o silêncio logo caiu ao aferirem que o Lorde ainda diria mais.

– Terei algo a lhe entregar, agora, rapaz. – Voldemort se referiu especificamente a Regulus. – Algo que fará uma grande diferença em nossa Revolução. Algo que irá unir nossos irmãos, e, dentre nossas várias ferramentas, aterrorizará nossos inimigos. Precisarei, ainda, de mais uma prova de sua incrível capacidade mágica – O Lorde das Trevas falou falsamente – para produzir uma poção em especial. Bellatrix, por favor. – Voldemort pediu, e Bellatrix prontamente entregou a Regulus, fazendo deslizar pelo ar uma folha de pergaminho, com sua varinha apontada até a direção de onde o garoto sentava. Recebendo a folha, acalmando-se aos poucos, Regulus Black leu:

“Poção da Acidez”. Com o nome que não realmente abordava os terríveis efeitos da poção, o rapaz sabia do que se tratava aquilo. Nem mesmo seus pais ou avós eram capazes de prepará-la, tamanha sua complexidade. Sentiu seu estômago dar voltas. A “Poção da Acidez” era uma poção extremamente perigosa de se fazer, difícil, com mais ingredientes raros além do sangue de unicórnio. Sua função era ser utilizada como veneno, ou arma de tortura... Pois incinerava os órgãos vitais internos de quem a bebia. Não havia contrafeitiço ou antídoto que a anulasse, tamanho seu poder.

– Sim, senhor. – Regulus Black concordou, sabendo não ter outra escolha. Queria ir embora dali o mais rápido possível. Ao seu lado, Latrell o encarava com evidente inveja em seus olhos escuros. Se pudesse, delegaria a tarefa ao rapaz, sem o menor arrependimento.

– E agora... Vamos às nossas definitivas boas-vindas aos mais novos Comensais da Morte. – Voldemort sorriu, levantando as sobrancelhas em uma expressão que pareceu um tanto maníaca para Regulus. Alguns Comensais deram risos maldosos, mas a maioria apenas o encarava, em silêncio, maravilhados.

– Terão uma honra que é para poucos. – O Lorde disse devagar. - Lucius, faça visível o corpo! – Voldemort exigiu, e o bruxo de cabelos loiros platinados moveu a varinha, parecendo assustado.

Prostrado flutuando acima da mesa de jantar, um corpo decapitado de um bruxo parecia jazer, sua pele muito amarelada, como se estivesse morto há dias, seu cadáver parecendo, literalmente, seco. Regulus quase não suportou sua vontade de vomitar, ao ver tal cena.

– Sirvam os rapazes. – Voldemort exigiu, e Augustus prontamente se levantou, girando a varinha no ar. Em segundos, duas taças surgiram nas mãos de Regulus e de Latrell, as mesmas que antes estavam vazias na mesa da sala de jantar.

– Apresente a eles, Bellatrix. – O Lorde das Trevas ordenou.

– Isto, meninos – ela falou com um tom falsamente maternal que não combinou em nada consigo, chegando perto dos rapazes – é uma poção para fortificar seu sangue e nos tornar irmãos. – Ela sorriu maldosamente. – O corpo que jaz flutuando acima da mesa era de Hamish MacMillan, um centenário bruxo puro-sangue que se recusou à colaborar conosco, ao ter sido um dos primeiros convidados à se juntar a Revolução. Agora, sua magia será usada para algo mais... Especial. – Seu sorriso cruel apenas aumentava enquanto dizia tais palavras.

– Isto é o sangue dele? – Latrell perguntou, e seu rosto mostrava um mínimo desagrado. A náusea de Regulus só aumentava ainda mais.

– O sangue dele misturado a uma poção fortificante que eu mesma preparei. – Bellatrix apontou para o próprio copo, o tocou com a varinha, e a forma de uma taça de cristal transformou-se em um crânio, este repleto do líquido quente e avermelhado que agora Regulus sabia ser do bruxo morto. Disposto em seu próprio crânio decapitado.

Ele colocou uma das mãos acima da boca, controlando-se para não vomitar. A mão que segurava o copo com o sangue de Hamish tremia, e ele sentiu gotas do líquido respingarem-se em suas mãos. Jamais tivera tanta dificuldade de controlar-se a si mesmo quanto naquele momento.

– Saúde aos novatos! – Bellatrix gargalhou alucinada, e vários Comensais se uniram a ela. Regulus fechou os olhos, querendo morrer.

***

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Horas depois, após receber algumas instruções de Voldemort e conversar com alguns Comensais, Latrell foi ordenado a deixar Regulus de volta ao povoado, e continuarem seu final de semana escolar. Regulus ainda tinha as imagens daquela tarde fixas em sua mente, e, enfim foi deixado a sós pelo monitor-chefe de Hogwarts. Ao ver que Graeme se afastava do mesmo casebre abandonado do qual ele e Regulus jamais deveriam ter saído de perto, o rapaz jogou seus braços em cima de uma cerca mal cuidada próxima da construção, chorando como uma criança.

Estava apavorado. Onde teria se metido? O que aquilo significava? Sacrificaram um bruxo para beber seu próprio sangue em uma poção? Ele entendera o que aquilo queria dizer. A morte dele não seria em vão; fortaleceria as capacidades mágicas de cada um dos que bebessem o sangue, e Voldemort lhes dera a escolha de não bebê-lo caso não se sentissem confortáveis. Regulus dera um gole no copo, e fora o suficiente para se arrepender instantaneamente. Voldemort o elogiou, enquanto os outros bruxos controlavam o riso.

Latrell bebera tudo.

Ele é um bom líder. Duro, mas compreensivo. Capaz de extremos, mas ponderado. Regulus tentava se confortar, pensando no Lorde das Trevas. E só mataram o bruxo porque ele se recusou a colaborar. Farei a poção da acidez para usar contra os nossos inimigos. Protegerei minha família. Tudo vai dar certo.

Lembrou-se das palavras de Voldemort “não há Revolução sem derramar sangue”. Isso era verdade, Regulus sabia. Era uma honra estar tão próximo dele, trazendo glória e honrarias que sua família não tinha há séculos de existência. Os puros-sangue não mais seriam oprimidos, e quem fosse contra a libertação era a favor da opressão. Não poderiam ser misericordiosos, ou fracassariam.

Regulus lembrou da imagem do corpo decapitado e vomitou até seu corpo não ter mais o que expelir. Fez um feitiço de limpeza bucal, e respirou fundo, depois de limpar as lágrimas de seu rosto com as costas das mãos. Tenho de ser forte.

A passos trôpegos, seguiu em direção ao Três Vassouras. Ao chegar lá, não encontrou Grace, tampouco Phyllis ou Cordelia. Ao lembrar do rosto das três, conversando animadas, desinibidas, tão longe de tudo o que vira, tão distante daqueles bruxos sádicos, que a manhã que passara com elas parecia ter sido muitos anos atrás... Ao pensar a respeito, sentiu-se ao menos mais forte. Vou protegê-las.

Regulus Black procurou por toda Hogsmeade, não achando sinal das garotas. Passou a ficar preocupado, quando enfim tentou buscá-las na Dedos de Mel, e trombou de cara com Grace, carregando a maior caixa de feijõezinhos de todos os sabores que lá havia. A embalagem rasgou, e os feijõezinhos caíram pelo chão como chuva de verão.

– Ai! – Grace exclamou, passando a mão pela testa, que batera contra o queixo dele. – Reg? – Ela o reconheceu, sorrindo verdadeiramente mais uma vez. – Reg, você demorou ANOS! – Ela falou, exagerada, mas ele concordou.

– Demorei tempo demais. – Ele a puxou e a beijou, ignorando a quantidade de colegas ao redor, dois deles sendo inclusive amigos de Sirius, Longbottom e Wood, do time de quadribol da grifinória.

Ao finalmente soltá-la a contragosto, Regulus se sentiu imediatamente frustrado. É isso o que eu quero. Mais do que o poder. Mais do que tudo.

Grace o encarava sem entender, sorrindo agora um tanto tímida, o que não era de seu feitio. Suas bochechas com sardinhas charmosas estavam agora levemente enrubescidas, seus olhos cintilavam de alegria, e seu sorriso fazia ele querer que nada daquilo terminasse, jamais.

Regulus a puxou pelas mãos para longe de todos, levando-a para a ruazinha do vilarejo, e depois para um pequeno beco ao lado da loja da Dedos de Mel. Grace ria, se divertindo, como se estivessem praticando alguma travessura.

– Grace. – Ele a olhou devagar, sorvendo cada centímetro do rosto dela, olhando para o que era a maior maravilha do mundo, de todos os mundos, tanto bruxo quanto trouxa.

– Reg. – Ela respondeu, brincando, seus lábios fazendo um biquinho divertido.

– Eu quero que você seja minha namorada. Minha garota. – Regulus Black pediu, e sua voz soou urgente, como se nada no mundo importasse além da garota à sua frente.

Grace baixou os olhos, seu queixo caindo devagar. Ele sabia que a garota não era a favor de namoros ou relacionamentos sérios, era um tanto cínica a respeito, e gostava de colecionar bons partidos em seus envolvimentos. Sabia de tudo isso.

Sabia que ela se aproximara dele nesse sentido por interesse, mas tivera a chance de se tornar amigo da garota mais linda de toda a Grã-Bretanha e descobrir que ela era ainda mais bela por dentro do que seu exterior e sua fachada interesseira demonstravam.

Ela era Grace, Gray, a menina mais doce de Hogwarts, com o sorriso encantador capaz de fazê-lo esquecer de todos os horrores que vivenciava. Capaz de fazê-lo superar a dor da rejeição de Sirius, ou o medo do radicalismo dos Comensais da Morte.

Ela era sua luz, sua joia preciosa, o que tinha de maior valor; e Regulus jamais deixaria que se apagasse, ou se perdesse. Preciso de você.

– Eu te amo. – O rapaz disse, sério. – Eu te amo demais. – Regulus a beijou prontamente, apertando-a contra si, sentindo seu corpo enlaçado com o seu cada vez mais, e o homem mais poderoso do mundo ao ouvi-la suspirar de prazer.

– Eu também, Reg. – Grace o beijava pelo rosto, pelo pescoço, o abraçando com ainda mais força. Regulus percebia que seu rosto mostrava medo, mas também a mais genuína alegria. Ela o amava, e ele sabia disso. – Eu também te amo. – Regulus a beijou mais uma vez, e passaram o que ele sentiu que poderia ser uma eternidade abraçados.

Grace se recuperou primeiro, enquanto Reg ainda se sentia entorpecido com a presença dela.

– Acho que a Lia e a Lis devem estar nos procurando. – Grace disse, sorrindo candidamente.

– Elas que se danem. – Regulus respondeu, brincando, sentindo-se estranhamente parecido com o irmão mais velho com tal frase.

Grace riu, e o puxou por uma das mãos.

– Vamos, meu... Namorado. – A garota brincou, dando-lhe a língua em provocação e um selinho, abraçando-o no meio da rua.

Regulus a abraçou de volta, feliz como jamais imaginara poder se sentir.

– Vamos. – Regulus soltou o ar, sentindo-se muito melhor.

Vira tudo o que vira, e sabia que enfrentaria talvez muito pior. O mundo bruxo se partiria em dois, nada seria como antes, e ele temia o que poderia acontecer. Temia os extremos dos Comensais, e receava pelo futuro de sua família e de seus amigos. Mas de algo tinha certeza.

Vou te proteger para sempre, Grace.

Regrace: quem shippa? Hahahahahaha!