Always

Capítulo 16


Sesshoumaru ficou ali parado por mais algum tempo, não se importava que suas roupas e sapatos estivessem molhados, e provavelmente imprestáveis após aquilo... A única coisa que fazia era olhar para Kagome e seu ventre. Seu filhote crescia ali, e parecia feliz com o seu contato, pois lhe correspondia a seu toque... Ao contrário da mãe, que ela estava muito acuada, e até entendia o porquê dessa reação, mas de certa forma lhe irritava aquele olhar dela. Ele não era um monstro, jamais iria lhe machucar... muito menos sua cria. Mas pelo que via, Kagome não pensava da mesma maneira.

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Aquele olhar... Ele conhecia muito bem aquele olhar... Era o mesmo olhar que ela deu quando brigou com Inuyasha e saiu de casa, naquela primeira noite que ficaram num hotel. Houve também outros momentos que vira aquele olhar, foi quando ela fugiu de casa para ir morar com ele e quando Kagome enfrentou Inuyasha e lhe informar que queria o divorcio. Ela estava com medo, talvez apavorada... mas porque olhava pra ele assim? Qual era o motivo? Estaria comparando ele a aquele idiota de seu meio-irmão? Achava que eram iguais? Talvez achasse que ele reagiria pior que Inuyasha quando contasse. Mas isso aconteceu, pois ela não teve coragem de lhe contar... tivera de descobrir acidentalmente, pela boca de outro. Era isso que o irritava cada vez mais... Porque afinal, ela o julgou assim? Porque não fora ele o primeiro?

Não fora ele que a salvou quando ela tentou se matar por diversas vezes? Ou que ficava noites em claro, ao seu lado, enquanto chorava? Que a apoiou e protegeu até agora? O que houve para ser comparado pior do que aquele bastardo? Porque não lhe contou?

- Termine seu banho... - falou Sesshoumaru dando um passo para trás, tirando a mão da barriga dela. - Conversaremos depois.

Sesshoumaru deu as costas pra ela, já ia sair do Box do banheiro, mas parou e olhou novamente para Kagome... Sim, era medo que tinha no olhar dela. Era ironia, de herói para vilão, em tão pouco tempo. Já estava saindo quando percebeu Kagome começar escorregar para o chão, com as costas apoiadas na parede. Antes que ela caísse sentada, ele a amparou, fazendo se apoiar em seu corpo. Ela apoiou o rosto do peito dele, tentando ocultar seu rosto... Mas ele havia percebido que estava muito pálida e o corpo dela estava tremendo, e era pouco provável que o tremores estivesse relacionado a temperatura. Droga... Agora tinha que ser muito mais cuidadoso com ela, para não prejudicar a saúde dela ou do bebê.

- Acha que consegue terminar seu banho, sozinha? - indagou Sesshoumaru calmamente, mas ela não conseguiu lhe responder... Apenas acenava a cabeça, indicando não. – Entendo, então quer que eu lhe dê banho? - mas desta vez, seu tom de voz foi diferente ao lhe perguntar... Percebeu o rosto dela ficava vermelho antes de novamente lhe responder não. Ele teve vontade de rir, mas se o fizesse ela poderia interpretar errada sua reação e acabaria desmaiando de verdade e ele não gostaria de sair de casa, todo molhado, indo para um hospital com ela nua em seus braços... - Chega de banho pra você, por hoje.

Sesshoumaru a pegou no colo e com cuidado saiu do banheiro a levando nos braços. Já no quarto, colocou-a sentada na cama, depois pegou uma toalha e começou a ajudar-la se secar em seguida a vez vestir um roupão. Kagome estava parecendo mais uma boneca, tinha um olhar parado e distante, e continuava e evitar olha-lo nos olhos... E ele não sabia o que fazer ao certo para acalma-la. Sentou-se ao lado dela, e ficou em silencio... Esperaria o tempo que tivesse que esperar para ela se sentir segura o suficiente para conversar.

- Não vai falar nada? - indagou Sesshoumaru depois esperar um bom tempo de espera

- Falar o que? - indagou Kagome quase sussurrando - Mesmo se eu disser que esse bebê não é seu, ou que foi inseminação artificial, você não iria acreditar em mim.

- E com razão. - respondeu Sesshoumaru - Toda cria de yokai responde unicamente ao toque de seu genitor. Não importa se for meio-yokai ou yokai completo, sempre tem essa mesma atitude. E eu o senti reagir quanto a toquei... Ele se aproximou de minha mão, ao invés de recuar, caso não fosse meu filho.

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- Eu sei, eu também senti ele se mexer... - respondeu Kagome colocando a mão sobre a barriga, dado um leve sorriso

- Ele se mexe muito? Lhe causa alguma dor quando se mexe? - indagou Sesshoumaru - Algumas humanas sofrem muito com gestações desse tipo.

- Depois de ontem, me sinto mais segura quando ele se movimenta. Eu não sinto dor alguma quando faz isso. - respondeu ela acariciando seu ventre - Eu quero muito ter esse bebê, Sesshoumaru...

- Eu sei... – respondeu Sesshoumaru

- Não me interessa a reação dos outros e nem a aprovação deles... Eu vou ter meu filho! – respondeu Kagome, energicamente

- E eu falei algo contra isso? - indagou Sesshoumaru tentando manter a calma

- Não, mas já estou lhe avisando, não irei abortar. - respondeu Kagome - Ele não tem culpa de nada, não merece morrer...

- E eu jamais deixaria que algo desse tipo ocorresse a ele. - respondeu Sesshoumaru, tentando entender o porquê do “discurso categórico” dela - É meu filho também, tem meu sangue correndo em suas veias... Não faria mal a ele.

- Ele não tem culpa de nada, somos nós dois que temos. - continuou Kagome, como não estivesse o escutando o que ele falou, parecia estar de defendendo no "automático" - Ele não deve pagar por nosso erro... ele merece viver! Se você não o quer, eu o quero, e vou...

- Kagome... - chamou Sesshoumaru, virando o rosto dela pra ele, fazendo-a o olhar nos olhos - Eu não vou lhe impedir de ter essa criança, muito menos obrigar que o abandone... Acalme-se.

- Não quer que aborte nem o abandone? - indagou ela aparentando confusão, afinal tinha preparado um discurso de defesa... Mas não estava preparada para aquela reação dele.

- Eu jamais mataria meu próprio filho, muito menos deixarei que o abandone. - respondeu Sesshoumaru - Não sou um monstro Kagome, sei o que passou em seu casamento e o quanto queria ter um filho... Fico satisfeito por ter realizado seu sonho, e que a criança que carrega no ventre é a minha, e não de outro yokai. O que quero saber é porque não me contou antes?

- Tive muito medo... - falou Kagome abaixando o rosto, olhando para o chão - Tinha tanto medo de você... É um yokai puro que...

- Por eu ser um yokai puro, lhe deu medo? - indagou ele sério - E não teve medo de dizer a seu amiguinho lobo, que também é um yokai puro?

- Isso é diferente... – falou Kagome

- Diferente como? – instigou Sesshoumaru, voltando a ficar irritado - Inuyasha é um meio-yokai, e contou a ele antes de mim também... Porque só de mim é que teve medo? Quem mais soube disso antes de mim?

- Eu não contei a Inuyasha... Foi o Kouga que... - se defendeu Kagome, mas se calou de repente. - Como você sabe disso se não...

- Seu amigo lobo tem um jeito muito peculiar de guardar segredo. - respondeu Sesshoumaru - Eu estava perto da porta quando ele falou seu “segredo” para Inuyasha. Creio que agora tudo faz sentido... Todas aquelas vezes que saia pra almoçar com aquele yokai lobo, na qual sempre falavam que iriam para um restaurante ou coisa do tipo... Quando na verdade ele lhe levava para o hospital, para se consultar.

- Andou me investigando? - indagou ela num misto de irritação e nervosismo

- Não, andei lhe protegendo. - respondeu Sesshoumaru - Não sabia quando Inuyasha ou Kykio iriam atrás de você, tinha que ter alguém por perto para lhe socorrer depressa. Aquele lobo pode ser forte, mas não é infalível. Eu não violei sua privacidade, apenas sabia que ia frequentemente para o hospital. Agora que sei a verdade, é fácil deduzir o óbvio... E isso me leva a pensar o quão perigoso foi ontem para meu filho. Devia ter matado Inuyasha quando tive a chance... Mas felizmente posso consertar esse erro agora mesmo.

- Vai matar Inuyasha? - indagou Kagome assustada

- Não... - respondeu Sesshoumaru - Algo melhor, vou mantê-la ao meu lado sempre.

- Que? Como assim?

- Você só fica segura quando estou por perto... A partir de hoje você vai dormir no meu quarto, comigo. - respondeu Sesshoumaru se levantando da cama, começando a ditar suas regras - Não terá permissão para sair com ninguém, sem ser eu. Poderá falar no telefone com quem quiser, mas eu decido se essa pessoa pode lhe visitar ou não. De agora em diante também só ira fazer seus exames quando eu estiver presente, seus amigos Kouga e Hojo estão dispensados destes serviços...

- Espera ai! - falou Kagome ficando em pé, irritada com aquelas ordens - Eu não sou sua prisioneira!

- Tem toda a razão, não é uma prisioneira. - respondeu ele ficando de frente para ela - É a mãe do meu filho, e isso significa que é meu dever lhes proteger. Ambos me pertencem.

- Não está me protegendo, está me isolando!

- Essa é sua visão, não a minha. - respondeu ele – A propósito, iremos contar a Rin sobre o bebê.

- Como é? - indagou Kagome - Não quer contar pra Jaken também não? Quem sabe contar no noticiário das 9 da noite?

- Não há necessidade de falar a Jaken, ele já sabe. Estava comigo quando seu amigo falou aquilo... - respondeu Sesshoumaru sem dar importância - Rin vai descobrir mais cedo ou mais tarde, afinal sua barriga vai crescer ainda mais. E mesmo que a consiga enganar até completar a gestação, como acha que ela iria reagir ao ver voltando pra casa com um bebê meio-yokai nos braços?

- Não era pra ser assim... - respondeu Kagome num tom de desanimo, tapando o rosto com as mãos - Eu não tinha planejado dessa maneira. Eu...

- E de que maneira tinha planejado? - indagou Sesshoumaru, voltando a se irritar. - Deixe-me adivinhar o que planejou, pensou em sair de minha casa, ter sua vida independente e com a ajuda de seu fiel mascote lobo? Criar meu filho longe de mim? Nunca me contar a verdade? Deixar que meu filho chamasse outro de pai?

- Não! - gritou Kagome - Não é nada disso!

- Mesmo? - indagou ele segurando seu braço, obrigando-a a se levantar - Se esse não é seu plano, deve ser a meta daquele lobo idiota. Acha que eu não enxergo o que ocorre entra vocês, quando estão juntos? Como você é “amigável” para com ele? Ou como ele a deseja para si?

- Ele é meu amigo! Não iria pensar nada desse tipo! - defendeu Kagome

- Não existe amizade entre um macho e uma fêmea, não importa a raça. - respondeu Sesshoumaru a puxando para mais perto de si – Você já deveria ter percebido isso.

- Fala isso por experiência própria? - indagou ela, o desafiando no olhar

- Sim. - respondeu ele a olhando nos olhos - E se não quer que seu amigo seja castrado, ou desapareça da face da Terra, sugiro que a partir de agora evite o ver sem que eu esteja por perto, muito menos permita que ele lhe toque. Fui claro o suficiente?

- Sim, Sr. Taisho... - respondeu Kagome, o olhando muito irritada.

- Bom, agora comece a se arrumar e depois vá fazer o que prometeu a Rin mais cedo. Iremos juntos para lá daqui a pouco. Não se esqueça que ainda hoje contará a novidade para a menina, se não o fizer farei eu. - respondeu Sesshoumaru, colocando uma mexa do cabelo de Kagome atrás da orelha. Ficou a olhando por mais alguns segundos, antes de a libertar, virar de costas e ir andando até a porta do quarto para sair

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- E... se eu não quiser ir? - falou ela, num tom de desafio

- Lhe trancaria no meu quarto... - respondeu Sesshoumaru - Ou melhor, lhe acorrentaria a minha cama e tudo que quisesse fazer, dependeria de mim para executá-lo.

- Que espécie de monstro é você?

- O do tipo que não é desobedecido. - respondeu Sesshoumaru abrindo a porta do quarto - Não me importo do acha de mim agora Kagome, já me julgou muito antes, baseando-se em nas mentiras de Inuyasha. Agora o mínimo que posso fazer é corresponder a essas suas expectativas a meu respeito, não acha? Você tem duas horas pra se aprontar...

Sesshoumaru saiu do quarto, deixando Kagome ali, parada no meio do quarto. Estava muito confusa, estava sentindo num turbilhão de emoções. Não queria ter falado aquelas coisas, não queria lhe ofender... Mas estava tão assustada que acabou falando aquele monte de besteiras. Devia ter falado a ele antes, mas não o fizera por medo... Ele tinha razão, ela o comparava a Inuyasha e o julgava pior, e ele não fizera nada que o justificasse denegrir assim. Não era a toa que estivesse tão zangado com ela...

Tinha o provocado demais, e certamente ninguém o fizera isso sem ter a devida punição por parte dele. Ele tinha toda a razão de ficar com irritado e possessivo com ela e ainda... espera, isso não justificava aquela atitude. Ele podia estar irritado por ela ter escondido o fato de estar grávida, mas a afastar de Kouga e Hojo não havia sentido algum... Seria ciúmes? Não, impossível! Jamais Sesshoumaru sentiria ciúmes de algo ou alguém, muito menos de uma humana... Mas se não fosse isso, o que justificaria aquela atitude então?

Analisando tudo que ele disse, não parecia que ele queria a punir exatamente. Se quisesse apenas a proteger, mandaria seus subordinados estarem 24 horas com ela, mas não foi isso que ele disse... O que ele falou que estaria sempre com ela agora. Kouga e Hojo eram os que sabiam de tudo e estavam mais próximos dela e do bebê, será que foi isso que irritou Sesshoumaru? Desde quando ele se tornou tão possessivo? Seria apenas ao fato do bebê ou ela também se incluía nessa história? Afinal, porque ela não conseguia ter uma vida normal como a de todo mundo?