Hermione acordou após o despertador tocar algumas vezes. Estava acostumada a acordar cedo, mas não quando o sol ainda não havia nem aparecido no horizonte. Espreguiçou-se, olhou ao redor. Tudo calmo e tranquilo.


Por um momento, a castanha ficou tentando achar um motivo para se levantar aquele horário.


– Por Deus, é hoje o casamento!


Com agilidade, Hermione começou a se trocar. A cabeleireira que Draco havia contratado chegaria dentro de instantes. A manicure tamém. Fez um café forte, precisava se manter bem acordada e aparentemente disposta. O dia seria longo e não teria hora para terminar. Tirou o vestido de dentro do guarda-roupa, e com o máximo de cuidado o colocou em cima de uma cama já feita.


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Toc toc toc.


– Um instante.


Com uma última olhada no espelho decidiu que estava apresentável. Abriu a porta tentando parecer o mais bem disposta possível.


– Bom dia, Srta Granger – disse a mulher na soleira da porta. – Sou Carlie, a cabeleireira, e está é Julie, a manicure.


Carlie era uma senhora de meia idade, e aparentemente muito bem humorada. Quem, em sã consciência, poderia ser bem humorada aquele horário? Bem, Carlie era uma daquelas pessoas. Com muito esforço. Hermione analisou Julie rapidamente, era uma mulher bonita, com no máximo vinte e cinco anos. Cabelos cor de bronze muito longos, algumas sardas no rosto e uma pele quase translúcida. Parecia um anjo.


– Vocês querem um café? – perguntou Hermione. – Acabei de passá-lo.

– Não se incomode, senhorita. Pode ir tomar o seu café, nós iremos arrumar as coisas por aqui – disse Carlie olhando a sala de maneira avaliadora. – Acredito que caiba tudo – comentou Carlie com Julie.


Hermione tomou o café, havia muito barulho na sala. Os móveis pareciam estar sendo arrastados de um lado para o outro. Parecia haver mais pessoas do que apenas Carlie e Julie.


– Podemos... Oh, nossa! – Hermione olhou sua sala e por um momento não a reconheceu.

– Podemos começar – sorriu Carlie. – Acredito que seja melhor ficar com essa roupa mesmo, não podemos correr o risco de sujar o vestido.

– Certo.

– O que a senhorita vai usar: casquete ou chapéu? – perguntou Carlie enquanto avaliava o cabelo de Hermione. – A senhorita tem um cabelo muito bonito.

– Obrigada, Carlie. Chame-me apenas de Hermione. – Hermione foi até o quarto e buscou casquete delicado e elegante feito por Philip Treacy. – Aqui está o que irei usar.

– Um Philip Treacy original, certo?

– Certo – respondeu Hermione acanhada.

– Sente-se aqui, temos muito que fazer e pouco tempo.

Julie se prostou na frente de Hermione e em seguida começou a cuidar das mãos da castanha. Lixou as unhas, massageou as mãos e por fim passou a base e um rosa claro, praticamente da cor das unhas naturais de Hermione.


– Ficaram lindas, Julie.

– Fico feliz que tenha gostado – disse a mulher dirigindo-se a Hermione pela primeira vez. – Agora irei fazer as unhas de seu pé.


Os cabelos de Hermione foram presos em um coque elegante e tradicional. Quanto menos atenção atraísse para ela, melhor. Era assim que deveria se comportar. Deveria ser contida e educada, e ser discreta o máximo que conseguisse.


– O que achou, Hermione? – perguntou Carlie após prender o casquete nos cabelos já presos de Hermione.

– Ficou lindo – disse a castanha sorrindo.

– Agora vamos para a maquilagem. Farei com que as pessoas notem seus olhos – disse Carlie pegando sua maleta de maquiagem.

– Não quero nada chamativo – disse Hermione olhando a maleta de Carlie.

– Não será – disse a mulher, tentando tranquilizar Hermione. – Sei como são esses casamentos.


Enquanto Carlie maquilava Hermione, Julie terminou os pés da castanha. Estava quase pronta. Olhou o relógio e surpreendeu-se com o horário, já eram quase 8 horas da manhã. Draco passaria dentro de instantes para buscá-la, e de helicóptero iriam até a capital, Londres, onde iria acontecer o casamento Real.


– Está pronta, querida – disse Carlie finalizando a maquilagem de Hermione. – Creio que precisará de ajuda para colocar o vestido.

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– Irei precisar, com certeza.


Com cuidado, Hermione foi ao quarto e retornou a sala com o vestido nos braços. Toda a ajuda que obteve de Carlie e Julie fora de extrema importância. Olhou-se no espelho. Não poderia ser a mesma pessoa, e por um momento Hermione não se reconheceu. Era incrível o que uma maquiagem poderia fazer. Carlie e Julie se despediram instantes depois, e do mesmo modo como as coisas chegaram, elas sumiram.


Após quinze longos minutos, nos quais Hermione evitou se mexer, a campainha tocou. Deveria ser Draco. Abriu a porta e por um momento sua respiração falhou. Draco estava com o uniforme de gala do Exército Britânico, como mandava a tradição.


– Você está linda, Hermione – disse ele sorrindo.

– Obrigada.

– Acredito que esteja pronta. O helicóptero está nos esperando.

– Estou pronta – disse ela pegando a pequena bolsa que dava o último toque em sua produção. – Podemos ir.


O caminho até o heliporto foi ameno, Hermione apenas olhava enquanto os pequenos prédios eram deixados para trás.


– Tem medo de voar? – disse Draco estendendo a mão para ajudar a castanha a entrar na aeronave.

– Não. É você quem vai pilotar? – perguntou ressabiada, enquanto Draco lhe ajudava a entrar no helicóptero.

– Dessa vez não, mas quem sabe um dia, eu não te levo para um passeio – comentou ele sorrindo. – Podemos ir – disse ao fechar a porta do helicóptero.


A paisagem era linda, os campos vistos de cima poderiam encantar qualquer pessoa. Draco observou Hermione, era tão calma. Sua beleza era algo que jamais havia visto. No final, Hermione não estava fora de seus padrões, muito pelo contrario, ela parecia ultrapassá-los.


– Estamos quase chegando – informou o piloto. – Verifiquem se estão com os cintos de segurança devidamente colocados.

– Tudo checado – respondeu Draco instantes depois. – Os cintos estão apertados devidamente.


Em apenas alguns minutos pousaram em chão firme. O clima em Londres estava agradavel, no céu viam-se poucas nuvens e o sol brilhava. A Abadia de Westminster não era muito longe, mas o tráfego não iria colaborar. Ao descerem do helicóptero, um dos carros oficiais do casamento já os esperava. Tudo conforme o horário, precisão que apenas os ingleses possuíam.


– Você parece tensa – comentou Draco ao ver as mãos de Hermione juntas. – Não se preocupe, aja normalmente que tudo dará certo.

– É facil para você falar, Draco. Você sempre respirou esse tipo de coisa...

– Não quero vê-la desse jeito – ela o encarou com seus profundos olhos castanho. – Vai dar tudo certo. E acredite, até eu estou apreensivo.

– Sério? – Hermione parecia totalmente descrente. - Sentaremos perto dos seus pais? – a voz de Hermione tremeu levemente.

– Sim, mas isso é o de menos. Tenho certeza que minha mãe e meu pai jamais farão qualquer tipo de comentário. Não nesse evento – Draco suspirou pesadamente.

– Aconteceu alguma coisa, Draco? – perguntou a castanha mirando o homem ao seu lado. – Você me parece angustiado.

– Não aconteceu nada, Hermione – Draco arrumou a postura assim que o carro parou. – Chegamos.


Tudo era incrivelmente luxuoso. A porta do carro ao lado de Draco fora aberta, e Hermione entendera que Draco era quem deveria abrir sua porta. Em poucos instantes, Draco abriu a porta e estendeu a mão direita a castanha. Um sorriso tímido iluminou o rosto de Hermione, tirando, por um breve instante, o fôlego de Draco.


– Você está pronta? – perguntou ele a auxiliando a sair do carro.

– E se eu disser que não? – sussurrou ela de volta.

– Não vai adiantar nada, já estamos aqui. Agora sorria.


Os flashes vieram de inúmeros lados e a multidão contida pelo alambrado gritou o nome de Draco. Ele apenas sorriu e acenou. A câmera da principal emissora de TV do Reino Unido aproximou-se e Hermione sorriu meigamente. Talvez não fosse tão complicado quanto parecia, afinal. Um homem elegante se aproximou.


– Vou levá-los aos seus lugares – disse o homem dando passagem a Draco e Hermione.

– Não é preciso pegar a fila? – murmurou Hermione suficientemente baixo para que apenas Draco pudesse ouvir.

– Não – disse ele sorrindo, enquanto acenava para algumas pessoas que gritavam seu nome. – Ser nobre tem suas vantagens... A pior parte já passou. – disse Draco após alguns instantes. O interior da Abadia fora um refresco para os ouvidos.

– David Beckham? – perguntou ela um tanto surpresa com a presença do jogador.

– O próprio, faz algum tempo que eu não o vejo – comentou Draco displicente enquanto eram encaminhados para os respectivos lugares.

– Seus lugares – disse o homem que os havia acompanhado.

– Obrigado – respondeu dando passagem a Hermione. – Você deve se sentar do lado de dentro. Irá ficar ao lado de minha irmã.


Hermione sentou-se ao lado de Annelise, que estava vestida como uma boneca. O vestido cinza ressaltava os olhos da filha mais nova dos Malfoy. Narcisa estava ao lado de Annelise, enquanto Lucius ao lado da esposa.


– Bom dia, mãe e pai – disse Draco educadamente, não houve resposta. – Bom dia Anne!

– Bom dia, Sr. e Sra. Malfoy. – disse Hermione repetindo o cumprimento de Draco. – Bom dia, Annelise.

– Bom dia, Draco! – disse a garota com um sorriso no rosto. – Bom dia, Hermione, fico feliz em vê-la.

– Fico feliz em vê-la também, Annelise.

– Me chame apenas de Anne, por favor – disse a garota sorrindo. – Seu vestido é magnifico.

– O seu também – disse Hermione reparando melhor em cada detalhe do delicado vestido da menina ao seu lado. – Gostei muito do seu Voilette. Muito gracioso.

– Obrigada.


Draco observava tudo calmamente. A Abadia havia ficado realmente muito bonita enfeitada com as flores. Estavam apenas a três fileiras do altar, e apenas duas fileiras do lugar destinado a Rainha e ao Duque de Edimburgo. Podia escutar a conversa amena que Hermione sustentava com Annelise. No altar, viu William aparentemente nervoso. Mal sabia ele que a menos de uma semana do casamento, estivera com a doce e pura Catherine Middleton.


Muitos rostos conhecidos circundavam a familia Malfoy. Alguns eram reis, rainhas, príncipes e princesas de outros países da Europa. Havia outras pessoas que eram importantes políticos, jogadores de polo, ou até mesmo, socialites que nada faziam.


Alguns minutos antes da cerimônia começar, a Rainha e o príncipe consorte, o Duque de Edimburgo sentaram-se em seus lugares. A maior honra que poderia uma família receber, era ser cumprimentado enquanto a rainha passava. Os Malfoy’s, como sempre, ganharam essa honra.


O relógio começou a badalar. Iria começar.


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Repentinamente a Abadia ficou quieta e Draco olhou no relógio. As trombetas tocaram anunciando a entrada da noiva. E Draco viu-se completamente angustiado, iria presenciar o momento que mais temera desde o dia em que soube do envolvimento de Kate com William. Todos se levantaram. Kate em breve se tornaria, oficialmente, a Duquesa de Cambrigde e futura Rainha da Inglaterra.


Do lado de fora da Abadia de Westminster, a gritaria era contagiante. Kate estaria linda em seu vestido de noiva. Essa era a única certeza que ele tinha. As portas finalmente se abriram e todos os convidados se levantaram para ver a noiva passando.


– Ela está linda – Draco pode escutar Annelise comentando com Hermione, quando Kate começou a aproximar-se do altar. – O vestido dela é perfeito. Parece que saiu de um conto de fadas.

– A história deles parece de um conto de fadas – comentou Hermione. – Soube que se conheceram em Cambrigde.

– Ela e William estudaram junto com Draco.

– Eu não sabia disso. Acho que Draco nunca teve a oportunidade de comentar comigo.

– Eles viviam lá em casa – comentou Annelise em um murmúrio.

– Não sabia que eles eram tão proximos. – comentou Hermione.


Um shiu vindo de Narcisa fez Annelise calar-se. Hermione revirou os olhos, aquela mulher era insuportável. Pelo que parecia, Annelise era totalmente o oposto dos pais, e relativamente parecida com o irmão mais velho.


– Mas que desrespeito, Annelise – repreendeu Narcisa. – Não quero mais ouvir sua voz pelo resto da cerimônia. Estamos entendendidas?


O queixo de Hermione quase caiu quando escutou as palavras rudes de Narcisa para a filha. Nenhuma família era perfeita, muito menos a dos Malfoy. Mas em um mundo como aquele aparência era tudo.


A noiva caminhava lentamente pelo imenso tapete vermelho, os passos eram seguros e os olhos, mesmo sob o véu, eram perspicazes. O pai de Kate era só sorriso, enquanto a mãe de Kate, Carole, estava em algum lugar da igreja. Logo atrás da noiva, estava a madrinha e irmã de Kate, a famosa Pippa Middleton.


A regra que Kate deveria seguir era três passos e parar, três passos e parar. E ali estava Draco, na ponta da fila. O olhar da futura Duquesa de Cambrigde caiu sobre o loiro. E por um curto instante de tempo, Kate pareceu relutar. Apenas pareceu, pois seu próximos passos seguiram confiantes.


Ao longe, Draco pôde ver Harry, o irmão do príncipe William se virando e rindo de alguma coisa. Absolutamente normal. Harry sempre tiverá um humor mais escrachado que o irmão, sempre fora mais irresponsável e muito mais propício a se meter em confusões. Harry sempre fora o maior problema da Rainha, e Draco, assim como os demais, sempre souberam disso.


Sempre se sentira superior por não demonstrar sentimentos, por tentar não senti-los, mas naquele momento, Draco percebeu que aquela havia sido a melhor decisão que um dia poderia ter tomado. Naquele instante em que Kate se juntou ao futuro marido no altar, se ele fosse mais fraco, já estaria chorando ou, quem sabe, nem ao menos estaria presenciando o enlace.


Draco olhou no relógio, havia passado um pouco mais de 20 minutos desde que a cerimônia começara. Em breve, Kate responderia o tão famoso sim. Ele olhou atentamente para o altar, e então ele pode ouvir claramente a voz do arcebispo pedindo para que os noivos se ajoelhassem. Tudo aconteceu em câmera lenta, dali por diante. O arcebisto começou o juramento dos noivos, que fora continuado, primeiramente por William e depois por Kate. A benção do arcebispo veio logo depois... E então. Draco sentiu a sua propria respiração ficar pesada. Harry, padrinho de William, entregou as alianças. O brilho dourado do anel pareceu cegar Draco, consumi-lo. O que estava fazendo ali? Desde quando era uma mártir?


“Eu os declaro: Marido e Mulher”.


Aquela fora a sentença de morte para Draco. Ver Kate, ou melhor, Catherine Middleton, Duquesa de Cambrigde, com a aliança dourada no dedo pareceu consumir o resto de esperança que Draco ainda possuía. Em seus sonhos mais loucos, Kate desistia de se casar com William e os dois sairiam fugidos... Draco balançou a cabeça com raiva. Ainda tinha amor-próprio, e era nele que iria se agarrar para aguentar tudo o que viria pela frente.


Draco só tomou consciência quando o Hino Nacional ou, como muitos chamavam, Ode a Rainha começou a tocar na Abadia de Westminster. De maneira mecânica ele cantou todo o hino. De que importava cantar ou não cantar? Ele respirou fundo, sabia o que viria a seguir. Viu Kate dando a mão direita, ao agora marido e percorrendo os 80 metros até o final da Abadia. Viu-os parando em frente a Rainha e a reverenciando.


Dali por diante, tudo o que Draco fez foi mecânico, totalmente previsto. Fez uma reverência discreta quando a Rainha passou, logo após os noivos, e esperou o momento certo para sair.


– Draco, você está bem? – perguntou uma voz feminina.

– Está tudo certo, Hermione – disse ele sério. – Agora iremos direto para o Palácio de Buckingham.


Muitos aplausos podiam ser escutados do lado de fora. Os noivos certamente estavam entrando na carruagem para ir em direção ao palacio.


– Tomei a liberdade de comprar um vestido para o jantar de hoje a noite – disse Draco oferecendo o braço para Hermione.

– Jantar? Voce não me falou sobre nenhum jantar.

– Acabei esquecendo esse pequeno detalhe – disse ele guiando a castanha para fora da enorme abadia.

– Pequeno detalhe, Draco? – riu ela.

– O que importa é que você tem um vestido para usar – ele sorriu. – Hoje você vai conhecer o lado não tão nobre da realeza, minha cara.


Quando Draco por fim saiu da Abadia com Hermione ao seu lado, uma série de gritos de garotas histéricas invadiram os ouvidos de Hermione e Draco.


– É sempre assim? – perguntou ela divertida.

– Quase sempre – ele sorriu, mas não havia diversão nos olhos dele, e Hermione notou isso. – Passaremos a noite em um hotel.

– Por que eu sempre sou a última a saber?


Draco sorriu com o bico infantil que a mulher ao seu lado fez. Hermione era sempre tão sincera, tão espontânea. Aquilo o encantava, o deixava desconcertado na maior parte do tempo. No meio de todos os problemas, Hermione poderia ser comparada a um oasis. Ela era uma mulher forte e espetacular, só não havia descoberto isso ainda. O que há tornava ainda mais interessante.


– Primeiro as damas – disse ele abrindo a porta do carro que os levariam até o Palácio.

– E seus pais e sua irmã? – perguntou quando Draco entrou no carro.

– Já foram em outro carro. Você e Annelise parecem que vão se dar bem.

– Ela é uma boa garota, Draco – sorriu Hermione. – Gostei de sua irmã desde a primeira vez que eu a vi.

– Uma pena que meus pais estejam criando-a para ser mais uma dessas mulheres. – disse Draco olhando com desgosto para algumas meninas a sua volta.

– Certo, agora me ponha a par de tudo o que irá acontecer hoje! – disse Hermione repentinamente séria. – Não me esconda nada, por favor.

– Teremos essa recepção, que será oferecida pela Rainha, em homenagem aos noivos. Depois nós vamos para um hotel, que já está reservado, ficamos por lá até dar a hora do jantar dançante que será oferecido pelo Príncipe Charles. Em suma, é isso.

– Você diz como se fosse pouca coisa – suspirou ela. – Eu não trouxe nada! Não trouxe maquilagem, não trouxe minhas coisas... Você poderia ter avisado, Draco! – exclamou a castanha nervosa.

– Eu já providenciei tudo, Hermione. Não há com o que se preocupar.

– E se o vestido não servir?

– Eu mandei fazer um Armani sob medida para você – ele sorriu com a cara de espanto dela. – Está tudo sob controle. Não há com o que se preocupar. Com relação a etiqueta...

– Eu as estudei com cuidado, não se preocupe. Só quero confirmar uma coisa...

– Então me pergunte.

– Estamos assumindo um compromisso hoje, não?

– Sim, estamos assumindo. Essa é sua primeira aparição oficial em público.


O carro que levava Hermione e Draco, fora, além da carruagem que levava William e Kate, foi mais ovacionado. Talvez fosse porque os ingleses tinham um especial carinho por Draco e suas loucuras. Draco olhou nos olhos absurdamente castanhos de Hermione, havia algo ali que ele jamais conseguiria explicar. Então ele a puxou para um beijo calmo. As pessoas que conseguiram ver, mesmo com a distância que separava as grades de contenção da via que os carros passavam, gritaram. Certamente deveriam dividir opiniões.


Os portões principais do Palácio estavam abertos para que os carros oficiais pudessem entrar com seus ilustres convidados. Nem ao menos o carro estacionou, e as portas de ambos os lados fora aberta. Com ajuda, Hermione saiu do carro. Logo em seguida, Draco apareceu do seu lado, e lhe ofereceu o braço novamente. Subiram as escadarias sem pressa. Quanto mais tempo perdessem ali, menos tempo ficariam naquela recepção.


O Palácio estava elegantemente decorado. Havia flores espalhadas por todos os cantos. Hermione olhava tudo com admiração. Quantas vezes, uma plebeia, havia tido a oportunidade de entrar no Palácio de Buckingham como convidada para um casamento? Havia uma pequena fila, esperando para cumprimentar os noivos.


– Nada de beijos, abraços... – começou Draco em um sussurro.

– Eu sei, apenas um leve abaixar, ou um aperto de mão, caso eles ofereçam a cortesia – completou Hermione como se tivesse lendo um livro.


Draco apenas sorriu e andou mais uns passos. Agora Kate entrara no campo visual de Draco e Hermione. Ele respirou fundo, precisaria de todo o seu alto controle para não comenter nenhuma indiscrição.


– Draco! – exclamou William ao ver o loiro – Eu não sabia que tinha vindo. Fico feliz que tenha comparecido, meu amigo.

– Que bom que ficou feliz, majestade.

– Sem essa, Draco – o homem sorriu.


William deu um abraço realmente amigável em Draco, desarmando Hermione e aparentemente Kate também. A castanha prostou-se na frente da nova duquesa e fez uma leve reverência.


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– Meus parabéns, alteza.


Os olhos de Catherine analisaram Hermione minunciosamente.


– Obrigada – disse a mulher metódica.


Draco se aproximou lentamente de Catherine e fez uma pequena reverência. Nada poderia ser demonstrado, e ela sorriu para o loiro que tinha a cabeça levemente abaixada, em sinal de respeito.


– Parabéns pelo vosso casamento, Alteza – disse Draco agora fitando Catherine. – Espero que você e William sejam realmente muito felizes.

– Obrigada – a voz de Kate saiu alta e clara, mas levemente trêmula. – Espero que vocês apreciem a recepção.


Mais uma vez, Draco ofereceu o braço a Hermione, e eles seguiram Palácio a dentro. Havia muitas pessoas para qual Hermione precisaria ser apresentada. Lordes, Condes, Príncipes e Princesas e alguns monarcas com os quais a família Malfoy tinha algum tipo de parentesco.


– Estou ficando cansada, Draco – murmurou Hermione forçando um sorriso.

– Só mais um pouco – respondeu o loiro no mesmo tom de voz. – Daqui a alguns minutos poderemos sair, sem que nenhum protocolo seja quebrado... Venha, preciso te apresentar as Princesas Eugenie e Beatrice.

– Antes eu preciso ir ao toalete, Draco – disse Hermione séria.

– Certo, eu te espero aqui.


Hermione andou rapidamente até o banheiro mais próximo. Desde que havia saído de casa, pela manha, não usara o banheiro. Entrou no primeiro compartimento. Ouviu a porta do banheiro se abrir.


– Eu não posso acreditar – disse uma voz feminina levemente estridente. – Virou moda namorar/casar com uma plebeia.

– Está falando de Draco, certo? – perguntou a outra voz, um pouco mais grave, mas não menos irritante.


Hermione se viu atenta a conversa das duas, até então estranhas.


– É claro que eu estou falando dele, Eugenie – respondeu Beatrice impaciente. – Gostaria de saber de onde ele conheceu aquela plebeia.

– Cambrigde – respondeu a outra prontamente. – Todos nós sabemos disso. E pelo que parece, é sério.

– Nada para Draco é sério. Eu não sei como ele teve coragem de aparecer no casamento do Will.

– Ele é tão primo do William quanto nosso – respondeu Eugenie indiferente. – Não me faz nenhuma diferença que ele esteja com uma plebeia ou não.

– Mas a mim, faz.

– Só porque você sempre foi tolamente apaixonada por ele? – Eugenie parecia estar se divertindo ao jogar aquilo na cara da irmã mais velha. – Não seja tola, Bia. Draco jamais olhou para você. Draco jamais olhou para qualquer uma de nós. Ele só teve olhos para uma...

– Não quero ouvir o nome dela! – esbravejou Beatrice.


Hermione não pode acreditar no que acabara de ouvir. Beatrice, Princesa de Iorque era apaixonada por Draco Malfoy. O que mais havia atiçado a curiosidade de Hermione fora a última frase da qual Eugenie havia sido proibida de falar pela irmã mais velha.


Por um momento, Hermione pensou em satisfazer sua curiosidade, era só vasculhar na internet por quem Draco havia sido apaixonado, abriu sua pequena bolsa, e para sua propria decepção, Hermione lembrou de ter deixado o celular em casa, para que não houvesse qualquer tipo de problema.


Ao sair do banheiro, Draco a esperava a apenas alguns metros de distância. Ele parecia conversar animadamente com... Eugenie e Beatrice. No momento em que a porta do banheiro se fechara atrás de Hermione, os olhos de Beatrice caíram sobre ela. A situação se tornou comica após Beatrice cutucar a irmã elegantemente. Aquilo arrancou uma risada baixa da castanha.


– Que bom que chegou, querida – disse Draco sorrindo. – Gostaria de apresentar as Princesas Beatrice e Eugenie.

– Muito prazer – Hermione fez uma leve reverência para as irmãs.

– Que bom conhecê-la. – disse Beatrice, virando-se em seguida para Draco novamente. – Nos vemos a noite, no jantar, Draco?

– Claro.


As irmãs sairam deixando Draco e Hermione a sós.


– Podemos ir?

– Claro – disse a castanha sorrindo. – Eu gostaria de descansar um pouco.


Hermione aprendera, com o pouco que havia convivido com as pessoas que faziam parte do lado de Draco, que algumas coisas deveriam ser mantidas em segredo. E essas informações que acabara de ouvir no banheiro, era uma delas.