Almost Is Never Enough

Algumas Coisas Que Eu Não Imaginava


–Roy?! - digo surpresa.

Roy me olhou de cima a baixo, fechou a cara e entrou desesperado, como se fosse tirar o pai da forca.

-O que você fazendo? - pergunto tentando entender a situação.

Barry se levantou do sofá assustado, ao ver Roy, ele fica nervoso. Roy segura Barry pelo colarinho da camisa, quase o levantando do chão, em contradição, Barry segurou os punhos de Roy e o empurrou longe.

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-Roy! Pára com isso!

Entro no meio dos dois, os separando. Não sei o que fazer, por que Roy está assim? Ele é errado na nossa relação e ainda vem arranjar briga?

-Então é assim, qualquer desentendimento que temos, você vai e corre pros seus amiguinhos né? - Roy disse, sua voz é como veneno. - Eu devia ter percebido que você era igual as outras, mal começou a namorar comigo e já está dormindo na casa de outro!

O que? Eu que sou a errada então? Ele mente para mim e depois quer que eu continue com o status de trouxa? Como ele pode me insultar desse jeito?

-Então quem atendeu seu celular Roy? Onde você esteve nesses últimos dias? Com quem você esteve Roy?! Não venha me dar lição de moral!

-Você mal procurou saber o que aconteceu e já veio se encontrar com esse aí! - Barry se manteve quieto.

Eu não vou chorar.

-Então me explica Roy, me explica! - grito, provavelmente acordamos a vizinhança. Ele abriu o bico para falar, mas se conteve. - Não pode falar né? Você nunca pode... Eu realmente não entendo por qual motivo você ainda finge sentir algo por mim...

-Eu sei que escondo muitas coisas de você, mas você tem que vir correr pra ele? Você sabe muito bem os sentimentos dele por você e ainda vem aqui "passar a noite", me polpe tá... - ele gesticulava nervoso, estou me segurando para não bater nele. - Você não se dá o respeito...

Ah! Agora ele vai ver!

Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, Barry me segurou.

-Olha só, são quase duas horas da manhã e eu não vou deixar você ofender ela na minha casa! - Barry apontou o dedo para a porta, indicando a saída. - Vai embora, agora!

Roy saiu por onde entrou, fechando a porta com força. Me deixo cair no chão e chorar de tanta angústia, Barry se senta do meu lado e passa a mão sobre meus ombros, me acolhendo. Me aconchego em seu peito e desato a chorar.

-Hey, hey... - Barry segurou o meu rosto e me olhou dentro dos olhos. - Não ligue para ele, okay?

Eu não conseguia responder, as lágrimas brotavam, eu só sabia chorar e soluçar. Ele me agarrou em um abraço apertado, colocou minha cabeça em seu peito, ele acaricia meus cabelos e puxo forte sua camisa.

-Xiu... Xiu... - ele tentava me acalmar.

Eu não preciso disso, quero dizer, eu não preciso de alguém para ser feliz, vivi doze anos praticamente sozinha e nunca necessitei de um homem pra me fazer feliz.

Eu não preciso chorar.

Eu me solto de Barry e limpo as lágrimas rapidamente, ele me olhou surpreso e ao mesmo tempo sem reação.

-Eu não vou chorar, isso é para os fracos! - me levanto, suspiro e sinto o ar que entra nas minhas narinas, bagunço o cabelo. Sinto a aproximação de Barry atrás de mim. - Eu nunca precisei de nenhum homem pra ser feliz... - digo no meio de um soluço.

Ele me abraça por trás, apoiando o queixo sob minha cabeça, seus braços envolvem gentilmente os meus. Busco suas mãos e quando as encontro, aperto-as e faço um carinho de leve entre seu polegar e o indicador de sua mão esquerda.

-É a segunda vez que você chora hoje... e eu não te acho fraca por isso. - ele beija o topo da minha cabeça. - Ao contrário, sei que você é humana por isso. - Ele me vira para si, levanta meu rosto e faz com que eu o encare. - Isso mostra que apesar de ter um reator no peito, você ainda tem um coração...

Sorrio.

O meu sorriso não é aquele falso ou fraco que costumo dar, com ele eu consigo ser a Kayla, mas não é aquela Kayla que mudou depois do Mirakuru, com ele, eu sou a Kayla que cursava Ciências Gerais em Nova Iorque, que era tímida e insignificante aos olhos dos outros.

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Pode crer, com ele, é tudo diferente.

Ele se senta no sofá e me chama para se sentar ao seu lado. Bom, a última vez que estive aqui, Barry e eu saímos nos beijando e depois eu quase morri.

Não importa.

Me sento ao seu lado e apoio minha cabeça em seu ombro, estamos praticamente deitados. O silêncio chega a ser bom, para refletir e até mesmo curtir o momento.

Eu sei como isso acaba.

Lembro-me de Roy.

Por que ele tinha que fazer isso logo quando tínhamos nos acertado? Demorei tanto para ter certeza disso, para achar uma lógica nessa situação.

Apesar de me sentir confortável e até mesmo gostar de estar com Barry, eu também gosto de estar com o Roy.

É como se eu tivesse duas personalidades, a "certinha e careta" e a "garota problema", ambas ecoando na minha mente. Como se eu tivesse sobre meus ombros o "anjinho e o capetinha" clássico de desenhos animados.

O anjinho, o lado certo, bom e obviamente a melhor opção, diz que eu devo esquecer Roy e tentar algo com alguém que eu mereça, talvez Barry. Mas Barry é namorado da Íris e não seria certo.

Já o capetinha, o lado das influências ruins e se eu seguir sua ideia com certeza irei me dar mal, diz que não há problemas em ficar com os dois.

Mas para quê? Por que ficar com os dois? Há sentindo nisso?

Bom... Talvez há para mim.

Então, qual seria a opção?

-Barry? - o chamo, mas ele nada responde. - Barry?

Me levanto e o encaro, ele está dormindo. Seus lábios estão fechados e seu peito sobe e desce de uma forma sincronizada, ele fica lindo dormindo... Igual ao Roy!

Aff! Que droga! O que eu vou fazer? Isso é impossível, eu não posso escolher entre o lado ruim ou o lado bom! Tenho que dar um tempo de tudo e de todos, e farei isto antes do ano acabar!

Afinal, é logicamente possível se apaixonar por duas pessoas ao mesmo tempo?

[...]

P.O.V's Roy.

-Droga! - digo batendo forte a porta do QG.

-Ôpa, tá tendo um episódio de novo? - perguntou Felicity, dando dois passos para trás.

-Não, mas bem que eu queria. - respondo e em seguida me jogo na cadeira.

Oliver, John, Felicity e Thea me encaram, visivelmente, confusos.

-Hoje de manhã, eu tive um episódio Mirakuru, onde eu estava realmente muito irritado, lembram? - eles assentiram. - Na verdade, foi porque o Allen atendeu o celular da Kayla, eles estavam juntos.

-Mas Roy, eu atendi seu celular e ela pareceu não gostar. - Thea se pronunciou, bom isso é verdade.

Thea atendeu meu celular durante o treino. Oliver, Thea, John, Felicity e eu voltamos a trabalhar juntos, mas o que rolava entre Thea e eu acabou, somente mantemos a amizade e muitos desconfiam disso.

-Você foi falar com ela? - perguntou John, sinceramente, ele é um ótimo conselheiro. - Eu tentei, só que ela... - me lembro da nossa discussão na casa do Barry. - Ah, esquece...

Me levanto e caminho até o ringue que há no meio do QG.

-Pessoal, me deixem a sós com ele. - reconheço a voz de Oliver.

-Eu não vou te contar nada. - digo com raiva. Tenho que me controlar... Tenho que manter a calma!

-Não Roy, você tem andado muito distante esses dias, você mentiu pra mim, para Kayla, pra todo mundo! - ele gritou e sua voz ecoou por todo o lugar, somos só nós dois. - Você vai me contar o que está acontecendo ou nem precisa mais dar as caras aqui.

Suspiro.

-Eu tô mentindo para todo mundo, minha namorada tá na casa de um cara que é super afim dela, eu fugi de um dos Vingadores para não ter que ter essa conversa que estou tendo com você agora.

Ele me olhou confuso.

-Roy, o que está acontecendo?

-Eu a vi. - digo num sussurro. - Eu vi ela Oliver, eu vi...

-Como assim? - ele diz confuso.

Suspiro. Será que estou ficando doido? Será que estou tão cego de ódio que não estou raciocinando direito? O que está acontecendo consigo.

-Eu vi a Sara.

[...]

P.O.V's Barry.

Acordo com o meu celular vibrando em meu bolso, com certa dificuldade, consigo pegar meu celular, o despertador está tocando, reconheço por ser uma das minhas músicas favoritas, Never Say Never, Justin Bieber e Jaden Smith, tá, eu sei que tenho um gosto musical estranho.

Olho o visor, sete da manhã... Mais um dia.

Lembro-me que não mudei a hora do despertador e que a Kayla só tem trinta minutos para se arrumar...

Kayla!

Ela está do meu lado, encolhida e abraçada a mim, ela chega a ser tão pequena perto de mim que parece uma menina.

-Eu ouvi a música do Karatê Kids? - ouço sua voz suave de quem acabou de acordar.

-Bom dia também Kayla. - sorrio para ela e ela se ajeita no sofá.

-Nós dormimos aqui? - ela riu. - Uau, como você coube aqui?

-Pessoas altas flexionam os joelhos sabiam? Para ficar na altura dos baixinhos... - ela fechou a cara e ficou me encarando.

-Um dia vocês vão me agradecer por ser pequena tá!

Ri e me virei de lado, ficando a altura de seus olhos, juntei minhas duas mãos como se fosse um anjo e fiz bico, claro, isso tudo com muita dificuldade por estarmos no sofá.

-Desculpa? - perguntei.

-Vou pensar no seu caso. - ela sorriu de canto.

E...

Sabe aquele momento em que não há mais palavras para dizer nada? Que fica só o silêncio chato e duradouro? Onde não falamos nada e só ouvimos a respiração acelerada da outra pessoa?

Então, é exatamente assim que estamos agora.

De uma maneira automática, nos inclinamos, ficando cara a cara, tão perto que eu podia sentir o seu nariz tocar no meu, nossos lábios estavam tão perto e se eu respirasse acabaria beijando-a.

Mas o que estamos fazendo exatamente?

*companhia*

Nós nos separamos tão rápido, que mal conseguimos olhar nos olhos um do outro. Ela se levantou e foi para a cozinha, enrolando o cabelo em um coque.

O que estava prestes a acontecer?

Esfrego os olhos e suspiro, me levanto e vou atender a porta, não me surpreendo ao ver que era Íris. Mantenho a porta entreaberta, para que ela não entre, o que eu menos quero agora é uma outra briga.

-Que palhaçada é essa Barry? Deixa eu entrar! - gritou ela, já empurrando a porta e não pude evitar que ela abrisse. - Cadê ela?! Cadê ela?!

-Você tá falando de quem? - pergunto me fazendo de desentendido.

-Deixa eu ver... Daquela piriguete anã?! - ela começou a olhar desesperada pelos cantos.

-Tá falando de mim? - disse Kayla, aparecendo do nada.

Agora ferrou.

-Deixa eu adivinhar... Roy te ligou? - Kayla perguntou.

-Ele não seria tão baixo... Foi o seu papai. - retrucou Íris.

Por que o Tony teria feito isso?

-O Lata Velha tá passando dos limites... - comentou Kayla.

-Então é assim Barry? - Íris se voltou para mim. - Quer saber... - ela caminhou até a porta. - Tchau!

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Ela bate a porta.

-Que mulher doida... - Kayla disse e voltou para a cozinha.

Eu a segui até lá, é claro que eu não sabia nem o que falar, minha atual aparece na minha casa e faz uma cena enquanto a garota que eu realmente gosto está com outro cara e o pai dela é doido.

-Ainda vamos para o seu trabalho? - ela questionou enquanto se sentava na cadeira da mesa.

-Eu acho que você não pode ir vestida assim... - uma ideia se passa pela minha cabeça. - Só um minuto...

[...]

P.O.V's Kayla.

Eu vou matar o Tony.

Barry saiu voado daqui, usando seus "poderes de super velocidade" e no mesmo instante solto um suspiro aliviada.

A poucos minutos atrás, eu estaria beijando ele se não fosse a Íris.

Estou mais confusa ainda.

*campainha*

E se for a Íris, pior, Roy?

Caminho ainda receosa, giro a maçaneta e dou de cara com o Tony.

-O que você tá fazendo aqui? - perguntei dando espaço para que ele entrasse.

-Ah, sei lá... Vim tomar café. - ele disse dando de ombros e se sentando no sofá. - Cadê o Esquisito?

-Bem que eu queria saber... - digo me sentando ao lado.

-Kayla, o que está acontecendo? - ele perguntou, se virando para mim.

Suspiro.

-Estou confusa.

-Motivos?

-Acho que estou apaixonada por duas pessoas... - o encaro.

-Espera... Não, pera... - ele parecia mais confuso que eu. - Não me diga que é o Garoto Nervosinho e o Esquisito...?

-Eu sei que o Barry é o Flash pai.

Ele me olhou mais surpreso ainda, depois encostou a cabeça no sofá e olhou para o teto, faço o mesmo.

-Eu adoraria dizer que você pode fazer um "teste drive", mas sinceramente acho que você tem que se decidir. - ele olhou de relance pra mim.

-Me leva pra Manhattan, por favor. - peço.

-Tipo, agora? - ele se levantou e me olhou confusa. - Agora, agora?

-Não, depois do Show do Hospital... Eu vou participar.

-Mas... O show é dia 30... Você quer passar o Ano Novo sozinha?

Concordo com a cabeça.

Sempre fiquei sozinha em datas comemorativas, não seria diferente agora.

-Eu quero pai, peço que respeite isso.

-Então terá que voltar pra Torre, eu posso ser liberal, mas não sou idiota.

Ri com o comentário dele.

Observo o relógio, já era para o Barry ter voltado.

-Eu não me esqueci, tá? - disse Tony.

-Tá falando do quê?

-Sabia que eu ia ganhar essa aposta! - ele comemorou.

Eu fiz alguma aposta com ele?

-Eu lembro muito bem das suas palavras, Kayla Stark. - ele comentou. - Você disse: Que fique claro, não vai rolar mais nada entre Barry e eu, a não ser amizade. - ele disse tentando imitar minha voz, fina.

Ai caramba, eu fiz uma aposta com ele! Foi no dia que eu apresentei o Roy!

-Aí eu disse: Aposto uma armadura que não e você topou, lembra?

-Mas Barry e eu não tivemos nada ainda... - eu comentei.

-Ainda? - ele riu alto. - Ai Princesa Kayla, você está mostrando seus genes Stark! - disse ele balançando a cabeça em negação.

Eu sei que ele está gostando da situação.

-Não ri, você não me respondeu!

-Okay, okay... Eu deixo você fugir da realidade um pouquinho... - Tenho que ir, ao contrário de você, eu tenho uma vida amorosa com um relacionamento saudável.

Ele caminhou até a porta e abriu a mesma, segui ele e o acompanhei até seu carro, que hoje era uma BMW branca, quase igual ao meu antigo carro...

Saudades forever.

-Bye, Princesa Stark.

Ele arrancou com o carro e cantou o pneu, tomara que esse pneu fure no meio do caminho...

Mentira.

Pepper não merece isso e com certeza não merece ele também.

Volto para dentro da casa e me surpreendo ao ver uma muda de roupa minha sobre o sofá, com sapato e tudo. Há um bilhete por cima.

"Está atrasada.

-Barry."

Sério que ele fez isso?

Pelo menos ele escolheu uma roupa adequada. Tá, confesso, ele tem senso de moda, talvez até melhor que eu.

[...]

Me arrependo de não ter tomado café antes de sair e agora aqui estou eu, em frente ao prédio da polícia de Nova Iorque.

Estaciono o carro perto da entrada, saio dele e acionei o alarme.

A roupa que o Barry escolheu parece fazer mais sentido agora, calça jeans e camisa de manga nunca fizeram tanto sentido pra mim, está muito frio hoje.

Adentro o lugar e vejo o meu cenário mudar totalmente, indo para um recinto muito organizado e movimentado. Chão e portas de madeira e todos com uma expressão tão séria que eu me sinto uma estranha aqui.

-Posso ajudar? - perguntou um homem moreno, ele me lembra alguém. - Eu sou o detetive West.

Puts, ferrou!

Ele é o pai da Íris!

-É-é... Eu sou a...

-Kayla Stark. - disse Barry surgindo do nada. - Ela é a, amiga que eu disse que trazer hoje.

-Ah, claro. - o West sorriu. - Me chame de Joe.

Okay, será definitivamente um dia muito estranho hoje.

Depois de conversar mais um pouco com Joe, nós subimos para o laboratório da polícia forense, onde eu quis pular no pescoço do Barry... Ele me trouxe pro local de trabalho do pai da Íris depois daquela cena de manhã?!

-Barry eu vou te esganar! - disse a ele.

-Por quê? - ele fez uma cara engraçada. - Ah, por causa do Joe?

-Quem mais seria? - digo me sentando em uma cadeira.

-O Joe sabe que... - ele suspirou. - A Íris não é minha namorada Kayla, ela só... Sismou de controlar minha vida do nada e eu aceitei isso.

-Por quê?

Cara, nada mais faz sentido nesse mundo.

-Íris ficou abalada depois da morte do noivo, Eddie Thawne. Ela é praticamente minha irmã e eu confesso que vivi uma vida totalmente preso a ela.

-Está me dizendo que fingiu que ela era sua namorada?

-Tecnicamente, sim.

Ótimo, mundo acabe agora.

-Barry... - disse um outro moreno entrando, ele tinha cabelos na altura dos ombros e um sorriso simpático. - É... Uau, quem é ela? Não, espera... Eu tô atrapalhando?

Barry e eu nos entreolhamos e rimos.

-Cisco, essa é a Kayla. - Barry fez as apresentações.

-Ah... Essa é a garota que você é super afim? Nossa, ele disse que você era bonita, mas eu não sabia se ele estava cego ou falando a verdade.

Não pude me contentar e ri.

-Falei algo errado? - ele perguntou.

-Na verdade, o que você não falou né... - disse Barry, totalmente constrangido.

-Ops... - comentou Cisco.

-Tudo bem. - digo.

[...]

-Você quer que eu entre aí? - perguntei a Barry.

Estávamos na entrada do esgoto da cidade, dá pra imaginar? Estamos seguindo o rastro de um meta-humano e claro que ele não queria que viesse, mas eu insisti e olha em que situação estou...

-Você não pode usar sua velocidade e vasculhar sozinho? - questionei.

-Eu realmente não queria, mas se eu te deixar aqui é capaz de você sumir. - ele respondeu e me deu uma lanterna. - Eu não sei que tipo de meta-humano tem lá embaixo, por isso não queria que viesse, mas você é teimosa...

Ele testou a sua lanterna pra ver se funcionava e eu fiz o mesmo. Depois, me deu um par de luvas de látex.

-Vai precisar. - ele diz.

-Tem alguma coisa para o nariz? Tipo um perfume, bom ar... - ele negou com a cabeça, sorrindo. Nada? Nadinha?

Ele pôs a mochila - que trouxemos utensílios para coletar provas - nas costas e pulou dentro do bueiro. O mal cheiro logo subiu.

-Anda Kayla... - ele me estendeu a mão.

-Já vou... - Tony vai rir eternamente com isso. - Sabe, você pegou uma bota linda demais no meu closet... - tento enrolar.

-Kayla!

-Adeus botinhas...

Seguro a mão de Barry e pulo, sinto a os respingos de água suja entrar em contato na minha pele.

-Que fedor... - comento e em seguida acendo minha lanterna.

-Tente imaginar o Cisco fedendo, isso é pior...

-Ai, pára Barry. - dou um tapa em seu braço.

Ele riu e começou a caminhar. O sigo olhando atentamente para as paredes, há ratos e baratas, mas eu nunca tive nojo desse tipo de coisa.

Mas se a barata for voadora é outra coisa.

-Barry, a barata não é voadora não né? - pergunto.

-Deixa eu ver... - ele se aproximou de uma parede. - Barata, você é voadora?

Ele tá zoando com a minha cara?

-O quê? Ah... - ele se virou para mim. - Elas não falam, que pena...

-Seu bobo. - dou língua pra ele.

-Sua medrosa.

Continuamos a caminha e pode crer, depois de um tempo no esgoto, você se acostuma com o cheiro e barulhos de animais andando.

Estamos aqui a uns vinte minutos e nada.

Viramos em uma entrada mais estreita, a água que batia nos nossos joelhos agora está um pouco mais baixa, porém, está puxando como se fosse ondas.

Até o cheiro ficou mais forte, como se fosse... Carniça.

Barry e eu nos entreolhamos e seguimos para lá.

Havia alguma coisa sobre o chão, que já batia em nossas canelas. Nos aproximamos com cuidado, pé após pé. Pus a minha mão livre automaticamente no nariz, pois o cheiro estava insuportável.

Ao constatar que o sabe-se lá o que estava vivo ou não, Barry se aproximou e agachou-se ao lado dessa coisa.

-Não é humano. - ele disse num sussurro. - É um... Cachorro.

Um cachorro?

-Kayla se abaixa! - ele gritou.

Eu nem vi quando aconteceu, só sei que Barry correu rápido atrás de alguma coisa e me deixou sozinha com esse cachorro.

Uma sombra então apareceu, tão grande que parecia ter o dobro do meu tamanho, automaticamente andei para trás.

A sombra cresceu e era indecifrável saber do que se tratava.

E então... Saiu de lá um guaxinim.

Um guaxinim no esgoto?!

Cara, eu tô falando que esse mundo tá ficando cada vez mais doido.

Paro de andar para trás, mas não por constatar que era um guaxinim e sim porque... Bati em algo.

Que definitivamente não era uma parede.

-Olá. - disse a voz atrás de mim.

Engoli em seco.

Rapidamente me viro e encaro, há um homem como eu já suspeitava, maior que eu. Ele tinha uma cabelo escuro e olhos como a noite, sua postura era de alguém que tem no mínimo 1,80 de altura.

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Fico imóvel.

-Obrigada por facilitar meu trabalho, assim não precisarei ir atrás de você.

-Quem disse que eu não vou resistir? - respondi.

-Sério? - ele perguntou descrente e dando um passo a frente.

-Vem com tudo. - respondi.

Ele então começou a esfregar as mãos uma nas outras, atrás dele a água se levantou formando uma onda de dois metros.

De tantas habilidades, a dele tinha que ser essa?

Sinto meu corpo ir pra trás com a força da água... Caio de costas no chão.

-Meu cabelo... - choraminguei.

Levantei irritada e já não me importava de estava molhada ou não.

-Vamo acabar logo com isso. - digo.

Corro em sua direção e desfiro um soco em seu rosto, ele segura meus dois braços e me empurra, fazendo com que eu fosse outra vez para o chão.

Dessa vez, dou um chute do meio de suas pernas e ele uiva de dor, se contorcendo. Aproveito essa chance e lhe dou uma rasteira, e ele cai no chão.

Vou para cima dele e começo a socar seu rosto, porém ele se vira fazendo com que eu fosse aí chão de novo, fica sobre mim e põe as mãos em meu pescoço, me sufocando.

-Últimas palavras, querida.

-Nunca desafie uma Stark. - digo quase sem voz.

Junto minhas forças e me levanto, fazendo com que ele saltasse para traz e caísse de costas, aturdido.

Chuto suas costelas e ele se retorce, mais dessa vez não levanta.

Barry apareceu trazendo um... Outro cachorro?

-Você está bem? - ele perguntou preocupado.

-Com certeza. - digo sorrindo orgulhosa, ele olhou para o cara caído no chão.

-Você derrubou ele?!

-As aulas com o Steve serviram pra alguma coisa. - dou de ombros.

Tenho certeza que não estou sentido dor agora por causa da adrenalina, mas com certeza vou ficar de cama depois.

-Seu supercílio está sangrando, tem certeza? - ele perguntou.

-Claro. - ponho as mãos nos joelhos e suspiro. - Outro cachorro?

-Na verdade, é um meta-humano que se transforma em cachorro.

-Acho que vou ficar um tempo sem assistir Teen Wolf...

Ele se aproximou do cachorro morto e constatou:

-Esse era mais um cachorro comum, nada de meta-humano.

-Vamos? - perguntei. - Tô precisando de um banho...

-Vou só ligar pro Joe.

[...]

Depois de ligar para o Joe, Barry deixou os dois meta-humanos amarrados para a polícia pegar bem na entrada do esgoto.

Ele me pegou no colo e correu até a Torre, onde entramos no elevador. Constato a hora no meu relógio, meio-dia.

-Será que descolo um almoço? - perguntei.

-Vamos ver se eles vão deixar a gente entrar assim. - disse Barry.

Lembro-me da manhã, onde nós quase nos beijamos, o que teria acontecido daqui pra frente?

-Barry, sobre hoje de manhã... - ele não deixou eu terminar a frase.

-Não aconteceu nada. - ele afirmou.

Será que ele tem algum tipo de poder psíquico?

O elevador se abre e vejo os rostos surpresos dos Vingadores e suas namoradas.

-O que aconteceu?! - perguntou Pepper, exaltada.

Olhei para Barry, sorrindo e ele me devolveu a mesma expressão.

-Longa história.