Alma Pura

Proteção, preocupação e... Algo mais?


ALMA PURA

Cap.3: Proteção, preocupação e ...algo mais?

SOUL POV.

-Anda sua lerda. – gritei sem paciência. – Assim demoraremos a vida toda.

-Se não se lembra já estou morta e quero pegar um livro para ler na viagem. – disse a garota que, não sei porque, estava ajudando.

-Ficou louca?! Ler em uma viagem tão perigosa?! – gritei ao topo de minha voz, mas ela simplesmente me ignorou e entrou na loja.

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Suspirei cansado e segui em direção à loja que ela entrou.

Meu nome é Soul Eater Evans e sou um demônio que vem sofrendo por ter que cuidar de uma garota chata e irritante. Bom, a culpa tecnicamente é minha. Não devia ter dito que a ajudaria. Mas a maior parte da culpa é dela por ser muito parecida com ela!

Entrei na loja bem no momento em que o vendedor perguntava o nome dela.

-Meu nome é Maka Albarn.- disse ela com um sorriso amável e olhando o livro que tinha nas mãos.

- Albarn? Você é do clã Albarn de caça-demônios? – perguntou o senhor surpreso igual a mim.

- Sim. – respondeu um pouco temerosa.

- É uma honra estar diante de um membro de um clã tão respeitado. – o velho fez uma pequena reverência. Vi como Maka corava e ficava meio incômoda, o que me surpreendeu.

Pensava que todos do clã Albarn fossem esnobes, que abusavam de seu poder e da capacidade de matar demônios para se sobressaírem às pessoas que não podiam. Mas, por que ela não estava gostando da atitude do velho?

- Por favor, não faça isso. – pediu com um tom desesperado – Não sou tão importante assim. Sou como qualquer outra garota que já conheceu.

O homem se levantou e a olhou confundido. Eu fazia o mesmo. O lugar ficou em silencio até que decidi quebrá-lo, para ir logo embora.

- Já pegou o que queria? – perguntei sem muito ânimo. Ela e o velho me miraram surpresos, depois ela sorriu.

-Já. – se virou para o velho ainda sorrindo (essa garota não para de sorrir?) - Vou levar esse.

O velho pegou o livro e o levou até o balcão para ver seu valor e logo depois dirigiu sua atenção a mim.

- Então, está ajudando a garota, não é, senhor Evans? – perguntou o velho com um sorriso brincalhão.

Apenas bufei e tratei de ignorá-lo. Maka mirou-me surpreendida.

-Você é do clã Evans? – perguntou curiosa

-É. – respondeu o velho por mim. – Ele não gosta que o lembrem disso, mas ele é do clã Evans.

- Que incrível. Eu já tive a oportunidade de conhecer um Evans. O nome dele era Wes.- disse com estrelas nos olhos .- Ele era um cavalheiro. Muito educado. Além de ser bem bonito.

A mirei atordoado. Se não estava enganado, parecia que ela estava apaixonada pelo meu irmão. Sim, Wes Evans é meu irmão, infelizmente.

- Por acaso você está apaixonada pelo Wes? – perguntei em tom de brincadeira.

- Não. Na verdade eu estou apaixonada por outro. – disse ela com um olhar triste. Fiquei um pouco confuso com sua reação. Normalmente quando se fala que está apaixonado, fica-se feliz. O que teria acontecido?

- E quem é o sortudo? – perguntou o velho curioso.

-Não gosto de falar muito sobre isso. – disse simplesmente. – Mas Evans, você não tem primeiro nome não?

Não respondi. Apenas desviei a mira. Não gosto de falar meu primeiro nome. Não é que eu não gostasse dele, eu o adoro, mas é que ele me traz lembranças que me fazem sentir infeliz, preocupado e magoado.

- Ele não fala qual é. – respondeu o velho por mim e entregando o livro para Maka.

-E por que? – perguntou confusa

-Porque não quero que ninguém saiba. – responde antes do velho.

-Não gosta do seu nome? – me perguntou com os olhos arregalados.

-Não. Eu gosto dele. Mas... – dei uma pausa respirei fundo e continuei – Só que ele me faz recordar uma pessoa que nunca mais poderei ver.

Silêncio.

Ninguém ousou falar durante alguns minutos. E eu não conseguia parar de pensar nela, a garota que me salvou da morte, mas que eu nunca soube seu nome. Fiquei apenas um dia a seu lado, mas bastou isso para perceber que a amava com loucura e que seria muito perigoso eu ficar do seu lado, por mais que me doesse.

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-Entendo. – murmurou Maka melancólica. Podia sentir a dor em sua voz, e por um instante quis consolá-la – Obrigada pelo livro senhor – disse ao velho com uma pequena reverencia. – Podemos ir agora Evans-kum.

Saímos da loja e seguimos nosso caminho. Maka não falava nada, estava perdida em seu próprio mundo, enquanto eu agradecia o silencio mentalmente.

Pude lembrar do seu sorriso, dos seus olhos, da sua pele pálida e quente. Tudo nela fazia meu coração saltar. E, ao ver Maka naquela hora em que a salvei, recordei dela por um momento. Pensei que fosse ela, mas ao ver que era velha demais para ser a garota com quem havia me apaixonado, desisti da idéia.

Ela hoje teria 18 anos como eu e Maka, mas morreu há 11 anos atrás. Como sabia? Bom, uma vez não agüentei estar só e fui vê-la, mas quando cheguei na sua casa, ela estava destruída. Perguntei ao povo do pequeno povoado que tinha lá perto se alguém daquela casa sobreviveu e eles me disseram que toda a família morrera em um ataque de demônios.

Quando voltei para cá, a procurei por todo esse mundo e não a achei. Conclui que ou ela já teria atravessado o portal ou “morrido” aqui também. Torcia para que fosse a primeira.

Estava tão distraído com minhas lembranças que nem percebi a presença de um demônio perto de nós. E quando percebi já era tarde.

Maka foi lançada contra uma árvore, chocando-se de costas e caindo imóvel no chão sem se mover, mas podia ver claramente seus olhos abertos mirando com pavor o demônio que a golpeou.

Mirei o demônio com fúria. Não sabia porque, mas quando vi como Maka foi golpeada por ele, um ódio foi tomando meu corpo. Tive vontade de matar aquele demônio que ousou feri-la.

Joguei-me contra ele e arranquei um de seus braços. Ele gritou de dor enquanto seu sangue saia aos montes. Não perdi tempo e enfiei minha mão esquerda em seu abdômen e, movendo meu braço para cima, fiz um corte indo do estômago ao ombro.

O demônio caiu ao solo morto enquanto seu corpo era envolvido por uma nuvem preta e desaparecia deixando apenas uma alma vermelha.

Devorei a alma e segui em direção a Maka, que me mirava surpresa.

-Você esta bem? – perguntei preocupado

-Não consigo me mover. – me respondeu com dificuldade. Ela tentou mover suas pernas, mas elas não respondiam. Ri um pouco com a cara de desgosto dela e a carreguei, estilo noiva, sem muita dificuldade.

Ela me fitou ainda mais surpresa enquanto seu rosto tomava uma linda... q-quer dizer... um tom vermelho claro.

-O-o que e-está fazendo? – gaguejou nervosa. Sorri docemente a fazendo desviar a mira.

-Você não pode se mover, então vou te carregar. – respondi com um tom óbvio.

Ela não falou mais nada. Sorri ainda mais e comecei a andar.

-Obrigada – murmurou baixinho, quase não a ouvi.

E por alguma razão não me importava mais em ajudá-la, na verdade agora me agradava. Olhei para ela discretamente e não pude evitar que meu coração batesse feliz. Aqueles olhos verdes jade estavam se fechando lentamente enquanto ela afundava seu rosto lentamente em meu peito.

Eram tão parecidas. Talvez Maka pudesse trazer de volta o que perdi há muito tempo. Uma amizade em que ambos confiavam a vida ao outro.