All Hail the Queen

Before the Sun Goes Down


"— Por favor, você pode fazer isso funcionar pra mim?
Porque eu não sou um fantoche, vou trabalhar contra suas amarras.

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New Orleans—10:21AM (Dia 3)

Mansão Mikaelson

Hayley não conseguia acreditar em única palavra de Genevieve, era impossível. A bruxa havia mentido mais uma vez, toda aquela conspiração e histórias mal contadas. A loba trincou os dentes e observou Klaus, que mantinha um sorriso estranho no rosto, quase como se estivesse se divertindo.

— Não vai dizer nada? — Questionou impaciente.

Os olhos azuis do hibrido brilharam, ele continuou sorrindo quando se levantou e caminhou até o bar. O líquido dourado deslizou pela garrafa de vidro e preencheu o copo.

— O que quer que eu diga Love?— Debochou Klaus dissolvendo o álcool entre os lábios.

— Diz que a vadia mentiu! Os Labonair... Minha família não seria daquela forma. — Klaus a encarou de esguelha.

O silêncio pegou Hayley desprevenida, Klaus nunca perdia a oportunidade de ter uma discussão com quem quer que fosse principalmente com ela. A mulher torceu os dedos inquieta e voltou seus olhos para a janela, nenhum raio de sol penetrava as cortinas pesadas. O ar quente da Mansão a sufocava às vezes, assim como a falta de sol e ar puro. Caminhou a passos duros na direção do hibrido se sentando a sua frente e esperou por uma resposta.  

— Klaus!— Se irritou rosnando o nome.

— Parece que a sua família não é tão... Correta assim. Não é mesmo? — Debochou. — Pedir para as bruxas amaldiçoarem a própria filha?! Quantos podres mais vamos descobrir Hayley?

A loba bufou outra vez, ergueu o corpo e se retirou da sala. Seu sangue fervia, aquelas mentiras a deixavam nauseada, pensar em todas aquelas atrocidades. Levou as mãos ao ventre e pensou no bebê que ali cresci, no mal que teria de enfrentar e principalmente em Klaus. Que com toda certeza tornaria aquele bebê um pequeno sociopata.

— Não tem direito algum em falar deles. — Gritou irritada. — Olha só a sua família Klaus. Você é um bastardo, Rebekah uma vadia ingênua que acredita que ainda vai encontrar um amor e Elijah o nobre irmão que se sacrifica por todos e vive mil anos concertando seus erros, se é que isso pode se chamar de viver. — O hibrido a encarava mortalmente de punhos e dentes cerrados. — E nem vamos falar nos seus problemas "familiares". As coisas que Genevieve contou ontem sobre a minha família, parece almoço de domingo perto da sua.

Hayley não esperou que ele retrucasse ou ao menos agisse. Talvez ela não saísse viva se esperasse, cortou o hall e bateu a porta com força, saindo da propriedade em direção ao centro. Klaus arremessou o copo vazio contra o quadro mais próximo, os milhares de cacos cristalinos se espalharam pela sala, sua raiva chegou ao ápice, entretanto um pensamento fez com que um sorriso diabólico surgisse em seus lábios finos, os olhos cor de gelo brilharam. O bastardo caminhou em direção as escadas enquanto puxava o celular do bolso.

[...]

New Orleans—11:12AM

Café Bourbon

Holly encarou pela terceira vez o letreiro brilhante do outro lado da rua. A vidraça impecavelmente limpa refletia seu rosto sério, o dia anterior havia sido no mínimo estranho. Os olhos azuis da moça se moveram pela janela, acompanhando o caminhar apressado de algumas pessoas, respirou ruidosamente e voltou seus olhos para o moreno a sua frente. Tobias mantinha um sorriso de canto enquanto bebericava seu chocolate, aspirou o cheiro de comida do Café e sentiu uma leve dor no lado esquerdo da cabeça. Com ponta dos dedos ela massageou as têmporas e bufou impaciente.

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— Eu sei que não é da minha conta, mas o que houve ontem que te deixou daquela maneira? — O rapaz perguntou vacilante.

—Você conhece algum Padre O'Connel? — Holly o respondeu com outra pergunta.

O garoto ergueu uma sobrancelha a encarando confuso.

— Claro, ele é o padre da cidade. —Explicou. — Mas por que a pergunta?

A loira mordeu o lábio, pensativa, ela precisava contar a alguém e Tobias era a pessoa perfeita para isso.

— Ontem eu fui ao cemitério da cidade ver o tumulo da minha Mãe. — Começou. — Eu não vim à cidade buscar inspiração, quer dizer isso também, mas... O meu objetivo mesmo é saber um pouco mais sobre a família da minha mãe.

— Ok! Mas eu ainda não entendi o que o Padre Kieran tem haver com isso. — Perguntou com a sobrancelha arqueada.

— Quando eu fui ao túmulo, encontrei um buque de flores e nele tinha um cartão e tinha esse nome, só isso.

Tobias observou a garota a sua frente, olhos azuis o cabelo loiro, ela se parecia com aquelas modelos de lingerie. Era é uma beleza diferente ali em Nova Orleans, o moreno cavou fundo, tentando pensar em qualquer pessoa que tivesse uma aparência semelhante à dela. Respirou fundo esfregando as mãos no rosto e encarando a loira mais uma vez, ela mantinha uma expressão de agonia e brincava distraidamente com a colher mergulhada em seu chá de ervas.

— Qual é o nome da sua mãe, talvez eu possa te ajudar. — Se ofereceu girando a xícara na mesa.

— Brooke, Brooke Labonair. — Disparou.

Os olhos castanhos de Tobias se arregalaram e ele ficou mudo por longos segundos, Holly conseguia ver o desespero e a incredulidade em seu rosto jovem o que a fez acreditar que o garoto sabia e muito sobre sua família.

— Cristo!— Murmurou consigo mesmo.

— Tobias, você conhece alguém com esse sobrenome aqui em Nova Orleans? — Perguntou aflita. — É importante que me diga se conhece.

Ele abriu e fechou a boca inúmeras vezes era impossível! Hayley Marshall era a última Labonair, Tobias pensou no que poderia ocorrer se aquela informação fosse parar nos ouvidos de alguém e naquele momento o nome do hibrido piscou na mente do rapaz. Klaus poderia cometer alguma atrocidade se soubesse de mais algum membro da realeza, as bruxas enlouqueceriam e ela seria obrigada a liderar os lobos do Bayol junto com Hayley.

— Não, mas já ouvi histórias. — Desconversou apressadamente. — Parece que a sua família era bem respeitada aqui e foi uma das primeiras a chegar em Nova Orleans.

A cabeça do garoto estava um caos, ele precisava tirar Holly de Nova Orleans o mais rápido que ele pudesse era perigoso demais tudo aquilo, principalmente para ela. Se alguém descobrisse que mais um Labonair está na cidade, Holly seria alvo das bruxas e dos Originais.

— Está tudo bem? — Holly o questionou apreensiva, agarrando suavemente a mão gelada do garoto sobre a mesa.

E pela segunda vez naquele dia, os olhos de Tobias se arregalaram. O rapaz encarava um ponto especifico no café e abruptamente ele se levantou enfiando a mão livre no bolso e largando algumas notas em cima da mesa.

— Eu esqueci-me de uma coisa... — Foi a única coisa que o rapaz disse antes de arrastar Holly pelo estabelecimento em direção a saída.

A mão do garoto suava fria como se ele estivesse com medo ou algo parecido, o aperto era tão forte que chegava a doer seus dedos.

— Tobias!— Ela chamou confusa. — O que aconteceu?

Ele não respondeu apenas a arrastou para o outro lado da rua com facilidade, ainda confusa, ela girou o pescoço tentando ver sobre seus ombros o que havia assustado o rapaz. Seus olhos azuis se encontraram com a figura de um homem elegante, vestido com um terno negro e gravata no mesmo tom, ele mantinha as mãos no bolso e olhava diretamente para ela, seus olhos escuros a encaravam com curiosidade e fascínio.  

A garota voltou seu olhar para frente quebrando o contato visual ente os dois. Tobias passava entre as pessoas com pressa ele parecia fugir de algo ou alguém. Holly não conseguiu ver o nome do local, apenas que um cheiro de ervas a pega desprevenida. Um tilintar de um pequeno sino ecoou por seus.

— Nora. — Tobias a chamou ofegante.  

Por entre uma cortina de vermelha uma mulher negra surgiu, seus cabelos negros e espeço caiam por seus ombros, ela encarou-a desconfiada e depois ofereceu sua atenção a Tobias.

— Querido, que surpresa. — A mulher sorriu simpática.

Nora levantou um pequeno suporte de madeira no balcão e o atravessou pela abertura. Suas roupas lembravam e muito os ciganos, uma longa saia de pano pesado em um tom de bordo desbotado e camisa, que mostrava seus ombros, um pouco amarelada e inúmeros colares multi coloridos enfeitavam seu pescoço.

— Eu queria aquela pulseira. — Ambos trocaram um olhar cúmplice.

Logo a mulher sumiu dentro da pequena loja.

— Tobias, você vai me explicar ou...

— Aqui está querido. — Nora voltou sorridente interrompendo.

— Obrigado.

Outra vez a tal Nora sumiu pela loja. Aproveitando a oportunidade se virou novamente para o rapaz o encarando com a sobrancelha erguida, esperando qualquer explicação.

— É sua. — Ele estendeu a pulseira.

A primeira coisa que Holly reparou na peça, foi o pingente em forma da flor de lis que possuía um pequeno fecho na base — como aqueles colares onde se põem foto — o couro que o prendia era dividido em três faixas grossas e escuras. Contudo um cheiro de erva exalava do pequeno pingente que poderia ser facilmente associado ao odor do local.

— Obrigada, é linda. — Agradeceu sorrindo.

Tobias maneou a cabeça e tomou a pulseira novamente em seus dedos a pondo ao redor do pulso fino da loira.

— Minha avó dizia que a flor de lis traz proteção àqueles que a possuem. — Explicou fechando a pulseira e voltando seus olhos escuros na direção do rosto da mulher.

— Me tirou daquela maneira do Café para me entregar a pulseira?

— Hm, é sim. Nora poderia vendê-la se eu não viesse buscar antes das... Do meio-dia. — Disse conferindo o relógio disfarçadamente no pulso.

— Poderia ter me avisado. Sair me arrastando daquela maneira, como se estivesse fugindo do diabo, me assustou. — Comentou caminhando para o lado de fora da loja.

— E de fato estava. — Murmurou baixinho.

— O que disse?

— Nada. Só estava pensando, nada de mais.

— Certo.

Holly o observou pelo canto dos olhos enquanto caminhavam calmamente pela calçada desviando de algumas pessoas apressadas.  

— Sobre o padre O'Conell, gostaria que me levasse a paróquia.

[...]

Mansão Mikaelson

Momentos depois

O Mikaelson de olhos cor de gelo observava a pintura recém-terminada. Os traços fortes e negros que delineavam os contornos do rosto jovem se mesclavam as manchas de amarelo ouro. O rosto abstrato se escondido pelas sombras pertencia a uma jovem mulher, que era observada daquela mesma forma pelo hibrido.

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— Irmão. — A voz calma e levemente rouca de Elijah soou pelo cômodo.

— Hayley esta confusa sobre em que acreditar.

— Acha que ela pode nos deixar por essa suposta prima? — O mais velho questionou confuso.

Elijah Mikaleson era conhecido por sua educação, todavia ele era um homem muito observador e aquela jovem que protagonizava não uma, mas três pinturas de seu irmão era a bela jovem com aura de anjo que ele viu mais cedo.

— Se for preciso, Hayley voltará a ser a última Labonair viva. — Comentou sombriamente.

— Quem é ela?— Ignorou a ultima sentença e com um leve aceno apontou para a pintura que era encarada por Niklaus.

— Ninguém em especial.

— Desde quando você pinta três vezes, "ninguém em especial"? — Debochou ajustando o terno em seu corpo.

Klaus permaneceu em silêncio observando a pintura a poucos passos, abruptamente ele se virou caminhando até a porta, contudo foi impedido pelo corpo de Elijah, que usando sua velocidade sobre humana barrou sua saída.

— Não enrole irmão. Diga logo o que veio fazer aqui. — Rosnou fingindo uma falsa paciência.

— Presumo que será um pouco mais complicado se livrar da doce Holly Labonair do que pensava irmão. — Comentou atiçando a curiosidade do hibrido.

— O que quer dizer?

— Me parece que você a conhece mesmo que não saiba, pois até mesmo pinturas você já possui com seu rosto. — O sorriso leve nos lábios finos irritou Klaus. — A doce Holly Labonair, que tive o prazer de conhecer hoje, estampa não só uma, mas três de suas pinturas e ouso dizer que são as mais belas do último século.

— Não que isso impeça que eu quebre o pescoço dela. — Disse com um sorriso diabólico estampando seus lábios.

— Ela possui algo Niklaus, algo que eu não vejo algum tempo. — O vampiro comentou pensativo enquanto punha as mãos grandes no bolso da calça. — Ainda não sei dizer o que, mas algo me diz as coisas vão mudar.

— Elijah, Elijah. Às vezes, nem me parece o meu melhor torturador, toda essa sua eloquência e elegância me deixa admirado. — Debochou contornando o irmão e caminhando pelo extenso corredor.

— Klaus!

O grito de Rebekah o fez revirar os olhos. Desceu as escadas na direção da sala, de onde provavelmente o grito vinha, com Elijah em seus calcanhares. Logo a cabeleira loira e os olhos safira de Rebekah foram vistos. Os olhos da caçula dos Mikaleson faiscavam.

— Desde quando os nossos dias vem sendo dedicado as vadias Labonair? — Perguntou ácida. — Em Nova Orleans não se fala em outra coisa, a não ser na princesa Labonair que retornou do mundo dos mortos e está dando o ar de sua graça ao seu povo que tanto sofreu.

Klaus revirou os olhos perante tamanho drama de sua irmã. Ele amava Rebekah, mas às vezes sentia vontade de empala-la outra vez, a loira ficava tão mais linda quando muda.

— Rebekah minha doce irmã, porque não explica?! — Debochou revezando olhares entre a garrafa de Borbon e uma de vinho.

— A notícia se espalhou bem rapidinho depois que a vadia da Genevieve teve conhecimento dessa tal Holly. — Contou se sentando na poltrona próxima a lareira apagada. — As bruxas estão alvoroçadas e os lobinhos também. Pelo que me parece, a linda Labonair perdida deveria ter continuado perdida.

— Ela está em perigo? — Elijah perguntou observando Klaus se jogar em um divã e sorrir tranquilo apreciando o Uísque diretamente da garrafa.

— Sim.

— Isso não é nosso problema. — O hibrido comentou cruelmente.

— Eu não seria tão rápido. — Rebekah voltou a falar. — Talvez, ela tenha algo a nos oferecer, não é todo dia que um membro da realeza bate a nossa porta, e olhe só tivemos essa sorte duas vezes em um único ano.

— Genevieve nos disse que Hayley era a última Labonair ainda viva, entretanto Holly apareceu e contradiz o que a bruxa havia afirmado. — Observou Elijah sendo acompanhando pelos olhos frios de Klaus. — Se Holly apareceu, outros da realeza ainda podem estar vivos.

— Os lobos são conhecidos por sua lealdade, principalmente os de linhagem pura. Os ter como aliados é melhor do tê-los como inimigo. — Comentou Rebekah olhando os irmãos. — Se um Labonair já pode controlar o Boyol inteiro, imagina dois deles. Com Holly ao nosso lado teríamos dois líderes e mais de um clã de lobisomens ao nosso lado.

Um sorriso surgiu nos lábios vermelhos de Niklaus, um sorriso que Rebekah viu poucas vezes e a última havia sido quando Marcell se ajoelhou perante seu irmão, entregando Nova Orleans a ele novamente.

— Irmãos, eu acho que teremos uma nova aliada em breve. — Comentou sorrindo cruelmente.