Agora e para Sempre

2 Temp - Não vá. Não de novo...


Em fim, Gabi me encontrou no mesmo estado critico. Aos prantos, pensando naquele ser desprezivel.
—Helena, é seu aniversario. - fala Gabi, tentando arrumar minha maquiagem borrada.
—no momento é só aniversario dos garotos.
—mas o que aconteceu?
—Arthur. Ele esta de volta.
—eu sei. Guilherme e eu o vimos entrar.
—eu não queria tê-lo o visto, Gabi. Ele parece o mesmo mas ao mesmo tempo não. É como se eu não o conhecesse.
—e o que fez?
—ele me beijou. - abaixo a cabeça. - mas eu recuei e gritei com ele.
—digno de um patetico filme americano. - isto me faz rir. - amiga quer meu conselho?
Aceito.
—não se esconda deste sentimento. Pode parecer apenas um namoro de colegial mas eu vejo atravês disso. Ele ainda vai fazer muito por você e você por ele. Acredite em mim.
—ok, Oraculo. Acreditarei. - rimos.
—o pessoal deve estar sentindo falta da anfitriã.
—eles só estão aqui pela comida de graça.
—só eles não. Eu tambem estou pela comida de graça, e é melhor irmos antes que tudo acabe.
Me empurra para fora.
Esbarro em alguem, derramando a bebida em sua roupa.
—ah, desculpe eu... - então olho para o rosto furioso da garota.
A musica para e as pessoas se afastam preevendo uma briga iminente.
—eu quase me arrependo de ter feito isso. - falo a fazendo cerrar os punhos.
Deborah e o irmão entram na roda vazia, ao nosso lado.
—Nathalia, deixa ela em paz. - pede Deborah.
Então ela percebe Arthur e arreganha um sorriso exageradamente branco.
—então você é o Arthur?
—sou eu, sim.
Ela se aproxima e passa a mão por seu peitoral.
—você é muito mais lindo do que imaginei.
—Nathalia! - fala alguem atrás de nós.
Abigail a encara furiosa.
—não faça isso. - a garota reune toda a coragem para encarar a lider.
—olha, - Nathalia ri com desdêm. - a coitadinha quer me enfrentar. Ele é seu namorado não?
Nenhum dos dois responde, inclusive o salão inteiro esta um completo silencio.
—se afaste, Nathalia.
—já não se contentou com a derrota? Helena o roubou de você, assim como eu vou rouba-lo dela. Melhor não me emfrentar. Ou sairá daqui, bem pior do que entrou. - o publico vaia a garota que sai correndo diante do sorriso vitorioso da calebridade caida dos Estados Unidos.
Volta a me olhar.
—descobri muitas coisas sobre você menina Descolada. - zomba.
Meu corpo treme na base, mas não deixo transparecer.
—quais, por exemplo? - consigo perguntar.
Você tem cancêr, espero ela falar.
—sua familia é problematica. - sinto um alivio, principalmente quando meus irmãos se juntam a mim, inclusive Selena.
—ah, uau. Otima descoberta. - sou a unica a bater palma.
—seu pai traiu sua mãe três vezes. - não me abalo com as palavras mas sei que os garotos sim. - a primeira com Raquel. Mãe de Deborah e Arthur. - fala como num espetaculo.
Murmurios são ouvidos do publico, mas se calam quando ela continua:
—já pensou na hipotese de serem irmãos?. Seria o Incesto do ano. - bate palmas, ansiosa.
—Nathalia, não seja ridicula. Tudo o que esta falando são partes da minha vida de que não tenho vergonha. Na verdade nem me importo com isso. Eu sou perfeita. Rica, linda, e Superior a todos você aqui. - enceno minhas falas já esquecidas pela poeira. Giro encarando cara um dos alunos que fazem cara de tedio. - não sentiam falta da Helena Lacerda? A garota que xingava todo mundo, humilhava, pisava. Vocês me questionaram, me botaram pressão sobre minhas antigas ações. Agora que uma pessoa identica ás minhas atitudes, aparece e quer controlar a escola, vocês simplesmente cruzam os braços e deixam acontecer naturalmente. Vocês são hipocritas!
Ao fim do meu discurso, Nathalia desfila pela roda vazia, onde nos encontramos.
—eu sou melhor que você. Sou mais bonita, mais inteligente, mais conhecida. O oposto de você. Você é o cordeiro escondido em pele de Lobo.
Cerro os punhos, me segurando.
—eu tenho boas seguidoras. Melhor do que essa vadiazinha que você chama de amiga. - fala se referindo a Gabi. Guilherme avança mas ela o segura. Não parece abalada. - essa puta que se esconde na mentira da virgindade. Eu te aconselho, Guilherme. Não acredite nela. Já deu para todos da escola.
Quando ela se vira para encarar a multidão, pulo em seu pescoço.
Ela se debate e ninguem tenta interromper. Só esse movimento, já me deixa cansada. Arranho seu rosto e seu pescoço a fazendo soltar um grito.
Me joga no chão mas me levanto rapido. Em uma fração de segundos, suas mãos se jogam contra meu cabelos e os arrancam de mim.
Todos param, inclusive a garota, que encara tudo com confusão.
—mas... o que... você é Careca! - acusa, jogando a peruca em meus braços.
Pressiono meus labios, sem coragem para responder ou ao menos dar de ombros.
—ela tem Cancêr. Leucemia. - fala Arthur, ficando ao meu lado.
Nathalia ri com crueldade e me encara com nojo.
—cancerigena.
Não ligue para o que ela esta dizendo.
—um dia você vai morrer. A qualquer momento. Seu corpo é uma bomba relogio. Pronta para explodir e machucar a todos a sua volta. Você não é saudavel. Não pode nem ser mais lidear de torcida, o que era seu sonho. Não pode por que tem cancêr. Um virus. Você não passa de um saco se doenças, radioativo. - suas palavras realmente machucam.
Uma lagrima desce pelo meu rosto, instintivamente.
—oh, vai chorar?. Cancerigena! - chama o couro.
—Cancerigena! Cancerigena! Cancerigena! Cancerigena! - grita a plateia, se divertido com a situação.
A mão de Arthur encontra a minha, e ele me puxa para fora. O grupo vem logo em seguida.
Começo a chorar e a soluçar. Ninguem sabe o que fazer diante da situação.
—eu levo Helena para casa, vocês cuidam de botar ordem na festa. Ou acabar com ela. - fala Arthur, parecendo um General.
Me ajuda a entrar no carro e dá partida. As vezes sou jogada para frente e depois volto como elastico, toda vez que há um sinal vermelho.
Encosto minha cabeça na janela e tento parar de chorar.
—aquilo foi horrivel, eu sei. Não compreendo como ainda existe pessoas como ela, pelo mundo.
Não respondo. Num gesto de carinho, sua mão acariscia meu joelho. Como sempre fazia quando estavamos juntos apenas curtindo a presença um do outro.
—por que esta aqui, Arthur? - pergunto com a voz rouca.
—meu intercambio acabou.
—não. Por que esta aqui. Agora, comigo?
Me olha e estaciona o carro.
—cabia a mim te proteger.
O encaro.
—por que, Arthur?
Bate no volante irritado.
—não pode simplesmente gradecer? - me encolho no banco, e ele se debruça sobre o volante. - Helena, me desculpe.
Balanço a cabeça e abro a porta.
—você... pode me ajudar a dormir?
Fica um tempo me olhando, atê que sai do carro.
—claro.
Seguro sua mão, e entramos em casa. Acendo as luzes de todos os comodos da casa e subimos.
Entro no quarto e percebo que ele olha para um canto em particular. Ao lado do armario e atras da porta.
—depois que eu voltei, já estava tudo limpo. Então eu nem lembrava mais daquilo. - falo e ele pressiona os labios.
—eu lembro. Todos os dias. - sussurra.
—eu já estou bem. - um silencio constrangedor paira entre nós. - vou tomar um banho. Fique... a vontade.
Fujo para o banheiro.
Tomo um banho rapido e visto meu conjunto de pijama do Mickey Mouse.
Guardo a peruca e saio. Arthur esta sentado na minha cama, olhando para algumas fotos das minhas viagens pela Europa.
—esta foi em Roma. Coliseu. - explico, o vendo segurar a fotografia.
Me olha e abre um sorriso.
—parece ter sido otimo.
—e foi. Gabriel se perdeu em um dos Museus Capitolinos. Foi a melhor coisa que me aconteceu naquele dia. - conto, me sentando ao seu lado.
Ele ri, e encara as outras fotos. Eu no Empire State Bulding, em Nova York; Guilherme e eu em frente a casa Branca em Washington D.C; Todos nós no Grand Canyon, nos Estados Unidos.
—deve ser bom ter tanto dinheiro. Viajar, conhecer a Europa. O mundo.
—o dinheiro não traz o amor. - ele me olha. Sua aparencia é a mesma mas ao mesmo tempo é como se eu não o conhecesse.
Desvio o olhar do seu, e encaro o chão.
—e eu não conheci Paris. - volto ao assunto. - nem estive na França.
—seus pais se conheceram lá, não?
Balanço a cabeça.
—e eu sinto muito por nossas familias.
Dá de ombros.
Me levanto e deito na cama. Bato no espaço vazio ao meu lado, o fazendo sentar.
—me faça dormir... - sussurro.
Ele se ajeita e acariscia minha cabeça careca. Só esse simples toque, me causa mil sensações.
—o que é o amor para você, Arthur?
—amor é apenas uma palavra... Atê você encontrar alguem que dê verdadeiro sentido a ela. - suspiro, grata pela resposta.
Fecho meus olhos tentando dormir. Minutos se passam atê que o sinto se levantar.
Seguro seu pulso.
—por favor, não vá. Não de novo. - seus olhos brilham, e sinto os meus lacrimejarem. - deite-se comigo, e não me deixe só novamente.
O faz e eu me aconchego em seu peito, ouvindo seu coração. Uma parte dele, que eu queria fazer parte.

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