Raj estava exasperado, depois que deixamos a sala de treinamento. Agarrava fortemente minha mão, e, de minuto a minuto, murmurava algo sobre floresta de Alaris, Agatus no poder e, principalmente, magia negra.

Não entendia suas expressões alteradas e confusas. Tentei tranquiliza-lo, porém a raiva era persistente.

– Vamos até o terraço - objetou ele. Fiquei feliz ao ouvir isto. Raj precisava de alguma distração.

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As estrelas eram pontos luminosos que circundavam a lua prateada. A sacada estava penumbra, apesar dos fechos prateados que o luar transmitia. A brisa era leve e dócil.

Raj me pegou de surpresa. Virei-me para abraçá-lo.

– Está melhor? - perguntei enquanto afagava seu rosto. Raj fechou os olhos, demostrando curtir o momento.

– Suponho que sim - riu ele.

Utilizei meus poderes, produzindo uma pequena manta verde para sentar-nos no chão, assim, a visão das estrelas era mais perfeita. Permaneci nos braços de Raj por um bom tempo, ambos em silêncio. Fui a primeira a falar.

– Conte uma história - sussurrei.

Raj beijou o meu pescoço e sorriu.

– Certa vez, enquanto administrava o Universo, o rei Priyavata ficou contrariado com a maneira como o prestigiosíssimo Deus do Sol fazia sua iluminação - circulando o monte Sumero, montado em sua quadriga, o Deus do Sol iluminava todos os sistemas planetários.

– O que é uma quadriga? – perguntei enquanto me acomodava em seus braços.

– Bem... É um tipo de carroça utilizada, antigamente, nos jogos olímpicos, ou até mesmo pelos Deuses.

– Hum.

Ele fez uma pausa considerável e prosseguiu.

– Entretanto, quando o Sol encontrava-se do lado setentrional do Monte, o sul recebia menos luz, e quando o Sol encontrava-se ao sul, o norte recebia menos luz. Então o rei Priyavata, contrariado com esta circunstância, determinou que ele mesmo iluminaria a parte do universo onde fosse escuro. Montado em uma brilhante quadriga, Priyavata acompanhou a trajetória do Deus do Sol, saciando seu desejo. . .

Adormeci nos braços de Raj sem mesmo perceber. Sua voz era tão dócil e dispersa, que fizera meus sentidos frágeis relaxarem.

Despertei em um susto súbito e ressaltado. Estava no quarto de Raj. Ele não estava lá. Notando sua ausência, levantei-me. Tomei um banho gelado para despertar meus sentidos e vesti-me.

Arrumei meu cabelo em uma trança trabalhada com pequenas flores, passei um gloss de pêssego nos lábios, ressaltei os cílios com rímel e o esperei. Aguardei. E esperei.

Raj apareceu na porta velozmente, quando minha paciência já havia se esgotado.

– Kat - sorriu.

Levantei-me exasperadamente, lembrando de que minha trança trabalhada já havia se desfeito.

– Oi - estimulei meu rosto a dar um sorriso torto.

– Está linda hoje - seu sorriso era um pedido de desculpas.

Caminhei em sua direção, para beijá-lo, sentindo que não deveria culpá-lo. Raj pareceu aliviado.

– Obrigado.

– Tenho notícias.

– Hum...

– Richard quer nos ver - o nome saiu contorcido de seus lábios. Havia tanto tempo em que não nos víamos. Richard era como um rato, vivia nos cantos, sempre se escondendo nas sombras.

As palavras fugiram de minha boca. Uma secura se apoderou de minha garganta.

– Como disse?

...

Richard girou lentamente sua poltrona em um ato grotesco. Os olhos eram mais mortíferos do que nunca. O gato negro aos seus pés.

– Três dias - sussurrou ele.

Raj franziu o cenho. Jake pigarreou.

– Perdão?

– Darei três dias para treinarem.

– É o suficiente... - pronunciou Victoria.

Não...– interrompeu Richard. - pedi sua opinião?

Victoria abaixou a cabeça, lançando um olhar fulminante para o chão. Richard prosseguiu.

– Quatro ingressarão, a cúpula os levará a floresta de Alaris e – ele me encarou friamente - só um sairá vivo - seus lábios se curvaram em um sorriso aterrorizante, enquanto me desesperava. - Boa sorte, feiticeiros.

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Seus olhos de cobalto cintilaram. Tive a impressão de que iria desmaiar. Raj me acudiu. Minha respiração havia falhado e meu coração, célere, estava ao ponto de explodir.

Saímos da sala de Richard, Jake e Diana no lado oposto, eu e Raj, bem distantes deles.