Adult Wolf
VI — Então, é Natal?
ANTE-VÉSPERA DE NATAL
Não foi simples convencer todos os presentes do que estava acontecendo nos últimos dias. Bom, semanas. O mais preocupado foi Scott, visivelmente nervoso, a mão tremendo em busca do celular. Isaac mordeu levemente o lábio, puxando Chloe para perto, como se a quisesse proteger, tanto de Stiles quanto de Allison. Houve um minuto de silêncio constrangedor, e Ally sentiu-se a pior pessoa por ter escondido tanta coisa da família. Houve um certo desconforto, mas Thomas se aproximava; abaixou o corpo para sentar ao lado da garota.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Não disse nada, apenas ficou encarando Stiles, com os olhos vidrados. A voz de Scott quebrou o silêncio.
— Derek? Acho que temos um problema.
...
— Por que sempre sou o último a saber das coisas?! — gritou Derek, irritado, entrando pela porta.
Agora restavam apenas Chloe, Scott, Allison e Thomas observando Stiles. Liam e Hayden haviam levado Joanne de volta para casa, Isaac carregou Claudia e Maxwell para longe.
De pernas cruzadas, Ally permanecia sentada no tapete, abraçada por Thomas. Chloe estava sentada em uma cadeira, segurando um sanduíche nas mãos. Era a única que estava com fome naquela situação. A mente de todos trabalhava rápido demais, mas quase ninguém expressou reação quando Derek escancarou a porta, tempestuoso.
— Eu liguei, mas você não atendia. — respondeu Scott, calmo. — Além do mais, você deveria estar aqui. Onde você estava?
— Não te devo satisfações. — o pesar na voz de Derek doía. — O que aconteceu?
— Chegamos aqui e ele estava assim.
Scott deixou Derek passar, já que antes bloqueava sua passagem. O mais velho andou até Stiles, na poltrona, e parou na frente do mesmo, de pé, entre Allison e o xerife. Passou a mão pelo rosto, sentindo a barba rala pinicando. Suspirou, ouvindo atentamente os murmúrios de Stiles.
“Eu sei que foi você” começou. “Você me tirou ela, eu sei que foi você”.
— Eu? — perguntou Derek, irritado.
— Ele tá falando a mesma coisa há horas. — disse Allison, cabisbaixa. — Olha só, padrinho, você sabe... aquele dia, na ponte?
— Sei. — Derek sentou no sofá, e Scott ergueu uma sobrancelha. — O que tem?
— Eu estava falando de uma visão que tive.
Allison contou brevemente, evitando ter de sofrer todos os olhares penosos e perguntas nada disfarçadas. Aquilo era horrível.
— O pai sabia da morte da mãe antes de acontecer. Ele gritou pro nada “ela não”. Eu nunca tinha prestado atenção nisso. — ela murmurou.
— Como isso aconteceu? Essa visão? — perguntou o padrinho.
— Foi a Lauren. — respondeu Chloe, de boca cheia. — Ela é muito da hora! Ela é uma bruxa!
— Feiticeira. — Thomas deu de ombros, corrigindo a loira, segurando os braços de Allison. — Acho que deve ter uma diferença.
— Não tem. — respondeu Derek, carrancudo.
Segurou a mão de Stiles durante um tempo, respirando fundo. Suas veias saltaram e escureceram, e seu braço de repente começou a sugar toda a dor que Stiles sentia. Ally ergueu o corpo, arrumando os cabelos.
— Tem como tirar ele disso? — ela perguntou.
— Tem, mas vocês não vão gostar. — Derek olhou para Scott.
— Não, nem pensar! Stiles vai surtar quando souber.
— É só ele não saber.
Derek levantou e tirou o celular do bolso da jaqueta, digitando um número. Levou o celular ao ouvido, esperando. Três toques, e a ligação foi atendida.
— Venha à casa dos Stilinski. — murmurou. — AGORA!
A última palavra saiu como um rosnado, que chegou a doer nos ouvidos de Chloe. As duas amigas se encararam, aflitas. Quem será?
Thomas parecia calmo. Levantara-se também, e agora estava sentado no sofá, a perna cruzada acima da outra e o braço descansado no encosto de cabeça. O pé balançava lentamente, e Scott agora caminhava de um lado para o outro.
— Você é louco! — apontou para Derek. — Como ainda pode confiar nele?
— Não é algo que eu realmente faça! — o mais velho rosnou mais alto. — Não confio nele, apenas acredito que ele possa...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!—... Matar meu melhor amigo?!
— Ajudar! Ele pode ajudar, Scott! Você sabe, ele já ajudou várias vezes, não vai ser hoje que ele vai tentar matá-lo!
— Até porque ele nunca tentou, né? — Scott socou a parede, e a mesma ficou com um buraco que atravessava o gesso. — Merda! Ele já tentou matar você, inclusive. Quase conseguiu, lembra?
— Não é de um santo que estamos falando, você sabe disso! — Derek segurou o pulso de Scott, que ameaçava dar outro soco na parede.
— E de quem estamos falando, então? — Allison parecia nervosa.
Os dois homens se viraram para ela, sérios. Thomas mordia o canto da unha do polegar, e Chloe engolia o último pedaço do sanduíche. Derek estava pronto para responder, quando batidas incessantes na porta romperam o mistério. Scott foi abrir a mesma, vermelho de raiva. Encarou o homem de olhos azuis, seriamente.
— Peter.
— Scotty. — respondeu o homem, esbaforido. — O que aconteceu?
— Entra e fica longe das crianças. — Scott puxou o homem para dentro pela gola do suéter azul claro.
Entrou. Derek mostrou-lhe os caninos, e Thomas também. Ally e Chloe deram um passo para trás, vendo os olhos azuis do ômega à sua frente. A loira saiu da sala. Eles respiraram fundo. Engoliram em seco. Os olhos de Peter caíram sobre Allison, e ele deu um meio sorriso.
— Parece muito com sua mãe.
— Deixa ela. — Derek ficou no meio de ambos. — Chamei você aqui porque Stiles está desse jeito. Catatônico. Você sabe como ajudar?
— Claro. — respondeu. — Mas o que eu ganho em troca?
— Um sanduíche? — perguntou Chloe, que agora voltava com outro sanduíche nas mãos, mordido. — Eu faço outro, se quiser.
— Ah, não, garotinha. Passo. — Peter deu uma risadinha. — Mas que falta de educação a minha. Peter Hale.
— Hale? — perguntou Chloe. — Tá de sacanagem?
— Não. — disse simplesmente. — Quem é você?
— Chloe Lahey. — murmurou.
Derek coçou o rosto.
— Filha da Cora. — murmurou. — Minha sobrinha. Sua sobrinha-neta.
— Eu já sou tio avô? — perguntou Peter, abismado. — Quanto tempo fiquei fora?
— Anos. Você também é avô de três crianças.
— Não perde tempo, Scotty. — riu Peter. — Voltando ao Pobre Stilinski Catatônico... adorei esse apelido, vou usar mais vezes... Acho que consigo ajudar.
Ele ergueu a mão e mostrou as garras. Andou até Stiles, e Allison segurava o impulso de gritar e tirá-lo de perto do pai. Até que o mesmo cravou as unhas na nuca de Stiles. Ela teve um sobressalto, mas foi segurada por Thomas, que a puxou para longe. Scott e Derek rodearam Stiles, e Chloe seguiu os dois amigos até o quarto da mesma.
— O que ele está fazendo? — gritou, nervosa.
— Entrando na mente do seu pai. Você não pode quebrar a corrente. — respondeu Tom, calmo. — Não precisa ficar nervosa. Vai ficar tudo bem.
— Ele vai matar meu pai! — esperneou no exato momento que Thomas a ergueu nos braços e a colocou nos ombros, andando normalmente.
— Não, não vai. — murmurou. — Tudo vai ficar bem.
Chloe abriu a porta do quarto de Allison, deixando Thomas entrar com ela antes de fechar a porta atrás de si.
— Okay, seguinte. — Tom deixou Ally sentada na cama, enquanto puxava um banquinho para si. — Tenta tirar isso da cabeça. Vamos falar de outra coisa.
— Meu pai está sendo assassinado por um psicopata!
— Que doido, tenho um tio-avô psicopata. — Chloe lambeu os dedos, que escorriam o molho do sanduíche. — Se eu chamá-lo de Titio Avô, ele vai entender?
— Provavelmente não. — Thomas riu. — Vamos lá, começa um assunto, Lahey.
— Ah... — ela pensava, mastigando o último pedaço. Quando engoliu, começou a falar. — O Natal é depois de amanhã.
— É... — murmurou Allison.
— Eu queria que a casa fosse decorada com luzes, e pinheiros, e pinhas, guirlandas, Papais Noeis, renas, tudo! Até visgos.
— Visgos? — Thomas deu um meio sorriso. — Você sabe o que acontece se você tocar em um visgo?
— Sei. Mas aí vocês iam poder se beijar debaixo do visgo, como diz a tradição, ia ser tão fofo.
Allison corou, e Thomas sorriu de canto.
— Bom, é visgo. Não dá.
— Pode ser de plástico, eu não ligo! — gritou a loira, rindo. — Só queria ser como todo mundo.
Allison sorriu, tirando o cabelo do rosto.
— Ano que vem, talvez. — enrolou uma mecha de cabelo no dedo. — Me perdoem por ter escondido a história da visão e da Lauren por tanto tempo.
— Sabemos que queria nos proteger. — Thomas deu um beijo na testa dela. — Não precisa se desculpar.
— Bom, comigo precisa. — murmurou Chloe. — Sou sua melhor amiga, se você estiver me trocando por essa ruiva fake mal feita, cara, eu te arranco a garganta com os dentes!
Risadas.
— Nunca trocaria você. — ergueu a mão levemente, e a outra completou com um high-five.
— Então, melhor? — perguntou Thomas, tirando uma mecha de cabelo dela e colocando atrás da orelha. — Detesto te ver assim.
Chloe segurou um gritinho, mordendo o dedo indicador. Levantou, começando a andar para a porta.
— Vou no banheiro... Não saiam daqui. — e fechou a porta.
— Ela não vai no banheiro. — os dois disseram juntos, e começaram a rir.
O garoto acariciou o rosto de Allison, sorrindo.
— Você é linda. — a mesma corou. — Tenho sorte de ter você do meu lado.
— O que quer dizer?
— Você está sentada do meu lado. — riu, aproximando-se e beijando seu rosto. — E é minha namorada. Não é?
Allison ficou em silêncio. Ela não sabia o que eram, mas eram havia muito tempo. Virou o rosto, encarando-o, e, aos poucos, seus olhos se fecharam e os dois se beijaram. Tom segurou o rosto da garota e a puxou mais para si, enquanto ela erguia mais o corpo. Queria estar mais próxima dele. Queria que fossem um só, mais uma vez. As mãos deles vagaram pelo corpo dela até parar em sua cintura, apertando-a de leve. A garota passou uma das pernas ao redor da coxa dele, estando em seu colo naquele momento. Ele encarou seus olhos verdes, e ela, os olhos castanhos do namorado. Ambos suspiraram antes de voltarem a se beijar.
As mãos dele desciam gradativamente até as nádegas da garota, mas algo o interrompeu. Era Chloe sapateando do outro lado da porta. Ela podia ouvir os sons da respiração de ambos, e o atrito das mãos dele no corpo dela. Interrompeu o beijo, mordendo a língua.
— Acho que... temos que deixar isso pra outra hora. — ele disse, sem ar. — Sua amiga está se masturbando do outro lado da porta.
— NÃO TÔ NÃO! — gritou Chloe. — DESCULPEM, EU VOU SAIR!
— Não grita, criatura! — berrou Thomas, e Allison começou a rir da situação.
— Ela já foi? — Allison sussurrou, sorrindo.
— Já. — ele sussurrou, apertando as nádegas dela e erguendo-a levemente no processo. — Mas seu pai acordou.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Allisou saltou para longe do colo dele, correndo para a porta. Ele a seguiu, e ambos encontraram Chloe na ponta da escada, encarando Scott e Derek segurando Stiles, que gritava e esperneava, como uma criança vendo um incêndio. A força dos dois lobisomens mais fortes que Allison conhecia parecia não ser suficiente, já que Derek fazia expressão de alguém que estava fazendo muito esforço; Thomas, Chloe e ela pararam, observando, até verem Stilinski cair ao chão, derrotado e sem forças, de joelhos, tremendo. Cansado. A filha correu até o pai, abraçando-o.
— Me desculpa. — murmurou, apertando o abraço no pai. — Eu te amo. Desculpa.
O mesmo retribuiu ao abraço, ainda tremendo, e começou a chorar no ombro da filha.
— O que aconteceu?
— Eu... não lembro. Mas era algo escuro, forte, eu... — respirou fundo. — Estou tendo uma crise de pânico.
— Pai, calma, eu estou aqui. Estamos todos aqui.
Derek abaixou-se e ficou ao lado dos dois, respirando fundo. Aquela noite estava acabando, e estavam todos cansados demais para exigir explicações de Stiles Stilinski.
VÉSPERA DE NATAL
Stiles estava coberto por um edredom espesso e quente, vermelho, que combinava extremamente com a decoração natalina ao redor. As meias e as bengalas doces decoravam a lareira na qual todos estavam sentados em volta. Estava escuro, um dia de chuva, a véspera de natal naquele ano. Uma música baixa e monótona tocava no rádio. Terceira xícara de chá. Um gole, um suspiro. Silêncio. Sem mais Peter. Ele tinha sido chutado para fora depois de ter ajudado, dizendo que deviam aquilo à ele. Stilinski não quis discutir.
Thomas estava sentado no sofá ao lado de Chloe, que digitava desesperadamente no celular, mandando notícias para Isaac. As crianças estavam bem. Stiles estava?
— Como se sente? — Scott quebrou o silêncio.
— Morto. — disse, sinceramente.
Allison respirou fundo e apertou a mão do pai. Podia sentir a mesma coisa, e aquilo a assustava. Seis da manhã. Respirou fundo, deixando o pai levantar do chão e arrastar-se até o quarto, acompanhado por Derek. Scott passou a mão pelos cabelos, encarando os adolescentes.
— Vocês vão ficar bem?
— Claro. — respondeu Thomas. — Tomamos conta dos dois. Pai e filha.
Chloe assentiu, bocejando. Allison sorriu, cansada.
— Pode ir descansado, tio. — Ally murmurou. — Estamos com Thomas e Derek aqui.
Scott assentiu.
— Gritem se precisarem de algo. Minha casa é na outra rua, vocês sabem.
Então, o Alfa andou para fora, esfregando os olhos. Chloe levantou do sofá, coçando a cabeça e bagunçando ainda mais os cachos dourados. Bocejou novamente e começou a se arrastar até a escada.
— Me chamem quando a ceia de natal estiver pronta.
— Você só pensa em comer? — riu Allison.
— E dormir. — começou a subir a escada. — Façam pouco barulho, meu sono é leve.
Thomas balançou a cabeça negativamente. Riu de leve, vendo a loira atingir o corredor e desaparecer de vista. Olhou para Allison.
— Quer ir dormir?
— Quero, mas... — segurou a mão dele de leve. — Junto com você.
— Não sou capaz de negar.
Thomas beijou os lábios da garota, e os dois ergueram os corpos. Subiram as escadas lentamente, com Allison tirando o casaco do garoto, e depois sua camisa. O peito de Thomas ficou exposto, e ela acariciou o mesmo. Chegaram até o topo da escada, e ele segurou-a nos braços, pressionando-a contra a parede com as coxas em suas mãos. Os beijos de Raeken desceram até o pescoço da garota, e ela suspirava.
— Caham. — Derek estava atrás do casal, de braços cruzados.
O garoto soltou a namorada mais uma vez, fechando a camisa.
— Seu pai está bem. — disse ele, carrancudo. — Vai ficar melhor amanhã. Sugiro que vocês vão dormir, está tarde e precisamos resolver tudo isso.
— Claro. — Allison coçou o pescoço. — Eu... nós estamos indo, então. Boa noite, padrinho.
Ela puxou Thomas pela mão, e ambos passaram por Derek. É. Aquele não era o dia deles.
Deitou o corpo na cama, sendo abraçada pelo namorado, que não disse nada, apenas fechou os olhos. Ambos ajeitaram-se, e em alguns minutos estavam dormindo.
...
Allison foi acordada ao meio dia, pela amiga, que mastigava um pedaço de bacon.
— Vamos, demônia, já estão servindo o almoço.
— Almoço? — olhou para fora. — É meio dia?
— É. — respondeu Chloe, puxando a garota para fora da cama. — Vem, Maria Preguiça!
— Aaaah... — reclamou, sorrindo. — E meu pai?
— Ele tá bem. Eu disse que ia ficar tudo bem.
— Na verdade... — Thomas murmurou, por debaixo do cobertor. — Eu que disse isso. Não tenta roubar minhas frases autorais. É crime.
Chloe riu, erguendo as sobrancelhas.
— Como foi a noite?
— Allison me chutou o tempo todo. — murmurou, a voz abafada. — E você ronca como uma porca, Chloe.
— Eu? Nunca na minha vida.
Risos. Ally levantou da cama, ajeitando a roupa. Desceu as escadas, vendo a família em volta da mesa. Deu um leve sorriso ao ver o pai rindo. Isaac havia feito uma piada. O avô estava lá, e a mãe de Scott também, que era como uma avó para ela. Correu e abraçou os dois. Segurou a irmãzinha no colo. Beijou a testa do pai.
Havia algo de muito errado naquilo. Na cena toda.
Ela não fazia isso.
Parou para pensar. Foi o tempo de ver Benjamin no canto da mesa, bebendo em um copo verde. Lembrou do porquê estar sempre de cara fechada. Ele acabava com seu humor. Respirou fundo, largando a irmãzinha; sentou na cadeira ao ladoesquerdo de Stiles, de frente para Scott. Tom desceu as escadas depois de Chloe, e deixou um beijo na bochecha da namorada. Chloe viu Ben revirar os olhos, e começou a rir. Sentou ao lado do pai e da mãe. A família estava praticamente toda lá, e era questão de tempo para que todos estivessem juntos.
Tinham coisas para conversar, mas aquela não era a hora. Sentia que não queria que A Hora chegasse. Queria estar assim, feliz, livre, solta, para sempre.
Foi um almoço maravilhoso. E todos decidiram deixar o assunto para o outro dia.
...
Já era noite de Natal. Todos estavam lá. Todos mesmo. Até mesmo Theo e Tracy, que quase sempre preferiam ficar sozinhos em casa, foram.
Stiles chamou Allison para conversar na rua, longe de todo o barulho e de Malia cantando as músicas de natal desafinadamente.
— Fico feliz que esteja bem. — murmurou ela para o pai.
— Eu também.
Ambos sentaram-se na escada de entrada, e ficaram observando a rua. As mãos cruzadas.
— Você me lembra muito sua mãe. — disse ele, aéreo.
— Mais do que a Claudia? — riu.
— É. — riu. — Mais do que a Claudia.
— Parece impossível.
— Não falo só da aparência. Mas não foi por isso que te chamei.
— Olha pai, nós dois sabemos que estamos aqui por causa da tal de Sharon.
— Shannon. — murmurou ele.
— Tanto faz. Olha, eu agi mal aquela hora. Estava nervosa.
E abriu o coração para ele, contando, nos mínimos detalhes, tudo que havia acontecido até ali. Contou tudo, sobre Lauren, sobre ela, a visão. Tudo. Ele pareceu bem suscetível a acreditar. E acreditou.
— O que você sente agora?
Ela fez um silêncio mórbido.
— Que estou em um cemitério. — murmurou.
— Igualzinha a sua mãe. — deu um meio sorriso. — Okay... e o que mais?
O barulho incessante dos vidros estilhaçando parecia insuportável agora. Achou ter visto as sombras se movendo no asfalto. Engoliu em seco.
— Só isso.
— ALLY! É NOSSA MÚSICA! — Chloe gritou da janela.
Jingle Bell Rock começara. Ally deu de ombros e sorriu para o pai, correndo para dentro. Ela, Joanne, Chloe e Aria estavam preparadas para reproduzir a coreografia de Mean Girls mais uma vez naquele ano. Acompanhado com palmas, a música se seguiu.
Deu meia noite depois de algum tempo, e eles ceiaram. Os maiores de idade tomaram vinho, e os menores, suco de uva. Estavam todos felizes. Todos bem. Por quanto tempo?
Os que moravam longe iam embora primeiro. Theo e Tracy levaram Tahnee. Parrish levou os dois filhos. Liam e Hayden foram embora com Joanne. Isaac e Cora deixaram a casa junto com Chloe. Os últimos a irem embora foram os McCall, já que moravam na outra rua.
Na casa, só ficaram o Vovô Stilinski, Thomas, Allison, Max, Claudia, Derek e Stiles. Família.
...
Privacidade, pela primeira vez na semana. Thomas e Allison estavam deitados na cama, trocando beijos, chupões, apertos, mordidas, ainda vestidos. Ele deitou e a puxou para cima. Ela tirou o suéter, vermelho e cheio de bordados coloridos que representavam muito bem o natal, ficando apenas de blusa. Thomas fez questão de subir as mãos por baixo do tecido branco, apalpando os seios da garota.
Estavam ali, juntos. Apaixonados. Era tudo o que precisavam.
Ao final do que se pareceram horas de prazer, deitaram, um do lado do outro, sorrindo e soltando suspiros, tentando controlar a respiração.
— Foi a melhor noite da minha vida. — murmurou Thomas.
— Da minha também. — respondeu Allison, sorrindo.
— Feliz Natal, Ally.
— Feliz Natal, Tom.
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