Epílogo

Epílogo – Três anos depois

O sol entrava pelas janelas do salão ricamente decorado. Todos os políticos influentes do Reino Unido estavam reunidos para a posse do novo Ministro das Relações Exteriores.

Nos bastidores, uma adorável garotinha de dez anos espiava por dentre as cortinas e com um sorriso feliz ela correu para onde estava um elegante casal.

– Pronto. – a jovem senhora dava os últimos retoques no marido – Como você conseguiu ficar este tempo todo sem conseguir dar um nó decente em uma gravata?

– A Rose sempre arrumava quando eu chegava ao escritório.

– Ah, a Rose? – ela inclinou a cabeça para o lado.

– É, a Rose. Minha secretária, sessenta e poucos anos, casada, avó de três netos...

– Eu sei quem é a Rose, seu bobo. – deu um puxão na gravata. – Só estava te testando...

– Tia Sammy, tio Etienne, o plenário está cheio. Acho que está na hora de começar – chegou a menininha toda eufórica.

– Então vamos lá. – retrucou Etienne enlaçando cada uma pelo braço e eles foram se juntar às outras pessoas que já estavam sentadas em frente ao plenário.

O mestre de cerimônias atravessou o palco e em frente ao microfone anunciou:

– Senhoras e senhores. Vamos iniciar a cerimônia de posse do novo ministro de Relações Exteriores, Sir Etienne Archibald. Primeiramente, vamos a execução do hino nacional

Quando a execução do hino terminou, o mestre de cerimônias voltou ao microfone para anunciar:

– Com a palavra, Sua Excelência, o Primeiro Ministro do Governo de Sua Majestade, o Sr Clement Attlee.

Enquanto o Primeiro Ministro discursava, Samantha entrou numa espécie de torpor e ao olhar para a platéia sentada ela pareceu ver uma pessoa conhecida.

Ela sacudiu levemente a cabeça como para desanuviá-la o que fez Etienne olhá-la preocupado.

– Está tudo bem, querida?

– Sim, é claro. Só foi o calor. – ela passou o lenço levemente sob o nariz para sentir o perfume da colônia infantil e se lembrar de Alexander, o filhinho de dois anos que ficara em casa com a babá.

O próximo a discursar foi o Ministro das Relações Exteriores que ao final do discurso passaria a caneta dourada, símbolo de seu cargo, ao seu sucessor.

E quando Etienne foi anunciado como o novo Ministro das Relações Exteriores e o plenário inteiro se levantou para aplaudi-lo, Samantha a viu. No meio das pessoas naquele salão, ela a viu. Linda, com um vestido branco esvoaçante, esplendorosa como uma manhã de verão.

Ernestine Benson estava lá, aplaudindo feliz a ascensão de seu pupilo.

Samantha não acreditou no que vira. Piscou várias vezes. Ela continuava lá sorrindo e aplaudindo. Então olhou fixamente na direção de Samantha e acenou com a mão. Samantha olhou para Etienne acenando e cumprimentando as pessoas. Ele não parecia vê-la. Então, se deu conta que Isabella a puxava pela manga do vestido.

– Tia Sammy aconteceu alguma coisa?

Ela olhou para a sobrinha por um segundo e quando olhou novamente para a platéia, ela não estava mais lá.

– Eu acho que vi alguém conhecido...

A menina sorriu compreensiva.

– Não se preocupe tia Sammy. Ela foi embora com papai e mamãe. Eles não vão ficar para a festa...

Etienne olhou para a esposa, sorriu e lhe estendeu a mão. Tomando Isabella pela a mão, ela se juntou ao marido, os três dando início a uma vida de felicidade.

FIM