Adaptação

Capítulo 2 "Friday, I'm in love!"



– ”Bom dia, América!”



Foi tudo o que eu ouvi depois do meu despertador mega discreto tocando a música “Sweet Child o’ Mine” exatamente às 6 e 12 da manhã. Terça-feira. Levantei, me arrumei, tomei um café rápido e fui a escola. Chegando lá, vi Alice conversando em um grupo com poucas pessoas e resolvi desviar, mas ela me viu.


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“Ei, Kristen! Vem aqui! Quero te apresentar a algumas pessoas...”

“Olá novata!” Todos repetiram aquilo juntos, como um coral.

“Oi, galera.” Respondi, sem ter muito o que dizer, aliás eu era tímida demais para puxar assunto com alguém.

“Esta loira é Megg, o ruivo é Jackie, e aqueles dois são Nicholas e Jane.” Apresentou Alice.

“Então, você veio de onde Kristen?” Perguntou Megg.

“Bem, eu nasci em Los Angeles, mas nunca parei lá, costumo me mudar muito.”

“TRRRRRIIMMMMM!” O sinal bateu, e todos estávamos indo para a sala, até que um garoto moreno, de olhos azuis e lábios grossos, me chamou a atenção.

“Quem é aquele?” Perguntei à Alice, sem tirar o brilho dos olhos e sem perder a atenção nos cabelos claros e lisos dele.

“Ele? Ahhhh, você não vai querer conhecê-lo! Ele não faz parte do nosso grupo, é metido demais para isto.”

“Mas quem é? Quero saber o nome dele! Pode me dizer, por favor?” Insisti.

“Ok, calma aí! O nome dele é Scott, Scott Damon. Ele é do 2° ano, está melhor assim? Aliás, por que perguntou? O garoto da capa de revista "Os mais gatos do ano" te chamou a atenção?”

“O quê? Não! Você disse metido, não é? Não gosto de pessoas metidas!” Retruquei.

“Que assim seja, amém!” Disse Alice, rindo.

Pois é, eu menti. Aquele garoto com cara de vampiro do Crepúsculo, realmente tinha me chamado atenção, afinal, não é todo o dia que a gente vê um daqueles, né? Mas eu estava pronta para esquecer aquele olhar 43, afinal, de metido já bastava o meu irmão! As aulas passaram, e o sinal bateu para o intervalo.

“É... É Kristen, certo?” Uma voz vinda da carteira de trás tinha me assustado.

“Sim, Kristen. E você é... Nicholas, certo?

“Isso aí, Nicholas Steve, muito prazer! Já tem companhia pro lanche, moça?”

“Ainda não, parece que Alice me abandonou hoje.”

“Bem, vamos comigo! Assim podemos nos conhecer melhor...”

“Claro, vamos!” Sorri.

Eu e Nicholas sentamos e conversamos muito, ele tinha sido a única pessoa que conseguiu me fazer rir naquela escola, ele era do tipo de garoto engraçado e muito idiota, do tipo pra ser o seu melhor amigo. Era também moreno, só que tinha os olhos castanhos claros, bem claros, quase verdes diante do sol forte, era alto, forte e até que bem bonito.

“Então, você toca guitarra, mocinha?”

“É, vamos dizer que toco, e você? Toca algo?”

“Toco o gato pra fora de casa! Isto serve?” Eu ri. “É brincadeira, eu toco bateria em uma banda aqui da região.”

“Que legal! Eu nunca tive tempo para formar uma banda, me mudo demais...”

“Mas, desta vez a mudança foi boa, não foi? Ele sorriu.

“Não sei, ainda tenho que me acostumar, mas por que a pergunta?

“Por que? Não sei, é que desta vez você caiu aqui na minha cidade... Isso pareceu ter sido bom, eu gostei de você...” Nicholas disse sorrindo forte.

Eu apenas sorri, e sem querer desviei meu olhar novamente para Scott, e o peguei desviando seu olhar de mim também, aquilo foi estranho, mas eu não me animei, afinal o que um garoto daquela "láia" ia querer comigo? Ele era perfeito demais pra mim, na verdade ele era perfeito demais para estar naquela escola, com aquelas pessoas, perfeito demais para estar vivendo neste mundo em que eu e eles também vivemos. E não, eu não estava apaixonada por ele, era cedo demais para isto.

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Mais tarde, depois da escola, estava em casa pensando novamente naquele baile, e me perguntando se Scott seria capaz de me convidar, mas alguma coisa do meu lado esquerdo vibrando e tocando a música “Barracuda” me chamou a atenção, era Alice.

“E ai, Kristen? Tudo bem? Espere! Não responda! Eu estou aqui do lado de fora da sua casa, desça aqui em baixo! Precisamos conversar!

Como o pedido de Alice, eu desci e fui ver o que tanto a atormentava, parecia fofoca, novidades, e todas aquelas coisas que nós garotas temos.

“Vo-o-ocê-ê não vai a-c-r-e-d-i-t-a-r!”

“Mas o que foi que aconteceu, menina?”

“ÔÔ, Scott! Sabe o Scott? Eu ouvi dizer que ele quer te convidar para ir ao baile!”

Quando ouvi aquilo, meu coração gelou e quase parou de bater, foi como um choque térmico, acompanhado de um tiro, bem no meio das minhas costas.

“O quê? Ma-as como? Ele nem me conhece, nem falar comigo ele veio ainda!” Gritei, em um tom confuso e animado.

“Esse é o esquema dele, sua boba! Ele vai vir te convidar para o baile, esse vai ser o modo dele de se aproximar de você!” Alice sorriu sarcasticamente.

Fiquei parada, olhando pra Alice sorrindo com cara de dor e de confusão, pensando que uma vez na minha vida eu poderia estar me dando bem, afinal quem poderia me jogar do prédio de 14 andares agora? Estava tudo dando certo! Eu mal poderia acreditar, e eu nem o conhecia direito! Mas a minha fantasia acabou alguns segundos depois.

“Você não está pensando em aceitar, né? É UM ABSURDO! Ele tem cara de peixe passado! Você não vai querer dar bola para um garoto assim, vai?”

Eu me assustei e comecei a refletir sobre o que Alice tinha dito, talvez eu não saberia se aceitaria aquele convite, ou não... caramba! Mas que droga!

“Eu não sei, na verdade ele é bem bonito... Aliás, mais uma pergunta, ele tem Facebook?”

“Kristen! Sua besta! Não brinca!” Alice me deu um tapa em seguida soltou uma risada meio escandalosa.

E assim foi, Quarta-feira, Quinta-feira, Sexta-feira, e aquele garoto não tinha me dito nada! Nem olhar para mim ele tinha olhado mais. A única coisa que aconteceu de interessante naquela semana, foi que ele tinha esbarrado em mim e tinha me pedido desculpas, mais nada! No final da aula naquela Sexta, vi algo grande e alto correndo em minha direção e chamando meu nome, era o Nicholas.

“Kristen! Kristen! Espere aí, pequena!”

“Pequena? Já disse para não dizer que sou baixinha! Estou na altura normal para uma adolescente do 1° ano!”

“Ok, não precisa ficar brava! Pequena é só um apelido carinhoso, é melhor que baixinha, você não acha?” Ele riu.

“Bobo!” Exclamei.

“Ei, espere! O que acha de ir dar um passeio no parque da cidade hoje comigo? Vamos tomar um sorvete, algo assim.”

“Claro, vamos! Passe na minha casa ás 4, ok? Até mais!”

“O...Ok! Então... Até às 4! Às 4, é... às 4...” Ele pareceu meio sem jeito, e com um pouco de vergonha, sorriu e voltou para o portão da escola correndo.

4 Horas da tarde em ponto, eu estava em casa deitada no sofá assistindo um filme, até que Nicholas chegou.

“Tem gente? Ou levei um bolo?”

“Nick! Um bolo? Não sou capaz de dar bolos em meus amigos, vamos!”

Compramos um sorvete e fomos caminhar no parque, falando besteiras, rindo e tendo uma bela tarde de Sexta-feira, até eu tropeçar e cair do lado de uma enorme árvore, aonde me apoiei para sentar.

“Vou ter que te ensinar a andar também? Mas você em Kris!”

“Seu idiota! Não viu que eu tropecei?”

“Eu sei! Eu sei! Você é muito estressada, sabia?” Ele riu e começou a me fazer cócegas em vários lugares do meu abdômen até meu sorvete cair no cabelo dele.

“Viu só! A culpa é sua! Agora vai todo sujo de sorvete de menta pra casa!”

“Foi você quem provocou! Portanto, a culpa é sua!”

“Eu nada! Ah, cansei!” Me levantei, ameaçando ir embora com só a casca do sorvete na mão.

“Espere! Aonde vai?”

“Vou embora! Eu sempre fico com a culpa de tudo!”

“Nãaaao! Eu só estava brincando, sua chata! Volte aqui!” Ele me puxou pelo braço, o que deixou seu rosto bem colado ao meu.

“Ok, eu fico.” Naquele momento, percebi que estava totalmente perdida nos olhos castanhos dele, ele tinha um olhar desejoso e incrível, era como um filme que você assiste e algum ator ou atriz no filme te chama tanto a atenção, que você não desgruda os olhos dele(a) durante o filme todo. Meu deus, ele era lindo. Como eu não tinha percebido isso antes? Será que é isto mesmo? Será que o tempo faz a gente mudar de ideia sobre as pessoas mesmo? Que estranho, eu via ele como meu melhor amigo, e agora... agora é que eu estava totalmente perdida mesmo!

“O que foi? De repente parou de se bater, e ameaçou a ficar aqui comigo?”

“É... Não sei, também.”

“Posso te fazer uma pergunta, Kris?”

“Claro, pergunte.”

“Qual é o melhor jeito de se declarar para uma garota?”

“Não sei... Talvez, dizendo isto para ela.”

“Mas e se, eu não tiver coragem de dizer isto a ela? E quiser só, demonstrar que a amo?”

“Bom, um beijo seria uma forma de demonstrar isto a ela, tem algo mais sincero do que um beijo?”

“Não, na verdade eu não sei se existe, é que não sou bom com palavras.”

“Um beijo então, se você achar que esse é o seu melhor modo expressivo...”

“Gostei da ideia, posso tentar?”

“Tentar... Mas, tentar o quê?”

“Isto.” Ele me colocou para mais perto de seu rosto e me beijou.