Acredita Em Nárnia?

Banheiros não são legais.


Edmundo foi o único que não acreditou na história de sua irmã ter caído. Conhecia ela bem demais, e continuava insistindo, e ela continuava mentindo. Ela agora estava terminando seus exercícios de gramática calmamente, ouvindo as risadinhas das garotas atrás dela. Lúcia tentava não se incomodar. Falavam sobre garotos, e sobre como eles estavam aos seus pés. Já havia perguntado uma vez á Edmundo sobre relacionamentos, e se ele tinha uma namorada. Claro que ele não tinha, por ter defendido Nárnia naquele dia. Mas de algum jeito, ele conseguia abafar essa história, e conversava com os colegas de classe, assim como se sentava com alguns no recreio, enquanto ela ficava atrás da arquibancada onde ninguém podia vê-la. O sinal bateu, e ela foi para lá. Mesmo sendo alvo de piada, cumprimentava todos, sendo educada e gentil. Como Susana. Sentia falta de sua irmã, e queria que ela estivesse la lhe protegendo de todos. Ou até mesmo seu irmã Pedro. Ele iria lhe proteger, mas não Edmundo. Ele era o Rei Justo. E ela a Rainha Destemida. Se os narnianos os vissem agora estariam rindo ou envergonhados. Ela sentia falta até de Eustáquio, que havia ido para Nárnia com eles, e que havia se tornado uma pessoa boa. Estava escrevendo em seu caderno sobre qualquer coisa, ou simplesmente rabiscava, tentando se esquecer da aula. Logo o sinal bateria, e ela foi ao banheiro, numa ala um pouco mais afastada. Quando lavava as mãos, a loira má Molly apareceu com um grupinho de garotas. Elas riam alto, e retocavam a maquiagem, comentando sobre garotos e roupas bem alto (isso não foi uma indireta) o que irritava Lúcia. Quando foi sair, Molly colocou o pé a fazendo tropeçar novamente. Alguns costumes não iam mudar de um dia para o outro. As garotas riram alto. Lúcia tentou se levantar, e foi empurrada e bateu na pia. Sentiu a cabeça rodar um pouco, enquanto as garotas iam para a sala de aula, pois havia batido o sinal. Ela se encostou na parede, quase cedendo a vontade de chorar. Não. Não ia dar esse gostinho á Molly. Foi uma Rainha, e era forte. Se levantou e lavou o rosto. Quando saiu deu de cara com um garoto loiro com olhos bem azuis da sala dela.

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-Tudo bem?

-Claro, por que não estaria?

-Molly. Ouvi sua risada lá de fora. Ela fez alguma coisa?

-Não. - ela respondeu rapidamente.

-Então do que estavam rindo?

Não, não podia dizer que riam dela, jpa que ninguém iria acreditar, e não queria brigas desnecessárias.

-Acho que era por causa de um garoto que estava dando em cima dela... ou de outra garota.

O menino a fitou, e deu de ombros, se virando e indo para a sala. Ela suspirou aliviada e foi para a sala também. Quando chegou recebeu um olhar mortal de Molly, que começou a rir com as amigas. O resto do dia foi intediante, até mesmo para ela, e quando bateu o sinal de saída, ela correu para fora, indo até a esquina onde encotnrava Edmundo. Mas ele não estava lá. Ela esperou enquanto todos saiam, e quando as portas foram fechadas. Não haviam mais alunos. Ficou com vergonha de sair perguntando por ele, por isso foi sozinha para casa. Tudo o que queria era tomar um banho quente, para esquecer o dia.