Nem posso descrever o que foram os últimos seis meses. Depois daquela que ficou conhecida como “A Reunião”, a equipe não parou um dia sequer. Mal acabávamos um caso e lá estava o telefone de Jethro tocando novamente nos colocando na estrada.

Logicamente que a boa convivência continuou, assim como as implicâncias, afinal, na concepção de Tony, a minha presença e o fato de que o Chefe e eu estarmos noivos violava a regra 12.

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Quando suas conversas, brincadeira e olhares começaram a ficar realmente incômodos, Jethro o chamou para uma conversinha particular. E, como eu bem sabia, ele deve ter chamado a atenção de DiNozzo para o fato de que ele sabia. Sabia que Ziva e Tony há muito violavam esta regra também. Posso me lembrar da cara de assustado de Tony quando ele retornou para as mesas e trocou um olhar com Ziva. Foi a primeira e única vez que vi Ziva ruborizar e sair correndo para o banheiro.

No mais, tudo ia bem. Apesar de que SecNav ainda não tinha perdoado a briga com Gibbs. E, vez ou outra quando ele aparecia na sala do esquadrão os olhares trocados não eram os melhores.

Alguns casos foram complicados, como quando os suspeitos fizeram McGee de refém, outros dolorosos de ver o final. Mas o que mais marcou a equipe foi um envolvendo crianças. Foi difícil não levar para o lado pessoal.

Contudo, algo estava acontecendo por trás das investigações. E isso estava me deixando nervosa.

Toda vez que eu ou Jethro entravamos no laboratório de Abby ou na autópsia, eles mudavam de assunto. E, apesar de todos eles saberem como esconder evidências, eram péssimos para disfarçar suas caras.

Cansada de desconfiar que eu era o assunto, resolvi bolar um plano para conseguir pegar Abby no flagra. Meu erro foi contar para Jethro.

— E como você planeja fazer isso?

— Jethro, ok, entendi, você é contra que eu pegue a Abby no flagra, mas, diferente de você, todas essas trocas de olhares e de assunto perto de mim estão me irritando. Eu já fui pelos meios convencionais e não consegui nada. Vou tentar do outro jeito, você me ajudando ou não!!

— Eu só estou te avisando, Jen, não é fácil pegar a Abby desprevenida. Não sei porque você vai tentar!

— Por que eu preciso! – Suspirei cansada. Às vezes ele era difícil de ser convencido. Virei as costas e sai batendo os saltos em claro sinal de raiva.

Passei quase um mês, até que finalmente encurralei Abby no elevador. Ela andara me evitando, mas desta vez eu fora mais esperta.

— Oi Jenny! – ela disse surpresa.

— Quanto tempo, Abs. O que anda fazendo?

— É um tempão, né?. Eu?! Nada! Nadinha. – Ela parecia nervosa para chegar ao seu destino. E quando notei isso. Parei o elevador,

— Por favor, Jenny, não faça isso! - Ela choramingou.

— Desembucha, Abby.

-Não posso. Ele me pediu sigilo.

— Ele quem?

- Jenny... você sabe quem?

— Jethro?

— S-s-sim. Ele me pediu que ficasse em silêncio, pois sabia que você começaria a pesquisar e acabaria me pressionando a contar e não sei mentir!!

— E o que ele e toda a equipe, o que inclui você, estão aprontando?

— Casamento.

— Casamento?!

— Sim! E eu não disse nada.

— O nosso casamento. Quer dizer, o meu e do Jethro?

— É! E tá ficando tudo tão lindo!

— Lindo como?

— Lindo! Do jeito que tem que ser, as flores, a organização da festa...

Quando ela ia continuar. Ouvimos uma voz bem conhecida:

— Jen, será que você pode religar esse elevador e libertar a Abby do seu interrogatório? Ela não tem culpa de nada.

— Salva pelo gongo, Abs. Mas obrigada pela informação que passou. Prometo que irei guardar tudo isso. – abracei-a

Religuei o elevador e quando paramos no andar, toda a equipe estava na porta nos esperando. Saímos e recebemos dois diferentes tipos de olhares, para Abby, compreensão. Para mim, aqueles que diziam: “você não tinha nada melhor para fazer, não?”

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Para salvar a pele de Abby, já sai me defendendo.

— Podem me olhar do jeito que quiserem – lancei minhas desculpas para Jethro, Tony, Tim, Ziva e Timmy, - mas Abby não abriu a boca. Não importava o que dissesse.

Eles suspiraram em alívio e vi Abs me agradecer com um mínimo aceno de cabeça. Mas toda a história era difícil de acreditar. Jethro estava arrumando um casamento surpresa. Resolvi deixar os dados rolarem e ver até onde isso chegaria!

Passou mais um mês e nada. Acho que acabei com os planos de um casamento surpresa. Até que em uma quarta-feira quando eu já nem lembrava mais da conversa com Abby, Ziva veio com uma proposta:

— Planos para o final de semana, Jenny?

— Nenhum. Por quê?

— Porque estou pensando em ir a um Spa, já chamei a Abby e ela concordou. O que acha de um final de semana das garotas?

— Nada mal! Eu realmente estou precisando. Esses últimos meses foram complicados.

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Como que por milagre, deram folga para o todo o time no final de semana das garotas. Então, como Abby bem disse quando estávamos rumando para o hotel.

— Enfim, liberdade!!

Chegamos tarde na sexta, não pudemos aproveitar nada. Mas nosso sábado estava repleto de coisas de meninas. Massagem, manicure, esteticista, cabelereiro... era o serviço completo. E à noite resolvemos jantar no bar da piscina apenas para ver o que as outras pessoas estavam fazendo e tentar descobrir as suas reais intenções. Foi divertido ver o quanto acertávamos e errávamos. E era mais divertido ainda ver os indecisos. Estes sempre nos faziam sorrir, principalmente os tímidos, quando eles finalmente tomavam coragem para agir. Estes acabaram por nos lembrar de McGee, e logo estávamos procurando Tonys, Jimmys, Jethros... e acabamos por notar que sentíamos falta de todos eles.

Quando cansamos de nossa brincadeira de criança resolvemos que era uma boa hora para ir dormir, afinal, ainda tínhamos o domingo para aproveitar.

Não me pergunte como, mas quando acordei na manhã do domingo, tinha um bilhete na cabeceira de minha cama, eu logo reconheci a letra, Jethro, e nele estava escrito que ele esperava que eu fosse paciente com as meninas, pois elas sabiam o que estavam fazendo.

Mas como? Eu não escutara nenhum barulho durante a noite, como esse bilhete, com a letra dele, fora parar do lado da mina cama? Contudo, minha maior surpresa foi quando me levantei e, colocado no encosto do sofá tinha a embalagem do que parecia ser de um vestido.

Não acreditei naquilo! Eu deixei passar todos os sinais! Caí na armadilha como uma tonta. Todos os preparativos, toda a conversa sobre ir ao spa, o fim de semana de folga de todos. Meu Deus! Agora o bilhete fazia sentido.

Corri para o sofá e me surpreendi quando vi o vestido. Tinha certeza que não fora ele quem escolhera, mas ele mandara as minhas melhores amigas nessa missão. E elas me conheciam, conheciam meu gosto e o dele. E escolheram o vestido perfeito para a ocasião. Tão perfeito que não saberia descrevê-lo.

Logo, ouvi uma tímida batida na porta. Quando abri, vi Abby, minha dama de honra, carregando seu vestido devidamente embalado nas costas e me lançando um olhar de desculpas.

— Bom dia, Abby! E obrigada pelo vestido. À você também, Ziva. Ele é perfeito.

— Você não perde por esperar lá embaixo. – Abby disse entre sorrisos.

— Eu não acredito que cai nessa história!

— Tivemos que atrasar o casamento, depois que você descobriu. Mas acho que ficou melhor assim. O verão dá um toque a mais em tudo. – Ziva me disse.

Tomamos o café da manhã juntas, rindo do fato de que eu deixei passar todas as malditas pistas.

— Você é uma excelente investigadora, Jenny. Mas quando se trata de você mesma, às vezes é muito devagar. – Abby disse enquanto já se preparava.

— Só uma última pergunta, e não será tentando alguma informação sobre o que me aguarda lá embaixo.

— Que é? – Ziva tinha um olhar desconfiado em minha direção, como se eu fosse torturar as duas em busca da informação que queria.

— A que horas vai ser? Se vocês me responderem que vai ser só à noite, eu não vou me responsabilizar pela integridade das duas durante o dia.

Abby soltou uma sonora gargalhada e Ziva a acompanhou.

— Gibbs sabe que sua paciência não é lá muito grande. Vai ser agora de manhã. Então comece a se arrumar. Porque senão irá se atrasar.

— Atraso? Sou a noiva! Posso atrasar o quanto quiser.

— Mas você controla a paciência do seu noivo? Pois se você se atrasar demais, sabe que ele é bem capaz de invadir esse quarto e te arrastar até o altar, né?– A israelense me olhou.

— Você ganhou nessa. – Respondi com um muxoxo.

Estávamos prontas, apenas esperando o que elas chamaram de “sinal”.

Se demorasse mais, eu juro que sairia porta afora, e quem arrastaria o outro para o altar seria eu.

Estava a ponto de tornar a perguntar se iria demorar muito, quando bateram na porta. Corri para atender, esperando ser ele. Mas Abby me segurou e quem foi até lá foi Ziva.

— Tudo bem, Abs! É a nossa deixa. Tome conta dela até o altar e não a deixe sair correndo para lá, Ducky. Ela já está nervosa demais.

Então Ducky seria quem me acompanharia ao altar. Melhor escolha impossível.

Ele entrou e me olhou. Sorriu e disse.

— Vi poucas noivas na minha vida, Jennifer, mas nunca vi uma mais linda e que merecesse mais esse momento do que você. Está perfeita, minha querida.

— Ducky, por favor, não me faça chorar agora.

— Mas esse é o exato momento de chorar, criança. É onde as suas escolhas e decisões te levaram. É o seu momento. Agora me dê seu braço, porque tem alguém te esperando. E ele te espera por quase dez anos.

Sem nem precisar pedir duas vezes, peguei seu braço e somente pedi:

— Não me deixe cair.

— Nunca, minha querida, nunca.

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Não sabia o que eu olhava primeiro, a decoração ou ele, parado no altar com o mais lindo dos sorrisos no rosto.

Tenho que admitir, toda a equipe fez um trabalho lindo, era nítido o toque de cada um deles, mas tudo isso combinava com nós dois. Erámos nós, e eles nos traduziram com seus gostos pessoais.

Minha respiração ficou mais rápida no momento em que Abby, em seu gracioso vestido preto me disse que era a hora dela. Nossa dama de honra. Foi então que eu percebi, apesar de ter pouquíssimas pessoas presentes, reconheci cada um dos rostos que passaram por nossa vida, que foram e são parte de nossa história, nossa conturbada história.

Abby colocou o pé direito no tapete de flores e uma melodia começou a tocar, levantei minha cabeça para ver de onde vinha o som, e, em um lugar próximo ao altar, DiNozzo iniciava os primeiros acordes de uma combinação da 5ª sinfonia de Beethoven com uma música mais recente.

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Alguns segundos depois era a minha entrada. E antes que eu pudesse olhá-lo, me obriguei a olhar em volta, em ver a decoração de flores silvestres, rosas e orquídeas, ver que eles misturam prata, branco, azul, e verde. Era lindo, eu não faria o meu casamento melhor.

Então vi os rostos sorridentes, vi Tony levantar a cabeça e me sorrir como se me dissesse: “eu ganhei aquela aposta, mesmo assim!”; Jimmy tinha trago sua noiva, Breena, e eles eram a personificação da alegria. Franks estava presente também, junto com sua nora e neta, e pude jurar que ele me chamou de “madame” quando passei. Fornell com Emily, Burley, Dorneget e, então olhei para o altar. Como minha madrinha, Ziva, em um vestido azul e o padrinho Timmy. E no meio ele. Ele e seus lindos olhos azuis e seu sorriso. Eu quase não consegui chegar até lá. E, logo que senti que minhas pernas ficarem bambas, segurei mais firme no braço de Ducky, que confortou minha mão e sussurrou: “Você consegue, Jennifer.”

O caminho ao altar pareceu quilômetros, mas finalmente cheguei. Ducky fazendo o papel de pai, me entregou a Jethro com o já famoso aviso de “Tome conta dela, Jethro.” E, como nunca fomos tradicionais ele me disse: “Tome conta dele, você também, Jennifer.”

Olhamos um para o outro e respondemos: “Pode ter certeza disso, Ducky”!

E então lá estava, ao lado dele, olhando em seus olhos e ele nos meus. Por um momento me perdi ali, esqueci do mundo em volta. Esqueci onde estava. Tudo o que via e o que queria era ele. E eu o teria para o resto de minha vida. Pelo resto de nossas vidas.

O juiz de paz começou a cerimônia, fez um pequeno discurso que não me lembro qual foi. E, era hora dos votos. Se faríamos os votos tradicionais? De certa maneira sim, de certa maneira não.

"Eu, Jennifer Shepard, aceito você, Leroy Jethro Gibbs, para ser meu marido, para ter e manter deste dia em diante, para melhor, para pior, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, nos momentos bons e ruins, no trabalho e em casa, para amar e respeitar, até o último suspiro de minha vida." – E coloquei a aliança em seu dedo anelar, onde esperava, ficaria por um bom tempo.

Era a vez dele, e, as minhas palavras foram repetidas.

"Eu, Leroy Jethro Gibbs, aceito você, Jennifer Shepard, para ser minha esposa, para ter e manter deste dia em diante, para melhor, para pior, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, nos momentos bons e ruins, no trabalho e em casa, para amar e respeitar, até o último suspiro de minha vida." – quando ele colocou a aliança em meu dedo eu chorava como chorei no dia em que ele me pediu em casamento. E, vendo isso, ele beijou minha mão e limpou minhas lágrimas com pequenos beijos.

No momento do “se houver alguém aqui que é contra este casamento, apresente-se agora ou cale-se para sempre.”, vi Jethro prender a respiração e, inconscientemente levar a mão à cintura, como se fosse pegar a sua arma de serviço e matar qualquer um que ousasse abrir a boca naquele momento.

Ninguém apareceu, e fomos declarados oficialmente casados. Era a hora do beijo.

Enquanto nos beijávamos, ouvi todos aplaudiram, e Tony gritar:

— Finalmente!

O ar se fez necessário e quando colamos nossas testas, e ente lágrimas e sorrisos, sussurramos eu te amo ao mesmo tempo.

Tínhamos tanto a dizer, tanto o que viver, mas teríamos tempo. Agora era a hora de viver. Viver a nossa vida e o nosso momento. Pois o passado ficou e o que importava era apenas o futuro. O futuro que faríamos, juntos.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.