(Sexta-Feira.) Edward colocou seu celular para despertar cedo, então 9 horas da manhã estava saindo da cama. Com muita dificuldade, mas saiu e pegou rapidamente uma cueca, calça e uma blusa de flanela xadrez, foi pro banheiro tomar um banho bem gelado para acordar totalmente. Ainda bocejando, saiu do banheiro já vestido e mais acordado. Tinha que escrever, já que não tinha escrito nenhum pouco no dia anterior, mas antes tinha algo muito melhor pra fazer. Pegou a carteira, celular, as chaves da casa e do carro da Bella, sem fazer barulho desceu. Estavam ainda todos dormindo, então sem perguntas. Jogou tudo que tinha em mãos no banco do passageiro, bagunçou os cabelos com os dedos e então foi.

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O caminho para a casa de Bella foi rápido e tranqüilo, não demorou muito a estar lá. Parou a picape dela pouco antes e viu Charlie saindo da casa vestindo a jaqueta, indo em direção a viatura dele. Pegou as coisas no banco do lado e viu as horas no celular, 10 horas. Desceu do carro e acenou sorrindo para Charlie.

— Edward, bom dia. O que faz aqui tão cedo? — Charlie perguntou sorrindo e apertou a mão de Edward.

— Vim trazer o carro da Bella e talvez dar uma carona pra ela! — sorriu.

— Ah, claro, ela já estava pensando pra quem ligar em busca de carona. — riu. — Eu estou um pouco atrasado, então pode entrar, ela está na cozinha tomando café.

— Obrigado, então vou lá falar com ela!

— Só respeita ok? — Charlie disse sério e então riu. — Estou brincando, confio na minha filha e espero poder confiar em você!

— Com certeza!

Charlie deu duas batidinhas simpática no ombro dele, entrou na viatura e foi embora. Edward, guardou o celular, carteira e as chaves no bolso, a porta estava aberta e silenciosamente entrou. Fechou a porta sem fazer barulho e andou até a cozinha. Bella estava de costas para a porta, mexendo em algo em cima do balcão. Seus cabelos presos em um alto coque, usava um micro short branco do pijama e a blusa de alças finas dele, deixando muita pele a mostra. Ele já a tinha visto de biquíni, mas daquele jeito ela parecia ainda mais sensual sem querer. Caralho! Edward se xingou por todos os pensamentos impróprios que teve com ela naqueles segundos, mas era uma visão pro inferno de boa. Ele se aproximou dela, sorrindo de lado, passou os braços pela sua cintura e beijou seu pescoço.

— Que porra... — Bella se assustou, virou a cabeça para trás e soltou o ar com força, aliviada. — Droga Edward, que susto!

— Bom dia! — ele sussurrou com a voz rouca, Bella se arrepiou.

— O que você está fazendo aqui tão cedo, garoto?

— Nossa, adoro esse seu jeito carinhoso, sabia? — deu outro beijo no pescoço dela e a soltou, deu a volta no balcão ficando de frente a ela, sorriu.

— Tanto faz. O que está fazendo aqui?

— Não vai mesmo me desejar ‘bom dia’? Vim trazer sua picape e te dar uma carona para a praia!

— Bom dia, satisfeito? Obrigada. — disse séria terminando de passar geléia no pão já com manteiga de amendoim. Lambeu o dedo sujo e fechou o sanduíche. — Quer comer alguma coisa?

— Na verdade quero, estou com fome. — disse sincero, Bella riu pela primeira vez naquele dia.

— Ah meu deus, só você pra me fazer rir uma hora dessas. Ok, pode fuçar ai a geladeira ou armário em busca de alguma coisa, enquanto eu como. O que? Não achou que ia fazer seu café né? — riu, pegou o prato com sanduíche e copo de leite do balcão, indo pra mesa. — Boa sorte!

Edward resolveu comer a mesma coisa com ela, preparou dois sanduíches e um copo de leite, sentando com ela na mesa. Conversando sobre o mau humor matinal dela e Charlie. Depois de comer, Bella subiu para se trocar. Desceu vários minutos depois de jeans, camiseta e casaco, cabelo arrumado e rosto pouco maquiado, menos amassado. E com o humor melhor, sorridente.

— Eu dirijo, ok? — Bella disse enquanto se andavam para a picape.

— Você é sempre autoritária assim ou só comigo? — riu. — As chaves estão em cima do painel.

— Na verdade tudo piora se tratando de um forasteiro idiota como você!

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Bella dirigiu até a praia conversando com seu forasteiro, em poucos minutos estavam lá. Ela continuava com o seu combinado de não deixar ninguém ver que eles estavam “ficando”, mas como era cedo a praia estava vazia. Sem se importar em se sujar, eles foram para a areia, indo para a frente de uma gigantesca pedra que ficava no meio da areia, quase como uma ilha, sentaram-se junto a ela , o que dificultava que qualquer um de fora da areia lhes vissem juntos.

— Está mesmo querendo esconder o nosso romance, né? — Edward perguntou zombeteiro, batendo no próprio joelho.

— Romance? Isso não é uma romance, é apenas um lance. — Bella disse, fazendo-o rir.

— Isso parece letra de alguma música vulgar, você sabe né?

— É, tipo isso. Então melhorando: isso não é um romance, é apenas sexo! — colocou a mão sobre o peitoral malhado e se esticou, beijando seu pescoço. Depois riu se afastando. — Ou não.

— Não abusa ok?

— Abusar do que? — ela sussurrou perto do seu ouvido e beijou o lóbulo de sua orelha, Edward fechou os olhos sentindo, ela se afastou sorrindo faceira.

— Do meu auto-controle, Swan. Não sou tão bonzinho quanto eu pareço.

— Que medo. — riu. — Então você se controla comigo?

— Você não sabe o quanto. — Edward riu mexendo nos cabelos.

— Hum... E eu imaginando que você era um pobre garoto virgem.

— Estou longe disso.

— Quanto tempo sem sexo?

— Hum... Mais de duas semanas. Desde que estou em Forks. Isso é meu recorde desde que perdi minha virgindade quando eu tinha quinze anos!

— Eu estou há mais de dois anos, sou quase virgem de novo, do que você está reclamando? — perguntou irônica e gargalhou do rosto de Edward. Olhos arregalados e boca entreaberta. — Você está me olhando de um jeito que está me deixando constrangida. Eu não sou uma vadia que faz sexo todos os dias, fiz poucas vezes na minha vida inteira, sou uma pessoa rara, sou quase um unicórnio, para de me olhar desse jeito!

— Ok, é que é... Estranho. E muito apreciável. É que... Você é bonita e... Se eu continuar essa frase vou acabar parecendo um maníaco sexual, deixa pra lá.

— Deixa de ser estúpido ok? — bateu no braço dele com o cotovelo, rindo. — Fala!

— Você é muito bonita e tem um corpo... Como não imaginar fazendo sexo com você? Então é estranho. — riu, fazendo corar.

— Você se imaginou fazendo sexo comigo? Sou tão comum e você já deve ter conhecido mulheres com corpo melhores que o meu, não exagera.

— Por Deus Bella, você não se enxerga com muita clareza. Eu sou homem e não vou mentir, claro que um corpo chama a minha atenção, mas faltam apenas cinco anos para eu chegar na casa dos trinta anos, então há coisas que chamam mais a minha atenção, pelo menos se eu quero a mulher para algo maior que apenas uma noite de sexo. Um sorriso, um olhar, a personalidade, o humor. Tudo. — sorriu. — E você é uma mistura de todas as qualidades que eu aprecio em uma mulher e tudo que eu queria na minha mulher!

— Tá, chega de falar da minha vida sexual e disso, você está me deixando constrangida e mais vermelha a cada palavra. Eu tenho que ir pro restaurante, tenho que organizar e abrir. Nos vemos no almoço? — perguntou esperançosa.

— Na verdade não. Eu vou passar a tarde escrevendo, tenho muito o que escrever se quero terminar o meu projeto na data planejada.

— Ah. — tentou disfarçar o desapontamento.

— Mas eu adoraria te encontrar a noite, se você quiser, claro. Você tem uma certa história pra me contar, lembra? — perguntou com seu sorriso de lado, Bella voltou a sorrir.

Do inicio da areia, Leah apertou os olhos tentando ter certeza do que seus olhos viam. Poucos segundos depois teve certeza, Bella e Edward ficando em pé juntos, ele a puxou e a beijou, Leah quase gritou com a cena. Os dois pareciam bem íntimos e felizes juntos – Edward abraçando Bella, falou algo que a fez rir com o rosto seu ombro, então se beijaram de novo. Formavam um lindo casal. Leah sorria com a cena e voltou a andar na direção do restaurante, já que sua mãe não ia trabalhar, ficaria com Bella sozinha no restaurante. Ótimo, tinha muitas perguntas para fazer.

-

O dia sem seu forasteiro idiota favorito era um saco!

O tempo passava lentamente e o trabalho era entediante, atender clientes e servir mesas, nenhum era ele, então nada a interessava. A única coisa que tirava seu tédio eram as perguntas de Leah, era irritante, mas ajudava. Vocês estão ficando a quanto tempo? Quem tomou a iniciativa? Já foram pros finalmentes? Pretendia me esconder isso por quanto tempo? Qual o cheiro dele? Beija bem? Tem pegada? E outras várias perguntas com e sem sentido algum. Que ela respondia rindo e constrangida. Como se encontraria com Edward na praia a noite, preferiu não ir pra casa, quando acabou o expediente no restaurante, já no fim do dia, ajudou Leah a fechar e foi pra casa dela, conversando sobre sua relação com o Edward (pra variar, ou não). Mandou uma mensagem pra ele e passou o tempo com a Leah e Sue, que estava na casa também. Leah não controlou a boca e contou tudo para Sue... E assim as perguntas se repetiram.

O dia do Edward não foi lá aquela grande coisa também, mas escrever o ajudava a passar o tempo. Passou o dia todo escrevendo, só largou o netbook para comer e ir ao banheiro, tirou uma soneca no meio da tarde de menos de uma hora e logo voltou a escrever colocando tudo que tinha vivido com a Bella até aquele momento. Descrevendo as cenas com Charlie e com ela, tentando não expô-los muito, dando uma visão dele de tudo. Estava ficando bom, ao seu ver. Terminou de escrever e foi se banhar para se encontrar com sua nativa. Colocou uma roupa simples, jeans e camisa junto com um casaco moletom preto com tênis. Leu a mensagem da Bella: Estou na casa da Leah, quando quiser me encontrar na praia me manda mensagem e vai pra pedra, nos encontramos lá. Beijos, idiota!

Imaginou se Leah e Sue sabiam do envolvimento dos dois, isso o fez rir. Era nove horas quando retornou a mensagem, se despediu das meninas na casa e foi para a praia. Direto para a pedra onde tinha sentado com ela. Mas agora a noite estava sobre a praia, tudo escuro e uma noite sem estrelas, brisa fria e o barulho do mar. Poucos minutos depois viu Bella vindo na sua direção, não podia acreditar no quanto ela era bonita. Diferente de todas as outras. Ela andava na areia com uma leveza, sensualidade e meiguice, era diferente.

— Por que está sorrindo desse jeito? — Bella perguntou franzindo o cenho.

— Não sei, é involuntário. — sorriu. — Você é linda!

— E você é um idiota! — disse sorrindo boba e levemente corada.

— Senti sua falta, falta de você me chamando de idiota o dia todo. — a puxou com cuidado para os seus braços e colocou o rosto em seus cabelos. — Do seu cheirinho de morango.

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— Hum... — ela estava com os olhos fechado e rosto no seu peito, respirando seu perfume. Ergueu o rosto e sorriu, tendo sua boca capturada pela dele em um beijo doce, matando a saudade de um dia todo distante.

Rindo, ela separou os lábios dos dele, mas sem sair dos seus braços, sentindo os dele envolver sua cintura, enquanto sua mão acariciava sua nuca e seus cabelos levemente.

— A Leah nos viu juntos hoje a tarde, me encheu de perguntas. Ela já sabe e a Sue também!

— A Alice e a Nessie também. — confessou e mordeu o lábio.

— O que? Qual parte do segredo tu não entendeu?

— Você contou pra duas e eu pra duas, estamos quites!

— Idiota! Mas não tem como esconder nada delas quatro, e agora nem do meu pai, porque a Sue com certeza vai contar pra ele, é um fato!

— Meu sogro, é uma boa idéia.

— Ele não é teu sogro, para com isso!

— Que seja! — a beijou novamente.

Era seu novo vicio. O beijo da nativa não-inocente. Suas bocas se exploravam lenta e intensamente. Eles se beijaram por vários e vários segundos, e foram entre carícias sentando juntos na areia, lado a lado, olhando para o mar. Bella pensava em como contar sobre seu passado para o Edward, não era um assunto que ela se permitia falar com freqüência, mas estava devendo isso a ele. Edward a deixou totalmente a vontade sem a pressionar, apenas esperou seu tempo, assim como ela tinha feito enquanto ele contava sobre seus pais.

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Taylor Swift - Never Grow Up

— Tá, acho que essa vai ser a conversa mais estranha que eu já tive, não falo sobre isso muitas vezes. — Bella confessou e olhou para Edward. — O que você quer saber?

— Sobre a sua mãe primeiro, que tal?

— Minha mãe... Ok. Hum, basicamente tudo que aconteceu na minha vida até hoje tem um forasteiro envolvido e Phil foi o primeiro forasteiro a entrar na minha vida e revirá-la. Ia ter um jogo de beisebol em Port Angeles, meu pai e minha mãe foram me levando, para comemorar meu aniversário de 10 anos e de lá íamos comer em algum restaurante. Foi um jogo muito legal e nos divertimos muito, quando estávamos indo embora meu pai acabou reencontrando um amigo da época da faculdade, Phil, que era jogador de um dos times. Eles conversaram enquanto eu e minha mãe ficávamos atrás, meu pai convidou-o para ir comer com a gente e assim fomos. Meu pai estava colocando o lobo dentro do galinheiro, era exatamente isso. Eu nunca percebi os olhares entre Renée, minha mãe, e o Phil, fui descobrir que ela tinha traído meu pai só quando eu tinha 13 anos e um depois de eles já separados. Enfim, Phil começou a freqüentar nossa casa e as brigas entre os meus pais começaram, eu não vi ligação entre os fatos, mas tinha. Meu pai sempre era carinhoso e tentava manter a família unida, mas minha mãe não, ela preferia sair e nos deixar, brigar e tudo mais. Pouco depois de eu completar 12 anos, eles anunciaram que iam se divorciar. Minha mãe anunciou na verdade, meu pai ficou calado no canto, eu sai correndo pro penhasco pra pensar e eles me encontraram, minha mãe chorava e meu pai falava o quanto eu era importante e a vida era boa. Duas semanas depois de anunciar que ia se divorciar do meu pai, minha mãe fez as malas e resolveu ir embora, e para a minha maior surpresa o Phil veio buscá-la.

— E o seu pai?

— Meu pai ficou normal, como se soubesse que aquilo iria acontecer, entende? Quando o carro estacionou, Phil desceu e foi guardando as malas da Renée no carro, ela me encarava com um sorriso nos lábios e eu estava na frente do meu pai. Eu tinha implorado pra ela me levar, chorei e gritei, fiz de tudo e ela disse que ia ficar a maior parte do tempo viajando e eu precisava de uma vida fixa, ela queria se livrar de mim e viver com o Phil. Meu pai encarava Renée com um misto de dor, ressentimento, mágoa, tudo. E para Phil, eu ainda lembro, ele só olhou uma vez, quando Phil esticou a mão e disse: “Eu sinto muito, sem ressentimentos e espero que fique tudo bem entre a gente”, meu pai olhou a mão dele com desprezo e colocou as dele sobre o meu ombro, me virou e entramos juntos sem dizer nada. Pela janela vi minha mãe sorrir e acenar dizendo “Adeus” e eu chorei, eles entraram no carro e foram. Eu olhei rapidamente pro meu pai e vi lágrimas nos seus olhos, ai eu corri pro meu quarto e chorei muito. Desde aquele dia não vejo minha mãe, apenas por cartões, que com o tempo pararam de vim, é como se ela tivesse morrido. Se não fosse pelo meu pai... Acho que nem estaria aqui, sério. Ele me abraçava e dizia que ia tudo ficar bem, eu ia cuidar dele e ele cuidaria de mim, que ele me amava mais que tudo e ia ficar comigo pra sempre. — Bella estava com a voz trêmula e lágrimas escorriam molhando seu rosto, ela passou a mão nas maçãs do rosto, secando-as e olhou para Edward. — Ele desde então fez de tudo para suprir a ausência da Renée e se tornou minha vida, o melhor pai do mundo! Presente, companheiro, engraçado, por mais que sofresse, na minha frente ele sempre estava forte e firme pra me pegar quando eu caísse, era meu porto seguro.

Edward sorria ao ver a emoção de Bella ao falar do pai, não sabia o que era aquilo, mas achava um sentimento nobre. Esticou a mão e pegou a da Bella, entrelaçando seus dedos e fazendo carinho. Bella fungou e voltou a falar:

— Três anos depois, quando eu tinha 15 anos, o marido da Sue morreu. Meu pai, como um antigo amigo da família ajudou muito porque entendia a dor de perder alguém que amava e eu tentava ajudar Leah, já que Seth era muito novo. E assim viramos uma só família. Dois anos depois, eu tinha 17, Charlie e Sue começaram a se envolver, mas tinham medo das nossas reações. Eu tinha 18 quando, junto com Leah, avisamos que tudo bem se eles namorassem, íamos aceitar e apoiar, então agora eles estão juntos como você vê hoje. Um ajuda o outro, e os dois me ajudam. — sorriu.

— Um final feliz?

— É, um final feliz, ainda bem. Mais alguma coisa?

— Quem era o James? O outro forasteiro que te deixou assim?

— Tá, hoje é meu dia de falar pra caralho, certo? — deu uma risada seca.

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Bella soltou o ar com força, olhando os dedos entrelaçados aos de Edward, juntando tudo na cabeça e resumindo.

— É... James Gigandet. Ele era um forasteiro, que não veio exatamente a turismo, veio a trabalho. Ele é um empresário do ramo imobiliário, na verdade a família dele e ele veio aqui no lugar do pai. Estava construindo um hotel da família em Port Angeles, ele teria que ficar um bom tempo lá por causa disso e como as vezes ficava sem ter o que fazer acabava passeando pela região, em um desses passeios acabou vindo em Forks. Nos conhecemos no restaurante da Sue, me encantei a primeira vista. Eu tinha 16 anos, sabe aquela idade de se apaixonar fácil e ser boba? Eu estava nessa época. Ele era realmente muito bonito, musculoso, jovem, atraente, cabelos loiros meio compridos e mais velho, galanteador, deu em cima de mim dizendo algumas coisas bonitas sobre o quando meus olhos verdes brilhavam na luz do sol e eu era a mais linda flor do jardim da vida dele. — Bella riu ressentida. — Hoje em dia me sinto ridícula por ter caído nessa cantada barata, mas eu cai. Era a primeira vez que um homem me via daquela forma, como uma mulher, eu sempre fui o patinho feio da turma e sempre rodeada por homens que eu via como irmãos e que me viam assim também, então alguém gostando de mim era novidade, eu me deslumbrei com isso e me entreguei totalmente a essa paixão. Ele vinha pra Forks sempre pra me ver, dois dias depois estávamos ficando.

— E comigo foi duas semanas. — Edward lembrou.

— Eu aprendi com meus erros, forasteiro. — riu. — Mas você foi diferente. Ele não teve paciência, vinha pra cima com tudo, e eu não dizia absolutamente nada, apenas cedia. Ele era mais esperto que eu, tinha 22 anos na época e eu estava apaixonada. É, depois de três dias com ele me falando coisas lindas e dizendo o quanto eu era especial, estava apaixonada. Minha primeira paixão. Ele ficava sem vim pra Forks por causa do hotel e quando voltava, matávamos a saudade. Ele teve que viajar e ficou duas semanas fora, fiquei morrendo de saudades e quando ele voltou cedi de vez. Ele disse que eu podia ir se encontrar com ele em Port Angeles e eu fui correndo, fomos para um pequeno hotel onde ele estava hospedado e transamos.

— Foi a sua primeira vez? — Edward perguntou receoso.

— É, o que tinha que ser especial, foi no quarto do hotel, mas na época foi o máximo! Não usamos nenhum tipo de proteção, apenas transamos e pronto. Foi horrível — riu. — Doeu por ser primeira vez, ele não era carinhoso suficiente e era meio grande, eu acho, nunca tive nenhum pra comparar. — riu novamente, sendo acompanhada por Edward. — Mas foi especial. E assim seguiu nossa relação, muita pegação e sexo sem proteção, ele não me contava muito sobre a vida dele e eu contei toda a minha né. Acabei engravidando.

— O que?! — Edward estava totalmente surpreso.

— Irresponsabilidade nossa, eu sei. Na verdade só descobri quando estava com dois meses e foi logo depois do meu aniversário, então engravidei aos 16, mas considero 17. Quando eu contei ele ficou totalmente transtornado e surtou, me xingou e várias outras coisas, eu fui pra minha casa chorando e resolvi não contar pra ninguém. Uma semana depois ele voltou a me procurar na minha casa, eu estava completamente isolada e só ficava no quarto, meu pai estava viajando e conversamos. Ele me pediu desculpas e disse que me amava, eu aceitei né, ai ele me ajudou a subir para o quarto e preparou algo para mim comer, e eu comi. Como eu me arrependo. — engoliu seco. — Ele foi embora menos de uma hora depois e eu achei estranho, mas relevei, meia hora depois comecei a passar mal, muito mal, só lembro de ver o sangue nas minhas pernas, uma dor muito forte na barriga, um grande jorro de sangue sair pela minha boca e cai no chão, ai ficou tudo escuro.

— Bella...

— Sue foi na minha casa como fazia todos os dias na ausência do Charlie e me levou pro hospital, foi o que ela me contou. E eu perdi meu bebê... Eu perdi meu bebê — encarou Edward com os olhos marejados e a dor era evidente. — E eu me odiei por isso, porque eu tinha odiado aquele feto dentro de mim, mas estava me acostumando com a idéia, mas eu o tinha perdido. Ninguém me explicou o que tinha acontecido, apenas disseram que foi um aborto espontâneo, contaram pro meu pai e ele me apoiou, em nenhum momento me recriminou e disse que eu tinha que tomar mais cuidado, mas ficou muito preocupado, mas superamos essa. Eu e o James nos aproximamos de novo, mas no fim daquele ano ele tinha que ir embora, ele jurou que voltava, que ia me ligar sempre, disse que me amava e que voltava. Ele foi e me ligava todos os dias, ai depois virou uma vez por semana, uma vez a cada duas semanas, até que ele parou de ligar simplesmente. Ele sumiu e eu cai de tristeza, chorava todos os dias a dor da ausência e queria ir atrás dele, mas não me deixavam. Seis meses depois ele voltou com a cara deslavada e eu o aceitei de volta, ele só queria transar e coisas do tipo, um mês depois foi embora de novo e eu não o vi mais. Ele mudou de endereço, telefone, não consegui mais nenhum contato.

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— Bella, o seu bebê... Foi o James?

— Eu tinha 18 quando eu descobri a verdade, eu estava com Leah procurando uns papéis dela, no escritório da casa e no meio da bagunça achei um exame com meu nome, quando abri quase cai chorando, no exame mostrava que foi encontrado um abortivo no meu sangue. Eu não mostrei pra Leah, já que apenas Charlie e Sue sabiam do bebê que eu tinha perdido, quando Sue chegou eu gritei com ela perguntando porque não tinha me mostrado, disse horrores e ela se manteve calma, disse que pensou que eu tivesse tomado de propósito e que preferiu esconder para que Charlie não brigasse comigo, já que eu estava muito abalada, foi horrível descobrir. Eu não tinha idéia do monstro que tinha feito aquilo, então me lembrei sobre a comida que ele tinha preparado e que comecei a passar mal depois de comer... Primeiro ele mata o meu bebê e depois me abandona, Edward ele matou o meu bebê, se ele tivesse mexido apenas comigo tudo bem, mas com um bebê que não tinha como se defender? — perguntou chorando e lhe encarando.

Edward a puxou para o seu peito, lhe abraçando e confortando, deixando que ela chorasse ali, acariciando e beijando seus cabelos.

— Desde aquele dia jurei pra mim mesma arrancar qualquer sentimento que tinha por ele, tudo virou ódio e depois que percebi que ódio é uma emoção pra quem se importa, virou repudio e desprezo, e também jurei pra mim mesma não me envolver com mais nenhum forasteiro...

— E ai eu apareci. — a interrompeu.

— É, você apareceu — Bella conseguiu rir e ergueu o rosto para encará-lo com um quase sorriso entre as lágrimas. — E me desarmou inteira! Quebrou meu modo de pensar e a barreira que eu tinha construído entre eu e os sentimentos, fazia tempo que não me sentia assim... Bem. — confessou.

— Eu também. Você é a garota mais especial que eu já tive em minha vida, nem na minha adolescência me senti assim. — sorriu e acariciou o rosto dela, secando as lágrimas carinhosamente com os dedos. — Ele quebrou seu coração, da mulher, fora minha mãe e minha irmã que eu amo incondicionalmente, mais linda, amável, sarcástica, irônica e perfeita mulher que eu já conheci em toda a minha vida, eu queria poder ir atrás desse idiota que fez isso com você e quebrar a cara dele inteira, igualando as coisas! — Não precisa, você já está fazendo mais do que suficiente, eu só queria... Queria poder ter certeza que não vou me arrepender disso tudo, não queria...

Ele pressionou sua boca contra a dela no meio da frase e irrompeu seus lábios com sua língua, Bella mal conseguia pensar, apenas sentia seu coração bater mais rápido a cada movimento de sua boca contra a dele. Sem separar seus lábios, Edward pegou sua mão e colocou em cima de seu peito, sobre seu coração, ela conseguia sentir seu coração forte e acelerado.

— Você me deixa assim, eu nunca me senti tão vivo! — ele perguntou baixo ao separar um pouco seus lábios e deixar suas testas coladas. — Isso deve significar alguma coisa, né?

— É, deve. Só não vou fazer o mesmo com você porque não quero um forasteiro idiota e maníaco sexual tocando meu seio. — Bella disse e ambos riram. Ela voltou a apenas sorrir. — Mas saiba que meu coração está batendo tão forte e rápido quanto o seu!

Aos poucos o clima triste foi se dissipando e eles conseguiram conversar normalmente, Edward foi fazendo com ela voltasse a esquecer a dor do passado e rir de algumas idiotices. Alguns minutos depois um trovão ecoou pela noite escura e começou a chover rapidamente, Bella deu um grito fino ao sentir a chuva fria tocar sua pele e levantou-se abruptamente com Edward, ambos riam e de mãos dadas com os dedos entrelaçados correram para fora da areia, fugindo da chuva. Tiverem que correr mais até chegar em um ponto coberto, estavam meio molhados quando chegaram onde queriam, embaixo do toldo da loja de pranchas que ficava próximo a praia. Ainda riam quando bateram os pés para tirar a areia que entrara entre os dedos de seus pés e passam a mão pelo rosto secando-se, graças aos casacos não estavam tão molhados.

— Vamos acabar ficando com frio se continuarmos aqui. — Bella comentou cruzando os braços sobre o peito, olhando o céu.

— O calor humano é o melhor remédio. — e a puxou para os braços, lhe abraçando.

— Já percebeu que você abusa dos momentos pra ficar me agarrando? Que fixação em me abraçar, menino!

— Como você é reclama, Swan! — Edward riu. — Estou tentando te ajudar, nossa, quer que eu te solte?

— Não, estou bem aqui. Não desejaria estar em outro lugar. — ela confessou enterrando o rosto no peito dele e lhe abraçando, Edward lhe apertou e encostou o rosto em seus cabelos.

— E nem com outra pessoa! — completou. Ela ergueu o rosto sorrindo e se beijaram.

Ficariam ali juntos até que a chuva se acalmasse ou eles tomassem coragem para correr até a picape da Bella que estava em frente ao restaurante da Sue. Mas eles não se importavam, tinham um ao outro para se aquecer. Não se importavam nenhum pouco.