Quando fechei a porta na cara da pirralha, rapidamente me joguei na cama, e acabei deixando a muleta cair no chão de tanto impulso. Liguei o celular e percebi que já eram 20:35, me deparei com o plano de fundo, que era a pirralha quando menor. Seis anos se passaram, e eu continuava com aquela foto no plano de fundo.

Ainda era muito cedo, mas o sono estava me dominando a cada segundo que passava. Peguei o controle remoto e liguei a televisão para me distrair. Acho que me esforcei demais hoje, andando por vários lugares...

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Acabei cochilando sem perceber, e quando acordei, notei que tinha algo ou alguém atrapalhando a visão. A pirralha estava quase em cima de mim!

– Te acordei Acce? – Disse a pirralha sorrindo.

– C-como você tem a audácia de chegar do nada e me assustando desse jeito?!
– D-d-d-desculpe Acce. Pensei que estivesse acordado ainda, e-eu vim te dar boa noite.

– Ah... – Respondi, morrendo sono.

– Então... Boa noite Acce!

No mesmo instante ,quando eu tentava me levantar, a Order se jogou em mim e me fez cair na cama.

– B-boa noite.

Segurei na cintura da pirralha e a levantei de cima de mim. Quando levantei, a pirralha ainda não tinha saído, e estava sentada de frente para mim, me abraçando.

– S-s-s-saia daí, Last Order!

– Ah! D-desculpe Acce..

Levantei logo, com medo de que outro incidente ainda pior acontecesse naquele momento crítico. No que a pirralha estava pensando?

Vermelho como um tomate, abri a porta, segurei no braço direito da Order e fui levando a pirralha até o quarto dela. Ele ficava três portas antes do meu quarto. Sem pedir licença ou coisa parecida, abri de vez a porta do quarto dela, entrei e empurrei devagar ela até a cama.

– Fica aí, não vá para o meu quarto, a cozinha, o banheiro ou coisa parecida. A não sei que seja um caso de necessidade, TRANQUE A PORTA. Entendeu?

– Sim.

– Ah, e mais uma coisa...

Antes que eu pudesse terminar de falar, a Kikyou apareceu na porta, que por pura distração, deixei aberta.

– O quê está havendo aqui? Vocês dois...

– N-n-n-nada! O quê você acha que é? – Eu disse quase tremendo e com muita vergonha.

– Ele só estava me dando boa noite, Kikyou. E também me explicando como é perigoso andar por aí só na época de Daihasei. – Explicou melhor a Kikyou, que devia estar tão envergonhanda quanto eu.

Onde ela aprendeu a mentir tanto?

– Bem Order, acho melhor você dormir agora. Já está tarde, e amanhã você irá acordar mais cedo que o normal.

– Irei agora.

No mesmo instante, Last Order se levantou da cama rapidamente, me deu um beijo na bochecha e saiu correndo descendo as escadas. Provavelmente indo até a cozinha.

Kikyou ficou me olhando com um “ar de desconfiança” e sorrindo. Nem imagino o quê aquela cientista caseira e sedentária havia pensado. Não posso ser pego de jeito nenhum mais com a Last Order numa situação constrangedora como essa.

Fui andando devagar até meu quarto, mas a Kikyou estava andando atrás de mim.

– O quê você quer?!

– Bem Accelerator, desses dias em que você saiu do hospital, percebi que surgiu um certo sentimento maior do que fraternal entre você e a Last Order.

– C-c-como é a história?

– Eu acho que...

– Você não acha nada! Como também vai ficar de boca calada e fingir que o quê acabou de ver nunca aconteceu. E também não te devo explicações.

– Que estressado. Vá com calma, rapaz.

Andei o mais rápido possível até meu quarto, entrei e tranquei a porta, para evitar certa menininha.