—A Lucy está bem? — A primeira pergunta feita foi de Lisanna, a terceira mais preocupada de todos. Em primeiro lugar estava Gajeel, depois Natsu, e então Lisanna. Sua natureza gentil se obrigou a perguntar aquilo, afinal, ela gostava de Lucy. Mas ainda não tivera oportunidade de conversar com Lucy.

Então, Wendy disse.

As palavras de Wendy soaram feias e brutais. Foram poucas frases, curtas, pequenas, porém, as palavras feias chocaram a guilda inteira. Em pouco tempo, Lisanna se arrependera de ter perguntado se Lucy estava bem. É claro que Lucy não estava bem. Você ouviu, não foi? Então, Lisanna começou a se sentir ruim, como se tudo aquilo tivesse sido evitado se não tivesse sido por ela. O pequeno detalhe era que Lisanna não sabia o que tinha feito de errado. Se ela ao menos soubesse...

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—Como é que ela foi se machucar desse jeito? — Perguntara Levy, transtornada, ainda não acreditando em nada do que tinha acontecido. Ela não conseguia acreditar em nenhuma das palavras que saíra da boca de Wendy. Como assim? O que tinha de errado nas pernas de Lucy? O que ela tinha passado na missão? Lucy realmente tinha caminhado pela fina linha entre vida e morte?

A pergunta de Levy tinha sido muito mais para si mesma, em tom de descrença. Ela ainda pensava "porque eu não fui junto? Porque ela não me chamou?". Porém, Wendy ouvira o murmúrio de Levy e a respondera:

—Não sei. — Wendy deu de ombros leve e tristemente. Não havia mais nada que ela poderia fazer. — Você terá de perguntar isso quando ela acordar. É provável que demore um pouco mais para acordar.

—Como assim, Wendy? — Perguntou Natsu, saindo da enfermaria. Seus olhos rosados chamaram a atenção. Seus olhos estavam secos, porém roseados e inchados, de tanto esfregá-los para secar as lágrimas. Não que ele pensasse que tivesse alguma coisa ruim em chorar pela sua nakama, mas ele apenas não queria que vissem suas lágrimas. Especialmente Lisanna. Mas suas bochechas molharam-se no momento em que Wendy começara a explicar o que tinha acontecido com Lucy. — Quando que Lucy vai acordar?

—Eu não sei. — Disse Wendy, tristemente. Ela se viu agradecendo e rezando por Natsu não ter ouvido o diagnóstico. Se tivesse ouvido, provavelmente, não conseguiria nunca mais se perdoar. — Ela parece ter se machucado brutalmente. Quando a dor é muito intensa, a mente se "desliga" como uma forma de autodefesa.

Mirajane se encontrava horrorizada. Suas mãos estavam na frente de sua boca, enquanto murmurava "Pobrezinha..." tentando imaginar cenas de um filme de terror. "As coisas que ela deve ter passado...". Por mais que se esforçasse ao tentar imaginar, nada lhe vinha à cabeça, e, por um segundo, agradeceu por aquilo.

Mas Wendy não tinha contado tudo. Ela não contara sobre as feridas de Lucy. Não eram feridas tão simples quanto as que você vê em guerreiros depois de batalhas. Eram outro tipo de padrão, era como se Lucy nunca tivesse tido chances de se defender...

A guilda inteira estava espantada. Dentre todos, Levy estava transtornada, Lisanna se achava culpada, Erza pedia que batessem nela por ser uma péssima amiga, Gray mantinha-se sério, Happy estava quase chorando, Charlie mantinha o olhar abaixado e etc. Você deve conseguir imaginar, todos estavam tristes, chocados, agindo de sua própria maneira à notícia, porém, pensando a mesma coisa "O que será que aconteceu?".

—Oi, Mira. — Disse Natsu, sério, quebrando o silêncio que rodeou a guilda por alguns belos segundos. — Afinal, qual foi a missão que Lucy foi?

Mirajane agaixou-se ligeiramente para pegar o enorme livro de registro. Ela não queria acreditar nos detalhes que lembrava, desejava que sua memória estivesse errada. Mas, quando leu duas vezes o mesmo trecho, entristeceu-se. Era uma pena que sua memória fosse boa.

—Foi uma missão de Rank C. Ela tinha de capturar dois adolescentes que andavam perturbando a paz de uma pequena vila.

"Rank C?" A guilda inteira espantou-se. Como que, numa missão como essa, Lucy acabara tão machucada? "Por um acaso, esses adolescentes eram sádicos a tal ponto?" Foi uma das especulações. Vários outros comentários do tipo foram feitos, mas nenhum deles se mostrava correto. Nem mesmo Gajeel, que não estava ali, sabia o que tinha acontecido.

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Naquele silêncio mais tenso que anteriormente, Natsu voltara para o quarto da enfermaria. Dava para ouvir os dentes dele rangendo. Ele sentou-se novamente ao lado de Lucy, ignorando o que qualquer um diria, e pegou novamente na mão direita de Lucy. Ele beijou a marca rosada na mão de Lucy e jurou a si mesmo:

"Nunca mais deixarei-a sozinha novamente."