A Última Luz

Floresta das Trevas


A fogueira ao lado daquilo que um dia já foi um riacho, queimava discreta. Nem um elfo estava pronto para lutar, e Elyon aguardava em silêncio o corpo tomar forças para seguir viagem. Faltavam poucos quilômetros até entrarem na floresta das trevas e isso já era um alívio, pois suas forças poderiam não resistir a um novo ataque.

— Minha senhora, os cavalos que sobreviveram ao ataque, estão prontos e alimentados!

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

O elfo de cabelos negros carregava a tristeza em seus olhos, assim como todos os que tiveram que enterrar os corpos daqueles que partiram.

— Estamos perto do nosso destino, não podemos desistir agora!

Elyon levantou e seguiu até o cavalo, cobrindo sua cabeça com um manto. O sol pouco brilhava no céu, enquanto as fortes nuvens cinzas do vulcão ativo cobriam boa parte da atmosfera. O bater de cascos no chão de terra seca, quebravam o silêncio denso que estava entre eles, evitando o pensamento, a rainha cobrava velocidade do cavalo, disparando assim na frente dos treze companheiros. Segurando as rédeas do cavalo a elfa ocultava o tremor de suas mãos, seus olhos azuis brilhantes viam ao longe o começo da floresta refúgio dos elfos. Aliados esses que ela tanto buscava, sussurrando ao cavalo a ordem, para que seguisse firme, o ar seco e empoeirado sufocava como se mãos apertavam a garganta da elfa de cabelos perolados. Mantendo-se firme Elyon desceu do cavalo ao chegar na entrada da floresta das trevas, o terreno era traiçoeiro para animais de grande porte como os cavalos.

— Volte para Valfenda, guie os outros cavalos pelas terras seguras!

Elyon retirou todos os pertences de seu cavalo e se despediu, acariciando o animal com amor e respeito. Obediente ele seguiu correndo livre junto aos outros, enquanto os elfos adentravam mais a floresta seguindo em fila os treze elfos acompanhavam Elyon, sentindo a magia natural que todo aquele lugar guardava. Mas em seu coração a rainha percebia a sombra triste que existia entre as folhas verdes, deslumbrados com a beleza traiçoeira da floresta os elfos seguravam seus arcos com mais força, atentos com o canto dos pássaros e o farfalhar das folhas.

— O rei da floresta das trevas sabe que estamos aqui! - Nikol o ruivo se aproximou da sua líder e sussurrou na língua élfica.

Elyon ouvia em seu interior a natureza daquele lugar clamar por sua luz. Folhas verdes escuras derramavam-se em sua pele, enquanto algumas raízes tentavam abraçar seus pés, a natureza chamava por sua luz. Mas nada era mais forte que a tristeza dançando no ar, ela era a fagulha de luz naquele mar de sombras esverdeadas. Com a ausência do sol o grupo de elfos pouco a pouco começa a se desorientar, sendo guiados apenas por Elyon que permanecia com sua fé flamejante, adentrando o coração da floresta.

Algum tempo passou, horas, dias, semanas. Ninguém conseguia contar ao certo, se alimentando de frutas, e andando sobre as árvores o grupo seguia a procura do grande rei elfo, até o cansaço os alcançar primeiro. Os sons da terra, eram a pura cantiga de dormir, e assim apanhados pelo sono, Elyon e os outros adormeceram.

Brilhando como uma jóia preciosa, com a pele envolta pela mais pura e serena luz. Elyon deixou seu corpo repousar sobre um amontoado de folhas, até ser despertada por um grande grupo de elfos silvestres. Todos eram curiosos, preocupados e inseguros com sua presença, tomando a espada sorrateiramente das mãos da rainha, o grande grupo de elfos nativos.

— Eu venho em paz, quero apenas falar com seu rei! - Elyon entregou-se sem questionar, notando que era o centro das atenções.

Em meio a um corredor de elfos, ela e seu pequeno grupo foram conduzidos à entrada da fortaleza de Thranduil, um lugar belo, protegido dentro da terra. A música enchia os grandes salões, junto com o som de cachoeiras subterrâneas, a luz de tochas acesas brilhando com a luz laranja, dourada criava sombras nas paredes de pedras, tudo era muito rico, recentemente esculpido. Descendo vários degraus que serpenteavam a construção, Elyon e os outros observavam a movimentação de elfos, passando livres pelos corredores. Fortemente vigiados, o grupo era conduzido até a sala do rei, junto com a espada de Elyon que era levada com muito cuidado por um soldado passos a frente dela.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

No topo de uma escada íngreme, um elfo de cabelos loiros repousava sobre o majestoso trono esculpido de madeira. Usando uma coroa de galhos e folhas, que lembram chifres de um cervo. O rei Thraduil manteve seus olhos fechados até que o soldado se ajoelhou diante dele, estendendo a espada de Elyon.

A pele branca da elfa, brilhou como uma estrela viva, soltando um pulso luminoso, forçando o rei a olhá-la. Ele que carregava no rosto o ar de desinteresse e a apatia. Abriu seus olhos cinzentos focando sua atenção somente para ela. O coração de Elyon pulsou como nunca antes, quando o grande rei da floresta das trevas se colocou em pé diante do trono.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.