Você me encara e pensa que eu falei tanto de poder absoluto, que você nem entende por que eles não usaram naquele momento. A sua resposta, querida mente curiosa: isso não tinha graça! Eles gostavam de lutar contra akumas! Quer dizer, não gostavam exatamente, mas gostavam de lutar em dupla. Principalmente Chat Noir. Então lá foram eles – Ladybug e Chat Noir do futuro, mais velhos, mais experientes e mais sincronizados – enfrentar o akuma do passado.

De início foi como sempre era, o akumatizado tentou acerta-los com seja lá o que ele atirasse e eles desviaram. Depois, eles usaram os poderes das joias.

—Talismã!

Caiu sobre as mãos da heroína uma garrafa de azeite. Nem ela nem Chat Noir disseram ironicamente "Que útil!" ou tentaram adivinhar o que fazer.

Depois de anos em uma rotina, você se acostuma com ela. É como passar anos fazendo prova com um mesmo professor, quando você já até consegue prever as questões enquanto está estudando. Ao conviver muito tempo com alguém, você começa a prever as coisas que ela faz. Então, depois de usar tantas vezes o talismã, Ladybug agora entende mais rápido o que tem que fazer, sem ter que usar a visão mágica.

Chat Noir se aproximou para um embate mais próximo e, por trás, Ladybug jogou o azeite no chão. Como Chat e Parador estavam em movimento, o herói tentou atrair o akumatizado para a parte besuntada do piso, e teve sucesso em sua operação. O Parador escorregou.

—Cataclismo!

Chat Noir abre o chão sob os pés do Parador, que fica preso. Agora era questão de segundos, para se ter um objeto partido e uma borboleta preta e roxa voando no ambiente;

—Chega de maldade akuma. Hora de aniquilar a maldade! Te peguei! Tchau, tchau, borboletinha. Miraculous Ladybug! – quando ela jogou o talismã para cima, tudo voltou ao normal.

—Zerou!

Enquanto a dupla de heróis do futuro se cumprimentava, Ladybug e Chat Noir mais jovens ficaram se olhando espantados. Não exatamente espantados, só que ainda não entendiam o que faziam ali. Eles tinham todo o tempo do mundo já que não haviam usado os seus poderes ainda, ficaram para ver o que os mais velhos fariam.

—Ladybug, você volta no tempo e é essa a ideia que tens? Acho que estava muito abalada para usar a lógica. O gateligente aqui tem uma ideia melhor. – ele pegou a mão dela e se concentrou. Eles brilharam e desapareceram.

E, praticamente 10 segundos depois, antes que os jovens heróis saíssem de cena, sem que Alya pudesse sequer se mover para abordá-los, aparece novamente a dupla de heróis do futuro.

− Mas já? Vocês não iam voltar ao futuro e se salvar mutuamente? – perguntou o Chat Noir adolescente.

− Íamos – respondeu Chat Noir, em uma versão dez anos mais velha −, mas algo deu errado e...

− Um gato idiota já estava novamente se entregando ao instinto de morrer por mim – interrompeu a Ladybug adulta – então, antes que desse tudo errado novamente, eu o tirei de cena, para o plano B.

A Ladybug futurista, visivelmente nervosa, puxou os heróis de seu passado pelas mãos, que também foram segurados por Adrien. E, juntos, os quatro sumiram das vistas de todos (e da lente de Alya), para surgirem em uma cena conhecida do futuro.

***

Agora eram quatro heróis, dois jovens, dois adultos, aparecendo segundos antes de Hawk Moth atirar a faca que, em outra realidade, foi a arma fatal para Chat Noir. Mas esse futuro precisava ser o derradeiro. O futuro certo, sem mortes, sem arrependimentos, sem traumas e, principalmente, com o merecido final feliz para Marinette e Adrien.

Os jovens heróis não sabiam ao certo o que testemunhariam, mas instintivamente entenderam o que estava se passando – finalmente viam Hawk Moth cara-a-cara, em uma ofensiva direta. Não era apenas o vilão por trás de akumatizados.

A cena para aquele homem, inclusive, não podia ser mais perturbadora: no total, seis heróis! Dois deles pareciam saber exatamente o que queriam. Mas sob sua mira estava uma Ladybug que já estava presente, igualmente surpresa, e que era seu alvo mais fácil e desejado. Então o plano seguiria, pensamento esse tão rápido como um raio naquela mente perigosa. O astuto Hawk Moth era agora mais ágil e mais poderoso. Os jovens heróis poderiam se surpreender.

Ladybug, primeira viajante do tempo e usuária do poder absoluto, se viu no momento em que a faca a acertaria e viu Chat Noir daquela hora se dirigindo para a trajetória da arma. Em outros tempos, aquilo mataria Chat Noir e causaria a reação de Ladybug matar seu assassino, mas haviam mais duas Ladybugs e dois Chat Noirs. Dois que entendiam o que acontecia, e dois que não sabiam direito o que fazer.

Hawkmoth atirou a faca que mataria a Ladybug se Chat Noir não tivesse se metido na frente, mas algo alterou a rota que esta percorria. Esse algo foram na verdade dois algos, um ioiô e um bastão, que empurraram para longe a faca.

Fora com essa ideia que Chat Noir apresentou sua estratégia super genial de salvamento. E foi com a falha desse plano que Ladybug disse ser mais gateligente que ele. No entanto, dessa vez era esperado que aquilo acontecesse, que a faca caísse no pé de Ladybug e abrisse uma veia fazendo jorrar mais sangue do que o corpo poderia repôr. Isso se Chat Noir não colocasse seu pé em cima do dela.

Chat Noir pôr o pé em cima do dela também já era previsto. Por esse motivo, Ladybug e Chat Noir pegaram suas versões mais jovens, para desviar novamente a faca atirando o ioiô e o bastão. Porém, eles não entenderam isso da forma certa, se atrasaram no movimento e a faca acertou a Chat Noir selando novamente seu destino de sangrar até a morte.

A seguir, o outro Chat Noir, aquele que era alguns minutos mais velho do que aquele que sangrou e morreu, desapareceu. Restava um Chat Noir e três Ladybugs. Uma Ladybug chorava pela perda de seu noivo, outra, estava de novo furiosa com Hawkmoth. Outra vez Chat Noir morria, e ela tinha se dedicado tanto para salvá-lo, até viajou no tempo... Quando viu, esta já segurava Hawkmoth pelo colarinho e girava o ioiô em forma de ameaça. A última fazia o mesmo que o Chat Noir que sobrou, ficava olhando sem nada entender.

Hawkmoth sorriu ao se ver cercado pela Ladybug, como se estivesse cravando uma faca nela, Hawkmoth cravou um akuma. Na hora, Ladybug se transformou e os dois heróis que estavam confusos se preocuparam. A terceira Ladybug, chorava alheia do que acontecia.

Hawkmoth sorria, devia pensar algo como: "Agora os miraculous são meus! Hahahaha!" Porém foi frustrado com um golpe da Ladybug akumatizada.

—Você é um assassino! Não tenho porque te salvar, porém, se eu te matasse, seria tão ruim quanto você. - disse ela

Ela usou o poder que Hawkmoth havia lhe dado, que misturado com o de Ladybug, comseguiu apagar Hawkmoth. Como assim apagar? Vocês se perguntam. Eis suas respostas, apagar a memória. Ele também apagou no sentido de desmaiar, por falar nisso.

Todos se aproximaram, menos a Ladybug que chorava no corpo ainda morto de Chat Noir. Ladybug "akumatizada" tirou o miraculous dele e na hora voltou ao normal.

—Só temos um problema agora, eu vou morrer! - disse o único Chat Noir presente

—Ei, todos morreremos um dia, não podes aceitar numa boa? - disse a única Ladybug que não era apaixonada por ele ainda

—Não! - disseram as outras duas em uníssono - Se ele morrer agora, nunca nos casaremos e nunca poderei realizar meu sonho de montar uma família com o Adrien! - isso também foi dito ao mesmo tempo, assim como a mão na boca que rapidamente foi posta - Chat Noir. - disseram para disfarsar

—Espera! Vocês querem se casar com ele?! - Ladybug mais jovem pareceu não perceber

—Sim! - disse uma

—E você não? - perguntou a outra

Ladybug hesitou, ela era elas, só mais nova. Se elas queriam, provavelmente ela quererá em algum momento e isso era apavorante.

—Isso quer dizer que Adrien morre antes de Chat Noir, não é?

—Bem... Sim, Adrien está morto...

Chat Noir só acompanhava a conversa sem entender nada. O pouco que entendeu o fazia sorrir, Ladybug queria se casar com ele!

Ladybug mais nova caiu de joelhos e berrou "Não!" com todas as suas forças.

—Onde ele está enterrado? Preciso vê-lo. - disse entre lágrimas

As outras duas Ladybugs sentiram o impulso de dizer: "Na sua frente." mas se conteram.

—Ninguém o enterrou ainda... - respondeu uma

—O que?! Que descaso com ele! Cremaram então? - agora lágrimas se misturavam com indignação

—Ah, My Lady? Há uma coisa que você precisa saber... - Chat Noir resolveu se manifestar, ao ouvir My Lady, as três se viraram para ele, atraídas pelo som da palavra

—Não faça isso! - disseram as duas mais velhas

—Não faça o que? - perguntou a mais nova

—Mas... Tudo bem. - ele concordou - My Lady, não fazer isso. - tirou o anel

—Ei! - disseram as outras duas ao mesmo tempo

—Adrien?! - disse a terceira

—Tã dã!

Ladybug que não sabia disso ainda, foi em sua direção abraçá-lo. E começou a chorar em seu ombro. Nesse momento, as outras se aproximaram discretamente e pegaram o anel dele, que estava na mão. Uma delas usou e mandou sua versão mais nova de volta para o tempo dela sem nenhuma lembrança daquilo.

Marinette viu que estava de volta a cena do Parador com a Alya.

—Ladybug, você já voltou?

—Já voltei? Para onde eu tinha ido?

—Deixa para lá, poço imaginar o que aconteceu. - como Alya já não filmava mais, foi para a casa para postar o vídeo

Marinette imaginou que Chat Noir já tinha ido, e foi embora também. Óbvio que se destransformou antes.

De volta para o futuro...

—Temos que salvar o Adrien!

—Mais isso é errado, não se pode usar o poder absoluto para ressussitar os mortos!

—Mas você não quer montar uma família com ele?

—Quero, mas o destino não. - disse triste

—Ele nos salvou tantas vezes, isso é o mínimo que podíamos fazer.

Adrien observava tudo em silêncio, as duas discutindo sobre como mantê-lo vivo. Até que se manifestou:

—Eu morri para salvá-las. A vida de vocês vale mais que a minha, eu não poderia viver sem vocês. É ao pensar em vocês que meu rosto ganha um sorriso, se vocês estão vivas, é isso que importa, não se preocupe comigo.

Ambas começaram a chorar. Aquela que usava o poder absoluto estava perto do corpo do Chat Noir de suas lágrimas chegaram nele e aos poucos ele foi acordando.

—My Lady... Desculpa... Espera! Eu não estou morrendo e cadê o Hawkmoth?

Ao ver duas Ladybugs e o outro de si, até desviou de sua busca ao Hawkmoth, que Ladybug nunca havia lhe contado quem era.

—Ele deve ter ido embora, nos importamos com ele depois. - disse uma das Ladybugs, as duas correram para o abraçar, deixando o outro com ciúmes de si mesmo

Sendo assim, devolveram o anel para Adrien e levaram ele e a outra Ladybug de volta para seus tempos usando o poder absoluto e Ladybug e Chat Noir que ficaram, se destransformaram e foram para casa abraçados.

Os kwamis que iam atrás, estavam preocupados. O guardião não gostaria de nada disso. E dito e feito, não demorou muito para eles levarem uma bela bronca do Mestre Fu por mexer na linha do tempo.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.