A sorte dos irlandeses

Capítulo 3 - No escurinho do cinema...


Sentia-me engraçada e gorda vendo como ficaram largas e compridas as roupas de Niall em mim, entretanto, preferi segurar as risadas após ouvir um toque musical. Era a campainha, avisando que alguém havia chegado.

— Deve ser a Eleanor, eu atendo. – Louis gritou enquanto corria até a porta.

— Vem trevo, vamos para a sala. – Niall disse me puxando pelo braço.

— Trevo? – Perguntou Liam.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Sim, trevo. Me apelidaram assim na infância porque eu era apaixonada por trevos da sorte. Tenho um livro com uma coleção de trevos da sorte secos. - Tentei de explicar. – Vem Liam, vamos pra sala.

Segurei Liam pela mão, e o puxei meio sem jeito enquanto Niall me arrastava para o cômodo.

Aquele cômodo deveria ter o tamanho de minha casa inteira na Irlanda. No centro presa na parede um televisor que se estendia ao longo de quase uma parede. A sensação de estar naquele lugar, era semelhante a estar em um cinema.

De frente para a televisão um sofá branco com muitas almofadas. Ali deveriam caber por volta de oito pessoas. Isso sem falar em estantes, caixas de som, enfeites e outros milhares de detalhes que se agregavam ao espaço.

Sentei-me colada as laterais do sofá e Harry sentou ao meu lado. Ao lado de Harry estava Niall. Mal nos acomodamos e Louis entrou com uma menina. Morena, cabelos compridos, feições delicadas e um sorriso brilhante. Levantei-me para cumprimentá-la. Com uma de minhas mãos segurava a bermuda que estava usando a impedindo de cair. Ergui a mão livre esperando um aperto de mãos. Eleanor apenas ignorou. Aproximou-se de mim e me beijou nas bochechas. De inicio não tive reação, mas logo em seguida repeti seus movimentos.

— Oi Els, essa é Angelina. Aquela minha amiga da Irlanda lembra? – Niall a recebeu e logo me apresentou a menina.

— Muito prazer em conhecê-la, sou Eleanor Calder. Niall falou muito sobre você – ela abriu um largo sorriso ao se afastar de mim e eu retribui.

— Vem Els, antes que eles ocupem o sofá todo. – Louis laçou Eleanor pela cintura e a conduziu até o sofá.

— Vamos ver que filme? – Zayn perguntou.

— Toy Story? – Liam perguntou sugestivamente.

— Nada de Toy Story vamos ver terror, quero ver sangue, cérebros. – Disse Niall forçando uma voz um pouco estranha.

— Niall, você está me assustando. – Harry disse soltando logo em seguida uma gargalhada, exibindo seu sorriso radiante e suas covinhas adoráveis.

— Vejamos... Aqui tem “O Exorcista” – Zayn disse ligando o televisor e observando o menu de programas gravados.

— Perfeito! Quem vai pegar pipoca, refrigerante, chocolate... – Niall estava com um rosto semelhante ao de Homer Simpson diante de uma caixa de rosquinhas o que me fez rir.

— Já entendemos que você quer comida! – Harry o interrompeu. – Tudo bem Nialler, eu pego. – Ele se levantou e foi buscar os lanches.

— Minha nossa, foi rápido! – Exclamei quando vi Harry retornando após cerca de três minutos abraçado com um pote grande de pipoca. – Como fez a pipoca tão rápida?

— Temos uma pipoqueira na cozinha. Niall trouxe pra cá, logo que viemos. – Louis falou e logo uniu seus lábios aos de Eleanor de forma rápida.

— Cadê o chocolate e os biscoitos? – Niall percebeu que Harry só carregava o pote com pipoca e uma garrafa de refrigerante.

— Nialler, põe o filme que depois eu vou lá e pego. – Harry colocou tudo sobre e mesa e sentou ao meu lado.

Zayn deu play no filme. Niall pegou o pote de pipocas na mesa e o monopolizou, já era de se esperar. Ele fuzilava com os olhos a cada um que tentava pegar um pouco de pipoca no pote.

O filme era perturbador. Eleanor segurava o braço de Louis com força. As luzes estavam apagadas, a única iluminação no lugar era a que vinha da tela.

Todos estavam nitidamente com medo. Resolvi me aproveitar da situação, utilizando de minhas habilidades estranhas para assustar os menino e Eleanor.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Harry Edward Styles, chegou a sua vez. – Falei forçando a voz de forma que ficasse o mais rouca possível. Consegui sumir com o minha iris temporariamente. Meus olhos estavam brancos. Meu cabelo no rosto. Poderia matar alguém de susto a qualquer momento.

De repente ouvi muitos gritos. Pipoca voando pelos ares. Niall estava no colo de Liam. Eleanor do colo de Louis. Harry e Zayn abraços no canto. Não me contive e gargalhei bastante. Minha barriga doía e estava sem ar.

— Isso não teve graça! – Niall jogou uma almofada em meu rosto e pôs a mão no peito para sentir as batidas do coração. – Você quase me matou.

— Isso foi épico! Como fez isso? – Louis perguntou pondo Eleanor no chão e vindo me parabenizar.

— Que coisa medonha! Nunca mais faça isso, por favor. – Eleanor pediu e eu só conseguir rir vendo a expressão de todos.

— Vamos terminar de ver o filme? – Perguntei entre as risadas.

— Serio, depois disso? – Zayn questionou.

— Ah vamos gente, prometo que não faço de novo. – Eu pedi realmente interessada em terminar de ver o filme.

— Promete mesmo, que não vai fazer novamente? – Liam me perguntou, enquanto voltava para seu lugar.

Zayn recomeçou o filme, depois de eu suplicar e prometer de varias formas que me comportaria e não os assustaria novamente.

Em um determinado momento do filme, Harry espreguiçou-se e pousou sua mão em meu ombro, enquanto olhava e dava pequenos sorrisos para Niall. Eu apenas ignorei, estava muito concentrada no filme.

Ouvimos um ruído, e todos imediatamente olharam para mim.

— Você prometeu que não faria de novo. – Disse Louis me encarando.

— Mas não fui eu. – Respondi – Eu juro.

Zayn pausou o filme. Ouvimos passos e depois um ruivo ainda mais alto.

— Alguém vai lá ver o que é! – Exclamou Niall agarrando uma almofada.

— Já que você deu a idéia, vá lá ver. – Harry respondeu rapidamente, retirando seus braços do meu ombro.

— Pode deixar seus medrosos, eu vou. – Falei, cheia de coragem. Caminhei na escuridão e sumi da vista de todos. – Se eu não voltar viva, Niall diz o Damian McGinty que eu o amo. – gritei esperando que eles pudessem me ouvir. Pude ouvir alguém perguntando quem era Damian, sorri diante do breu.

A escuridão era grande. Mal podia enxergar um palmo a minha frente. Esbarrei forte em alguém, me segurei no que parecia ser uma mesa, já a outra pessoa caiu.

— Quem está ai? – Nesse momento eu tremia, e toda minha coragem tinha sumido.

— Megan. Zayn, é você? – Respirei aliviada por ouvir aquilo.

— Não, é a Angelina. Vem eu te levo até o Zayn. – Fiquei abanando minha mão no ar por alguns segundos tentando encontrar a mão de Megan. – Cuidado para não esbarrar em nada. – Disse enquanto a guiava. – Aqui está o fantasma. – Ri, vendo a expressão de alivio de todos. – Dá pra alguém acender essas luzes?

— Megan! – Zayn correu de encontro a Perrie, a abraçou e selou seus lábios aos dela, em seguida foi até o interruptor e acendeu as luzes do local.

— Chega de filme de terror por hoje, nem assistimos tudo e já sei que terei pesadelos. – Eleanor abraçou Louis com força.

— Tudo culpa da Angelina. – Niall cruzou os braços, e me encarou por um tempo tentando manter a expressão seria, mas não conseguiu e abriu um sorriso.

— Ninguém me disse nada sobre a regra “não assuste ninguém durante os filmes” – Fitei Niall e disse ironicamente.

— Acho que quando visitamos alguém não devemos tentar matar as pessoas de susto. – Niall se levantou e posicionou-se em minha frente de braços cruzados.

— Eu não vim te visitar, você me arrastou pra cá. – Fiquei na ponta dos pés. Niall era mais alto que eu.

— Se não queria vir por que não disse?

— Entretanto Niall James Horan, eu disse! Só que você ignorou porque estava mandando mensagens no celular. – subi o tom de voz.

— Acha que devemos separar? – Harry cochichou para Louis, não baixo o bastante, já que consegui ouvir.

— Claro que não, deixa eles dois. – Louis riu. Pude sentir que todos nos encaravam naquele momento.

— Pra sua informação eu não estava mandando mensagens, estava twittando, e tenho certeza que você não disse nada. – Niall tentava argumentar.

— Não importa o que você estava fazendo no celular! Eu disse duas vezes, e você ignorou! – Minhas calças caiam e eu tentava segurar ao mesmo tempo em que tentava manter a pose de ditador. – Quer saber Niall, cansei. Depois manda minhas roupas pro meu apartamento que eu mando as suas de volta. Tchau. – Amarrei o cabelo mais forte, subi as calças e pus o calçado.

— Vai embora? Você não conhece nada aqui, não vai nem saber voltar. Está presa aqui até quando eu quiser. – Ele riu de forma maligna enquanto todos o encaravam.

— Ele está certo. – Disse Liam, interrompendo a discussão.

— Eu não ligo, eu tenho boca! Peço informação pra alguém na rua. – Eu marchava rápido até a porta.

— Angelina espera, nós te levávamos. – Harry pediu. Mas era tarde eu já havia fechado a porta.

Atravessei o corredor furiosa até o elevador. Entrei, e apertei o botão que me levava ao térreo.

Sai feita louca pela rua, pedindo informações aos pedestres. Encontrei um ponto de taxi e consegui chegar sã e salva no apartamento. Subi os lances de escada o mais rápido que pude, meus pulmões pareciam que iriam explodir. Deitei-me no chão e respirei fundo. Carmem ouviu o barulho e correu para a sala preocupada.

— O que houve com você? Voltei e você não estava mais aqui. Fiquei preocupada, você demorou. Pensei que dormiria fora. – Ela falava sem parar.

— Fui almoçar com um amigo, e fiquei passeando por Londres. – recuperei o fôlego, e puxei mais ar antes de respondê-la. – Não queria te preocupar, desculpa. Vou pro meu quarto. – Me levantei ainda meio sem ar.

— Boa noite então Angelina. – Carmem me acompanhou com os olhos até eu fechar a porta.

Entrei em meu quarto, fechei a porta e me joguei na cama. Ouvi o celular tocar, era Niall. Recusei-me a atendê-lo, mas ele era insistente, me ligou mais de sete vezes. Desisti e decidi que o atenderia.

— O que você quer? – Não queria vê-lo nem coberto por trevos da sorte.

— Qual o seu problema? Você não conhece nada em Londres. Onde você está?

Estou onde deveria estar, e não graças a você. Tchau Niall. – Desliguei o telefone.

Niall tentou me ligar mais algumas vezes. Por mais que amasse a voz de Ed Sheeran cantando toda vez que meu telefone tocava, naquele momento a voz exuberante era irritante. Desliguei o telefone.