Ela me encarou por mais alguns segundos, depois se virou e foi embora, exatamente como na escola, quando eu estava com a Paris.

Droga!

Não pensei duas vezes. Larguei Paris sozinha e corri atrás de Alysson. Se antes estava difícil, agora eu já posso começar a me preparar para roubar os gabaritos. Procurei Alysson por cada canto desse lugar. Nenhum sinal dela. Eu preciso achar essa garota agora! Esse não é o tipo de coisa que dá pra resolver amanhã. Cara, eu estou ferrado! Eu tenho 4 meses. Até lá ela já pode ter esquecido, certo? CERTO?

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Continuo “correndo” e tentando abrir passagem entre a multidão.

Para onde ela pode ter ido?

De repente algo surge em minha mente: Pra casa, imbecil! Ele pode ter ido para casa! Como eu não pensei nisso antes? Mandei uma mensagem para Anthony perguntando o endereço. Ele me respondeu cerca de 2 minutos depois, com um aviso no final:

Se você me interromper de novo, eu arranco os seus dedos e faço churrasco com eles!

Queria saber de quem ele herdou esse temperamento agressivo.

Corri para fora da casa (se é que é possível correr aqui dentro). Peguei o carro e segui devagar até o endereço, na esperança de encontrá-la no meio do caminho. As ruas estão completamente desertas. Devo admitir que fico um pouco preocupado de ela estar andando por aqui sozinha. Sigo por mais algumas quadras. A casa dela é um pouco distante da casa da Paris. Virei à direita, como mostrava no GPS. Seguindo, mais adiante pude avistar uma silhueta de uma menina ao longe, que vestia um vestidinho branco. Supus ser Alysson. Acelerei o carro e, chegando perto da menina, pisei no freio e segui ao seu lado, na velocidade dos seus passos.

– Alysson. – Chamei e ela me olhou.

– O que você quer? – Ele perguntou mais friamente do que o normal.

– Por favor, entra no carro. Eu preciso falar com você.

– Mas eu não quero falar com você, muito menos te ouvir. – Disse sem me olhar ou parar de andar.

– Alysson, por favor. É importante.

– O que você vai falar, Scott? – Ela alterou a voz. – Que não era nada do que eu estou pensando? Que você não estava engolindo a Paris há alguns minutos? Que sente muito? Quer saber? Eu não me importo! – Gritou a última parte, parando de andar e voltando-se para mim. A observei por um momento e, finalmente, disse:

– Sim, você se importa. – Ela abriu a boca para protestar, mas eu continuei, alterando minha voz. – Se você não se importasse, não teria vindo a festa da garota que você deixou bem claro que odeia. Se você não se importasse, não teria ido embora assim que me viu com a Paris. Se você não se importasse, - Disse mais calmo dessa vez, num tom de voz mais baixo. – não estaria a ponto de chorar. – Ela desviou o olhar, se virou e deu alguns passos em direção ao outro lado da rua. Eu saí do carro e fui atrás dela. – Alysson, por favor, me ouça. – Disse me aproximando. Ela se virou subitamente e me deu um tapa no rosto.

– Você é um cretino! – Ela gritou. Eu estou em estado de choque. – É um idiota, imbecil, estúpido, manipulador, mentiroso, falso! – Ela gritava. Por um momento me senti mal. Ela está chorando. É a primeira vez que vejo alguém chorar por minha causa. Mas eu tenho que me lembrar que ela é só uma aposta. Somente uma aposta. Em uma aposta, os sentimento não contam, não tem relevância. Eu sabia que isso iria acontecer em algum momento. Ela continuava a gritar insultos e agora socava meu peito.

– Alysson, para! – Gritei segurando seus pulsos. Ela se calou. – Pra que tudo isso? O que eu fiz pra receber tantos xingamentos? Quer dizer, já que você não se importa, qual é o motivo disso tudo? – Ela se soltou, se virou e saiu pisando forte.

Cogitei segui-la, mas acho que já chega por hoje.

Entrei no carro novamente e voltei para casa da Paris. Não sei se estou no clima para festa, ou para Paris. Então, estaciono o carro no mesmo lugar e entro na casa da Paris com a intensão de procurar Anthony, mas acabo encontrando Paris agarrando um loiro. Fazer o que?! Continuei andando até encontrar Anthony ao beijos com uma morena. – O puxei, separando-o bruscamente da menina.

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– Ei! – Ele protestou.

– Eu já vou. Você vai ficar ai?

– O que você acha? – Lhe entreguei as chaves e fui embora.

...

Tia Sally não conseguiu nos pegar, ou o Dylan conseguiu convencê-la a nos deixar ir à festa. Não sei ao certo. Só sei que Anthony só chegou em casa no dia seguinte, totalmente acabado. O resto do domingo foi aquela coisa chata de sempre. Fiquei jogado no sofá o dia inteiro mexendo em qualquer coisa na internet e vendo qualquer coisa na TV.

Segunda-feira logo chegou. Hora de enfrentar a fera. Acordei na hora hoje e pude me arrumar com calma e tomar café.

– Gostei de ver. Acordou na hora hoje. – Anthony disse.

– Tenho meus motivos.

– Tem a ver com o que aconteceu na festa?

– De certa forma – Respondi dando de ombros.

– Vai me contar o resto da história? – Eu havia lhe contado parte da história, deixando de fora apenas o ataque da Alysson no meio da rua.

– Já contei o que precisava saber.

– Deu para esconder coisas de mim agora?

– Anthony, por favor. Não estou com cabeça para os seus dramas no momento. Só dirija, está bem? – Ele deu partida e fomos para escola. Chegando lá, Anthony contou o lance com a Paris e a Alysson e sobre as mudanças na aposta.

– Já sabe como vai fazer para pegar o gabarito? – Peter perguntou.

– Se eu me lembro bem, ainda tenho 3 meses e algumas semanas.

– Seu otimismo é impressionante. – Comentou James. Dei de ombros.

– Sobre a aposta: vou pensar no que vou querer. – Disse Zac.

– Espera, você acham que eu vou fazer coisas para todos, caso que perca? – Perguntei. O sinal tocou indicando o início da aula.

– Bom, você fechou o acordo com todos nós. – Ross respondeu e nós entramos.

Não vi Alysson no pátio antes de entrar, nem a vi entrando na sala, o que me faz pensar que ela não veio à escola hoje.

Como de costume, abri meu caderno na folha de rabiscos e fiquei desenhando. Bom, pelo menos até a professora de filosofia bater com o livro na minha mesa, me fazendo dar um pulo na cadeira, e disse algo que eu não prestei atenção.

– Já vi que você vai me dar trabalho. – Ela comentou e voltou a dar aula. A partir daí, eu fingi prestar atenção, mas na verdade, estava contando o número de rugas que ela tem no rosto (me perdi na cona várias vezes).

A segunda aula eu nem sei do que foi. Não vi quando o professor entrou, nem quando saiu. Só levantei a cabeça quando percebi que todos estavam saindo da sala. Ok, eu confesso, estava pensando na Alysson. Me sinto mal por ela. Quer dizer, eu fico a imaginando em casa agora, com os olhos vermelhos, cabelos desarrumados, jogada na cama enquanto come chocolate e... Rindo? Ela está rindo?

Ela está num canto com Sarah, Lilyan e outras meninas, com um sorriso enorme no rosto. Como assim? Elas dão gargalhadas de alguma coisa que uma loira diz. Sarah cutuca Alysson e diz algo em seu ouvido. Ela se vira para mim, me lança aquele olhar, dessa vez acompanhado com um sorriso de canto. Não sei porquê, mas estou me sentindo a mulher da relação. Como se tivesse sido usado e agora elas estivessem zombando de mim, como se eu fosse nada. E para completar, eu ainda tinha que estar parado no meio do pátio olhando para ela como um retardado.

– Scott? Scott! Cara, você tem que parar de ficar assim, sabia? – Disse Zac. – Isso me assusta.

– Parece que ela não se importou tanto assim com a sua ruiva. – Anthony disse.