Capítulo 27

Castelo de cartas

E assim que entreabriu os lábios para responder, sentiu um clarão em sua direção. Por sorte, o reflexo de Draco foi rápido o suficiente para lançar um protego.

Quando se virou para trás, viu Parvati caminhar a passos duros em sua direção.

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— Você... sua desgraçada... – Gritava para todos ouvirem, estava completamente fora do controle.

Draco se pôs à sua frente, com a intenção de a proteger. Porém, Hermione colocou a mão em seu ombro e aproximou os lábios dos seus ouvidos:

— Está tudo bem. – Sussurrou, colocando-se à frente de Draco, mas com a varinha em mãos.

Um aglomerado de estudantes formava-se ao redor, observando atentos o iminente embate entre as duas.

— Não sei do que está falando, Patil. – Seu tom de voz era firme, não expressou emoções. – Acho que você está completamente desequilibrada. – Completou após analisa-la superficialmente, dando de ombros em seguida.

Lilá Brown tentou se aproximar e conter Parvati, mas ela a empurrou para trás com força, fazendo a loira cair no chão. Em seguida, caminhou em direção à Hermione com fúria em seu olhar.

— Eu odeio você! – Gritou, pronta para realizar outro feitiço.

Hermione foi mais rápida, proferindo um expelliarmus para desarmá-la. Pegou o jornal das mãos do namorado, e o jogou contra Parvati.

— Não fui eu. – Insistiu novamente, com sinceridade. – Parece que você tem uma lista ainda mais imensa de inimigos do que imaginou. – Completou irônica, deleitando-se com o olhar confuso de Patil.

Parvati, por sua vez, após ser desarmada, olhou para os lados e se deu conta do pequeno show que estava armando. As palavras de Hermione a pegaram de surpresa, mas sabia que foi ela... ninguém mais teria coragem, ninguém mais sabia.

— Mentirosa! – Sua voz saiu esganiçada, em uma vã tentativa de controlar o tom de voz. – Foi ela... ela quem inventou todas essas mentiras. – Continuou; olhando para as pessoas ao seu redor, erguendo o jornal que lhe foi jogado. – É tudo mentira...

Patil, por si só, já estava se humilhando o bastante. Por isso, Hermione estava prestes a dar-lhe às costas e “esquecer” daquele pequeno incidente, não comunicaria a tentativa de ataque para a direção. Seus planos agora eram outros.

— Ela não aguentou! Vocês ainda não sabem, mas a princesinha de Hogwarts levou outro par de chifres.

A fala desesperada da indiana chamou sua atenção, e tentando se acalmar, ela voltou a pôr um sorriso falso no rosto e encará-la.

Hermione sabia que os murmurinhos se tornaram maior, assim como a plateia.

— Hermione Granger sempre foi e sempre será a segunda opção, não é, querida? – Parvati completou, satisfeita por ter chamado a atenção de todos novamente. Tentando tirar o foco de sua vida.

— Sua cretina... – Draco estava possesso, mas Hermione apenas o olhou e ergueu a mão, em um pedido mudo para que ele não se aproximasse.

Aos poucos, causando tensão e expectativa em todos os olhares curiosos, Hermione aproximou-se de Parvati. Dois passos de distância as separavam, Patil a fitou com audácia, um pequeno sorriso de deboche no rosto, embora pelas suas expressões desse para ver claramente o desequilíbrio.

— Não pense que eu não sei da sua parcela de culpa, e muito menos que não faria nada contra você. – Disse baixo, os curiosos não precisavam ouvir. – Você está tão ensandecida que não percebe que o que fez foi um crime? Está tão obcecada por mim que não vê que drogar as pessoas é algo imoral?

— Você está...

— Calada. – Cortou-a, e antes que ela pudesse se afastar, segurou no queixo da indiana.

Parvati Patil fingiu não ter ficado intimidada com a presença de Hermione, mantendo o olhar fixo e o sorriso de deboche.

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— Festas são toleradas, mas uso de poções alucinógenas? Definitivamente, não. Eu iria denunciá-la para Minerva, tenho testemunhas, além de ser a preferida da diretora... óbvio que causaria a sua expulsão. – Notou os olhos negros se arregalarem de surpresa. – Não se preocupe, querida. – Tranquilizou-a com um falso ar amigável. – Não farei mais isso, sua crueldade foi desmascarada, e apesar de não concordar com a exposição dos demais envolvidos... bem... não posso negar que será um prazer assistir a sua derrota.

Completou, dando um pequeno tapa consolador no rosto da indiana, antes de se afastar.

— Isso não... sua mentirosa!– Parvati gritou, tentando recuperar a compostura que foi completamente perdida com as palavras e gestos de Hermione.

— O show acabou! – Hermione gritou para todos, desfazendo os grupos de curiosos imediatamente, ignorando completamente a Patil.

Luna estava com a boca aberta, olhando-a com uma expressão de surpresa, assim como Rony que havia chegado cedo o suficiente para presenciar boa parte da discussão.

— O que você fez com a minha doce amiga? – Rony perguntou ainda embasbacado.

— Mione, você... nossa... as meninas vão ficar loucas por terem perdido isso... – Luna completou, deixando um pequeno sorriso transparecer em seguida.

— Não é para tanto. – Deu de ombros, fazendo pouco caso.

Ela a intimidou, sabia disso, e não era algo que realmente gostou de fazer. Porém, era o necessário.

— Por que você não está na sonserina, morena?

Sentiu os braços de Draco ao redor dos seus ombros, visivelmente satisfeito pelo modo como a sua namorada encurralou a outra grifinória desequilibrada. Sempre viu Hermione como uma doce garota, mas já fazia algum tempo em que ela passou a retrucar no mesmo tom. Embora tivesse um bom coração, não se deixava ser pisada pelos demais, não mais.

— Acho que porque vermelho sempre caiu melhor em mim. – Hermione o respondeu com certo resquício de malícia.

— Isso não posso negar. – Concordou, apertando-a um pouco mais contra si por alguns instantes. – Mas... foi você? – Perguntou se referindo à matéria.

— Não. Eu sabia do caso, confesso. Não imaginei que Parvati fosse tão cruel ao ponto de forjar uma gravidez e fazer a mulher do seu amante descobrir da pior maneira... as consequências foram trágicas. – Suspirou com pesar. – Não me importo com Parvati Patil, muito menos com Arnold Robinson, mas... tem mais pessoas envolvidas, dentre elas uma criança inocente. E somente por isso não enviei aquela carta ao Profeta Diário, cheguei a escrevê-la, mas não consegui enviar... incinerei a carta assim que me dei conta das proporções que poderia tomar.

E, apesar disso, ela sentiu-se completamente satisfeita ao ver o castelo de cartas de Parvati começar a desmoronar. Por isso, sua consciência começava a pesar, esqueceu-se da criança envolvida em toda essa podridão, e da pobre mulher que se suicidou.

— Não sei se eu seria tão nobre. – Draco confessou, mas assim que notou o pesar da namorada, completou: – Você fez o certo, Hermione.

Ela somente anuiu, forçando um suave sorriso.

— Mas... se não fui eu, então quem foi? – A resposta óbvia seria Veronica, mas duvidava muito que a rosada fosse expor Parvati.

Draco iria responde-la, mas seus olhos cinzas encontraram a pessoa que menos desejava ver. Hermione acompanhou o olhar, não foi uma surpresa ver que Astória Greengrass os analisava com aparente curiosidade.

Nenhuma palavra precisou ser dita, assim como nenhum gesto. Ao se ver pega em flagrante, Astória baixou o olhar e aparentemente envergonhada se afastou.

— Estamos atrasados... – Hermione comentou, apertando um pouco mais o passo, sendo seguida por Draco que se manteve em silêncio.

A ferida ainda estava aberta, causando lembranças desagradáveis e desconfortos inevitáveis.

(...)

Pegou mais uma colher daquele delicioso e calórico pudim, suspirando em seguida. Ela olhou outra vez para a mesa da sonserina, mas nenhum sinal dele...

Suspirou outra vez, a verdade é que no dia anterior ela literalmente fugiu de Blaise Zabini. Não estava preparada para conversar, depois de... bem, depois de ter se perdido nos lábios do sonserino por toda uma noite. E só em pensar nas suas mãos tocando aquele tanquinho maravilhoso... o moreno era uma perdição! E a estava deixando louca.

Como se seu pensamento o atraísse, viu-o se sentar junto à Nate na mesa da Sonserina, “coincidentemente” ficando de frente a ela. Blaise sorriu com todos aqueles dentes perfeitos, piscando descaradamente para ela.

Descarado. Era isso que ele era.

Gina sabia estar ainda mais vermelha, e por isso fez questão de comer outro pedaço de pudim, e ignorá-lo. Mas foi impossível não voltar a olhar para a mesa da Sonserina, ele estava com os braços para trás, mostrando os bíceps com a camisa branca justa ao braço... Blaise Zabini não passava de um descarado...

Suas memórias a traíram, e se viu novamente naquela festa...

Ela estava encurralada, sabia estar assim que aceitou aquela dança. Era para ser somente uma dança, sem maldade. Ao menos era nisso que tentou se convencer, ao se afastar das amigas e cair nas garras de Blaise Zabini.

A dança não pedia por proximidade, ainda assim ele envolveu sua cintura com suas mãos grandes, deixando os corpos muito mais próximos do que o necessário.

Gina entreabriu os lábios, pronto para chama-lo de “descarado”. Mas ao invés disso, envolveu os braços ao redor do pescoço dele. Deixou que o ritmo da música guiasse o seu corpo, tornando-se também uma “descarada” ao fazer questão de pressionar suavemente o corpo contra o dele em meio à dança.

— Você me deixa louco, ruiva... – Blaise confessou rouco rente ao seu ouvido.

Ela mordeu o próprio lábio, voltando o olhar ao dele com um sorriso malicioso.

— Posso dizer o mesmo de você...

E antes que pudesse raciocinar, os lábios do moreno tomaram os seus. O primeiro beijo dos dois fez suas pernas tremerem, mas aquele... aquele a fez se tremer por inteira. Aquela serpente ardilosa e maliciosa tinha o melhor beijo que já provou, e naquele momento soube que era tarde para tentativas de fuga. O veneno da serpente era viciante.

Foi acordada por um bilhete encantado, olhou para Blaise que a observava com um sorriso divertido. Não precisou abrir para descobrir ser dele.

Ruiva,

Posso apostar mil galeões que está pensando em mim.

Depois das aulas, encontre-me nos jardins.

B. Z.

Iria responde-lo, mas antes que o pudesse fazer, uma Luna esbaforida apareceu.

— Gina, você não vai acreditar... vem, vou te falando enquanto vamos para as aulas... – Falou com pressa, pegando o pudim de Gina e o carregando consigo.

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A ruiva somente anuiu, curiosa com o assunto. Mas enquanto se levantava, voltou o olhar para Blaise Zabini, esboçando um meio sorriso; e, como uma promessa de encontro, ela piscou para ele.

Se Blaise Zabini podia ser um “descarado”, ela também poderia. E pretendia fazer aquilo muito melhor.

(...)

Não conteve as lágrimas. Prometeu que não seria fraca, nunca mais choraria por ele, mas aquilo se tornou muito maior do que um dia pretendeu.

Voltou para Hogwarts sedenta por vingança, e Parvati Patil parecia tão certa que aquilo daria certo, mas claro que era um plano estúpido. Hermione era esperta demais para se deixar enganar.

O difícil não foi o iludir, ele merecia sofrer. E enquanto se passava pela Granger e o conduzia à Torre de Astronomia, continha consigo um sorriso malicioso, e até mesmo cruel. Depois de tudo o que sofreu por culpa do estúpido Malfoy, sua vingança era merecida.

Mas quando se sujeitou a ter os lábios que um dia tanto amou contra os seus outra vez, sentiu-se suja e errada. Porém continuou, ele merecia sofrer, e com isso em mente se entregou sem culpa.

Contudo, quando foram flagrados por Hermione... algo parecido com remorso tomou todo o seu ser. Ele desmaiou, e Astória não esperou Draco acordar e fazer um pequeno teatro, como planejou inicialmente.

Draco merecia aquilo, Hermione não.

A consciência do que fez apenas a tornava ainda mais desprezível do que Malfoy. Afinal, o Draco que a traiu, não parecia ser o mesmo de agora. Vestiu suas roupas imediatamente, e correu em direção ao banheiro para regurgitar.

Não deveria ter dado ouvidos à Parvati Patil, sua sede de vingança feriu sua dignidade. E, além disso, de nada adiantou. Draco Malfoy continuava firme e forte com Hermione Granger. O pior é que realmente faziam um belo casal, a química era visível...

Merda.

Não teve sua vingança, e perdeu parte de quem era naquele processo. Limpou as lágrimas, não iria se deixar abater, seria forte.

Mas apenas Morgana sabe que ela precisava esquecer de toda aquela merda. Por isso, caminhou furtivamente até aquele quarto, e assim que ele abriu a porta, envolveu-o em um beijo quente. Porque, naquele pequeno inferno que era Hogwarts, somente ele a fazia esquecer.

(...)

Combinaram de se encontrar no seu canto quase que privativo dos jardins, mas Thereza foi a primeira a chegar. Suspirou pesadamente, sabia por alto de tudo que aconteceu naquela festa, mas ainda não obteve detalhes.

Sentiu-se culpada por simplesmente ter abandonado a amiga, mas realmente pensou que ela estaria bem com o namorado. E, além disso, foi uma surpresa ele ter estado lá...

Ainda estava magoada com o término do seu caso proibido com o professor, sabia que seria melhor assim. Porém... houve sentimentos, sabia que sim, e era a primeira vez que sentiu algo mais forte por alguém.

Iria esquecer, afogar suas mágoas na bebida era a melhor opção para o momento. Estava prestes a pegar mais um copo, quando uma mão segurou em seu pulso. Por Merlin, conhecia aquele toque.

Um sorriso se formou assim que seus olhos encontraram os dele, a máscara cobria quase todo o seu rosto, mas sempre o reconheceria.

— Você veio... – As palavras óbvias saíram da sua boca como uma adolescente surpresa e apaixonada.

Brendon sorriu para ela, deslizando o polegar pela sua bochecha.

— Eu não sei que feitiço lançou em mim, bruxinha. – Ele sussurrou com aquela voz rouca que a fazia tremer. – Mas acho melhor sairmos daqui, antes que alguém me reconheça...

Ela sorriu. Ele se arriscou indo até a festa por ela, e somente aquilo já valia o suficiente. Não precisavam ficar, não queria ficar, estar com ele bastava.

Thereza soltou um suspiro, estava cada vez mais preocupada com o fim que seu romance proibido teria. A princípio, era somente atração, imaginou que alguns beijos quentes seria o suficiente. Contudo, estava se entregando muito mais do que pretendia, só esperava verdadeiramente que fosse recíproco e não terminasse em um terrível escândalo.

Seus pensamentos conflitantes foram interrompidos com a chegada das demais.

— Bem, meninas... acho que vocês estão curiosas para saber exatamente o que aconteceu. – Hermione iniciou visivelmente cansada.

Não queria falar daquilo, mas ao mesmo tempo sentiu a necessidade de compartilhar com as amigas. Quando terminou, Gina e Thereza queriam quebrar alguns rostos, como o da Greengrass e da Patil, mas se contiveram a pedido de Hermione.

A conversa continuou, e após muita indignação, trocaram de assunto ao ver o evidente desconforto de Hermione. Gina confessou sobre Zabini, o que arrancou gritos histéricos e alguns risos.

— Hermione, posso falar com você? – A voz de Veronica se fez ser ouvida, Hermione sorriu para a amiga e anuiu.

Despediu-se das demais, e acompanhou Veronica em um passeio ao redor de um dos lagos.

— Foi você? – Ela perguntou ao verificar que não estavam sendo ouvidas.

— Não, eu realmente cogitei, mas não fui eu... – Hermione confessou, suspirando em seguida. – Quem você acha que pode ter sido?

— Eu não sei, somente eu sabia, e só contei para você. – Veronica mordiscou o lábio inferior, tentando lembrar de mais alguém. – Nem mesmo Lilá e Elisa sabem, não faço de ideia de como a informação vazou.

— Padma falou alguma coisa? – Perguntou com uma certa curiosidade.

— Não, ficamos juntas por quase toda a festa, mas depois ela simplesmente sumiu... – Veronica falou com frustração. – Acho que tentou impedir Parvati de mais uma das suas loucuras. Ela fez algo contra você, não é?

Hermione anuiu, confessando superficialmente o que Parvati armou.

— Típico de Parvati Patil usar outras pessoas ao seu favor. – Veronica apertou suavemente o ombro de Hermione. – Prometa que vai tomar cuidado, sim?

Hermione franziu as sobrancelhas, confusa com a pergunta final.

— Parvati é altamente desequilibrada, nunca se sabe do que uma pessoa assim é capaz de fazer...

Veronica estava certa, deveria tomar cuidado com Parvati, principalmente porque era somente questão de tempo para Harry terminar definitivamente seu relacionamento tóxico, e só Merlin sabe o que ela será capaz de fazer. Mas seu lado cruel adoraria vê-la sofrer um pouco mais.

(...)

Um covarde. Era isso que Harry Potter era. Onde estava a sua coragem grifinória? Em que buraco a escondeu? Fugiu de Parvati, não queria ver a morena capciosa.

Sabia que não poderia continuar com ela. Não depois do que Parvati fez com Hermione, além disso, sua conversa com a Parkinson o fez enxergar melhor os próprios sentimentos. Mas ainda não sabia como lidar com Parvati, sempre que mencionava o término era um drama interminável, ela sabia exatamente como manipulá-lo.

Contudo, daquele dia não passaria. Iria pôr fim no seu relacionamento com Parvati, e depois conversaria com Hermione. Estava disposto a fazer o possível para reatar a amizade que um dia tiveram, só esperava que ela o aceitasse.

Enquanto caminhava pelo Salão Comunal da Grifinória, não entendeu os cochichos e olhares, e por que estavam todos com o Profeta Diário em mãos? Irritado com todo aquele suspense, aproximou-se de um calouro e pegou o jornal sem permissão.

O escândalo escondido dos Patil: Falsa gravidez e suicídio.

Potter leu mais de uma vez a matéria. Não acreditou na primeira vez, deveria ser mentira..., mas, não se surpreenderia se fosse verdade. Parvati sempre foi manipuladora e dissimulada, e depois do que planejou contra Hermione...

Ele não saiu do seu quarto, sabia que Parvati iria até o seu encontro após surtar algumas vezes. E, como previu, algumas horas depois ela apareceu aos prantos.

— Harry... é tudo mentira, não acredite nisso...

Mal teve tempo de se virar para a encarar, Parvati correu em direção a ele. Sentiu os braços femininos o envolver, enquanto ela escondia a face em seu peito com as lágrimas a encharcar sua camisa de quadribol.

Ele esperou por alguns instantes, mas não a abraçou de volta. Quando Parvati ergueu o olhar, pôde ver o frio cortante nos olhos verdes.

— Harry, é tudo mentira...

— Você tem certeza? – Harry a interrompeu. – É realmente tudo mentira? Você não seria capaz de fazer algo assim? Não seria capaz de tudo por quem diz estar apaixonada?

Parvati voltou o olhar ultrajada para ele, cambaleando um passo para trás.

— Você me conhece, Harry... eu sou uma boa pessoa, sempre estive ao seu lado... – Defendeu-se imediatamente.

— Sim, eu a conheço. E por isso, acho que tem grande chance disso ser verdade. – Não havia raiva nas palavras de Harry, apenas decepção. Decepção com Parvati e consigo mesmo.

— Escute, Harry... – Ela voltou a se aproximar, segurando o rosto do namorado entre as suas mãos. – Ainda somos você e eu, eu sou sua e você é meu...

Harry segurou em suas mãos e se desvencilhou do seu toque, suspirando em seguida.

— Não, Parvati. Não somos mais você e eu, há muito tempo deixou de haver um nós. – Ela iria rebatê-lo, e por isso Harry foi mais rápido. – Eu não amo mais você. E, sinceramente, acha que não sei o que fez com Hermione antes de ontem?

— Você está me acusando do que não sabe... – Advertiu, tentando se aproximar, mas novamente sendo repelida por ele.

— Chega de mentiras! – Não gritou, mas falou firme o suficiente para deixa-la em silêncio.

— Nosso relacionamento não é saudável, e eu não a amo. – Afirmou novamente que não a amava, mas se arrependeu assim que viu a expressão triste de Parvati. Porém, era necessário.

— Mas eu amo o suficiente por nós dois... – Sua voz estava muito mais fraca que antes.

— Não, isso não é amor, Parvati. Nós terminamos, não haverá mais um “nós”, nunca mais. – Não pretendia ser grosso em suas palavras, mas ela precisava entender. – Eu preciso ficar sozinho...

Suspirou fundo e deu as costas para a agora ex-namorada.

— Você vai se arrepender por isso, Potter.

Escutou a voz raivosa e trêmula de Parvati atrás de si, não se virou para encará-la.

— A única coisa que me arrependo é de ter perdido a Hermione por sua causa. – Não mediu as suas palavras, nem ao menos falou com raiva, era somente um fato.

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Escutou algo ser quebrado assim que saiu do próprio quarto. Estava feito, e enquanto caminhava para fora do Salão Comunal, sentiu como se um peso estivesse sendo tirado de suas costas, não notou o quão sufocante esse relacionamento era.

(...)

Duas semanas depois

Não era mais a Rainha de Hogwarts, não tinha mais o namorado mais cobiçado da sua geração, tampouco admiradores.

Ainda ouvia sussurros sobre si, suas tentativas de difamar o romance de Hermione e Draco foi em vão, ninguém se importou com uma suposta traição.

Seus pais estavam uma fera, era a vergonha da sua família, mas sabia que eles a pintariam como uma adolescente indefesa, e levariam Arnold para a justiça. Robinson era passado, mas na época ela realmente pensou estar apaixonada, não se importou com a diferença de idade, nem com o fato dele ser casado... e, bem, por isso fez o que fez. Pensou estar apaixonada.

Mas soube estar enganada assim que seus olhos analisaram com mais atenção o garoto de ouro – Harry Potter. Ele era perfeito para ela, e por isso decidiu que o teria. E quando o teve, soube o que realmente era estar apaixonada. Nada mais importava, apenas ela e Harry.

Ela o perdeu, e a culpa era de Hermione. E, por isso, surtou.

Depois de alguns surtos e intervenções de sua irmã gêmea, recuperou a racionalidade, e voltou a manter o queixo erguido. Sabia que seria questão de tempo até Lilá e Elisa se afastarem, e por isso as convidou para um café.

Tratou-as bem e prometeu que recuperaria sua popularidade, era só questão de tempo. Elas falaram um punhado de mentiras para a bajular, as quais Parvati fingiu acreditar. Lilá manteve sua promessa em continuar a ser seus “olhos e ouvidos” por Hogwarts, mas para o desagrado de Parvati, eram somente informações inúteis.

Exceto por uma. Uma em particular poderia ser usada ao seu favor um dia. Só não pensou que esse dia chegaria tão cedo.

Foi ao banheiro para retocar o seu batom, e ficou surpresa ao ver uma garota agachada sobre a privada. Ao notar quem era, trancou a porta com um feitiço, e se aproximou da loira.

— Astória, você está bem? – Parvati se aproximou, e ficou surpresa ao ver um líquido azul em cima da mochila da garota.

A indiana tentou se aproximar e segurar os cabelos da loira, mas foi repelida com um tapa.

— Sai daqui. – Vociferou, antes de vomitar outra vez.

Aquele líquido azul, ela estendeu a mão para pegá-lo rapidamente, reconhecia aquela poção.

— É uma poção para teste de gravidez. – Disse com maldade, já havia usado uma daquela, bastava uma gota de sangue, e a julgar pela cor...

— Me devolve isso... – Astória tentou se erguer e pegar a poção de Parvati, que caminhou alguns passos para trás, fazendo a loira cair de joelhos sobre o chão.

— Astória, querida. A cor azul indica gravidez, sabe disso, não é? – Fez a pergunta retórica, divertindo-se com aquilo.

— Eu sei! – Astória tentou se recompor, levantando-se e limpando a boca no braço. – Somente me deixa em paz, você já destruiu a minha vida o suficiente...

— Eu destruí a sua vida? Apenas te dei uma oportunidade de se vingar, e o que você fez? Estragou tudo. – Parvati retorquiu com falso ultraje, Astória não passava de uma vadia ingrata.

Astória suspirou fundo, o seu maior segredo foi exposto para a pior pessoa possível. Precisava agir com calma, e insultá-la não era a melhor ideia.

Ligou a torneira e limpou o rosto, voltando a fitar Parvati através do espelho.

— O que você quer para ficar quieta? – Indagou como a boa sonserina que era.

— Tem chances de ser do Malfoy? – Retorquiu com malícia.

Astória somente negou com a cabeça.

— Agora tem, você vai dizer que o filho é dele.

— Não. – Astória negou com firmeza, voltando-se a ficar de frente para a indiana. – Definitivamente, não. Peça dinheiro, joias, viagens, qualquer coisa... menos isso. – Manteve-se resoluta.

Parvati revirou os olhos com aquilo, pensou que a sonserina fosse mais perecida consigo.

— Eu sei quem é o pai, Astória.

Notou-a retesar o corpo, e para provar que sabia, aproximou a boca do ouvido da sonserina e sussurrou o nome tão temido.

— É melhor para todos que o pai seja do Malfoy, não concorda? – Parvati disse com falsa cordialidade.

Astória engoliu em seco, anuindo em seguida. Estava perdida, e o pior... nas mãos de Parvati Patil.

Parvati voltou a sorrir, o primeiro sorriso sincero desde que sua vida virou de cabeça para baixo. Tudo o que aconteceu foi por culpa de Hermione Granger, ela quem roubou o seu posto, fez o seu namorado a abandonar, e revelou seu maior segredo. E se ela seria puxada para o fim do poço, levaria Hermione Granger junto.