A Vida de uma adolescente comum

Capitulo XXXII – Liz, decida-se


“Eu sou o tipo de pessoa muito realista. Apego-me a muitas pessoas. Mas, todos sabem que muitos chegam só para deixar “registrado” e logo, vão embora como se aquilo não fosse significativo para você. Muitas vezes isso acontece. Quando vejo que uma pessoa, ou alguma coisa, me chateia e me deixa mal. Eu acabo com aquilo. Um namoro por exemplo. Do mesmo jeito que me apego, me desapego super facilmente.”

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– Estou falando com você! Não me viu?

–Chris! – fiquei pasma com o que estava na minha frente. Ele estava de bermuda, tipo surfista, óculos e com uma blusa larga.

– Olá Liz. Não esperava vê-la tão cedo. Achei que talvez, fosse, viajar ou algo assim.

–Eu... Eu ia, mas, fugiu dos meus planos.

– Sei...

– E quanto a você?

– Eu estou indo atrás de algum trabalho. E minha família está muito movimentada, várias festas e eventos.

–Entendo. Bom, eu tenho que ir.

– Tchau, Liz.

Ele saiu olhando para trás e isso eu sei, porque também fiquei olhando. Mas, não é nada pessoal. Eu só, não esperava vê-lo. Eu já não esperava ir andar.

– Liz? – mamãe me chamou, quando abri a porta.

– Fala.

– Seu pai ligou, por que não marca de ir pra casa dele.

– Mãe não dá. Estamos nas férias. Tenho que ficar aqui.

– Liz, vá, por favor.

–Fazer o que, você sempre me dispensa de casa, da nossa própria casa.

Comecei a arrumar minhas coisas, ficar preparada para um final de semana lá não era fácil. Eu nem se quer tinha noticias de Carlos. Ele não me ligava, não dizia nada. A última vez que nos vimos foi na festa de seus irmãos e amigos de faculdade.

~FLASHBACK ON~

Às nove da manhã recebemos um telefonema de Carlos.

– Liz, vamos a uma festa hoje, mais tarde?

–Onde?

– Com meus irmãos, estarão lá também. Uma festa de ex- formandos.

– Pode ser. Que horas?

– Daqui uma hora, irei te buscar. Esteja pronta! Te amo!

– Te amo, Ca.

Carlos era muito pontal. Chegou bem na hora. Às duas horas da tarde, chegamos à festa. Olhei ao meu redor e tinha muitas pessoas com copos e comidas na mão. Assim, que entramos um monte de gente veio ao nosso redor cumprimentar Carlos. Aquela festa era muito sensacional. Como uma das quais eu nunca fui antes. Eu fiquei sentada na mesa enquanto, Carlos foi falar com uns amigos da faculdade dos irmãos. Fiquei sentada por horas, Carlos não foi sentar comigo ou me perguntar se eu queria companhia. Virei-me para a porta pensando se seria melhor eu ir embora ou ficar ali, esperando-o. Sai pela porta de vidro, transparente. Acho que Carlos nem devia ter notado minha presença.

– Meninas, que tal irem a minha casa? – falei enquanto estávamos destravando os cadeados da bicicleta. Todas concordaram e fomos para minha casa.

– Em, você conseguiu fechar todas?

– Claro né, senão, não estaria aqui hoje. – todas nós rimos.

Próximo final de semana seria o aniversário de Leslie. Assim, que esta saiu de minha casa eu e Emilly começamos a planejar uma festa surpresa pra nossa amiga.

– Ah, só eu que não ganho festas surpresas.

– Emilly, pare de reclamar e vai logo. Você faz a lista e eu faço o planejamento da festa.

– Liz, já pensou onde vai ser?

–Ué, no meu quintal.

– Sua mãe vai deixar?

– Claro que sim, é a minha mãe Emilly.

Depois de umas duas horas, planejando tudo, cada detalhe. Fomos mostrar toda nossa idéia pra minha mãe que adorou, por sinal. Quando fomos reparar, era dez da noite.

– Liz, posso dormir aqui?

–Claro.

–Liz, desculpa perguntar, mas, e você e Carlos?

– fiquei olhando pro nada pensando. Talvez eu ainda gostava dele, talvez eu tivesse me enganado e não gostasse. Pode ser que resolvi gostar dele só pra esquecer Chris. Mas, muita coisa ainda estava para acontecer e eu acho que minha vida realmente iria mudar ano que vem. Recebi um e-mail às 4 horas da madrugada. A sorte era que eu e Emilly ainda estávamos acordadas; Fui para meu computador pra olhar. Era sobre Carlos, mas, não foi ele quem me mandou, foi sua mãe

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“Querida, Liz.

Vim aqui lhe escrever, Carlos está passando por um estágio de sua vida muito complicado. Parece que está tudo desmoronando na vida dele, ele não se abre com ninguém e nem fala com ninguém. O fato de ele não ter te ligado foi porque há dois dias ele sofreu um acidente voltando de tal festa e não foi à escola por esse fato. Espero que entenda. Ele está com as costas e a perna quebrada, perdendo assim o movimento de tudo. Como mãe, peço que vá vê-lo para que meu filho volte ao seu estado normal. Estamos no hospital ‘Cleveland Clinic’.

“Atenciosamente, Margo.”

Ao ler, deitei na minha cama e fiquei pensando em tudo que havia passado diante de meus olhos. Depois, me senti culpada por todos meus pensamentos do “sumiço” dele.

–Em, eu tenho que ir vê-lo.

– Liz é exatamente quatro da madrugada.

– Emilly, não importa. Você veio de carro?

– Sim, minha mãe me emprestou.

– Vamos me leve. Por favor!

– Ta bom.

Pegamos o carro na minha garagem e fomos. Tentei ligar para todos os números que tinha da família do Ca. Mas, infelizmente, ninguém atendia. A mensagem tinha sido enviada as três horas da madrugada. Eu fiquei tão triste por tudo, nem sabia o que falar quando chegasse perto de Carlos. Em menos de uma hora chegamos ao hospital que ficava bem afastado de casa, por sinal,

– Em, vamos?

– Tem certeza Liz?

– Olhei pra ela com uma cara. – Bom, se também não tiver você irá entrar mesmo assim. Eu que dirigi até o fim do mundo.

– Vamos logo, chata.

Quando cheguei ao hospital havia a Ala de espera “familiar”, perto tinha um balcão com uma recepcionista.

– Olá, gostaria de ver o paciente Carlos Maxwell.

– Você é parente ou algo assim?

– Não, eu sou namorada.

– Bom, terei que ver se poderá entrar.

– Oh, eu não tenho tempo para isso. – puxei Emilly e comecei a correr, tinha visto no computador da recepcionista que era no 3º andar; Peguei as escadas e fui subindo muito cansada. Quando cheguei ao terceiro andar, havia muitos quartos e quase todos com a porta fechada. Parei um enfermeiro que tinha acabado de sair de algum quarto, andando naquele mesmo andar.

– Sabe onde está localizado o quarto do paciente Carlos Maxwell.

– O primeiro á direita.

Entrei no quarto, e, vi Margo, mãe de Carlos deitada desconfortavelmente no sofá que se encontrava perto da cama de Carlos. Carlos! Ele estava deitado, cobertor e olhando pro lado contrário da onde eu estava, dormindo, provavelmente. Lágrimas secavam do seu rosto e um livro se encontrava do seu lado, um dos quais eu lhe emprestei “Coração de Tinta”; Olhei o livro e o marcador estava no final do livro, sim, ele havia acabado.

– Margo? – balancei levemente a mãe de Carlos, levei-a para fora do quarto, saber o que se passava com o Carlos.

– Minha querida; - ela me deu um abraço. Mas, não foi um abraço qualquer, foi um daqueles que você sente a pessoa pedindo ajuda, se sentindo nada bem. – Ele quebrou tudo, como te disse. O médico vai dar mais quatro dias, mas, acha que não há possibilidades de ele...

– Voltar a andar? – eu falei com a cabeça cabisbaixa enquanto, Margo derrubava lágrimas.

– Ah, eu não sei o que fazer. Os irmãos estão namorando e sai direto, o pai está com uma raiva possessiva de Carlos, não se sabe por que.

– Eu, ficarei ao lado dele. – ela me abraçou, novamente. Chorando. Pedi para que me deixasse falar com Carlos. Entrei no quarto e fiquei sentada, esperando ver se ele acordava.

– Carlos?

– Liz, é você mesmo? – ele tocou no meu rosto e depois de alguns minutos, desmaiou.