A Verdade Sobre Lin.

Capítulo 7 - A Viajem a Omashu


Já fazia quase um ano que Sokka havia se mudado para a casa de Toph. Era de madrugada e ele dormia pacificamente ao lado de Toph, quando ouviu um grito vindo do quarto de Lin. Sokka se levantou rapidamente e correu até lá. Chegando lá, ele encontrou Lin sentada na cama. Ela agarrava tão forte o estrado da cama que suas mãos estavam brancas. Gotas de suor escorriam de sua testa e seus cabelos estavam altos e bagunçados. Ela respirava ofegante e em seus olhos havia uma expressão de terror.
- Lin – disse Sokka, adentrando o quarto devagar. – Você está bem?
Quando Lin ouviu a voz de Sokka, ela relaxou os ombros. Finalmente percebendo que nada daquilo fora real. Ela assentiu em resposta para Sokka. Ele caminhou mais para perto e sentou-se na borda da cama de Lin.
- Você teve um sonho ruim? – Ele perguntou.
Lin assentiu em resposta, e depois acrescentou – Foi horrível, eu sonhei que um dominador de sangue tinha matado você e a minha mãe... e... e todo mundo que eu amo, e eu fiquei sozinha... Foi terrível! – disse Lin, agora ela tinha algumas lágrimas nos olhos. Ela então abraçou Sokka, que a envolveu carinhosamente em seus braços. Depois de um tempo Lin levantou o rosto para Sokka e disse.
- Me desculpe – ela disse, e soltou Sokka.
- Por o que? – Não há vergonha nenhuma em sentir medo.
Lin assentiu. – Então obrigada.
Sokka cobriu a menina na cama e deu um beijo no topo da cabeça dela.
- Boa noite Linnie. – ele disse.
- Boa noite tio Sokka. – ela disse, e então Sokka fechou a porta atrás de si.
Chegando no quarto, Sokka se deparou com Toph ainda deitada, mas com seus olhos brancos abertos.
- Pensei que você estivesse dormindo – disse Sokka, entrando debaixo das cobertas ao lado de Toph.
- Ta brincando? Eu acordo com qualquer ruído que a Lin faça, mas como você foi lá com tanta rapidez que eu não vi necessidade para eu levantar da cama. Eu acho muito doce, o jeito que você trata a Lin. – ela disse sorrindo.
- Ela é minha filha – Sokka sussurrou no ouvido de Toph – de que outro jeito você acha que eu trataria ela?
Sokka sorriu para Toph e beijou o alto de sua cabeça, antes de cair no sono quase instantaneamente.

Era uma manha de sábado e todos eles estavam no jardim. Toph ensinava Lin alguns truques com dominação de metal enquanto Sokka afiava sua espada.
- Não Lin – dizia Toph, para a garota vendada em cima de uma plataforma de metal. – você tem que sentir o metal. Não é o metal dentro da terra, o metal é a terra.
- To tentando, to tentando...! – dizia Lin, gotas de suor escorriam de sua testa.
- Pés pequenos está aqui – disse Toph do nada, e então, cerca de trinta segundos depois Aang apareceu no jardim.
- Olá a todos – ele disse sorrindo.
Lin desamarrou a venda, Sokka soltou a espada e todos eles foram se sentar a mesinha do jardim.
- Então – disse Toph – Ao que devemos a visita do Avatar?
- Bom, eu, Katara e as crianças recebemos um convite do rei Bumi para irmos até Omashu... Vocês não querem ir conosco?
- Omashu! Há muito tempo não vamos lá – disse Sokka.
- Eu nunca estive lá – acrescentou Toph.
- Então está decidido – disse Aang. – Partimos amanha cedo!

O sol começava a aparecer no horizonte, deixando tudo dourado, e todos já estavam no templo. Em Appa, iriam os velhos amigos. Aang, Sokka, Toph e Katara. E em Oggie, o novo bisão de Tenzin, iriam Kya, Bumi, Lin e o próprio Tenzin.
- Amei suas novas tatuagens – disse Lin a Tenzin quando ela subiu em Oggie.
Tenzin corou.
Appa decolou primeiro, e Oggie lançou-se no ar logo atrás dele. Tenzin estava ansioso, era sua primeira viajem longa em seu bisão. Tenzin ficou sentado na cabeça de Oggie, segurando as rédeas, e todos os outros estava atrás. Lin estava deitada na cela, Bumi olhava para fora e Kya estava entretida brincando de dominar as gotas de água das nuvens.
Aang havia decidido que os bisões aguentariam voar a noite toda, e que pela manha eles chegariam a Omashu, então eles fizeram somente algumas paradas para comer e se aliviar. Já era tarde da noite, e Tenzin ainda segurava as rédeas de Oggie, mas seu olhos estavam se fechando contra sua vontade. Ele lutava para se manter acordado.
- Ei maninho - disse Kya, colocando as mãos nas costas de Tenzin – vá descansar um pouco, eu assumo daqui.
- Não – ele disse esfregando o rosto. - Eu consigo.
- Tenzin, você precisa descansar – insistiu Kya. – Nem o papai fica o tempo todo em Appa, olhe – ela disse apontando para o outro bisão. – É o tio Sokka quem está no comando agora.
Tenzin assentiu, finalmente concordando em ceder seu lugar para sua irmã. Ele engatinhou até a cela e deitou-se no colo de Lin, que ficou corada quando perceber que Kya sorria para ela. Lin então acariciou a cabeça careca de Tenzin com a ponta dos dedos. Ele adormeceu segundos depois de ter se deitado, e Lin não demorou muito para acompanha-lo.

- Acordem pombinhos – disse Bumi. – Estamos chegando!
Tenzin abriu os olhos, e percebeu que estava deitado de conchinha com Lin, e que seu rosto estava enterrado nos cabelos negros da garota. Ele apreciou o momento até Lin percebeu o que havia acontecido e se esquivar rapidamente, com o rosto corado.
- Finalmente – exclamou Bumi. – chegamos. Ali está, a grande cidade de Omashu.
Kya guiou Oggie para o mesmo lugar onde Appa havia pousado. Em um enorme pátio bem no topo da cidade. No palácio do rei Bumi.
Não muito depois de terem descido dos bisões, um velho de cerca de 180 anos apareceu. Ele usava roupas extravagantes amarelas, tinha um olho maior que o outro e sorria com todos os dentes que ele ainda tinha.
- Aang! – disse o velho rei Bumi. – Você não mudou nadinha! – então ele abraçou Tenzin.
- Na verdade Bumi, eu sou o Aang – ele disse. – Esse ai é meu filho Tenzin.
- Oh – disse o rei Bumi – Então você mudou! Olhe só, você tem uma barba!
- Contra minha vontade – comentou Katara.
- Bumi, quero que você conheça uma pessoa. – disse Aang, colocando as mãos nas costas de seu filho do meio. – Rei Bumi, quero que você conheça meu filho, Bumi.
- Oooh, você tem um nome lindo! – disse o velho, e então ele deu uma gargalhada horrível, que não se sabia se ele estava engasgando ou rindo.
- Flopsy! – gritou Aang, e um animal enorme com rosto de cachorro, orelhas de coelho e tamanho de um urso pulou em cima de Aang, lambendo seu rosto.

Na manha seguinte, bem cedo, Aang e as crianças estavam no topo da cidade, observando o sistema de entrega da cidade.
- Venha Tenzin, é divertido – disse Aang de dentro do carrinho onde ele e as crianças se apertavam.
- Eu não sei... – disse Tenzin. – Me parece um pouco perigoso...
- Ah, pare de ser bunda mole – disse Lin, e empurrou Tenzin para dentro do carrinho, então ela mesma saltou atrás dele antes do carrinho começar a descer.
Todos no carrinho gritavam de emoção, e Tenzin gritava de medo. Aang usou dominação de ar para deixar o passeio mais rápido, e Lin usou dominação de terra para criar novas rampas e tornar mais emocionante.O carrinho finalmente parou, e o Avatar de quarenta anos e seus filhos e afilhados de vinte, dezessete e quinze anos desceram rindo, menos Tenzin, que tinha um expressão de terror no rosto.
- Muito bonito em? – disse Toph. Ela estava parada do lado de Sokka, seus braços estavam cruzados e ela batia o pé. Seu rosto estava um uma expressão brava.
- Toph?! Sokka?! – disse Aang.
- Muito bonito sair para andar disso e não nos levar! – disse Toph, agora sorrindo. – Vamos, suba esse treco, você me prometeu que andaríamos nisso!
- Todos outra vez? – perguntou Aang.
- Eu acho que essa eu passo pai. – disse Tenzin saindo do carrinho.
- Eu estou com Tenzin. – disse Lin. – Isso me deixou um pouco enjoada...
Depois que todos voltaram para mais uma volta, Lin e Tenzin se entreolharam, deram as mãos e correram para os limites da cidade.

Lin e Tenzin estavam caminhando de mãos dadas, quando se depararam com uma enorme entrada do que parecia ser uma caverna.
- Tenzin, olhe – disse Lin, apontando para as inscrições na parede. – Aqui diz que só os que acreditam no amor podem passar pelas cavernas...
- Bom, eu acredito – disse Tenzin, olhando fundo nos olhos de Lin. – Vamos tentar.
Lin assentiu, juntos eles entraram na caverna.

Após alguns minutos de caminhada em linha reta, a luz sumiu. Quando Tenzin olhou para trás, ele não conseguia enxergar a saída que estava lá alguns segundos antes.
- Tenzin? – perguntou Lin amedrontada. – O que está havendo?
- Eu não sei. – disse ele – mas fique perto de mim.
Então Tenzin passou o braço pelos ombros de Lin, e esta se agarrou nele. Eles andaram durante algum tempo as cegas, até Lin parar e dizer.
- Eu tenho uma ideia! – então ela tirou os sapatos e fechou os olhos, e disse baixinho para si mesma – Tomara que dê certo.
Então Linnie Bei Fong bateu um de seus pés descalços no chão. E ela pode sentir tudo. Ela pode ver do mesmo jeito que sua mãe.
- Venha Tenzin – ela disse puxando o garoto pela mão. – Tem uma construção logo ali.
Lin abriu caminho por entre algumas passagens, e logo eles estavam dentro de uma tumba. De inicio tudo estava escuro, mas então, a tumba se ascendeu com cristais azuis, deixando tudo iluminado.
- Uau – disse Lin – Isso é incrível. – então ela olhou para a parede. – O amor brilha mais no escuro – ela leu.
- Lin, venha ver isso – disse Tenzin – aqui diz que eles se conheceram no topo das montanhas que dividiam suas aldeias, e que aldeias eram inimigas e eles não podiam ficar juntos. Mas o amor deles era forte e eles acharam um jeito. Os dois amantes aprenderam a dominar a terra com as toupeiras-texugo, e viraram os primeiros dominadores de terra. Eles abriram tuneis elaborados para se encontrar em segredo, quem tentasse segui-los ficaria preso para sempre no labirinto. Mas um dia o homem não apareceu, ele morreu na guerra entre as duas aldeias. Arrasada a mulher deu uma amostra terrível da sua dominação de terra. Ela poderia ter destruído todo mundo, mas ao invés disso ela declarou o fim da guerra. As duas aldeias a ajudaram a construir uma nova cidade, onde viveriam juntas em paz. O nome da mulher era Oma, e o nome do homem era Shu. A grande cidade recebeu o nome de Omashu como um monumento ao amor deles.
- Uau – exclamou Lin, sem palavras.
Tenzin olhou para ela, ele tinha um leve sorriso no rosto. Ele chegou mais perto dela e a beijou. Lin instantaneamente corespondeu o beijo. Mas depois de alguns segundo eles foram interrompidos por um barulho de pedras caindo, quando eles olharam, uma enorme toupeira-texugo estava parada em frente a eles.
- Demais! – exclamou Lin, e correu até o imenso animal.

- Oh céus, onde eles podem estar? – disse Katara angustiada.
- O traseiro de Lin vai virar cascalho quando eu puder senti-la – disse Toph furiosa.
Eles estavam na entrada da cidade, Aang havia ido sobrevoar a área para tentar acha-los.
- Relaxa mãe – eles são grandinhos, eles podem se virar – disse Bumi.
- Eu sei, eu sei, é que Tenzin nunca ficou tanto tempo fora sem ao menos avisar pra onde estava indo! – disse Katara – eu estaria menos preocupada se fosse você ou a sua irmã, vocês fazem isso o tempo todo.
- Obrigada mãe – disse Kya.
Toph sorriu.
- Ai vem eles – disse ela. Então Tenzin apareceu caminhando, Katara correu até ele e o abraçou.
- Mãe.. Mãe – ele disse tentando se livrar do abraço dela – eu estou bem!
Aang aterrissou perto deles.
- Onde você estava? – perguntou ele.
- Bem, eu estava em uma espécie de labirinto, com a Lin...
Katara olhou sorrindo para Aang.
- Tal pai, tal filho – ela disse.
- Espere, e onde está Lin? – perguntou Sokka.
- Ai vem ela – disse Toph, ela tinha um enorme sorriso no rosto.
Um buraco abriu bem na frente deles, e dele saiu uma toupeira-texugo gigante e em cima dela estava Lin, toda cheia de terra, e sorrindo como uma criança.
- Agora vocês veem porque eu vim a pé? – disse Tenzin.
- Mãe, mãe – disse Lin saltando do animal. – Posso ficar com ela? Por favoooor?
- Ma é claro que... – começou Sokka, mas Toph o interrompeu e disse exatamente o contrario do que Sokka diria.
- Sim! – disse Toph. Ela foi até a toupeira e acariciou seu focinho.
- Olá amiguinha cega – ela disse. – Como você quer chama-la?
- Eu tenho um nome – disse Sokka. – Bandida. A bandida Cega.
Então todos caíram na gargalhada.

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