A Verdade
Capítulo 5
Estávamos em clima de despedida no colégio. As provas finais já estavam terminando e o baile seria na semana seguinte. Eu não estava mais com animação para ir, mas minha mãe e Allan me convenceram. À tarde, as meninas e eu fomos fazer a última prova de nossos vestidos e depois fomos comer algo no shopping. Naomi e eu estávamos andando tranquilamente quando ela viu Mac de mãos dadas com uma mulher.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Aquele não é o seu pai? – perguntou.
– É sim.
– Quem é a moça?
– Não sei... Sei sim! É a detetive Bonasera. Eles trabalham juntos.
– Ela é bonita...
– Vou lá falar com ele. Espere aqui.
– Tá, eu vou estar sentada.
Fui de encontro com eles, que estavam em uma loja de joias.
– Mac?
– Oi Anne! – percebi que ele estava surpreso em me ver.
– Oi detetive Bonasera. – disse cumprimentando-a.
– Pode me chamar de Stella.
– Como quiser.
– Anne, Stella é minha namorada.
– Que bom! Eu gostei dela na primeira vez que eu a vi então sem problemas! Agora eu vou deixá-los namorando um pouquinho.
– Tudo bem. Ah, fico feliz que tenha conseguido entrar para a Universidade. – disse Mac.
– Como soube?
– Eu sei de tudo. – disse dando risada.
– Ahá. Quem te contou?
– Seu namorado. Eu o encontrei estes dias atrás.
– Ele é muito linguarudo, isso sim.
– Não o culpe.
– Vou tentar. Até mais! Se vocês quiserem ir à minha formatura, ela será sexta feira que vem, na escola.
– Nós estaremos lá, não é Mac?
– Claro, Stella.
– Vou esperá-los. Tchau.
– Tchau querida.
Deixei os dois lá na loja e fui me encontrar com Naomi para irmos embora. O pai dela me deixou em casa. Mal abri a porta e Allan apareceu do nada atrás de mim.
– Oi querida!
– Que susto!
– Eu sinto muito. Nós precisamos conversar.
Meu coração disparou. Mil coisas passaram pela minha mente. O que ele queria conversar? Será que ele queria terminar comigo? Nós entramos e ele fechou a porta.
– O que você quer? – perguntei aflita.
– Calma, não é nada disso que você está pensando. Eu só queria... Eu não sei como te dizer isso.
– Allan, para de enrolar, por favor.
– Você é muito especial para mim, sabia? Você sempre me apoiou, em todas as minhas decisões. Quando eu decidi que iria fazer letras, você foi a única que não zombou de mim. Sempre esteve do meu lado, em todos os momentos.
– Você está me agradecendo por isso?
– Também. Eu se que nós estamos namorando há apenas seis meses, mas eu sinto que esta é a hora certa de fazer isto. Você é a mulher da minha vida, Annelies.
– Eu te amo, Allan. – disse emocionada com suas palavras.
– E eu tenho um pedido para te fazer. – disse tirando uma caixinha preta do bolso e abrindo-a. – você quer se casar comigo, Anne?
Eu fiquei em choque.
– Como? Allan, você usou drogas? Bebeu?
– Eu estou muito sóbrio, Anne.
– Eu nem sei o que dizer.
– Diga sim ou não.
– Eu preciso pensar, Allan. Nós somos tão jovens e estamos começando a vida agora...
– Nós não precisamos nos casar agora.
– Então porque você está me pedindo em casamento?
– Por que eu não quero mais nenhuma garota. Só você. E então?
– Eu não sei, você me pegou de surpresa.
– Você não quer se casar comigo?
– Não é isso. É que... Já pensou o que os nossos pais vão dizer? Eles vão nos matar.
– Eu quero passar a minha vida inteira com você Anne.
– Me dê uns dias.
– Como quiser. – disse um pouco chateado, mas eu sabia que no fundo, ele concordava comigo.
– Não fique triste. Eu te amo muito. Eu só preciso pensar um pouco, tudo bem?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Tudo. Então, tchau.
– Tchau.
Alguns dias se passaram e eu já havia tomado minha decisão. Estava na biblioteca da escola quando avistei Allan.
– Allan!
– Oi querida.
– Eu tenho uma resposta para o seu pedido.
– Jura?
– Sim. Eu aceito me casar com você.
Ele abriu o sorriso mais lindo do mundo e me pegou no colo.
– Eu te amo. – ele tirou a mesma caixinha do bolso e colocou o anel em meu dedo.
– Eu também te amo. Agora, como nós vamos contar para os nossos pais?
– Uma reunião. Na sua casa. Hoje à noite.
– Tudo bem.
Preparei um jantar em minha casa, logo minha mãe e Adam iriam chegar e a mãe e o padrasto de Allan também. Não consegui falar com Mac, como sempre.
– O que está acontecendo? – perguntou Edith, mãe de Allan, após o jantar.
– Nós temos um comunicado pra fazer a vocês.
– Você está grávida, Anne? – perguntou Caio, meio irmão de Allan.
– Caio. – brigou Bruno, namorado de Caio.
– Não eu não estou grávida.
– Então o que é?
– O Allan e eu vamos nos casar. – disse mostrando a mão com a aliança no dedo.
Percebi que a notícia não agradou ninguém.
– Vocês ficaram malucos? Vocês têm dezessete anos! Não estão na hora de pensar em casamento! – disse minha mãe.
– A Livy tem razão! Vocês são duas crianças. – disse Mike, padrasto de Allan.
– Eu pensava que vocês dois tinham juízo! – disse Caio.
– Nós nos amamos. – disse Allan, por fim.
– Isso é loucura!
– De loucura você entende não é mesmo, mãe?
– Aquilo foi uma coisa muito passageira.
– Mais deu tempo de fazer um filho.
– Não fale assim comigo. – disse pegando o celular.
– Pra quem você vai ligar meu amor?
– Para o pai dessa menina, Adam. Quem sabe ele consegue por um pouco de juízo na cabeça desses dois?
Ela falou rapidamente com Mac e depois desligou.
– Ele está vindo.
– Que ótimo! Mais um pra encher o saco! – reclamei, cruzando os braços. – quando eu tentei falar com ele, não me atendeu.
Nossos pais ficaram enchendo nossa cabeça até que a campainha tocou. Adam foi atender.
– E ai, Mac?
– Oi Adam. O que está acontecendo? O que é tão urgente assim?
– Você poderia colocar um pouco de juízo na cabeça desses dois. – disse minha mãe, visivelmente irritada.
– O que aconteceu. Livy?
– Pergunte pra sua filha.
– Anne?
– Allan e eu vamos nos casar.
– Vocês dois estão brincando comigo não é?
– Por que, Sr. Taylor? Nós nos amamos. – disse Allan.
– Eu não tenho dúvidas disso, Allan. Mais vocês são muito jovens. Têm uma vida pela frente e tem muito tempo pra pensar em casamento. – disse tentando compreender. – eu sei que vocês se amam. Dá pra reparar de longe. O jeito que vocês se olham, que se tratam. Eu sei que existe muito amor entre vocês. Eu não sou ninguém para julgar, a Anne acabou de me conhecer e eu não tenho que me intrometer, mas pensem um pouco. Por favor.
Eu e Allan nos olhamos por um tempo. Finalmente, ele quebrou o silêncio.
– Nós agradecemos pela preocupação de vocês todos, mas nós não vamos nos casar amanhã. Nós temos que ter estabilidade financeira e um emprego. Nós sabemos que nada está fácil.
– Não tínhamos planejado nada. Ele só me fez o pedido. Não vamos nos casar agora. Pode demorar alguns anos. – completei.
Pudemos ver alívio nos rostos de todos presentes.
– Eu ainda acho que esse noivado é besteira. Nós somos adolescentes, nossas cabeças mudam de minuto em minuto. Quem sabe, por algum motivo, vocês brigam? E ai? – disse Caio, ainda indignado.
– Eu concordo com o Caio. – disse minha mãe.
– Eu pensei que você nos apoiariam.
– Querida, isso é muito difícil de apoiar. Vocês são tão jovens. – disse Adam.
– E nós sabemos disso, mas nós só estamos noivos. Relaxem. E vamos comer a sobremesa que eu fiz, por favor.
– Você não disse que tinha sobremesa. – disse Allan.
– Mousse de chocolate com morango.
– Isso é bom.
– Por que você faz isso, filha? Estamos tratando de um assunto sério e você convidando a gente pra comer mousse. – minha mãe já estava exaltada.
– Bem vinda ao jeito Anne de driblar os momentos difíceis. – comentou Bruno, rindo.
– Vamos comer este mousse então. – disse minha mãe, se acalmando.
– Vem Mac. – convidei.
– Não. Eu vou embora. Este é um momento em família e eu acho que o seu padrasto não gosta de mim.
– É, ele não gosta mesmo. Mais você é o meu pai, não é? Então vamos. – disse pegando, pela primeira vez na mão dele. E pela primeira vez eu me senti segura. Senti naquele simples aperto de mão, o afeto de um pai. De um pai de verdade.
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