A Ultima Carta

Cap. 2 – Entre mortos e feridos.


Me levantei rapidamente, sai pisando com passos firmes que todos se espantaram, assustados com a minha expressão, cheguei a achar graça disto. Chegando em frente a porta da sala, abri ela com força mostrando a minha irritação, porém a surpresa foi minha! Me deparei com todos da sala, especificando: Hinata, Naruto, Shikamaru, Neji, Tenten, Ino, Sasuke, Tsunade, Kakashi e até o Garra e a Temary estavam lá. Quando ia abrira boca para falar do meu espanto e perguntar o que se passava, Tsunade me cortou.

- Sakura, sente-se! – Ela falou com um olhar ameaçador.

- Para que? – Perguntei ríspida.

- SENTE-SE LOGO! – Disse um pouco alterada.

Cedi ao deu pedido e me sentei, não entendi o que se passava ali pois estavam com um olhar de preocupados.

- Sakura, nos reunimos para falar de suas atitudes, não agüentamos mais ter ver assim! – Kakashi disse calmamente.

- SÓ ISSO? Desculpem mais eu tenho mais o que fazer! – Disparei sem medir as conseqüências das minhas palavra, Ino estava na sala!

- SÓ ISSO? SAKURA, VOCÊ OUVIU O QUE DISSE? Você tem que parar de nos tratar assim, parar um pouco com essa ignorância!

- Ino, eu não estou nem um pouco afim de ouvir mais um sermão, se de uma pessoa descontrolada como você – Disse bem alterada, odiava sermões.

- Sakura, ouça! Você se tornou um robô! Só trabalha, quando não está aqui no hospital está em missões. Não sai e quando tem uma mísera folga fica enfurnada dentro de casa! – Me surpreendeu as palavras da Hinata. Tanto que não consegui responder.

- Só pode ser minha causa não é? Desde que voltei ela está assim – Pronunciou Sasuke que até então estava calado.

- Não foi quando você voltou, foi desde a morte dos pais dela – Disse Tenten tristemente.

- Engraçado eu também perdi meus pais. Pior! Perdi Minha família – Disse Sasuke com um ar de deboche que me irritou.

- Escuta aqui! Você não pode falar nada entendeu? Você ficou muito pior do que eu! Traiu a vila por essa maldita vingança, mas a culpa de eu estar assim não é de vocês, nem da morte dos meus pais. Sou eu! Eu prometi aos meus pais que ia me redimir, pois já que não consegui, não tive a capacidade de protegê-los iria dedicar a minha vida em ser a melhor, salvar todas as vidas que eu puder salvar. E também ser a melhor não só como médica, mas como ninja. Vocês não me conhecem mais! E não podem me julgar! – Pronto! Desabafei e tive que sair dali!

Sai da sala e bati a porta com tanta força, que acho que todo o hospital ouviu! Acho que os deixei perplexos. Tive que me segurar para não contar do meu câncer, quase deixo escapar! Estou voltando para a minha sala, mas... Algo me incomoda! Estou tentada a contar para alguém sobre a minha doença e isso nunca aconteceu em todos esses dois anos!

Já estava dentro no elevador quando ouço grito vindo da recepção. Botei o braço na frente da porta antes que ela pudesse se fechar e corri até lá. Estava um caos! Tive que exigir informações de alguém para saber o que se passava. A aldeia da Névoa foi atacada, e tinha tantos feridos que os hospitais de lá não suportaram e tiveram que mandar gente para cá. Mais o que me comoveu internamente, sim por que não deixo meus sentimentos transparecerem, foi uma garotinha ferida gravemente, mas que mesmo assim tentava acalmar os pais, também feridos. Fui instintivamente vê-los.

- Salve minha filha! Por favor – Disse a mãe desesperada.

- Não se preocupe, ela ficará bem! Mas precisam se cuidar! Vá até a sala de traumas – Disse docemente apontando a sala

- Primeiro prometa que salvará minha filha! – O pai retrucou com preocupação.

- Eu prometo – Disse com convicção,mas não perdendo a gentileza, queria passar confiança para aquele casal.

- Sim mamãe! Não se preocupe comigo! Creio que estou em boas mãos! – A menina Sorriu docemente para mim.

- Está bem filha! Vamos querida! – Falou o pai mais animado e confiante, porém não menos preocupado, o que eu entendo.

A menina continuou sorrindo para mim, o que me contagiou e me fez sorrir para ela, um sorriso sincero. Mas o que não sabia era que as mesmas pessoas com quem estava brigando a pouco, viram o meu breve diálogo com os pais da menina. É lógico que o Naruto viria falar comigo! Mas não podia demonstrar minha rispidez e frieza que tinha adotado.

- Pelo menos você ainda tem a capacidade de sorrir. – O Naruto concerteza não engoliu o meu desabafo para me dizer isso.

- Olha Narut... – Ia responder a altura mais percebi que a menina me olhava assustada, o levei até um canto e ai sim daria um bela resposta.

- Naruto! Escuta aqui, vocês me chamarem até a sala da Tsunade e falar o que quiserem comigo é uma coisa, mas aqui é o meu ambiente de trabalho, onde estou tentando salvar a vida daquela criança então não me atrapalhe. – disparei sem nenhum dó.

- Queria que você demonstra-se ou senti-se o mesmo carinho que sente por seus pacientes conosco! – É, ele pegou pesado. Finalmente o Naruto disse algo que me impactou profundamente.

Ouvi um som que me assustou, era o monitor cardíaco de alguém que havia parado, virei o rosto procurando que era, mas tinha muitas pessoas na recepção pois cada vez mais chegavam feridos.

- Dra. HARUNO, RÁPIDO! – Uma das enfermeiras me chamou e eu rapidamente a atendi, era a menina.

- O que houve? – Olhei preocupada para o monitor que estava apontando arritmia.

- Ela está tendo uma arritmia cardíaca e com esses ferimentos ela pode não agüentar! – A enfermeira me disse aflita.

- Me dê o desfibrilador, carrega em 200. AFASTA! – Tentei, mas não deu em nada.

- 300. AFASTA! – mais uma vez, e... Nada.

- Ela não vai sobreviver! – Odeio o pessimismo dessas enfermeiras!

- Vai sim! Dei a minha palavra! Carrega em 400. – Tentei mais uma vez, e ouvi o som que me acalmou! Os batimentos se normalizaram. Mais ela ainda perdia sangue.

- Foi ótima Dra.! – Disse a enfermeira, agora ela é otimista né? Que irônico!

Acenei com a cabeça positivamente para a enfermeira e fui falar com os pais dela, a menina ainda estava sangrando e precisava de uma cirurgia. Tive que pedir a autorização deles.

- Oi! – Disse calmamente para não assusta-los.

- Como está minha filha? – Perguntou a mãe.

- Bem ela está estável mais vai precisar de uma cirurgia agora! – Falei demonstrando convicção para poderem confiar em mim.

- Ouvi dizer que você é a melhor, então estou confiando à vida da May em suas mãos – Disse o pai com confiança.

May, esse é o nome da menina. Fui o mais rápido possível para preparar a sala, me senti observada e já sei até quem são os indivíduos! Todos os que estavam na sala e estavam me dando sermão, mas ignorei. Fui direto preparar a May para a cirurgia. Quando cheguei perto dela estava acordada, e sorriu novamente para mim, realmente era uma criança muito forte! Pois mesmo naquela situação sorria animadamente, me contagiando com sua alegria me fazendo sorrir também.

- Bom May... Quantos anos você tem? – Perguntei docemente para ela.

- Já sabe o meu nome! Que legal! Qual é o seu? – Ela não me respondeu, mas se alegrou quando disse o nome dela.

- O meu é Sakura, mas pode me chamar de Sah-Chan! – Disse sorrindo.

- Bem, respondendo a sua pergunta, tenho 9 anos! – Ela me respondeu com um sorriso maior ainda. O jeito dela me lembra a alegria do Naruto.

- Que bom! Você vai ter um lindo futuro! – Disse com um sorriso bem grande.

- Quer dizer que não vou morrer? – Disse um pouco assustada.

- Não, não vai morrer! Mas você vai passar por uma cirurgia tudo bem? – Falei um pouco receosa.

- Se for para salvar a minha vida, confio em você!

Não consegui responder! Mas a coragem e a confiança dela me renovou as forças e me deu novas esperanças para a minha própria vida, sorri de novo para ela e senti que passei confiança também. Agora vou lavar as mãos e me vestir para salvar uma vida.