Capítulo 5 - O número cinco da minha lista.

Capítulo Cinco – O número cinco da minha lista!

Como de costume, os dois primos recém chegados em hogwarts foram para Grifinória, o chapéu seletor até brincou dizendo que não agüentava mais ter que selecionar um Weasley.

No dia seguinte, Rose acompanhou os dois até a sala de aula, o que irritou Hugo profundamente, afinal, porque todos o consideravam um bebê se ele já tinha onze anos?! Ele não entendia. Depois disso Rose foi para sua sala e sentou-se ao lado de Alvo, que dormia em cima da mesa. Ela o cutucou para que acordasse. Logo a professora de poções chegou e começou a aula fazendo uma pergunta:

- Existe uma certa poção, que transforma qualquer pessoa em qualquer animal, e para se poder fazer essa poção é preciso uma certa substância avermelhada chamada...? Alguém pode me dizer? Sem consultar os livros, por favor! Alguém? Um pequeno detalhe, nunca nenhum aluno do terceiro ano conseguiu responder essa pergunta!

- Vixe! Então nem adianta tentar! – Alvo falou baixinho.

- Ai, ai, se eu souber serei a primeira aluna do terceiro ano a responder... – Rose pensava alto – Substância avermelhada...? Pensa Rose, pensa!

- É Rougeanimaux*! – Uma voz grossa falou do fundo da sala. Todos olharam para ver quem havia dito aquilo. Era um rapaz que parecia ser novo na turma, Rose não o reconheceu.

- Muito bem senhor Malfoy! Fico feliz que finalmente participe da minha aula! – A professora sorriu e continuou a aula.

“Malfoy? Scorpius Malfoy? Não parece com ele, e que voz grossa é essa? Nem parece voz de um garoto de 13 anos...” Rose pensava consigo mesma “E como ele sabia a resposta? Nenhum aluno do terceiro ano já soube... ele deve ter olhado no livro! Trapaceiro!”

- Pensei que o Malfoy havia saído da escola... – Rose comentou com o primo, bem baixinho para que a professora não ouvisse.

- Parece que ele matava aula, se escondia em algum lugar. Ouvi dizer que teve até que fazer aulas de reposição nas férias para não repetir de ano... – Alvo respondeu.

- Mas ele faltava a todas as aulas?

- Parece que a maioria. Ele é louco, que nem o pai!

Rose havia ficado interessada no assunto, queria saber mais. Ao final da aula, ficou observando aquele garoto loiro com cara de bravo guardar suas coisas.

- Er... Alvo, eu vou dar uma passadinha na biblioteca pra ver umas coisinhas, ta?

- Tudo bem. – O primo respondeu saindo da sala.

Quando Rose olhou novamente para trás, Scorpius não estava mais lá, já havia saído. Apressadamente ela pegou suas coisas e saiu à procura dele. Então o viu indo em direção aos dormitórios masculinos da Sonserina. Rose sabia que não podia entrar lá, mas escondida, passou pelos monitores. Ela viu Scorpius entrar em seu quarto. Ela foi até lá e bateu na porta. Quando a porta abriu, Rose pode perceber como Scorpius estava alto, já não era mais um menininho que tinha a mesma altura que ela.

- Ahn... Oi! Não sei se lembra de mim, sou...

- Lá vem você de novo querendo se apresentar, eu já te conheço Weasley! – O loiro respondeu muito sério. – Impossível esquecer a metida da sala!

- Metida? Porque metida?

- A metida que sempre responde as perguntas dos professores...

- Quer dizer que agora não se pode mais responder aos professores quando eles perguntam alguma coisa? E porque você é tão chato? Eu vim aqui conversar com você normalmente e você nem me fala oi!

- É “oi” que você quer? Mas é “Tchau” que você terá! – Scorpius fechou a porta na cara dela. Rose não suportava aquilo, então, nervosa, abriu a porta e entrou no quarto dele.

- Seu mal-educado! – Ela disse apontando o dedo na cara dele.

- Ei! Você não pode entrar aqui!

- Já entrei! Porque não conversa comigo?

- Eu já disse que não quero nada com você, nem com ninguém da sua família, agora sai daqui!

- Espera! Eu só quero saber algumas coisinhas, como por exemplo, o porquê você matava aula?

- Que intrometida! Não é da sua conta!

- Ta bom! Mas e como você sabia qual era a substância da poção na aula de hoje?

- HAHA! Eu sabia que você iria ficar nervosa se alguém respondesse antes de você!

- Não fiquei nervosa! Você olhou no livro não é?! Isso é trapaça!

- Não, não olhei no livro! Nossa como sua voz é irritante! – Scorpius falou tapando as orelhas com as mãos.

- Se não olhou no livro como sabia? Nenhum aluno do terceiro já...

- EU ESTUDEI! – Scorpius gritou com aquela voz grossa. – É isso que se faz quando não se tem nada o que fazer nas férias...

- Ah Sim! Nas suas aulas de reposição...

Scorpius arregalou os olhos e falou:

– Como você... Ah! As aulas de reposição foram nas férias do primeiro ano, nessas férias eu estudei porque quis, não precisei de reposição, eu vim o ano passado. – Scorpius sentou-se em sua cama.

- Você veio? Como, se eu não te vi?! – Rose colocou seus livros no chão.

- Eu não participava muito das aulas... – Ele parecia não querer continuar o assunto.

- Você é anti social mesmo! Nem eu fico estudando nas férias! Ta eu leio muito nas férias, mas estudar a matéria do ano que vem? Isso é loucura! Porque você não foi viajar? Sei que sua família é rica...

- Viajar com quem, se não tenho amigos?! – Ele olhou no fundo dos olhos dela pela primeira vez, ainda muito sério. Rose viu como os olhos dele eram escuros em contraste com seu cabelo loiro claro.

- Ah! Desculpe, eu não sabia... – Rose desviou o olhar.

- Pronto já acabou sua conversa? Porque eu não agüento mais te ouvir! – Com uma das mãos, Scorpius pegou o braço da garota para levá-la para fora, e com a outra, pegou seus livros.

- Espera! - Rose falava enquanto ele a puxava para a porta. - Você podia ter amigos se você se envolvesse mais com as coisas da escola! – Scorpius a colocou pra fora, e entregou os livros dela, mesmo assim Rose continuou falando:

- Você podia entrar no quadribol! Seria bom pra você!

- Quadribol? – Scorpius parecia interessado. – É acho que seria legal!

- Sério? – Rose sorriu.

Scorpius fechou a cara e respondeu:

- Não!

Depois disso ele bateu a porta do quarto, só que dessa vez a trancou.

Rose bufando gritou no corredor:

– Ai que garoto bobo... – Ela passou a mão em seu braço, onde Scorpius havia segurado e completou a frase – ... E forte!

Ela percebeu que alguém estava vindo, então correu para não ser pega.

Em seu quarto Scorpius arrumava suas coisas e se lembrava da conversa:

- “Você podia entrar no quadribol! Seria bom pra você!” – ele imitava a voz de Rose. – Porque ela não cuida da vida dela?! Garota chata!

Então percebeu que ela havia esquecido um caderno no chão de seu quarto. Ele se abaixou e pegou aquele livrinho cor-de-rosa. Muito curioso, abriu para ler. “Sonhos de Rose” era o título do caderninho. Pela data, Scorpius percebeu ter sido escrito quando ela tinha sete anos de idade. Ele começou a ler em voz alta:

- “Número um: Quando eu for pra hogwarts, quero ser a melhor aluna de toda a escola; Número dois: Quero me tornar uma bruxa famosa, como meus pais e meus tios”... Desde pequena já era doida! – Ele ria sozinho. Mas quando leu o número cinco se surpreendeu:

- “Número cinco: Quero ser amiga de alguém que ninguém conversa e fazer essa pessoa feliz!” – Ele fechou o caderno, se sentou na cama e ficou pensando naquilo. Seria ele essa pessoa?

Rose chegou em seu quarto e colocou suas coisas sobre a cama, mas logo percebeu que seu caderninho não estava lá, então começou a procurar-lo. Pensou ter esquecido na sala de aula, voltou para ver se o encontrava lá. No caminho, alguém a chamou e ela reconheceu aquela voz grossa:

- Ei Weasley! Tá procurando isso? – Scorpius mostrou o caderninho.

- Você roubou meu caderninho! Devolve isso agora! – Ela falou indo na direção dele.

- Roubei nada! Você esqueceu no meu quarto! – Ele levantava o caderno de modo que ela não conseguia pegar.

- Ta bom! Agora me devolve! – Ela pulava tentando pegar.

- Antes quero que me prometa uma coisa...

- O que é? – Rose perguntou desconfiada.

- Nunca mais vai me encher como fez hoje! Você me irritou profundamente! – ele falava olhando fixo nos olhos dela.

- Já passou pela sua cabeça que talvez eu quisesse te ajudar? – Ela o encarou sem medo.

- Me ajudar? Daquele jeito? Olha garota, eu não preciso de ajuda, ok?! Fique longe de mim, não preciso de compaixão! Eu não quero ser o número cinco da sua lista!

- O que foi que você disse? Leu meu caderno?! Que intrometido! – Ela perguntou indignada.

Scorpius não respondeu, devolveu o caderno e deu as costas para ela.

“Com certeza você não é o número cinco da minha lista!” Pensou Rose.