A Queda do Dragão - HIATUS

Capítulo nove - Afinal, pequenos objetos são muito necessários


Os seis semideuses adolescentes andavam já cansados pelas ruas de Veneza.

–- Eu tinha jurado a mim mesmo que nunca mais viria para cá em uma missão - disse Percy.

Todos concordaram com o garoto. Vez ou outra Nico parava as pessoas perguntando se sabiam sobre o acidente com o jato particular e os dois adolescentes que estavam nele, mas era como se a nunca tivesse acontecido. Ninguém sabia nada sobre o assunto e nenhum jornal dos jornais que eles encontravam fosse em uma lixeira, banco de praça ou caçamba, falava do assunto.

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–- Eu estou cansada - reclamou Piper. - Por que não nos sentamos em algum lugar?

–- Vamos em algum restaurante - sugeriu Jason. Ninguém discordou.

Enquanto caminhavam, algo chamou a atenção de Nico em uma barraquinha de feira de antiguidades. Era um pequeno ursinho de pelúcia empoeirado e com um botão no lugar do olho esquerdo. Will parou também. Os outros semideuses continuavam andando, aparentemente sem notar a ausência dos garotos.

–- O que foi? - perguntou o loiro.

–- Parece o ursinho que eu tinha que eu tinha quando era pequeno, o Enzo - respondeu Nico. O moreno olhou o brinquedo mais de perto. - Se bem que essa marquinha de graxa parece muito com a que ele tinha.

–- Talvez seja ele - disse Will, mas foi interrompido pelo vendedor na barraca, que tinha uma terrível pronúncia em inglês:

–- Não pode ser. Este exemplar pertenceu a uma família que morava nas redondezas na época da Segunda Guerra Mundial.

–- É, não deve ser ele - disse Will. - A não ser o que você tenha mais de oitenta anos - sorriu.

Will teria notado o olhar significante que o mais novo lhe lançou se algo não tivesse chamado sua atenção.

–- Cuidado! - berrou.

Um bumerangue com lâminas nas laterais teria arrancado a cabeça de Nico se ele não tivesse se abaixado a tempo. Levantou-se atordoado a tempo de ver Will lutando com um ciclope. Não teve tempo de perguntar-se por que diabos um ciclope atacava semideuses com bumerangues assassinos. Will estava perdendo feio para o ciclope. Di Angelo sabia que se não fizesse algo logo, o loiro não venceria. Nico tentou desembainhar a espada, mas ao se abaixar ele a havia perdido. Procurou desesperadamente algo em sua mochila, pegou a primeira coisa que viu e jogou no ciclope.

O pequeno objeto bateu no grande olho verde do ciclope, distraindo-o. Foi o suficiente para Will acertar uma flecha nele e transformá-lo em poeira.

Ofegante, Will andou lentamente até o pequeno objeto que Nico usara para acertar o monstro. Abaixou-se e o pegou, observando-o em suas mãos.

–- Derrotou um ciclope de dois metros com… ahn… uma estatueta de Mitomagia?

–- Foi a primeira coisa que eu vi! - defendeu-se Nico, vermelho.

–- Não estou reclamando - disse Will. Acrescentou com um sorriso: - afinal, acabou sendo mais útil que uma espada ou um arco e flecha.

Nico sorriu minimamente, junto com Will. Mas um grito cortou o ar, e eles correram na direção dele.

DEZ MINUTOS ANTES

Os dois casais já haviam chegado no restaurante quando Annabeth perguntou:

–- Onde estão Will e Nico?

–- Pararam em uma barraca, eu acho - respondeu Percy.

–- Devemos nos preocupar?

–- Eles sabem se cuidar - disse Piper, e não pôde evitar que um sorriso travesso tomasse conta de sua face.

Enquanto se sentavam em suas mesas, Piper não pôde deixar de achar interessante o modo como funcionava o atendimento do local. Havia um bloquinho de notas e uma caneta, então os clientes anotavam os números de seus pedidos e deixavam no centro da mesa, para logo depois um garçom pegar e levar à cozinha. Parecia ser muito eficiente com turistas.

Pediram coisas leves, pois já haviam comido no avião. Mas seus pedidos nunca chegaram.

Um barulho alto foi ouvido. Pessoas começavam a gritar e correr. Os quatro semideuses levantaram-se e foram até a cozinha, de onde o barulho vinha. Alguns ciclopes entravam pelo buraco em uma parede.

Eles começaram a lutar com os semideuses, mas Piper sabia que não venceriam. Eram quatro adolescentes contra uns sete ciclopes. Annabeth já estava quase inconsciente, quando um ciclope a colocou nos ombros como se fosse um saco de batatas e passou pelo buraco na parede. Percy protestou. Não iam ser mortos. Iam ser sequestrados.

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Algo nos ciclopes chamou a atenção de Piper. Usavam camisetas promocionais da marca Oreo, e também bonés, além de terem alguns pacotes vazios aparecendo nos bolsos. E então Piper soube de onde vinham.

Não perdeu tempo. Agachou-se e pegou um bloco de notas. Bendita fosse a pessoa que inventara o atendimento por papel. Escreveu duas palavras: “Ciclopes. Oreo” e rezou para que entendessem. Não teve tempo de fazer mais nada, pois sentiu seu pé sendo puxado e uma pancada forte na cabeça a fez cair na inconsciência.

[...]

Nico olhava o restaurante, aturdido. Mesas haviam sido jogadas, comida largada no chão e cortinas, rasgadas. Porém um bilhete no chão atraiu sua atenção.

Sabia que não havia sido um mortal que escrevera aquilo. A letra impecável de Piper mostrava duas palavras, mas Nico não soube compreender seu significado. Entregou a Will e avançou, observando o grande buraco na parede. Ao entrar nele, não viu sinal de nenhum monstro. Atrás de si, a voz de Will disse:

–- Ei, sabe se tem alguma fábrica de Oreo por aqui?