A Punição
Westfield
Depois que Poseidon entrou no táxi, ambos ficaram calados por boa parte do caminho até o shopping. Atena estava com a cabeça encostada no vidro olhando a paisagem e Poseidon tamborilava os dedos displicentemente nos joelhos totalmente alheio ao que acontecia a sua volta.
Quando chegaram ao seu destino, Poseidon entregou ao motorista as libras equivalentes à corrida e saiu do carro logo atrás de Atena.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Hm... Nós devemos usar nomes mortais, muitas pessoas sabem mitologia por aqui. Meu nome será Sophia e o seu? – perguntou olhando para um grupinho de mortais que olhavam para Poseidon e davam risadinhas.
— Não sei. Acho que Philip está bom pra mim. – respondeu passando a mão nos cabelos.
— Certo. Vamos entrar logo. – disse pegando a mão dele e lançando mais um olhar para o grupo de mortais.
— Vamos ao The Village, quero te comprar um vestido. – chamou enquanto a conduzia pelo hall do shopping.
— E por qual motivo você me compraria um vestido? – respondeu cruzando os braços.
— Tome isso como uma oferta de paz.
— Certo Philip, mas também irei retribuir o presente. – disse seguindo-o.
— Depois disso podemos ver um filme ou só perambular pelo shopping até que nos dê fome ou algo assim. – sugeriu dando de ombros.
— Nós vemos isso na hora. – respondeu dando de ombros também. — Qual será a loja?
— Prada. – falou decidido.
— Você não vai me comprar com roupas de grife ok? Isso daria certo com Afrodite. – retrucou com um sorriso mínimo.
— Se eu quisesse te comprar eu falaria que tenho alguns livros da biblioteca de Alexandria no meu reino, mas como não quero te comprar, vou te presentear com um vestido. – respondeu colocando as mãos nos bolsos do jeans.
— Uma pena a biblioteca ter sido queimada, ela era a minha preferida. Enfim, vamos logo, a loja é logo ali. – falou com uma falsa animação.
— Hã... Claro.
— Em que posso ajuda-los? – perguntou uma vendedora usando o tom profissional.
— Poderia nos mostrar onde ficam os vestidos por gentileza? – Poseidon respondeu.
— Claro. Por aqui. – disse a vendedora guiando-os.
— Que cor você quer querida? – Poseidon sussurrou no ouvido de Atena.
— A escolha é sua. E não sou sua querida. – sussurrou de volta.
— Você poderia nos mostrar um modelo desses na cor azul? – perguntou à vendedora.
— Sim. Poderia vir comigo senhorita...?
— Sophia.
— Poderia vir comigo Sophia? – a vendedora perguntou e deu um mínimo sorriso após Atena assentir. — E o senhor aguarde enquanto ela prova o vestido.
— Certo. – respondeu ele ao se sentar em uma cadeira ali.
Alguns minutos depois, quando Poseidon já estava se sentindo entediado, a vendedora volta com Atena já trajando o vestido. Ela estava no mínimo estonteante na humilde opinião de Poseidon. O azul do vestido combinou bem com o cinza tempestuoso dos olhos e o nó que o vestido tinha valorizava os seios fartos da deusa que por acaso estava corada com o olhar faminto que Poseidon direcionava a ela (N/A: Esse vestido é o que Sandra Bullock usou no Oscar 2014 ok?).
— Você está simplesmente fantástica! – elogiou ao mesmo tempo em que pegava sua mão para fazê-la dar uma voltinha.
— Obrigada. – respondeu ainda corada com o elogio.
— Vamos levar esse. – disse ele à vendedora.
— Claro. Vão ver algo mais?
— Sim. Quero ver um terno para Philip. – respondeu. — Espere um momento para eu trocar de roupa. – disse e saiu.
Dessa vez, Atena voltou rápido, entregou o vestido à vendedora e a seguiu rumo à ala masculina.
— Algum modelo em mente senhorita? – perguntou.
— Um terno preto, calça também preta e camisa branca, por favor. – respondeu olhando alguns modelos ali por perto.
— Pode me acompanhar senhor Philip? – perguntou a vendedora enquanto pegava a combinação que Atena pedira.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Claro. Volto em alguns minutos. – respondeu e a seguiu.
Poseidon voltou com o colarinho da camisa levantado e segurando uma gravata preta e outra azul.
— Qual dessas fica melhor? – perguntou levantando-as.
— A azul. – respondeu tomando a gravata da mão dele e colocando-a no pescoço dele.
— Hm... Obrigado por me poupar de passar vergonha. – sussurrou no ouvido de Atena. — Sou péssimo com gravatas.
— Não foi nada. – respondeu ajeitando o colarinho. — Assim está melhor. – disse se afastando para vê-lo melhor.
— Que tal estou? – perguntou Poseidon abrindo os braços.
— Está ótimo. Vamos levar esse. – respondeu Atena com as bochechas levemente rosadas.
— Tome o cartão, pague enquanto eu tiro esta roupa. – falou ao entregar o cartão Lótus para ela.
— Por aqui senhorita. – a vendedora a guiou até o caixa.
Quando Poseidon voltou com o terno, a moça do caixa olhou com um sorriso torto para as roupas que ambos usavam e as que estavam comprando, provavelmente achando que não teriam dinheiro suficiente para pagar aquele vestido, mas se espantou ao ver o símbolo infinito que apareceu na máquina ao passar o cartão. Atena sorriu para ela, agradeceu a vendedora pela ajuda e saiu da loja junto com Poseidon.
Já do lado de fora da loja, Poseidon viu alguns mortais que secavam Atena com o olhar e ela nem percebia. Irritado com a situação, ele pegou a mão dela com um pouco de força a mais que o necessário e praticamente a arrastou dali.
— O que foi isso? – ela perguntou soltando-se do aperto dele.
— Sério que você não percebeu aqueles mortais te comendo com os olhos? – retrucou se curvando um pouco para os rostos ficarem da mesma altura.
— Você está com ciúmes? – perguntou com um sorrisinho um tanto quanto malicioso.
— Mas é claro que não! É só que você está passeando comigo e não gosto de homens secando minha acompanhante com os olhos. – respondeu ajustando a postura novamente.
— Ah claro. Então quer dizer que as mortais podem te olhar a vontade e você não faz nada, mas quando a situação é inversa você surta? Muito justo! – exasperou-se cruzando os braços.
— Que mortais estavam olhando pra mim Atena? – perguntou um pouco mais baixo, porém com um tom ainda duro.
— Jura que não percebeu as mortais olhando pra você e dando risadinhas na entrada do shopping? – retrucou em mesmo tom.
— Não. Não percebi. Estava prestando atenção no que você falava. – disse um pouco mais calmo. — Peraí. Você está com ciúmes de mim agora é? – questionou com um sorrisinho irritante.
— Não! Claro que não! – respondeu em tom de incredulidade. — Só não quero que você estrague o passeio flertando com essas oferecidas. – explicou dando de ombros.
— Querida, se eu fosse flertar com alguém hoje, esse alguém seria você. – sussurrou novamente no ouvido dela, mas dessa vez com uma voz mais calma e sexy que causou arrepios involuntários em Atena. Poseidon riu com isso.
— Nem tente Poseidon. – sussurrou de volta enquanto ficava na ponta dos pés. Vamos almoçar, o tempo voou enquanto escolhíamos as roupas. – sussurrou novamente e depois tirou os cabelos dele da testa, causando-lhe arrepios também.
— Vamos. – respondeu pegando na mão dela. — Aqueles garotos ali ainda estão olhando pra você.
— Ignore-os e vamos almoçar logo.
***
Atena odiava o fato de gostar tanto de ter a mão de Poseidon segurando a sua, era pra ela repelir o contato certo? Ele era seu inimigo. Inimigos não andam por ai de mãos dadas, na verdade eles não dividem a cama nem nada do tipo, mas graças a uma deusa maluca e cheia de planos mirabolantes tudo isso estava acontecendo com ela. Obrigada Afrodite.
Chegaram à praça de alimentação e pararam para decidir onde iriam comer.
— O que você quer comer? – Poseidon perguntou.
— Sushi. – respondeu sorrindo.
— Nunca! Não na minha presença. – disse soltando a mão dela bruscamente.
— Ok. Não é do meu feitio comer coisas gordurosas no almoço mas desta vez abro uma exceção. Vamos comer uma pizza. – falou apontando para uma pizzaria, ainda sorrindo.
— Melhorou. Vamos logo, pois estou morrendo de fome. – sorriu enquanto a conduzia pela mão até lá.
***
— Uma pizza de pepperoni e duas cherry cokes, por favor. – Poseidon pediu ao garçom que assentiu e disse que o pedido chegaria em alguns minutos.
— Eu abri uma exceção e você extrapolou. Cherry cokes? Fala sério Poseidon. – disse Atena fazendo biquinho.
— Ah corujinha, relaxa, seu corpo é perfeito. Uma latinha de Coca-Cola não vai mudar isso. – falou enquanto apoiava o rosto nas mãos cruzadas.
— Não é por causa do corpo, Poseidon. É que não gosto de comer besteiras, pizza é exceção. – respondeu um pouco corada. — Mas agradeço o elogio.
Poseidon iria responder, mas o garçom chegou com os pedidos e eles começaram a comer em silêncio.
Ao terminarem de comer, eles iniciaram uma mini discussão por que Atena não queria deixar Poseidon pagar, ela dizia que era puro machismo da parte dele.
— Fala sério! Sabe quantas mulheres esperam um homem cavalheiro igual a mim? – perguntou apontando para o próprio peito.
— Não é cavalheirismo. Você está sendo machista. – respondeu com cara de esnobe.
— Pouco me importa! Vou pagar e pronto. – disse e foi até o caixa pagar a conta. Atena bufou e se deu por vencida.
— Certo o que iremos fazer agora? – perguntou enquanto colocava o cartão de volta na carteira.
— Vamos andar por ai até achar um lugar legal. – respondeu pegando as sacolas.
— Beleza.
***
Foram andando tranquilamente pelas ruas por um bom tempo até que acharam uma pista de boliche e Poseidon sugeriu que fossem jogar.
— Oh meus deuses! Boliche geralmente é uma atividade noturna, Poseidon. Estamos no meio da tarde, isso não é normal. – exasperou-se e revirou os olhos.
— Di Immortales! Somos deuses gregos, normalidade não é nosso departamento. – disse baixinho enquanto olhava pra ela. — Ou você está com medo de ser estraçalhada? - Perguntou com um sorriso presunçoso.
— Só por causa da sua afronta eu topo jogar boliche no meio da tarde. Parece que você ainda não aprendeu a lição. – retrucou puxando-o pelo braço e entrando no lugar.
Depois de algumas rodadas, muitas pessoas já assistiam à partida dos dois, fosse pela aura de competitividade que os dois irradiavam ou por eles serem divinamente bonitos (N/A: Aike trocadilho besta). Para eles, nada importava a não ser a bola e os pinos, a disputa estava acirrada, se Atena fizesse mais um strike o jogo estaria ganho e Poseidon seria humilhado por ela novamente.
Atena usou toda a sua concentração e jogou a bola... Segundos de agonia se passaram até que ela chegasse aos pinos e os derrubasse todos de uma vez, dando a vitória a Atena.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Aprendeu a lição agora? – perguntou Atena após a comemoração.
— Pura sorte. – respondeu como se aquilo não ferisse seu ego.
— Sei.
— Quero ir a um cassino agora, vi um aqui perto. Vamos? – perguntou olhando para ela.
— Não sei se você sabe, mas estamos em Londres Poseidon. Vegas está um pouco longe daqui. – retrucou rindo.
— Tanto faz. Quer ir ou não?
— Acho melhor não. Vamos só andar, se encontrarmos um lugar legal a gente entra. Tudo bem pra você?- questionou com uma sobrancelha levantada.
— Certo. Vamos pegar um táxi até o Holland Park então, antes que a tarde acabe. Depois vemos o que fazer.
— Estamos parecendo turistas. – comentou com um sorriso genuíno.
— Tecnicamente, somos mesmo turistas. – disse colocando as mãos nos bolsos.
— Você é então. Meu lugar preferido é aqui. – respondeu dando de ombros. — Vamos?
— Claro. – acenou para que um táxi parasse. — Nos leve ao Holland Park, por favor. – disse ao taxista.
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