Que tudo dê certo

(Por Percy)

Estamos Nico, Leo, Jason e eu em uma loja (está mais para um armazém) comprando as roupas que as garotas usarão. Eu sei, você está confuso, o baile não era só para os que estão neste jogo louco de Afrodite? Fomos informados que não, Dite é confusa e bipolar, não haverá baile algum na escola e sim no Olimpo, sim, nós não iremos mais para escola alguma e Dressa vai ficar atrasada em seu colégio. Achamos que tem algo a mais, mas a deusa só revelou esta parte e terminou dizendo que aquilo tudo era um pretexto para fazer um baile, porém, quando percebeu que os outros não iriam participar e que seria um tédio inútil, mudou de ideia. E arrastou todos para o baile.

Infelizmente, a ideia de um escolher a roupa do outro não mudou.

– ARG! — exclamou Nico. — Eu ia ir com a Drew! Escolher a roupa dela é mil vezes mais fácil do que escolher a da Dressa... Alguém quer trocar de dupla comigo? É só a Drew usar essa toalha que ela vai amar...

– Eu bem que queria, senhor caveira, mas não podemos mudar... Quer dizer — Leo sorriu maliciosamente. —, vocês não podem mudar.

– Eu queria ir com a Annie, mas olha só! Ela iria ficar uma fera se não fosse apenas a Sandy. — Suspirei.

– Eu já achei a roupa da Piper, vou indo pessoal. — Jason anunciou.

– Há! Pensa que vai saindo assim? Nem pensar, Jason, você vai nos ajudar a escolher! — Nico quase gritou. — Sua namorada é filha de Afrodite, você deve entender mais do que a gente.

– Eu não entendo nada disso, dude, se vira.

– Então como sabe que vestido ela quer? — Perguntei.

Jason nos olhou como se fossemos idiotas.

– Eu perguntei o que ela queria, ué, vocês não?

– Isso era permitido? — Perguntei.

– Para os que não estão participando do... Não sei o que é isso, mas os que não estão participando podem.

– A há! Foi um prazer ficar com os senhores, mas tenho que fazer uma ligação. — Leo fala com um sorriso de orelha à orelha.

Vimos Leo se afastar e falar com Calypso pelo celular que ele mesmo fez, todo feliz, desligou o aparelho deu uma olhada por uma arara cheia de roupas e pegou um vestido branco. Olhou para Jason e o chamou, os dois se despediram e saíram o mais rápido que puderam do local.

– Eu não acredito que fizeram isso! — O filho de Hades olha para o monte de roupas que ele tinha jogado numa mesa e suspira. — Quer saber? — Ele me olha com um sorriso no rosto. — Eu não me importo com o que ela vá usar, desde que combine com o que eu usar... Preto combina com tudo, certo?

Ele pega um vestido, mais negro que seus próprios olhos, e pergunta:

– Esse é o tamanho dela?

– Sei lá, a garota é sua.

Nico me lança um olhar assassino e eu engulo seco.

– Cale a boca, ela não é nada para mim.

– Tá bom, cara, não quis ser chato... Quer saber? — Repeti o que ele tinha dito. — Eu não me importo.

Peguei o vestido que já tinha separado e saí de perto dele.

Garoto metido.

(Por Dressa)

Os nossos quartos tinham sido divididos, assim, os garotos não veriam a roupa das garotas nem vice versa.

Parece casamento.

Olhei, pela décima vez, para o embrulho que estava em cima da minha cama. Suspirei. Tenho medo do que aquele garoto tenha escolhido, deve ser algo todo aberto e cheio de cortes. Por que ele tem que ser tão... Estúpido?

Tomo coragem e o abro, puxo o tecido levíssimo de lá e encaro-o.

Uau...

Thalia: "Até eu usaria um desses"

Annabeth: "Deuses, é lindo!"

Não posso negar, é simplesmente... Se eu fosse comprar, não teria coragem, mas tenho uma desculpa, certo? Não gosto de chamar atenção, olhares curiosos me incomodam, porém com aquilo todos saberiam que não fui eu quem escolheu, mas sim o Nico.

Nico... Obrigada.

Sorri comigo mesma e fui me maquiar. Agora eu sabia o que deveria fazer na minha cara, o único problema foi: quando cheguei ao banheiro e olhei a maleta de maquiagens, não soube o que fazer.

Agora me lembrei do porquê de não usar maquiagem, eu não sei usar aquilo.

Tudo bem, não sou uma completa idiota neste assunto, mas eu não consigo. Minhas mãos fazem uma completa bagunça e nada fica como quero, como vou ficar pronta para o baile deste jeito? De estilo nude eu não posso ir.

Afrodite!

Chamei a deusa por pensamento e me senti idiota por isso. Mas logo a mesma já estava sentada na minha cama.

– Querida!

– Dite, preciso da sua ajuda...

– Por que não está vestida ainda? Nem maquiagem?! Como assim?!

– Era isso que eu ia te pedir, pode fazer a minha maquiagem, não... Sou boa nisso.

– Oh, querida. — Ela sorri. — Estou esperando isso a noite toda! Venha cá.

E assim, em dez minutos eu estava pronta. Sentia meus cílios (e mais outros, postiços) pesados e meus lábios úmidos pelo gloss. Coloquei o vestido sem me olhar no espelho e fiquei de boca aberta. O vestido, negro como a noite mais escura, caia perfeitamente. Escuro e de veludo na parte do busto, ele marcava as minhas curvas quase inexistentes e deixava meus passos mais graciosos com o toque de seda que tinha na parte de baixo, tinha uma espécie de collant que impedia que a transparência da seda mostrasse mais do que deveria.

Fiquei tanto tempo só me encarando que Afrodite começou a rir.

– Meu Deus! — Exclamei, Dite fez cara feia, mas deixou passar. — E-eu estou... Incrível.

– Você está sim, minha querida. Mas você diz isso porque não olhou a maquiagem e nem os cabelos como ficaram.

Escancarei a boca novamente. Deixei escapar um palavrão. Afrodite riu mais ainda.

Nunca estive tão... Uau! Dite fez uma obra de arte no meu rosto! Havia preto envolta dos meus olhos, indo em direção ao canal lacrimal, o preto ia se tornando verde escuro e, depois, um azul neon que fazia uma curva e terminava onde o preto começou, como se fosse um lápis de olho. Nos lábios, apenas um gloss dourado leve, se ela colocasse algo mais chamativo a pintura ficaria brega. Os cabelos estavam presos em um coque todo desarrumado que, por incrível que pareça, combinava perfeitamente com a maquiagem.

– Espera! Eu não senti você mexendo no meu cabelo!

– Há há, querida. Eu sei que você iria pedir.

– Caramba, eu nem sei como agradecer.

– Se divirta na festa e, o mais importante, me divirta.

Estremeci com o pedido, mas sorri, eu devia isso à ela. Só tinha medo da resposta que daria a minha pergunta.

– Como?

Ela gargalhou alto. Estremeci novamente.

– Eu shippo um certo casal, quero que você junte os dois. Já cansei de tentar, não posso fazer mais nada. — Ela se levanta e vai em direção à porta.

– Se você não conseguiu, como eu iria conseguir?

Ela ri novamente.

– É o meu pedido, criança.

– Quem é? Pelo menos me diga isso!

– Você sabe, meu bem. Os sapatos que ele escolheu estão em uma caixa em baixo da cama.

Bateu a porta ao sair.

Olhei para as minhas mãos. Unhas pintadas.

Ai Dite...

Me abaixei e peguei a tal caixa. Abri-a e encarei aquilo.

Como ele pensa que irei andar sobre isso?

Juntos com os saltos, estão outras duas caixas. Abro a primeira e maior.

Um colar. Dourado com várias pedrinhas, as mais lindas que já vi, decorando aqui e ali. Pedras azuis.

Arregalei os olhos. Peguei a outra caixinha.

Brincos combinando, talvez mais lindos que o colar.

Levantei-me e fui até o espelho, coloquei o colar e os brincos. Encarei duramente os saltos mortíferos e calcei-os.

Ouch! Se eu torcer meus pés...

Olhei novamente para a caixa do sapato e percebi outro embrulho.

Ah droga, agora que consegui subir nos saltos...

Me arrisquei e me abaixei ainda com os sapatos nos pés, peguei o pacote e o abri. Uma carteira.

Mas ele pensou em tudo? Será que levou uma listinha para se lembrar?

Abri a carteira. Já ia colocando minhas coisas dentro quando notei um pacote de veludo.

Fala sério! Eu só comprei um smoking completo e sapatos para ele!

Joguei com certa violência o conteúdo na minha mão e vi que era um anel. Tão delicado quanto o colar e os brincos. Coloquei-o delicadamente em meu dedo... Puxa, em que dedo devo colocar? Onde as pessoas colocam anéis tão lindos como este?

No fim, acabei concordando comigo mesma que o anel ficava muito melhor no meu dedo anelar. E que se ferre que é o dedo da aliança!

Me olhei no espelho uma última vez, guardei o gloss na carteira e saí.

Que dê tudo certo.