36 - A princesa desce do castelo encantado.

Logo após uma crise psicótica de ciúmes de minha mãe por meu pai, entrei no elevador e apertei no andar térreo.

Ter passado algum tempo com meus pais de verdade me fez me perguntar... quem eu era de verdade.

1º - Se meus pais não eram os Bennett, eles ainda me amariam quando soubessem que eu descobri a verdade?

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2º - Por que eu não estava triste? Eu deveria ter feito o maior escândalo da minha vida, quando descobri que meus pais não eram meus pais...

3º - Quanto tempo eu tinha passado no ápice do arranha céu?

4º - Minhas mechas rosa flamingo estavam descolorindo com a tensão?

5º - Quando os haicais de Apollo melhorariam?

6º - Quando eu pararia de dizer o quanto eu sou perfeita?

7º - Quando eu veria Futurum e Storm de novo?

8º - Onde estaria meu Guardião-Joe?

9º - O que meu sonho/pesadelo significaria?

10º - Quando eu pararia de fazer perguntas para mim mesma, num elevador onde eu fico enjoada?

O elevador parou – quando eu estava pronta para dizer adeus para meu café da manhã – sai cambaleando, e olhei para o prédio afora: poças de água, vento e chuva. Meus dons se moveram agitados dentro de mim, com a alegria da tempestade á minha volta. Hey hey, Benny está de volta.

- Benny? – uma vozinha que eu tanto pensei, mexeu comigo. – É você?

Olhei para o lado da voz, e vi uma visão absurda: Joe e Ark – ambos enrolados na chuva, com os olhos semi-abertos, completamente sujos e molhados. Os dois tremiam mais do que um celular no vibra call.

- Pelo amor á Prada! – granei e corri no meio da chuva pra acudir meu cubo de gelo. – Que diabos está fazendo aí?

- Eu... eu estava esperando você. – ele grasnou. E... apagou. Seus olhos se fecharam e eu comecei a sacudi-lo.

- JOEE! ACORDA! VOCÊ NÃO PODE MORRER, SEU IDIOTA! – senti sua pele queimando e meu Ark voou para meu lado.

- Ele está aí á uma semana. – disse Laster atrás de mim – Não me surpreende que tenha desmaiado. Ele é um fracote, mesmo.

Eu quis girar e encher a cara dele de sanguessugas, mas eu estava mais preocupada em ajudar Joe desmaiado e um Hyperion espirrando.

- Onde está todo mundo? – perguntei olhando para o campus, e levantando um Joe completamente apagado e sujo, enquanto Ark voava debilmente em volta de mim.

- Brady e Denny foram embora. – disse o parrudão com o traseiro legal, enquanto me ajudava a erguer Joe desmaiado até a enfermaria. – Melanie estava atacando qualquer coisa que via pela frente. É aceitável, já que ela deixou de ser uma Caçadora por ele... e agora ele some.

Me senti muito culpada de repente.

- Ah, ela deve estar bem mau.

- É... Amentia mandou todos ficarem nos dormitórios até segunda ordem. Mas eu vim ver esse fracote que se recusou a arredar o pé daí.

- Hey, você não é tão mau. – sorri, enquanto deitava o rosto fervente de Joe em meu ombro. – Meu primeiro amigo daqui tem um traseiro legal, dá em cima de mim á todo instante e ainda salva meu namorado.

- Por favor, não se refira á esse aí como seu namorado. É uma perca de tempo. – ele bufou, e provavelmente revirou os olhos atrás de suas lentes negras.

- Porque diz isso?

- Gallatea, acha que ele sabe a menor parte do que está passando? Os seus pais... os deuses, o poder... Eu sei. Eu fui o decifrador da profecia. Foi por isso que Ariela me designou ser seu ajudante.

Fiquei olhando para uma poça de água, enquanto pingos se esparramavam pelas minhas costas.

- E por que, diabos, ninguém me contou nada?

- O único ser que poderia lhe falar sobre a profecia, e revelar a sua verdade, é Éphira, sua mãe.

Não disse nada por um longo tempo, até avistar a enfermaria.

- Eu estou me sentindo... estranha. – Analisei meu anel e espada Otróplia, no dedo.

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- Imagino, Bennett. Ter descoberto que seus pais são deuses, não deve ser a coisa mais natural do mundo, não é? – ele ergueu as sobrancelhas sem muita importância.

Assenti. Acho que sou a única pessoa no mundo, que fica tranqüila, com seu namorado desmaiado no ombro.

- Benny. – Laster disse com o tom sério e sombrio que ele era profissional – Eu queria lhe propor uma coisa.

A enfermaria estava ali, entremos correndo da chuva – que era ótima pra minha pele, companheiro! – Cee Cee estava lá... Mas, e onde estava Ariela? A única que tinha o dom da cura.

- Joseph? – ela arregalou os olhos e pegou-o de meus ombros. Meu Hyperion caiu em meu ombro no mesmo segundo, ronronando como um gatinho. – Ele passou a semana toda ao relento!

- Semana toda?

- Você passou a semana toda lá no topo, querida. – suspirou Cee Cee. – E como está? Acostumou-se com a idéia de ser filha de pais deuses?

Isto que é pergunta direta.

- Eu não sei. Talvez ache que isso ainda é um sonho. Ou meu pior pesadelo – grunhi.

- Ele está todo molhado... Laster, eu disse para tentar convencê-lo de sair da chuva! – Cee Cee rugiu.

Deu de ombros: - Eu não tenho culpa que ele é uma ameba.

- Querida, só quero dizer... – Cee Cee olhou para mim, enquanto limpava a testa suja de barro de Joe. – Não fique furiosa com seus amigos: eles não poderiam contar nada a você. Mesmo sabendo de tudo sobre seus pais e você... e a profecia.

Balancei a cabeça. – Eu tenho que lidar com isso. Só preciso de tempo.

- Vão vocês dois. Vou cuidar desse lunático aqui, ele vai tomar alguns caldos de uvas norueguesas que vocês prepararam na semana passada. – ela pensou – Já chega um enfermo para mim cuidar, não quero a filha de Éphira aqui também.

Dei meia volta e tentei me esquivar de Laster. Ele não era a melhor companhia na falta de Joe. Eu sabia que ele estava á toda para dar em cima de mim.

- Benny, eu quero lhe propor uma coisa. – ele concluiu me perseguindo á baixo de chuva. – Quer me esperar?

Parei. – Fale, ó todo-poderoso-fodão-Laster.

- Benny, eu sei que as coisas estão confusas agora. Mas tudo vai melhorar... e, eu quero poder te ajudar quando a coisa pegar fogo.

Não gostei da frase, companheiros.

- Que coisa pegar fogo?

- Vamos dizer... que coisas não muito calmas estão pra acontecer. E eu quero que me deixe ajudar você. – ele sorriu e tirou seus óculos. Deixando-me ver seus olhos violetas, risonhos e corajosos.

UUUUI! Hormônios no ar: quantidade excessiva. ABORTAR MISSÃO!

- O que quer? – estreitei os olhos.

“Cuidado com o que mexe, paçoquinha.” A voz de Apollo me advertiu. ALGUMA COISA AINDA PODIA ENLOQUECER MAIS?! NÃÃÃÃO!

- Eu gostaria de... pegar o cargo de Sharon.

- Isso significa...?

- Ser seu protetor.

Silêncio. Pinga, pinga, pinga.

- Isso não quer dizer que você é melhor que o Joe.

- Não, mesmo que isso seja obvio: eu sou melhor que ele.

- Calado.

- Como quiser, minha senhora. Sou seu Protetor, agora. – ele sorriu, fez uma reverência leve e se foi correndo e saltitando pela chuva como uma gazela feliz.

Bem pessoal, e agora? Devo ficar feliz pelo Sr. Gazela Feliz ser meu Protetor? Ou quem sabe, socar minha cara até sangrar? Yeep, tenho que encontrar uma luva de boxe agora...