O desafio de Andrew

CAPA 1 -

CAPA 2 -

CAPA 3 -

– E quem é ela? – Amani sussurrou no meu ouvido.

– Katherine, minha meio-irmã. – Murmurei de volta.

– Filha da Margareth?

Assenti.

– E então, Amani? Vai ou não? – A loira perguntou com uma sobrancelha levantada e um sorriso maroto nos lábios.

– Já estou indo. – Ele respondeu. – Jenny, me desculpe pelo o que eu falei aquele dia...

– Tudo bem. – Sorri. – Vai lá.

Observei enquanto o loiro andava até duas garotas e perguntava o que elas iam querer. Fiquei olhando a cena, estava muito longe para poder ouvir. Depois de uns dois minutos parado na frente das clientes, vi uma delas rir. A outra, acho que estava começando a ficar vermelha. Ele disse mais alguma coisa e ela se levantou. Eu pensei que ele iria conseguir, mas então a garota virou um tapa na cara dele.

Ao meu lado, Katherine, Piper e Andrew riam.

– Mais sorte na próxima. – Katherine sorriu maliciosamente enquanto ele voltava. Sua bochecha estava vermelha e ele a massageava. – Pronto para ficar careca?

– Não! – Ele arregalou os olhos. – Me dê até a meia-noite e eu consigo! – Ele pediu.

– Você tem certeza que vai conseguir até lá? – Eu perguntei.

– Tenho! – Ele me olhou suplicante.

– Por mim tudo bem. – Dei de ombros.

– Tá. – Katherine o olhou desafiadoramente – Mas se você não conseguir. Seu castigo vai ser pior.

– Tá. – Ele a olhou, agradecido. – Eu amo meu cabelo. – Ele sorriu inocentemente.

– Minha vez. – Piper pegou o celular das mãos de Andy e girou.

– Andrew. – A loira chamou. – Verdade ou Desafio?

– Desafia logo. – Ele parecia despreocupado.

– Andrew...? Qual seu nome?

– Sanders.

– Isso. – Katherine continuou. – Andrew Sanders, eu te desafio à...

*

– Não. Fala que isso é um sonho e que eu não estou fazendo isso. – Andy murmurava enquanto parava com o carro na frente de uma casa que eu nunca tinha visto antes.

– Como você sabe que vai acontecer mesmo? E como você sabe que vai ser aqui? – Piper perguntou para a loira.

– Uma amiga me falou. – Ela deu de ombros.

– Olha lá! Acho que começou! – Apontei para as janelas que agora exibiam luzes de várias cores. Indo do vermelho ao azul. Enquanto observávamos a festa começar, uma fumaça começou a sair. – É. Oficialmente, a festa começou.

– Vamos. – Katherine saiu do carro, seguida por todos os outros.

– Se alguém nos expulsar, a culpa vai ser sua. – Amani olhava acusadoramente para a loira.

– Não esquenta. – Ela sorriu. – Não vai acontecer nada. O desafio é do Andrew. Não seu. – Mas então ela parou e pensou um pouco. – A é. Se você não conseguir realizar seu desafio até a meia-noite, dê adeus ao seu lindo cabelinho. – Ela completou com sarcasmo.

Eu não conseguia parar de pensar no Sol que se punha, no céu que ficava mais escuro a cada minuto... Pelo jeito, a noite seria longa.

Chegamos à porta da casa e ela estava aberta, vários adolescentes conversavam na soleira da porta e outros lotavam a casa de dois andares.

– E aí, gatinhas? – Um garoto, provavelmente já bêbado, nos olhou assim que entramos. Tudo ali estava coberto pela névoa que saía de um aparelho na sala. As pessoas dançavam e as luzes estavam fracas.

– Vamos, Andrew. Realiza seu desafio. – Katherine olhou maliciosamente para o garoto.

Andy tomou a frente e andou até a cozinha. Ele virou para nos encarar com olhos suplicantes, eu pisquei para ele e sorri, encorajando-o.

– Vocês sabem que eu não gosto de fazer isso. – Ele disse, olhando para Piper.

– Vai lá e acaba logo com isso. – Ela respondeu, desviando os olhos.

Ele a olhou apreensivo, mas se virou novamente, indo na direção de uma garota de cabelos lisos.
Andrew nem se deu ao trabalho de perguntar qualquer coisa, apenas a pegou pela cintura e girou a loira até que ela pudesse ficar com os lábios colados nos dele.

– Uma já foi. – Katherine sorriu. – Agora faltam mais nove.

– Coitado. - Olhei ao redor - Ele não é esse tipo de garoto pegador.

– Ele entrou na brincadeira. – Ela deu de ombros.

Comecei a me afastar deles, estava com sede, queria beber alguma coisa. Mas de jeito nenhum eu iria voltar, pra ver meu melhor amigo beijando qualquer uma.

Esquivei de várias pessoas até chegar numa mesa cheia de garrafas. Parecia que até os sucos tinham álcool.
Peguei a bebida que me pareceu mais pura e bebi um pouco. Senti o gosto azedo, mas não me atrevi a perguntar o que era aquele líquido rosa.

– Ora, ora. – Uma voz soou atrás de mim. – Olha quem está aqui. – Virei e pude ver um sorriso metido nos lábios do garoto.

– Você? – O encarei fixamente, já tinha visto-o em algum lugar... – NICHOLAS! – Eu exclamei assim que me lembrei.

– Shhh! – Ele repreendeu, me levando para longe dos ouvidos das pessoas.

– O lápis quebrou? – Eu perguntei assim que percebi que ele parecia menos sombrio, sem o olho e as unhas pretos.

– Como você é engraçadinha. – Ele estreitou os olhos.

– Está se sentindo mais normal agora? – Cruzei os braços e dei um sorriso torto.

– Não me irrite, Connor. – Ele repreendeu.

– Então... Parece que você não perde uma festa, hen? – Ignorei sua ameaça. – O que faz aqui?

– Engraçado. – Ele me encarou. – Ia perguntar o mesmo a você.

– Verdade ou Desafio. – Dei de ombros.

– Esse é o seu desafio? – Ele sorriu maliciosamente.

– NÃO. – Franzi o cenho.

– Você já foi desafiada?

– Já.

Ele riu.

– O que você fez?

– Não te interessa. – Eu desviei os olhos.

– Posso jogar também?

O olhei desconfiada.

– Não sou eu que decido.

– A é? – Ele sorriu novamente. – Então com quem eu falo?

– Com ela. – Apontei com o queixo para a loira que olhava com interesse, enquanto Andrew engolia outra garota. Ela percebeu que eu estava olhando e sorriu em minha direção, fazendo o número seis com os dedos.

– E quem é ela? – Nicholas perguntou, olhando-a de cima a baixo.

– Katherine. – Dei de ombros. – Minha meia-irmã.

– Ela é bonita. – Ele disse, ainda olhando-a.

– Agora eu sei que você não é gay. – Sorri enquanto ele me olhava com os olhos estreitos.

– Muito engraçado, Connor. – Ele respondeu, enquanto ia até a loira.

– E essa é a sétima. – Ela sorriu quando nos aproximamos. – E esse aí? Quem é? – Ela mirou o garoto de cima a baixo.

– Ninguém. – Eu respondi, fazendo graça do que ele tinha me dito na detenção.

– Olá, Ninguém. – Ela cumprimentou com desdém.

– Ele quer entrar no jogo. – Expliquei.

– A é? – Os olhos dela cintilaram. – Que ótimo. Deixa o Andrew aqui terminar com o desafio e continuamos. – Ela se virou novamente para o garoto que beijava outra. – Essa é a oitava.

Ele parou de beijar a garota e olhou feio para Katherine:

– Nona! Número 9! – Ele retrucou.

– Eu não vi. – A loira franziu o cenho. – É a oitava.

– Vou beijar a última agora. – Andy dispensou a garota e olhou para Katherine com raiva.

– Ou você beija mais duas, ou diga “tchau” ao seu cabelo. – Ela sorriu perversamente enquanto ligava a máquina elétrica.

Andrew estremeceu e revirou os olhos. Pegou outra menina e a beijou sem nem saber o nome dela ou qualquer outra coisa.

A melhor parte para o Andy, é que ele é muito bonito para baterem nele. Quando se afastava de mais uma garota, ela olhava encantada para seus olhos claros e se sentia sortuda por ter beijado-o.

– Quem vai ser a última? – Perguntei assim que ele se livrou de outra.

– Você vai ver. – Ele piscou para mim e foi até a sala, onde minha melhor amiga estava olhando pela janela.

Piper nem teve tempo de saber o que tinha acontecido, quando viu, estava nos braços do loiro, beijando-o.

– Ai, que fofos. – Eu provoquei depois de algum tempo.

– Cala a boca, Jenny. – Piper retrucou, mas eu vi que ela sorria e suas bochechas estavam extremamente coradas.

– Bom. – Disse Katherine. – Agora que temos mais um no jogo, você que gira o celular. – Ela deu para Nicholas e ele girou no chão.

Assim que o aparelho parou, o garoto de cabelos escuros me olhou com malícia:

– Jennifer Connor, Verdade ou Desafio?