A New Someone

Capítulo 45 - Allure.


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“Os dois maiores inimigos do ser humano: o fascínio do poder e a paralisia do medo.”


– Isso é entediante... – murmurou o Eucliffe observando sem interesse algum a luta entre as sereias, estas sendo representadas por Kagura, e as fadas, representadas por ninguém menos que a Titânia Escarlet.


– Muito pelo contrario Sting – sorriu à loira tendo o olhar fixo na Scarlet.


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– Algum plano macabro em mente nee-chan? – indagou Mira sorrindo largamente.


– Ainda não. – murmurou-a observando a dança magnífica entre as espadachins, ato que não passou despercebido pelo Cheney.


Não demorou muito para o empate ser anunciado.


E logo mais lutas se seguiram.


Jasmin Ayamato a favor dos Tigres. Contra Oyamaneko Shiro dos Caçadores.


Devagar o homem de cabelos escuros seguia para seu lugar ao centro da arena, tal como a tigresa também o fazia.


Pararam há alguns metros um do outro, encarando-se com certa precaução ante qualquer ataque surpresa que pudesse ser formulado pelo adversário. Mas nisso o demônio possuía uma vantagem.


– Comecem! – a voz do mascote ecoou e logo este já não mais encontrava-se ao centro do estádio.


Analisaram-se por milésimos de segundos. E fora nesses milésimos que Shiro invadira a mente da tigresa, claro que isso sem a mesma ter o conhecimento.


Um sorriso de canto nascera em seus lábios, e fora questão de mais alguns segundos para o homem avançar sobre a jovem – um tanto desatenta devo acrescentar – que sorria abobalhada olhando para um ponto entre os times das guildas.


De espada em punho – esta que antes era um anel antigo, uma relíquia de família na verdade – avançou sem dó sobre a maga provocando espanto em todos.


E quando a lâmina da espada via-se quase rente a pele delicada coberta pelo quimono branco de flores douradas, o mago cerrou suas orbes douradas em direção a garota, esta que – agora – encarava-o sorridente.


O Oyamaneko recuou dando um mortal para trás antes de ver-se que quase fora envolto pelas pétalas paralisantes que apenas naquele momento ele vira.


Sorriu de canto novamente.


– Você é interessante... – murmurou-o observando-a desde os cabelos acastanhados presos em um coque com alguns fios soltos; passando pelo quimono curto que delineava suas curvas, ainda o busto que era realçado pela faixa larga do traje; quase suspirou de alivio ao vê-la usando uma calça negra colada que escorria para o interior da bota cano longo negra de bordas cor de ouro, tal como os olhos de Shiro. Mas o que prendera nosso maravilhoso mago de aparência felina fora os hipnóticos e gélidos olhos cor de chuva de nossa aprendiz a gueixa.


Era quase uma pena feri-la. Quase.


Hana no Koji! – murmurou-a surpreendendo o mago com um movimento súbito. O ataque de terra maciça misturou-se há uma quantidade surpreendente de flores e quase o acertara. Tinha sorte de ter reflexos quase inumanos. Era um felino na arte de luta corpo a corpo.


– Como diabos...? – surpreendeu-se por ter sido pego de surpresa, o que era quase impossível para muitos. Então ele viu o breve toque da maga sobre o pequeno arranjo de flores que segurava seus cabelos. – Droga... – resmungou constatando que aquilo protegia a mente de sua adversária.


E assim a batalha se seguiu.


Espinhos contra adagas. Flores contra espadas.


Uma Flora contra um Lince.


No fim, ninguém cedeu.


– E é empate! – anunciou o juiz.


– Estou impressionado!! – berrou Chapatiola. – Os caçadores vieram com tudo e confrontam os Tigres como se fossem gatinhos!!


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Ao lado do locutor extasiado o velho Yazima apenas suspirava, enquanto a princesa – convidada daquele dia – sorria divertida e batia palmas ante toda empolgação.


– E agora a terceira luta! – continuou Chapatiola, cessando mais seus berros. – Yuzuko Mizuki pela Lamia Scale contra Lu... Eu não acredito nisso! Lucy Heartphilia faz parte do time Meia Lua!


– Só agora que ele percebeu? – O ex-membro do conselho indagou-se, enquanto ouvia as risadas da princesa.


– Vai, vai Lu-chan! – torceu á jovem surpreendendo o velho.


– Conhece-a? – indagou Yazima surpreso, atraindo a atenção do locutor maluco.


– Lu-chan é minha prima – informou-a sorrindo gentilmente.


– Pelo visto já sabemos por quem Vossa Alteza torce esse ano!! – gritou Chapatiola. – Será que Lucy Heartphilia atenderá as suas expectativas? – continuou, mal percebendo o olhar raivoso direcionado a si, este que provinha de uma princesa furiosa.


– Lu-chan é minha ídola, ninguém jamais irá vencê-la! – informou a jovem loira cruzando os braços e montando um bico.


A loira – Lucy – pôs-se calmamente frente a seu adversário, apenas ignorando o sorriso torto nos lábios do mesmo.


– Comecem!


– Abra-te portão para a Rainha! Cassiopeia!! – chamou o adversário erguendo uma chave prateada.


Surpreendendo muitos que achavam que os magos celestes estavam extintos.


A loira ergueu uma sobrancelha ante a forma feminina trajando um vestido antigo da realeza de Fiore. Esta possuía cabelos loiros longos e ondulados, olhos cor de jade, rosto de traços perfeitos. Mas o que chamava a atenção de Lucy se quer era o espírito em si, mas o fato de um mesmo possuir um tipo de coleira metálica no pescoço de onde uma corrente negra escorria pesadamente.


Isso, com certeza, não faz parte dos trajes reais.


– Hm... – resmungou a maga erguendo a mão para o espírito que já avançava contra si. – Fecho-te portão de Cassiopeia. – murmurou-a simplesmente, e antes mesmo de o espírito loiro a alcançar, o mesmo já desaparecia em uma fumaça dourada, surpreendendo a todos.


– Como diabos...? – o moreno arregalou seus olhos prateados.


Cheque. – proclamou a maga loira, apesar de que tal palavra referia-se mais há uma jogada de xadrez do que a luta em si.


O moreno praguejou qualquer coisa baixinho antes de soprar a franja negra que decaia sobre os olhos prateados. Calmamente retirou o molho de chaves do bolso interno do colete, neste podia-se ver três chaves negras, uma de diamante, sete platinadas e oito prateadas.


– Vai querer mesmo continuar com isso? – indagou-o. A quantia de chaves que possuía podia não ser grande, mas as cores que cada chave possuía indicava que eram chaves poderosas, e desconhecidas.


Lucy sorriu.


– Mago Celestial... Tão... – fora tudo o que murmurou, suspirando logo em seguida, antes de mostrar as duas únicas chaves que tinha em mãos. Uma destas sendo de tom cobre e cedilhada com uma rosa no punho, já a outra era, também cedilhada, mas no punho uma caveira de olhos de rubis mostrava-se.


– Abra-te portão para o Herói! Perseu! – novamente a voz do rapaz chamou. Desta vez fora um cavaleiro quem mostrou-se.


O espírito possuía cabelos escuros puxados para trás de forma alinhada. Trajava uma antiga armadura romana e empunhava uma espada na mão direita, assim como um escudo na mão esquerda.


– Abra-te portão para o Monstro Marinho! Hydra. – a grande criatura escamosa mostrou-se por trás do mago. Aparentava ser um dragão, mas possuía cinco cabeças, sendo que a do meio bufava fogo. – Abra-te portão para a Cobra D’Água! Hydrus! – e novamente outra criatura mostrou-se, esta sendo maior que a anterior.


Hydrus – diferente de Hydra – possuía apenas uma cabeça. Sua boca, assim como a da Hydra, possuía grandes dentes afiados e desalinhados. Ambos mantinham chifres na cabeça que apontavam para trás. A grande cobra apenas encarava vitreamente a Heartphilia, quase como se a reconhecesse.


– Quantidade nem sempre quer dizer qualidade, além de tudo, você está usando chaves prateadas – confidenciou à maga. – Mas diga-me, algum deles possui um contrato real com você? – indagou-a constatando que todos os três possuíam correntes no pescoço, a Hydra possuindo uma em cada um.


– O que quer dizer com isso? – perguntou-o desentendido.


Lucy limitou-se a negar com a cabeça.


– Faça-se de desentendido, que sua punição será por deveras pior... – anunciou-a desfazendo qualquer sorriso que um dia pensou em esboçar. – Ninguém aqui pode compreender o significado das correntes em seus espíritos, mas eu sei o porquê delas.


O Yuzuko cerrou o olhar em direção a maga. Ela não poderia saber... Certo? Era o que ele indagava-se mentalmente.


– Deixemos de enrolar. – anuiu, tomando a chave de caveira entre os dedos e beijando o punhal da mesma. – Abra-te portão do inferno... – murmurou após separar os lábios da peça negra.


De rachaduras no chão uma fumaça negra escapou, e em poucos segundos a mesma havia tomado forma. Curvando-se cordialmente para a loira o espírito do comensal tomou a mão da maga e beijou a mesma delicadamente.


Logo Dante pôs-se de pé esperando ordens enquanto observava e analisava o inimigo.


– Mande-os de volta para o mundo celestial – pediu Lucy calmamente.


– Sim, Alteza – em um piscar de olhos o comensal investiu contra os três espíritos inimigos.


Primeiro foi Hydrus cujo desapareceu em uma nuvem dourada após ter a cabeça decepada. Seguido a este Hydra, cuja teve o coração perfurado pela lamina da espada de Dante. E por fim Perseu fora dividido ao meio com apenas um golpe.


A platéia vibrava de emoção.


– Tsc. Comensal. – murmurou o Mizuki deixando as chaves de lado e pegando as únicas três negras que possuía. – Abra-te portão do inferno! – berrou aos céus erguendo as três chaves negras.


E da fumaça negra que rastejou pelo chão, frente ao mago da Lamia, três figuras peculiares mostraram-se.


O primeiro possuía cabelos alaranjados desalinhados e olhos verde-musgo – que destacavam-se na pele corada. Mantinha uma expressão vazia, quase triste, enquanto encarava o chão. Trajava uma camiseta verde-lodo com uma jaqueta laranja de gola aberta, uma calça acinzentada e botas gastas de soldado. Em suas costas era possível ver uma gadanha longa com detalhes verdes na lamina e detalhes por toda extensão do cabo.


O do meio possuía os cabelos em tom cinza morto e olhos dourados que realçavam a pele pálida, estes também eram encobertos pela franja. Vestia um sobretudo negro que deixava o peitoral exposto, uma calça negra de tecido liso, calçava botas blindadas até o joelho, assim como luvas blindadas até o cotovelo. Em sua cintura – seguradas por um cinto negro de adornos metálicos – um par de espadas gêmeas de lamina fina repousavam apenas esperando o momento de serem usadas.


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O ultimo – mas não menos importante – era um loiro de enigmáticos e especulativos olhos verdes. Este vestia um colete negro de mangas com alguns poucos botões fechados e por baixo uma camisa social branca, esta que possuía um laço negro murcho. Trajava também uma calça folgada que possuía alguns rasgões e calçava sapatos comuns de adornos blindados. E por fim usava luvas negras.


Os três espíritos encaravam, surpresos, o inimigo.


Dante, por sua vez, sentia-se afrontado ante a visão de seus três irmãos mais novos estarem submissos há um mago como aquele.


Mais atrás do comensal Lucy montou uma face sem expressão alguma enquanto fitava os três espíritos ‘acorrentados’. A loira também podia sentir que seu espírito estava pronto para investir contra o Mizuki, e ela tinha certeza que ele o mataria na primeira chance.


– Abra-te portal para a Visionária! Octos! – chamou a Heartphilia, sua voz baixa e suave fez calafrios percorrerem o corpo de seu comensal.


Em segundos o espírito mostrou-se.


Era uma mulher de cabelos negros amarrados – com enfeites de cerejeira - em um coque frouxo e olhos cor de noite, brilhantes, que contrastavam lindamente com sua pele de giz. Trajava, nada mais, que um quimono branco de faixa roxa contendo na barra detalhes floridos de sakura. Calçava meias brancas e sandálias de madeira. Por fim carregava em mãos um leque arroxeado este que possuía o símbolo de uma lothos.


– Não os machucarei... – murmurou o espírito tocando levemente o ombro de Dante, fazendo-o recuar, tal como o mago do outro lado da arena.


– O que diabos é esse espírito? – indagou o Yuzuko de olhos arregalados.


– Octos não é um espírito de luta... – comentou um dos espíritos inimigos, não entendendo o por que de um espírito como aquele ser chamado para batalha.


– Ataquem! – mandou o mago da Lamia, e não durou segundos para que os três irmãos investissem contra a gueixa, já com armas em punho. Claro que o fizeram a contra gosto.


Um movimento leve do espírito recém chegado foi o necessário para que os inimigos paralisassem-se tendo uma película negra cobrindo completamente a visão destes, deixando-os afogados em sombras.


Até mesmo Yuzuko fora atingido por tal magia.


– Maldita! – praguejou. E apesar de tudo estava fascinado com aquele espírito e com o poder do mesmo.


– Eu estou ouvindo... – resmungou a maga loira. – Seja como for... Está pronto para se render? É chato ficar encarando um incapacitado, sabe?


– Ora sua... Eu vou lhe mostrar quem é o incapacitado aqui. – começou. – Eu desafio você, Lucy Heartphilia, para um Duelo de Magos Celestes!


A loira apenas limitou-se a sorrir largamente – claro que tal ação soou um tanto cruel já que a mesma esperava ansiosa por aquelas palavras.


– Eu aceito.